Buscar

DIREITO CONSTITUCIONAL - PONTO 07

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

� PAGE �1�
DIREITO CONSTITUCIONAL - PONTO 07
1.Funções essenciais à justiça 2. Do Ministério Público 3. Da Advocacia e da Defensoria Pública 4. Da Advocacia-Geral da União 5. Da Administração Púbica. Princípios e Disposições Gerais 6. Dos servidores civis e militares 7. Acumulação remunerada 8. Garantias 9. Responsabilidade jurídica das pessoas públicas. 
Atualizado por Sérgio de Abreu Brito – Jan/2007 – atualizações em vermelho
Atualizado por Omar Bellotti – agosto/2012- atualizações em cinza
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
	Funções essenciais à justiça
	MINISTÉRIO PÚBLICO
	
	
	ADVOCACIA PÚBLICA
	AGU-au e pf
	
	
	Procurador da Fazenda
	
	
	Procurador Estadual
	
	
	Procurador Municipal
	
	ADVOCACIA PRIVADA
	
	
	DEFENSORIA PÚBLICA
	
São funções essenciais à justiça porque essa justiça pode ser entendida como:
Poder Judiciário: as instituições são responsáveis pela provocação do judiciário;
Valor: as instituições são fundamentais para a obtenção da justiça como valor do estado democrático de direito.
 ADVOCACIA PÚBLICA
            Alexandre de Morais conceitua a Advocacia Pública, como sendo:
(...) a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial ou extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização, prevendo o ingresso nas classes inicias das carreiras da instituição mediante concurso público – e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
 
            A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico reputação ilibada, prevendo necessária relação de confiança entre representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e representante, que justifique a livre escolha.
           Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas e serão organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, trazendo a Emenda Constitucional n. 19/98 a inovação de que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB deve atuar em todas as fases do processo.
            Aos procuradores é assegurada a estabilidade após o término de três anos de efetivo exercício do cargo, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
            A respeito da remuneração, aplica-se a Advocacia Pública, as normas remuneratórias previstas no art. 39, § 4° e os teto e subteto previstos pelo inciso XI, do art. 37, com sua redação dada pela EC n. 41/03.
           A Advocacia de Estado assume portanto o desafio de defender a execução das políticas públicas, dentro dos primados do Estado Democrático de Direito, notabilizando-se como essencial à consecução da Justiça – princípio fundante da República Federativa do Brasil (art.3º, inciso I, da CF/88).
	A defesa do Estado não se confunde com a defesa do governo, que é transitório. Como função essencial á Justiça, o dever principal do advogado é a manutenção e o aperfeiçoamento da ordem jurídica ( interesses primários), embora também desenvolvam atividades de natureza jurídica ou administrativa voltadas à sustentação de medidas governamentais, à assessoria jurídica e à direção de corpos jurídicos.
	O regime funcional do advogado de Estado depende da função a ser desempenhada. Nas atividades de consultoria e assessoramento ( atividades preventivas), não há subordinação hierárquica, vigorando o regime de liberdade funcional. No assessoramento jurídico, o advogado possui a incumbência de orientar a instância decisória. Na consultoria, o advogado exara um parecer, sobre o qual possui inequívoca responsabilidade.
ADVOCACIA
            Ao lado da magistratura e do Ministério Público, a Advocacia, enquanto instituição foi erigida pelo seu profissional, o advogado, em elemento indispensável à administração da justiça. O advogado é um profissional habilitado para o exercício do ius postulandi, ou seja, o direito de postular em juízo.
            A Constituição de 1988 tem como princípio constitucional a indispensabilidade e a imunidade do advogado, prescrevendo em seu art. 133: “O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.” Esta previsão refere-se à necessidade de intervenção e participação da nobre classe de advogados na vida de um Estado democrático de direito. Este é o reconhecimento constitucional de uma realidade social.
            Com base nela, o Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94), o consigna, ao declarar: “Art. 2º. O advogado é indispensável à administração da justiça. - § 1º. No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social”.
            Walter Ceneviva exalta a importância jurídico-social do profissional da atividade advocatícia:
O advogado é o porta-voz da sociedade, perante a máquina do Estado. Ninguém pode requerer em juízo a não ser através de advogado, salvo umas poucas exceções, como as da Justiça do Trabalho (em que raramente o processo tem desenvolvimento sem a participação advocatícia), do habeas corpus, e dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
Cabe aqui destacar, o princípio da inviolabilidade do advogado, prevista no art. 133, da Constituição Federal, não sendo, porém de caráter absoluto. Ao contrário, ele só ampara em relação a seus atos e manifestações no exercício da profissão, e assim mesmo, nos termos da lei, não se estendendo a pessoa do profissional de forma individual. Trata-se na verdade de uma proteção do cliente, que confia a ele documentos e confissões de esfera íntima, de natureza conflitiva e, não raro, objeto de reivindicação e até de agressiva cobiça alheia, que precisam ser resguardados e protegidos de maneira qualificada. 
Conclui-se então, que a advocacia conquistou a majestade constitucional, com postura semelhante a do magistrado e a do membro do Ministério Público e exerce função de caráter institucional. Ao advogado, coube a competência de representar judicial ou extrajudicialmente interesses de terceiros, seus constituintes, aqueles que o constituem como defensor. Seu trabalho se destina tanto a preservar o patrimônio, quanto à liberdade.
De acordo com a jurisprudência do STF, a falta de defesa técnica por advogado em processo administrativo disciplinar não ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Dentre os direitos do advogado está o de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, ou, na sua falta, em prisão domiciliar.
   DEFENSORIA PÚBLICA
             A Constituição Federal de 1988, em seu art. 134, prevê ainda, a criação da Defensoria Pública, como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus e gratuitamente dos necessitados, impossibilitados de pagar honorários advocatícios.
             O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, possui a competência para organizar a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos territórios e de prescrever normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia de inamovibilidade, sendo vedado o exercício da Advocacia fora das atribuições institucionais.
             De acordo com o art. 22 do ADCT, o texto constitucional assegurou, de forma excepcional e taxativa, aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembléia Nacional Constituinte o direito de opção pela carreira, com observância das garantias e vedações previstasno art. 134, parágrafo único, da Constituição. Seus membros portanto, podem ser caracterizados como “ advogados públicos”.
             A Emenda Constitucional n. 45/04 fortaleceu ainda mais o instituto das Defensorias Públicas Estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de suas proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
Com isso, percebe-se que a Defensoria Pública é uma instituição pública cuja função é oferecer serviços jurídicos gratuitos aos cidadãos que não possuem recursos financeiros para contratar advogados, atuando em diversas áreas.
A possibilidade de assistência gratuita a pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, tem sido admitida pelo STJ. No que se refere à comprovação da impossibilidade de suportar os encargos do processo, no caso de pessoas jurídicas com fins lucrativos, vale trazer à colação o seguinte julgado:
PROCESSUAL CIVIL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA SITUAÇÃO DE DIFICULDADE FINANCEIRA. ENTENDIMENTO PACIFICADO NA CORTE ESPECIAL.1. "O benefício da assistência judiciária gratuita pode ser deferido às pessoas jurídicas, desde que comprovada a sua impossibilidade de arcar com os encargos financeiros do processo". Precedentes: AGRESP 624.641/SC, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 21.03.2005; ERESP 388.045/RS, Corte Especial, Min. Gilson Dipp, DJ de 22.09.2003; ERESP 409.077/RS, Corte Especial, Min. Laurita Vaz, DJ de 25.09.2006, REsp 604.259/SP, 3ª Turma, Min. Castro Filho, DJ de 06.03.2006 .2. No caso concreto, conforme assentado pelas instâncias ordinárias, há provas da alegada impossibilidade econômica do recorrido para arcar com os custos da demanda.3. Recurso especial a que se nega provimento (884924 RS 2006/0129006-9, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de Julgamento: 12/02/2007, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 26.02.2007 p. 565)
MINISTÉRIO PÚBLICO 
ESCORÇO HISTÓRICO
HUGO NIGRO MAZZILI: faz um detalhamento 
Marco histórico reconhecido por toda a doutrina foi a ORDENANÇA DE FELIPE IV, O BELO de 25/03/1302, quando o rei decidiu regulamentar o juramento dos PROCURADORES DO REI. O procurador do rei trabalhava em pé, sobre o assoalho (parquet), era a magistratura de pé.
Essa origem do MP como procurador do rei são atribuições que equivalem à advocacia da coroa, no Brasil, Advocacia Pública. 
Com o passar do tempo o MP foi ganhando a atuação de proteção do interesse coletivo. 
Dando um salto histórico imenso, no Brasil, a LACP é um marco histórico, que sofreu mais influência do direito português. A lei permitiu uma atuação do MP como defensor dos direitos públicos e coletivos, dando ao Brasil a vanguarda em termos de organização do Ministério Público.
MP NA CF
A CF fala que o MP é uma instituição permanente. Por isso, HUGO NIGRO defende que em decorrência desse texto, trata-se de uma cláusula pétrea. ATENÇÃO: a CF diz que são permanentes também as forças armadas, a polícia federal e as polícias rodoviárias e ferroviárias federais.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Defesa da ordem jurídica: não quer dizer que o MP tenha que atuar em todas as ações, quer dizer que em todas as ações em que atuar, sua atuação será especial, porque estará sempre na defesa da ordem jurídica. 
Órgão constitucional independente: não pode ser entendido como um quarto poder. Os seus atos são administrativos. Segundo José Afonso da Silva, o MP ocupa lugar cada vez mais destacado na organização do Estado, em virtude do alargamento de suas funções de proteção aos direitos indisponíveis e de interesses coletivos, tendo a CF dado-lhe relevo de instituição permanente e essencial à função jurisdicional, mas que ontologicamente sua natureza permanece executiva, sendo seus membros agentes políticos (contra o entendimento de CABM e Maria Sylvia), e como tal, atuam com plena e total independência funcional. 
Interesses individuais indisponíveis: o MP não pode defender o contribuinte, porque há disponibilidade. A jurisprudência é unânime nesse sentido. Mensalidades escolares legitimam o MP, porque há interesse social, que não vale para as questões tributárias.
 
