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APELAÇÃO PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE OURINHOS/ SÃO PAULO
Processo nº...
PEDRO Antunes devidamente qualificado nos autos da ação criminal que lhe move o Ministério Público por intermédio de seu advogado infra-assinado, não se conformando com a respeitável sentença que o condenou a pena de 5 anos de reclusão, como incurso no artigo 121 “caput” c/c o art. 14, inciso II, e alínea e, todos do Código Penal, dela vem interpor, tempestivamente, RECURSO DE APELAÇÃO, com supedâneo no artigo 593, III, “d”, § 3º do Código de Processo Penal a o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do recurso, com