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Princípio da unidade: sob a égide de um só chefe, o Procurador-Geral, o MP deve ser visto como uma instituição única, sendo a divisão existente meramente funcional, ressalvando-se, porém, que só existe unidade dentro de cada Ministério Público, inexistindo entre o MP Federal e os dos Estados, nem entre estes, nem entre os diversos ramos do MP da União.
	MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
	Ministério Público Federal
	
	Ministério Público do Trabalho
	
	Ministério Público Militar
	
	Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (têm competência de MP estadual)
	MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS
	26 porque o DF já está acima
	MINISTÉRIO PÚBLICO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
	
Ponto interessante a ser analisado diz com o conflito de atribuições entre Ministérios Públicos. Quanto tal acontece na fase judicial, o caso se resolve em conflito de competência e terá atribuição para atuar o MP que oficie junto ao órgão competente. Quando na fase pré-processual, temos um conflito de atribuições, que deve ser solucionado no STF:
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES. CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE DECISÕES DO PODER JUDICIÁRIO. COMPETÊNCIA DO STF. ART. 102, I, f, CF. FUNDEF. COMPOSIÇÃO. ATRIBUIÇÃO EM RAZÃO DA MATÉRIA. ART. 109, I E IV, CF.102IfCF109IIVCF1. Conflito negativo de atribuições entre órgãos de atuação do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual a respeito dos fatos constantes de procedimento administrativo.2. O art. 102, I, f, da Constituição da República recomenda que o presente conflito de atribuição entre os membros do Ministério Público Federal e do Estado de São Paulo subsuma-se à competência do Supremo Tribunal Federal .102IfConstituição3. A sistemática de formação do FUNDEF impõe, para a definição de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, adequada delimitação da natureza cível ou criminal da matéria envolvida 4.A competência penal, uma vez presente o interesse da União, justifica a competência da Justiça Federal (art. 109, IV, CF/88) não se restringindo ao aspecto econômico, podendo justificá-la questões de ordem moral. In casu, assume peculiar relevância o papel da União na manutenção e na fiscalização dos recursos do FUNDEF, por isso o seu interesse moral (político-social) em assegurar sua adequada destinação, o que atrai a competência da Justiça Federal, em caráter excepcional, para julgar os crimes praticados em detrimento dessas verbas e a atribuição do Ministério Público Federal para investigar os fatos e propor eventual ação penal.109IVCF/885. A competência da Justiça Federal na esfera cível somente se verifica quando a União tiver legítimo interesse para atuar como autora, ré, assistente ou opoente, conforme disposto no art. 109, inciso I, da Constituição. A princípio, a União não teria legítimo interesse processual, pois, além de não lhe pertencerem os recursos desviados (diante da ausência de repasse de recursos federais a título de complementação), tampouco o ato de improbidade seria imputável a agente público federal.109IConstituição6. Conflito de atribuições conhecido, com declaração de atribuição ao órgão de atuação do Ministério Público Federal para averiguar eventual ocorrência de ilícito penal e a atribuição do Ministério Público do Estado de São Paulo para apurar hipótese de improbidade administrativa, sem prejuízo de posterior deslocamento de competência à Justiça Federal, caso haja intervenção da Uniãoou diante do reconhecimento ulterior de lesão ao patrimônio nacional nessa última hipótese.
(1109 SP , Relator: Min. ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 05/10/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 06-03-2012 PUBLIC 07-03-2012)
	Em suma, se for conflitos de atribuições entre MPE x MPF ou MP de um Estado com o de outro: competência para resolução deste é o do STF. Se houver conflito virtual de “jurisdição”, a competência será do STJ.
Princípio da indivisibilidade: é uma decorrência do princípio da unidade. Pelo princípio da indivisibilidade, os membros do Ministério Público não se vinculam aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros sem que haja qualquer interferência à representação da entidade. Esse princípio não se aplica ao Poder Judiciário. É claro que a substituição deverá ser feita dentro dos parâmetros da lei, não podendo ser arbitrária ou aleatória. 
Princípio da independência funcional: relaciona-se com a atuação em si do MP. O membro do MP em sua atuação judicial ou extra-judicial não está submetido à determinação hierárquica (nem do Procurador-Geral de Justiça). 
Em relação ao modelo francês, que serviu de base ao brasileiro, há a ausência do princípio hierárquico, vigente naquele ordenamento. Mesmo o poder avocatório, excepcionalmente conferido ao Chefe do MP, não deve ser entendido como manifestação de um poder hierárquico (Celso Bastos). Há só hierarquia administrativa.
Os membros do MP somente estão submetidos à sua consciência e à lei. A estrutura do MP é meramente administrativa. Como decorrência da independência funcional surge um outro princípio importante: PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL.
Princípio do promotor natural: a CF não traz expressamente o princípio do promotor natural, mas ele decorre do princípio da independência funcional e da inamovibilidade dos membros do MP. Esse princípio proíbe designações casuísticas efetuadas pelo chefe da Instituição.
No âmbito do STF é controversa a tese de existência do princípio do promotor natural. Discute-se ainda, entretanto, a extensão do princípio, o qual somente se considera violado quando ferida a independência funcional do órgão ou ainda quando há manipulação casuística que no procedimento de distribuição que deixe antever a figura do acusador de exceção. 
Ementa: Habeas Corpus. Violação do Princípio do Promotor Natural. Inocorrência. Prévia designação de promotor de justiça com o expresso consentimento do promotor titular, conforme dispõem os artigos 10, inc. IX, alínea ‘f’, e 24 da Lei nº 8.625/93. Ordem denegada. O postulado do Promotor Natural "consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei" (HC 102.147/GO, rel. min. Celso de Mello, DJe nº 22 de 02.02.2011). No caso, a designação prévia e motivada de um promotor para atuar na sessão de julgamento do Tribunal do Júri da Comarca de Santa Izabel do Pará se deu em virtude de justificada solicitação do promotor titular daquela localidade, tudo em estrita observância aos artigos 10, inc. IX, alínea "f", parte final, e 24, ambos da Lei nº 8.625/93. Ademais, o promotor designado já havia atuado no feito quando do exercício de suas atribuições na Promotoria de Justiça da referida comarca. Ordem denegada.10IX248.62510IX8.625 (103038 PA , Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Data de Julgamento: 11/10/2011, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-207 DIVULG 26-10-2011 PUBLIC 27-10-2011 EMENT VOL-02616-01 PP-00027)
No TRF1, vários julgados fazem referência ao aludido princípio:
PROCESSUAL CIVIL. JOGOS ELETRÔNICOS. PROIBIÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO. INTERESSE DE AGIR. PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.
1. O interesse de agir da Autora encontra-se configurado em razão de as apreensões do jogo eletrônico por ela distribuído estarem sendo efetivadas em cumprimento à tutela específica concedida na sentença proferida na Ação Civil Pública 2002.38.00.046529-6. Inexistência de carência do direito de ação. 
2. Não há violação ao princípio do promotor natural se foi renovada a citação do MPF na Procuradoria Regional da República em ação cautelar de competência originária do Tribunal Regional Federal e se não houve alegação ou demonstração de prejuízo à defesa. 
3. Há plausibilidade do direito quanto a pretensão de manutenção da comercialização de jogo distribuído no país há mais de 10 anos e classificado pelo Ministério da Justiça como recomendado para maiores de 18 anos, uma vez que a tutela judicial não se destina a proteger exclusivamente direitos de crianças e adolescentes; que não há demonstração de prejuízo à saúde física ou psíquica de pessoas usuárias de qualquer faixa etária. 
4. O periculum in mora decorre de situação de dano ou prejuízo que pode ser ocasionado à empresa em razão da suspensão da comercialização do jogo. Inexistência de periculum in mora inverso em razão da ausência de caso específico capaz de revelar ocorrência de alucinações, de surtos epiléticos ou prática de atos de violência pelos usuários do jogo em razão de sua utilização.
5. Medida cautelar concedida para suspender os efeitos da sentença.
(MCI 2008.01.00.010959-9/MG, Rel. Desembargadora Federal Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Conv. Juiz Federal Rodrigo Navarro De Oliveira, Sexta Turma,e-DJF1 p.1392 de 29/06/2009)
Há decisões do STJ no sentido de que o oferecimento de denúncia por promotor de outra comarca, ratificada posteriormente pelo promotor de origem; bem como a designação de membro do MP para o oferecimento de denúncia contra prefeitos; ou ainda a formação de grupos de trabalho para a apuração e denúncia de ilícitos, desde que obedecidas as normas de organização da instituição e afastada a hipótese de manipulação que vise a obliterar a independência funcional ou favorecer o acusador de exceção, não há falar em malferimento ao princípio.
Esse princípio é um direito subjetivo não somente do membro do MP, mas de toda a sociedade. Veda designações casuísticas.
Entretanto, em algumas hipóteses, o Chefe do MP poderá fazer designações de membros do MP para atuação específica, que estão previstas na Lei Orgânica Nacional do MP (Lei 8.625/93). São hipóteses de designação:
pedido de arquivamento de IP (artigo 28, CPP) e para o INQUÉRITO CIVIL: o PGJ ou o Conselho Superior poderá designar outro membro para oferecer a denúncia; longa manus do PGJ.
delegação de atribuição do PGJ: atos de sua competência originária que podem ser delegados para outro membro do MP;
impedimento, suspeição do membro do MP e outras hipóteses (férias e substituições);
conflito de atribuição: pode existir o conflito positivo ou negativo, que é decidido pelo PGJ;
atividade administrativa: coordenação de área específica;
a pedido do promotor natural: pedir grupo de colegas para ajudar.
Os dois últimos princípios sofrem mitigação em determinadas hipóteses previstas na lei. Fora o que estiver permitido em lei, o membro do MP tem a prerrogativa do princípio do juiz natural.
Segundo Alexandre de Moraes, o art. 10 da LONMP afasta qualquer possibilidade de designações arbitrárias, prevendo somente competir, excepcionalmente, ao Procurador-Geral a designação de membro do MP para acompanhar inquérito policial ou diligência investigatória, devendo, porém, recair a escolha sobre o membro do MP com atribuição para, em tese, oficiar no feito, para assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspeição de titular de cargo, ou com o consentimento deste, para, por ato excepcional e fundamentado,exercer as funções processuais afetas a outro membro da Instituição, submetendo sua decisão previamente ao Conselho Superior do MP.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Princípio da autonomia financeira e administrativa: é princípio da instituição como um todo. 
	AUTONOMIA FUNCIONAL
	AUTONOMIA ADMINISTRATIVA
	É do membro
	É do órgão
Há uma discussão sobre o MP ser ou não um quarto poder, a CF estabelece que o MP dispõe de autonomia FUNCIONAL E ADMINISTRATIVA, o que lhe permite sua auto-gestão (organização de seus serviços, servidores e membros sem interferência externa). O Executivo não tem ingerência sobre o MP. O MP tem uma função que se assemelha mais à função executiva, mas não quer dizer que seja órgão do Executivo, porque tem autonomia funcional, administrativa e financeira (o próprio MP elabora a sua PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA; a política remuneratória de seus membros).
Essa autonomia do MP se manifesta também por meio da possibilidade de iniciativa de lei. 
MP DA UNIÃO: iniciativa de lei é concorrente entre a União (PR: artigo 61, § 1o., II, d, CF/88) e o PGR (artigo 128, § 5o., CF/88). 
MP ESTADUAL: iniciativa de lei é privativa do MP.
Quem defende que o MP é um poder tem como argumentos:
Princípio da autonomia financeira e administrativa;
artigo 85, II CF/88: crime de responsabilidade do PRES atentar contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e o MP; está dada ao MP uma dignidade de Poder;
artigo 168, CF/88: o orçamento público é gerenciado pelo Poder Executivo, que deve até o dia 20 de cada mês repassar as parcelas do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e ao MP;
Rigorosamente o MP não é um poder, em que pese a existência de alguns artigos da constituição acima citados.
O MP tem competência para proposta de lei.
        
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (NR)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (NR)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (NR)
     
Art. 128. O Ministério Público abrange: 
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
        
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
Carreira: que carreira? O MPU tem 04 carreiras: MPF, MPT, MPM, MPDFT. De qual das 04 carreiras será escolhido o PGR? Na PEC Paralela da Reforma do Judiciário há proposta para que seja explicitado que o PGR seria do MPF. Atualmente, há duas correntes:
deve ser do MPF: é o único que não tem Procurador Geral e as funções são semelhantes;
deve ser de qualquer carreira.
Desde de 1988, tem sido do MPF.
Mandato: apesar do nome usado pela CF, trata-se de uma INVESTIDURA POR TEMPO CERTO. Não tem natureza jurídica de mandato. Diante do seu afastamento não será eleito outro para complementar o mandato. NÃO há lista.
Recondução: não há limitação de números de recondução. Na PEC Paralela da Reforma do Judiciário há proposta para que seja limitada há UMA recondução. O dispositivo também pode ser interpretado de outra forma, pois “a recondução” está no singular, levando o interprete a imaginar se tratar de apenas uma.
§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
Destituição: segue o mesmo processo de nomeação: PELO EXECUTIVO AUTORIZADO PELO LEGISLATIVO. Não há possibilidade de demissão ad nutum.
        
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
Note que para a nomeação do Procurador-Geral do MPDFT e dos MPs Estaduais, não há necessidade de autorização do Poder Legislativo correspondente. Mas, para destituição, o legislativo deve autorizar por maioria. O STF já decidiu que é inconstitucional a norma da Constituição Estadual que condicione a nomeação do PGJ à prévia aprovação da respectiva Assembléia Legislativa. 
MPDFT: terá 02 chefes: PGR e PGJ/DFT. Na verdade, o MPDFT é uma instituição separada do MPU, mas a CF colocou o MPDFT como parte do MPU. 
Recondução: o PGJ cumpriu o prazo, para a recondução (única) deve entrar na lista novamente. A limitação é para reconduções sucessivas. Mas pode ser reconduzido em período futuro.
    
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto DA MAIORIA ABSOLUTA de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia; (EXCEÇÃO NO ADCT, QUEM JÁ ERA MEMBRO DO MP PODE ESCOLHER O REGIME ANTIGO, QUE TALVEZ PERMITISSE ADVOGAR)
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; (NÃO PODE SER SÓCIO GERENTE)
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
Há uma norma de transição da ADCT (artigo 29), que estabelece que os membros que ingressaram antes da CF/88 poderiam optar pelo regime anterior, no qual o MP poderia exercer atividade político-partidária. Há duas correntes:
1a. NÃO: proibição absoluta 
2a. SIM: com fundamento noartigo 29, § 3o, ADCT, (HUGRO NIGRO MAZZILI e ALEXANDRE DE MORAES).
Como decidiu o STF, “o direito à opção pelo regime anterior à CF/88 foi assegurado ao membro do Ministério Público admitido antes da promulgação da Constituição, apenas. A demora na aprovação e promulgação da lei complementar relativa ao MP não gerou direito de opção aos membros do Ministério Público admitidos já no novo regime instituído pela CF/88, com garantias e vedações próprias da magistratura”.
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração).
 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; (O MP É UM OUVIDOR GERAL DA COLETIVIDADE, ZELANDO PELOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO POVO, RECEBE DOS COFRES PÚBLICOS PARA A PROTEÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO ATÉ MESMO CONTRA O PRÓPRIO PODER PÚBLICO)
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
A Jurisprudência do STJ admite que o MP interponha ação civil pública para a defesa de direitos individuais homogêneos quando os interesses defendidos tenham forte conotação social ou repercussão no interesse público. Nesse sentido, o seguinte julgado da Corte Especial:
Acórdão ERESP 114908 / SP ; EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL 1999/0110356-8 Fonte DJ DATA:20/05/2002 PG:00095 Relator Min. ELIANA CALMON (1114) 
Ementa 
PROCESSO CIVIL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - MINISTÉRIO PÚBLICO - LEGITIMIDADE. 
1. O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL está legitimado a recorrer à instância especial nas ações ajuizadas pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.
2. O MP está legitimado a defender direitos individuais homogêneos, quando tais direitos têm repercussão no interesse público.
3. Questão referente a contrato de locação, formulado como contrato de adesão pelas empresas locadoras, com exigência da Taxa Imobiliária para inquilinos, é de interesse público pela repercusão das locações na sociedade.
4. Embargos de divergência conhecidos e recebidos.
Data da Decisão 07/11/2001 Orgão Julgador CE - CORTE ESPECIAL
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
No caso de investigação acerca do desvio de verbas públicas o STF decidiu, em conhecido acórdão, pela inexistência de sigilo e, portanto, pela possibilidade de pedido direto por parte do Ministério Público.
Segundo Alexandre de Moraes, ao erigir o MP como garantidor e fiscalizador da separação de poderes e, consequentemente, dos mecanismos de controle estatais (CF, art. 129, II), o legislador constituinte conferiu à Instituição função de resguardo ao status constitucional do cidadão, armando-o de funções, garantias e prerrogativas que possibilitassem o exercício daquelas e a defesa destes.
Incorporou-se em nosso ordenamento, portanto, a pacífica doutrina constitucional norte-americana sobre a teoria dos poderes implícitos – inherent powers –pela qual no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas, consagrando-se, dessa forma, entre nós aplicável ao MP, o reconhecimento de competências genéricas implícitas que possibilitem o exercício de sua função constitucional.
Para o Autor, entre essas competências implícitas, não poderia ser afastado o poder investigatório criminal dos promotores e procuradores, fazendo menção a jurisprudência do STF.
A tendência nos Tribunais Superiores e a prevalência dos poderes investigatórios do MP, que só não pode presidir o inquérito policial:
DIREITO PROCESSUAL PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ALEGAÇÕES DE PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO, FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DO DECRETO DE PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA E EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. PODERES INVESTIGATÓRIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA PARTE, IMPROVIDO. 1. O recurso extraordinário busca debater quatro questões centrais: a) a nulidade do processo em razão da obtenção de prova ilícita (depoimentos colhidos diretamente pelo Ministério Público em procedimento próprio; gravação de áudio e vídeo realizada pelo Ministério Público; consideração de prova emprestada); b) invasão das atribuições da polícia judiciária pelo Ministério Público Federal; c) incorreção na dosimetria da pena com violação ao princípio da inocência na consideração dos maus antecedentes na fixação da pena-base; d) ausência de fundamentação para o decreto de perda da função pública. 2. O extraordinário somente deve ser conhecido em relação às atribuições do Ministério Público (CF, art. 129, I e VIII), porquanto as questões relativas à suposta violação ao princípio constitucional da presunção de inocência na fixação da pena-base e à suposta falta de fundamentação na decretação da perda da função pública dos recorrentes, já foram apreciadas e resolvidas no julgamento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça. 3. Apenas houve debate na Corte local sobre as atribuições do Ministério Público, previstas constitucionalmente. O ponto relacionado à nulidade do processo por suposta obtenção e produção de prova ilícita à luz da normativa constitucional não foi objeto de debate no acórdão recorrido. 4. Esta Corte já se pronunciou no sentido de que "o debate do tema constitucional deve ser explícito" (RE 428.194 AgR/MG, rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma, DJ 28.10.2005) e, assim, "a ausência de efetiva apreciação do litígio constitucional, por parte do Tribunal de que emanou o acórdão impugnado, não autoriza - ante a falta de prequestionamento explicíto da controvérsia jurídica - a utilização do recurso extraordinário" (AI 557.344 AgR/DF, rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJ 11.11.2005). 5. A denúncia pode ser fundamentada em peças de informação obtidas pelo órgão do MPF sem a necessidade do prévio inquérito policial, como já previa o Código de Processo Penal. Não há óbice a que o Ministério Público requisite esclarecimentos ou diligencie diretamente a obtenção da prova de modo a formar seu convencimento a respeito de determinado fato, aperfeiçoando a persecução penal, mormente em casos graves como o presente que envolvem a presença de policiais civis e militares na prática de crimes graves como o tráfico de substância entorpecente e a associação para fins de tráfico. 6. É perfeitamente possível que o órgão do Ministério Público promova a colheita de determinados elementos de prova que demonstrem a existência da autoria e da materialidade de determinado delito, ainda que a título excepcional, como é a hipótese do caso em tela. Tal conclusão não significa retirar da Polícia Judiciária as atribuições previstas constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais (arts. 129 e 144) de modo a compatibilizá-las para permitir não apenas a correta e regular apuração dos fatos supostamente delituosos, mas também a formação da opinio delicti. 7. O art. 129, inciso I, da Constituição Federal, atribui ao parquet a privatividade na promoção da ação penal pública. Do seu turno, o Código de Processo Penalestabelece que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério Público pode embasar seu pedido em peças de informação que concretizem justa causa para a denúncia. 8. Há princípio basilar da hermenêutica constitucional, a saber, o dos "poderes implícitos", segundo o qual, quando a Constituição Federal concede os fins, dá os meios. Se a atividade fim - promoção da ação penal pública - foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, não se concebe como não lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, já que o CPP autoriza que "peças de informação" embasem a denúncia. 9. Levando em consideração os dados fáticos considerados nos autos, os policiais identificados se associaram a outras pessoas para a perpetração de tais crimes, realizando, entre outras atividades, a de "escolta" de veículos contendo o entorpecente e de "controle" de todo o comércio espúrio no município de Chapecó. 10. Recurso extraordinário parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido.
(RE 468523, Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 01/12/2009, DJe-030 DIVULG 18-02-2010 PUBLIC 19-02-2010 EMENT VOL-02390-03 PP-00580 RT v. 99, n. 895, 2010, p. 536-544) 
	Em 2012, O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário em que discutida a constitucionalidade da realização de procedimento investigatório criminal pelo Ministério Público. O acórdão impugnado dispusera que, na fase de recebimento da denúncia, prevaleceria a máxima in dubio pro societate, oportunidade em que se possibilitaria ao titular da ação penal ampliar o conjunto probatório. Sustenta o recorrente que a investigação realizada pelo parquet ultrapassaria suas atribuições funcionais constitucionalmente previstas, as quais seriam exclusivas da polícia judiciária — v. Informativo 671. O Min. Gilmar Mendes, acompanhado pelos Ministros Celso de Mello, Ayres Britto, Presidente, e Joaquim Barbosa, negou provimento ao recurso. Ressaltou que a 2ª Turma reconhecera, de forma subsidiária, o poder de investigação do Ministério Público, desde que atendidos os requisitos estabelecidos no inquérito criminal, inclusive quanto à observância da Súmula Vinculante 14. Destacou ser imperioso observar: a) ritos claros quanto à pertinência do sujeito investigado; b) formalização do ato investigativo; c) comunicação imediata ao Procurador-Chefe ou ao Procurador-Geral; d) autuação, numeração, controle, distribuição e publicidade dos atos; e) pleno conhecimento da atividade de investigação à parte; f) princípios e regras que orientariam o inquérito e os procedimentos administrativos sancionatórios; g) ampla defesa, contraditório, prazo para a conclusão e controle judicial. Verificou que seria lícita a investigação do parquet nos crimes praticados por policiais e contra a Administração Pública. Além disso, a 2ª Turma teria reconhecido a higidez da atividade complementar de investigação quando o órgão ministerial solicitasse documentação, como no caso dos autos, em que a mera aferição de documentos para saber se teria havido, ou não, a quebra da ordem de precatórios acarretaria desobediência.
RE 593727/MG, rel. Min. Cezar Peluso, 27.6.2012. (RE-593727) 
Ministério Público e investigação criminal 
O Min. Celso de Mello enfatizou que a questão debatida seria de grande importância por envolver o exercício de poderes por parte do Ministério Público. Reconheceu a legitimidade do poder investigatório do órgão, extraída da Constituição, a partir de cláusula que outorgaria o monopólio da ação penal pública e o controle externo sobre a atividade policial. Salientou que o parquet não poderia presidir o inquérito policial por ser função precípua da autoridade policial. Consignou que a função investigatória do Ministério Público não se converteria em atividade ordinária, mas excepcional a legitimar a sua atuação em casos de abuso de autoridade, prática de delito por policiais, crimes contra a Administração Pública, inércia dos organismos policiais, ou procrastinação indevida no desempenho de investigação penal, situações que exemplificativamente justificariam a intervenção subsidiária do órgão ministerial. Realçou a necessidade de fiscalização da legalidade dos atos investigatórios, de estabelecimento de exigências de caráter procedimental e de se respeitar direitos e garantias que assistiriam a qualquer pessoa sob investigação — inclusive em matéria de preservação da integridade de prerrogativas profissionais dos advogados, tudo sob o controle e a fiscalização do Poder Judiciário. O Presidente afirmou que o Ministério Público teria competência constitucional para, por conta própria, de forma independente, fazer investigação em matéria criminal. Mencionou que essa interpretação ampliativa melhor serviria à finalidade, conferida pelo art. 127 da CF, de defender a ordem jurídica, sobretudo em âmbito penal. Aludiu que diversas leis confeririam competência investigatória ao parquet (Estatuto do Idoso; Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA; Lei Maria da Penha; Estatuto de Defesa e Proteção do Consumidor). Por fim, asseverou que o inquérito policial não exauriria a investigação criminal. Ademais, outros órgãos, além do Ministério Público, poderiam desempenhar atividades investigativas. Após, pediu vista o Min. Luiz Fux.
RE 593727/MG, rel. Min. Cezar Peluso, 27.6.2012. (RE-593727)
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
        
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
        
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
        
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
        
§ 2º - As funções de Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (EC/45)
        
§ 3º - O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (EC/45)
        
§ 4º - Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (EC/45)
§ 5o A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (EC/45)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Há uma lei (lei 8443/92) criando um MP especial para o Tribunal de Contas da União. O STF julgou a lei constitucional, afirmando que o MP que atua em TC é um MP especial
Sua atividade é meramente administrativa, não podendo instaurar ação judicial, porque se trata de um parecerista. Mas o STF, ao julgar a ADI 789/DF, manifestou-se que esse MP é DESTITUÍDO DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA. E mais: não dispõe de nenhuma autonomia institucional, já que se encontra na intimidade da corte de contas. Os membros têm prerrogativas, mas os órgãos não têm uma instituição própria.
Deve existir um concurso específico para o concurso de MP do Tribunal de Contas, mas quem organiza é o próprio TRIBUNAL DE CONTAS. Esse MP ingressa na estrutura do próprio tribunal. Os membros têm independência funcional, mas não têm autonomia institucional.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I - o Procurador-Geralda República, que o preside;
II - quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
III - três membros do Ministério Público dos Estados;
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
VI - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III - requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público
PODERES DE INVESTIGAÇÃO DO MP: 
	Entendimento do STJ: A Polícia Judiciária não possui o monopólio da investigação criminal. Embora seja defeso ao Ministério Público presidir o inquérito policial propriamente dito, a competência da polícia judiciária não exclui a de outras autoridades administrativas. A ordem jurídica confere explicitamente poderes de investigação ao Ministério Público - art. 129, incisos VI, VIII, da Constituição Federal, e art. 8º, incisos II e IV, e § 2º, da Lei Complementar n.º 75/1993.
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ARTS. 288, CAPUT, E 299, CAPUT, AMBOS DO CÓDIGO PENAL E ART. 1º, INCISOS I E XIII DO DECRETO-LEI N.º 201/67. PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DENÚNCIA EMBASADA EM ELEMENTOS COLHIDOS EM INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO. POSSIBILIDADE. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO SUFICIENTE PARA JUSTIFICAR O INÍCIO DA PERSECUTIO CRIMINIS IN IUDICIO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. PEÇA ACUSATÓRIA QUE NARRA SATISFATORIAMENTE A CONDUTA, EM TESE, DELITUOSA PRATICADA PELOS DENUNCIADOS. I - Na esteira de precedentes desta Corte, malgrado seja defeso ao Ministério Público presidir o inquérito policial propriamente dito, não lhe é vedado, como titular da ação penal, proceder investigações. A ordem jurídica, aliás, confere explicitamente poderes de investigação ao Ministério Público - art. 129, incisos VI e VIII, da Constituição Federal, e art. 8º, incisos II e IV, e § 2º, e art. 26 da Lei nº 8.625/1993 (Precedentes). II - Por outro lado, o inquérito policial, por ser peça meramente informativa, não é pressuposto necessário à propositura da ação penal, podendo essa ser embasada em outros elementos hábeis a formar a opinio delicti de seu titular, a exemplo do inquérito civil público. Se até o particular pode juntar peças, obter declarações, etc., é evidente que o Parquet também pode. Desta forma, o fato da opinio delicti para a propositura da ação penal ter se formado em razão de elementos colhidos em inquérito civil público não pode, por si só, levar à rejeição da denúncia. (Precedentes). III - O trancamento da ação penal por meio do habeas corpus se situa no campo da excepcionalidade (HC 901.320/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, DJU de 25/05/2007), sendo medida que somente deve ser adotada quando houver comprovação, de plano, da atipicidade da conduta, da incidência de causa de extinção da punibilidade ou da ausência de indícios de autoria ou de prova sobre a materialidade do delito (HC 87.324/SP, Primeira Turma, Relª. Minª. Cármen Lúcia, DJU de 18/05/2007). Ainda, a liquidez dos fatos constitui requisito inafastável na apreciação da justa causa (HC 91.634/GO, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de 05/10/2007), pois o exame de provas é inadmissível no espectro processual do habeas corpus, ação constitucional que pressupõe para seu manejo uma ilegalidade ou abuso de poder tão flagrante que pode ser demonstrada de plano (RHC 88.139/MG, Primeira Turma, Rel. Min. Carlos Britto, DJU de 17/11/2006). Na hipótese, há, com os dados existentes até aqui, o mínimo de elementos que autorizam o prosseguimento da ação penal. IV - A denúncia deve vir acompanhada com o mínimo embasamento probatório, ou seja, com lastro probatório mínimo (HC 88.601/CE, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 22/06/2007), apto a demonstrar, ainda que de modo incidiário, a efetiva realização do ilícito penal por parte do denunciado. Em outros termos, é imperiosa existência de um suporte legitimador que revele de modo satisfatório e consistente, a materialidade do fato delituoso e a existência de indícios suficientes de autoria do crime, a respaldar a acusação, de modo a tornar esta plausível. Não se revela admissível a imputação penal destituída de base empírica idônea (INQ 1.978/PR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de 17/08/2007) o que implica a ausência de justa causa a autorizar a instauração da persecutio criminis in iudicio. V - Na hipótese dos autos, há elementos suficientes que autorizam o prosseguimento da ação penal, evidenciando-se prematura a pretensão de seu trancamento. Com efeito, conforme ressai da leitura da extensa peça acusatória, os vários denunciados, em tese, dentre os quais o primeiro paciente (Lincoln), teriam se associado com a finalidade de cometer diversos crimes, consistentes, em sua maioria, no desvio de vultuosa soma de verbas públicas do Município de Jaguariaíva/PR, por meio de procedimentos licitatórios fraudulentos. Especificamente em relação ao primeiro paciente consta que ele, na qualidade de assessor jurídico do referido município, era o responsável por receber os processo licitatórios e proceder à análise jurídica, sendoque, segundo a peça acusatória, mesmo consciente da fraude dos referidos certames, emitia parecer favorável à homologação. Já em relação ao segundo (Álamo), teria atestado, na qualidade de Diretor do Departamento de Obras, mediante certidão, a construção de galerias pluviais não edificadas. VI - A peça acusatória deve conter a exposição do fato delituoso em toda a sua essência e com todas as suas circunstâncias. (HC 73.271/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJU de 04/09/1996). Denúncias genéricas que não descrevem os fatos na sua devida conformação, não se coadunam com os postulados básicos do Estado de Direito. (HC 86.000/PE, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJU de 02/02/2007). A inépcia da denúncia caracteriza situação configuradora de desrespeito estatal ao postulado do devido processo legal. VII - A exordial acusatória, na espécie, apresenta uma narrativa congruente dos fatos (HC 88.359/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, DJU de 09/03/2007), de modo a permitir o pleno exercício da ampla defesa (HC 88.310/PA, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJU de 06/11/2006), descrevendo conduta que, ao menos em tese, configura crime (HC 86.622/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJU de 22/09/2006), ou seja, não é inepta a denúncia que atende aos ditames do art. 41 do Código de Processo Penal (HC 87.293/PE, Primeira Turma, Rel. Min. Eros Grau, DJU de 03/03/2006). Ordem denegada.
(HC 200801471276, FELIX FISCHER, STJ - QUINTA TURMA, 10/05/2010)
Entendimento do STF: aceita a tese de poderes investigatório do MP (conforme acórdão colacionado acima), sem, no entanto, permitir que haja a presidência do inquérito policial, que cabe à autoridade policial (ficou bastante próximo do entendimento do STJ).A jurisprudência atual sobre o tema foi colocada anteriormente.
ADVOCACIA PÚBLICA 
DA ADVOCACIA PÚBLICA (EC 19/98)
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. (A AGU FOI CRIADA PELA CF/88 E INSTITUÍDA PELA LC 70/93).
       
 § 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. (NÃO FALA DA PARTICIPAÇÃO DA OAB, ASSIM ELA NÃO TEM QUE PARTICIPAR).
        
§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
        
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (AQUI HÁ PARTICIPAÇÃO OBRIGATÓRIA DA OAB NO CONCURSO).
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
A Advocacia Geral da União é a entidade responsável pela representação judicial e extrajudicial da União e pelas atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo Federal.
Nos termos da Lei Complementar n. 73/93, compõe-se das carreiras de advogado da União, assistente jurídico da União e procurador da Fazenda Nacional. 
As carreiras de Advogado da União e Assistente jurídico da União foram unificadas sob a denominação de Advogado da União pela Lei 10.549/02 (Lei de conversão da MP 43/02), tendo sido declarada constitucional pelo STF (Inf. 295):
Em seguida, o Tribunal, julgando o mérito do pedido formulado na ação direta acima mencionada (nos termos do art. 12 da Lei 9.868/99), por maioria, declarou a constitucionalidade do art. 11 e parágrafos 1º a 5º da Lei 10.549/2002 (lei de conversão da Medida Provisória 43/2002), que transforma os cargos de assistente jurídico da Advocacia-Geral da União em cargos de advogado da União. Afastou-se a alegada inconstitucionalidade formal por ofensa à exigência de lei complementar para dispor sobre a organização da Advocacia-Geral da União, uma vez que a criação, extinção e transformação de cargos públicos é matéria reservada à lei ordinária (CF, art. 48, X), rejeitando-se, ainda, a argüição de inconstitucionalidade material por violação ao princípio do concurso público (CF, art. 37, II, e art.131, § 2º), porquanto ambos os cargos têm as mesmas atribuições e vencimentos, bem como requerem o preenchimento dos mesmos requisitos para a investidura. Considerou-se, portanto, que a unificação da carreira de assistente jurídico (advogado com atividade consultiva) com a de advogado da União (advogado com atividade litigiosa) visou a racionalização dos trabalhos da AGU. Vencidos o Min. Maurício Corrêa, que julgava procedente em parte o pedido para declarar a inconstitucionalidade das expressões que permitiam a transformação dos cargos que estivessem ocupados, e o Min. Marco Aurélio, que julgava integralmente procedente o pedido formulado na ação pelo vício formal. Precedente citado: ADI 1.591-RS (DJU de 30.6.2000).ADI 2.713-DF, rel. Ministra Ellen Gracie, 18.12.2002. (ADI-2713)
São órgãos vinculados à AGU as procuradorias das autarquias e fundações públicas federais. Administrativamente, tais órgãos são vinculados aos dirigentes das autarquias e fundações, mas a subordinação técnica é exercida pela AGU.
Discute-se a constitucionalidade da MP que permite ao Advogado Geral da União lotar os procuradores federais em outras entidades da administração indireta ou na própria AGU, pois tal prerrogativa não foi conferida pela LC 73/93.
O Advogado Geral da União, diferentemente do Procurador Geral da República, não precisa integrar as carreiras da AGU, nem é submetido à aprovação do Senado Federal. Basta ser maior de 35 anos e ter “notável saber jurídico e reputação ilibada”.
Observe-se que a CF alude expressamente à Procuradoria da Fazenda Nacional, atribuindo-lhe competência para a execução da dívida ativa de natureza tributária. Em razão da colocação topológica deste dispositivo (art. 131, §3º), é pacífica sua inclusão na estrutura da AGU, não mais pertencendo ao Ministério da Fazenda. 
Todavia, a Lei Complementar 73/93, art. 12, determina que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é órgão administrativamente subordinado ao Ministério da Fazenda. Prevalece o entendimento de que haveria uma subordinação administrativa ao Ministério da Fazenda e uma subordinação técnico-jurídica à AGU.
No âmbito dos Estados, a CF previu a carreira dos procuradores, com a competência para a representação judicial e a consultoria jurídica daquelas unidades da federação. O STF entendeu inconstitucional a criação de cargos em comissão para assessores jurídicos do Governador e dos Secretários de Estados, entendendo que tal competência é privativa dos procuradores do Estado, concursados mediante certame de provas e títulos.
Procurador Geral dos Estados: pela simetria com o AGU não precisa ser de carreira. A Procuradoria do Estado de SP, por exigência da CE, exige que o PGE seja de carreira. O STF analisou a constitucionalidade do dispositivo, por conflito entre a simetria e a autonomia da CE. Tudo indica que será mantida a constitucionalidade da CE/SP.
Autonomia funcional e administrativa: o STF já entendeu que os órgãos de advocacia pública não podem ter autonomia funcionale administrativa, sob pena de o Executivo ficar sem defesa. 
Independência funcional: o Procurador do Estado tem independência funcional, assim como o membro do MP? No âmbito da atuação judicial, NÃO tem independência, porque equivaleria à ausência de defesa do Executivo; o que ele pode ter é a liberdade de escolha da tese jurídica que melhor seja aplicada para a defesa do ente público. Mas nem isso é regra, porque há casos em que o próprio Procurador Geral determina qual é a tese que deve ser defendida.
Entretanto, no âmbito administrativo, o procurador tem independência funcional, porque atua na tarefa administrativa de prestar consultoria jurídica, não pode dar parecer por encomenda. Assim, o procurador deve ter independência para poder garantir o cumprimento da lei na atuação do Executivo. Há casos (SP) em que caso a autoridade não obedeça ao parecer, cabe recurso para o chefe do Executivo.
Dispensa de licitação: somente responderá à autoridade administrativa e não o procurador do Estado, que está protegido por sua independência funcional do âmbito administrativo. O procurador somente poderá ser responsabilizado caso tenha agido com dolo (STJ, RHC 7165/RO). Entretanto, cabe citar a posição do STF:
INFORMATIVO Nº 475
TÍTULO
Responsabilidade Solidária de Assessoria Jurídica - 5
PROCESSO
MS - 24584
ARTIGO
Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, denegou mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União - TCU que determinara a audiência de procuradores federais, para apresentarem, como responsáveis, as respectivas razões de justificativa sobre ocorrências apuradas na fiscalização de convênio firmado pelo INSS, em virtude da emissão de pareceres técnico-jurídicos no exercício profissional — v. Informativos 328, 343, 376 e 428. Entendeu-se que a aprovação ou ratificação de termo de convênio e aditivos, a teor do que dispõe o art. 38 da Lei 8.666/93, e diferentemente do que ocorre com a simples emissão de parecer opinativo, possibilita a responsabilização solidária, já que o administrador decide apoiado na manifestação do setor técnico competente (Lei 8.666/93, art. 38, parágrafo único: “As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.”). Considerou-se, ainda, a impossibilidade do afastamento da responsabilidade dos impetrantes em sede de mandado de segurança, ficando ressalvado, contudo, o direito de acionar o Poder Judiciário, na hipótese de virem a ser declarados responsáveis quando do encerramento do processo administrativo em curso no TCU. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia, que deferiam a ordem. MS 24584/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.8.2007. (MS-24584) 
TÍTULO
Parecer Jurídico e Responsabilização
PROCESSO
MS - 24631
ARTIGO
O Tribunal deferiu mandado de segurança impetrado contra ato do Tribunal de Contas da União - TCU que, aprovando auditoria realizada com o objetivo de verificar a atuação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER nos processos relativos a desapropriações e acordos extrajudiciais para pagamento de precatórios e ações em andamento, incluíra o impetrante, então procurador autárquico, entre os responsáveis pelas irregularidades encontradas, determinando sua audiência, para que apresentasse razões de justificativa para o pagamento de acordo extrajudicial ocorrido em processos administrativos nos quais já havia precatório emitido, sem homologação pela justiça. Salientando, inicialmente, que a obrigatoriedade ou não da consulta tem influência decisiva na fixação da natureza do parecer, fez-se a distinção entre três hipóteses de consulta: 1) a facultativa, na qual a autoridade administrativa não se vincularia à consulta emitida; 2) a obrigatória, na qual a autoridade administrativa ficaria obrigada a realizar o ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável ou não, podendo agir de forma diversa após emissão de novo parecer; e 3) a vinculante, na qual a lei estabeleceria a obrigação de “decidir à luz de parecer vinculante”, não podendo o administrador decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir. Ressaltou-se que, nesta última hipótese, haveria efetivo compartilhamento do poder administrativo de decisão, razão pela qual, em princípio, o parecerista poderia vir a ter que responder conjuntamente com o administrador, pois seria também administrador nesse caso. Entendeu-se, entretanto, que, na espécie, a fiscalização do TCU estaria apontando irregularidades na celebração de acordo extrajudicial, questão que não fora submetida à apreciação do impetrante, não tendo havido, na decisão proferida pela Corte de Contas, nenhuma demonstração de culpa ou de seus indícios, e sim uma presunção de responsabilidade. Os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio fizeram ressalva quanto ao fundamento de que o parecerista, na hipótese da consulta vinculante, pode vir a ser considerado administrador. MS 24631/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 9.8.2007. (MS-24631) 
Procuração: não é necessária nos autos. Decisão do STJ. Entende-se “ex lege”.
Contratação de advogado fora dos quadros: É possível, porém, a outorga de mandato “ad judicia” para causas especiais deve ser interpretada restritivamente, vez que se trata de hipótese excepcional. 
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRATO PARA REALIZAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS, MAS NÃO SINGULARES. ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA. LICITAÇÃO. DISPENSA.
1. Os serviços descritos no art. 13 da Lei n. 8.666/93, para que sejam contratados sem licitação, devem ter natureza singular e ser prestados por profissional notoriamente especializado, cuja escolha está adstrita à discricionariedade administrativa.
2. Estando comprovado que os serviços jurídicos de que necessita o ente público são importantes, mas não apresentam singularidade, porque afetos à ramo do direito bastante disseminado entre os profissionais da área, e não demonstrada a notoriedade dos advogados – em relação aos diversos outros, também notórios, e com a mesma
especialidade – que compõem o escritório de advocacia contratado, decorre ilegal contratação que tenha prescindido da respectiva licitação.
3. Recurso especial não-provido.
(STJ - 2ª Turma, RESP 436869/SP, rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 06.12.2005, p. 01.02.2006)
Intimação: dos Procuradores Estaduais e Municipais é feita por publicação no DJ, salvo quando estiver atuando como defensor público, que obrigatoriamente tem intimação pessoal. A intimação dos membros da AGU e Procuradores do Banco Central é pessoal.
Procuradoria da Fazenda Estadual: pode ser criada pelo Estado? SIM, mas tem que estar vinculada à PGE e não vinculada a uma Secretaria específica e independente da PGE.
ADVOCACIA E DEFENSORIA PÚBLICA 
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. (INVIOLABILIDADE MATERIAL RELATIVA, OFENDER O JUIZ NÃO TEM IMUNIDADE, O ADVOGADO RESPONDERÁ POR CALÚNIA, INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO).
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.) 
(ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO SOMENTE EXISTE COM A GARANTIA AO ACESSO À JUSTIÇA, POR ISSO A DEFENSORIA PÚBLICA PRECISA ESTAR NO MESMO STATUS QUE O MP E O JUDICIÁRIO, DESVINCULANDO-SE DO EXECUTIVO, COM INDEPENDÊNCIA E COM EQUIPAÇÃO DE SALÁRIOS)
(HÁ UM CASO EM QUE A INTIMAÇÃO DO MP E DO DEFENSOR PÚBLICO É FEITA POR D.O. E NÃO PESSOALMENTE, QUE É NOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS).
§ 1o. Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos,na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 
(A CF NÃO PROÍBE QUE O PROCURADOR DO ESTADO POSSA ADVOGAR, MAS A CE PODE FAZÊ-LO)
(TAMBÉM NÃO HÁ PREVISÃO DE PARTICIPAÇÃO DA OAB NO CONCURSO).
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. 
(ESSE FOI UM GRANDE AVANÇO, JÁ QUE A DEFENSORIA PASSOU A TER AUTONOMIA E INICIATIVA DE LEI).
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Segundo Alexandre de Moraes, a CF/88 erigiu a princípio constitucional a indispensabilidade e a imunidade do advogado.
O princípio constitucional da indispensabilidade não é absoluto. Assim, apesar de constituir fator importantíssimo a presença de advogado no processo, continua existindo a possibilidade excepcional da lei outorgar o ius postulandi a qualquer pessoa, como no HC e na Revisão Criminal.
A inviolabilidade também não é absoluta, havendo excesso punível se a ofensa for gratuita, desvinculada do exercício profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa. A imunidade existirá se a ofensa irrogada for vinculada à atividade funcional e pertinente à pretensão que esteja o advogado defendendo em juízo.
Ressalte-se, ainda, que a imunidade não alcança abusos cometidos em entrevistas aos meios de comunicação.
Como decidiu o STF, “a inviolabilidade conferida ao advogado pelo art. 133 da Constituição encontra limite na lei e protege a liberdade de debate entre as partes, sem estender-se à ofensa irrogada ao magistrado, o mesmo sucedendo em relação à autoridade que dirija processo administrativo”.
O dispositivo da Lei n. 8.906/94 que estabelecia a imunidade do advogado em relação ao crime de desacato foi suspenso pelo STF.
No que tange à Defensoria Pública, Barbosa Moreira afirma que a grande novidade com a CF foi a ampliação do seu campo de atuação, que não se limita mais ao âmbito “judiciário”, mas a tudo que seja “jurídico”, configurando uma assistência “integral”.
Nos termos dos arts. 44, I, 89, I, e 128, I, da LC n.º 80/94, são prerrogativas dos membros da DP receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, contando-se-lhe em dobro todos os prazos.
O STF já decidiu que aos procuradores dos Estados no exercício da assistência judiciária é reconhecida a prerrogativa do recebimento de intimação pessoal em qualquer processo ou grau de jurisdição, porque investidos em função de defensor público. Ainda, segundo o STF, estende-se aos defensores dativos a prerrogativa processual da intimação pessoal, mas não gozam de prazo em dobro, como os defensores públicos em geral, em razão da inexistência de vínculo estatal.
No entanto, em observância aos princípios da celeridade, isonomia e especialidade, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais entendeu que o prazo em dobro não se aplica neste rito. 
Alguns julgados a respeito da Defensoria Pública:
PROCESSO CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. CURADOR ESPECIAL. FUNÇÃOINSTITUCIONAL DA DEFENSORIA PÚBLICA. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS.IMPOSSIBILIDADE. - Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria pública no exercício da curadoria especial, visto que essa função faz parte de suas atribuições institucionais. - Agravo regimental não provido. (1256319 SP 2011/0070947-3, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 07/08/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/08/2012).
PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL PARA PROPOR EXECUÇÃO VISANDO À COBRANÇA DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS A ELA DEVIDOS POR AUTARQUIA MUNICIPAL.1. A Corte Especial, por ocasião do julgamento do REsp 1.108.013/RJ, sob a relatoria da Ministra Eliana Calmon e de acordo com o procedimento previsto no art. 543-C do CPC, decidiu que não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público da qual é parte integrante. A contrario sensu, reconhece-se o direito ao recebimento dos honorários advocatícios se a atuação se dá em face de ente federativo diverso, como, por exemplo, quando a Defensoria Pública Estadual atua contra Município (DJe de 22.6.2009). Não configurado o instituto da confusão, é inaplicável ao caso a Súmula 421/STJ, do seguinte teor: "Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença." 2. No Estado de Mato Grosso do Sul, a Lei Complementar nº 111/2005, ao organizar a Defensoria Pública Estadual, no inciso XXI de seu art. 34, estabelece a competência dos Defensores Públicos para "requerer o arbitramento e o recolhimento de honorários em favor da Defensoria Pública". De acordo com a legislação acima e em conformidade com a orientação jurisprudencial predominante nesta Corte, a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul detém legitimidade para propor a ação de execução dos honorários advocatícios a ela devidos pela Fazenda Pública Municipal. Nesse sentido, aliás, é o seguinte julgado da Primeira Turma, apontado como paradigma no presente recurso e proferido também em recurso especial oriundo do Estado de Mato Grosso do Sul: REsp 1.052.920/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 26.6.2008. 3. Recurso especial provido. (1183771 MS 2010/0036672-7, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 04/11/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/11/2010).
Julgado importante sobre a advocacia:
TRABALHO -OFÍCIO OU PROFISSÃO -EXERCÍCIO.Consoante disposto no inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". BACHARÉIS EM DIREITO -QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito mediante conclusão do curso respectivo e colação de grau. ADVOGADO -EXERCÍCIO PROFISSIONAL -EXAME DE ORDEM. O Exame de Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei nº 4.215/63 e hoje no artigo 84 da Lei nº 8.906/94, no que a atuação profissional repercute no campo de interesse de terceiros, mostra-se consentâneo com a Constituição Federal, que remete às qualificações previstas em lei. Considerações.XIII5ºConstituição Federal48III4.215848.906Constituição Federal (603583 RS , Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 26/10/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO)
 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Na Constituição Federal de 1988, a Administração Pública apresenta-se como: estrutura organizacional do Estado e função do Estado.
A CF/88 foi a primeira Carta Constitucional brasileira a regulamentar a administração pública em título específico. Ali estão direcionados preceitos a todos os entes federados.
PRINCÍPIOS
São princípios expressos direcionados à Administração Pública:
no art. 37 da CF/88: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
no art. 70 da CF/88: legalidade, legitimidade, economicidade.
Pinto Ferreira acrescenta: proporcionalidade, indisponibilidade do interesse público, especialidade administrativa e igualdade dos administrados. Outros doutrinadores acrescentam ainda os princípios da razoabilidade, da tutela, da autotutela, supremacia do interesse público sobre o privado, continuidade dos serviços públicos, especialidade, hierarquia, motivação, etc.
Princípios constitucionais específicos da Administração Pública (art. 37, caput)
legalidade: ao administrador público somente é permitido fazer o que a lei autoriza. Coaduna-se com a função

Outros materiais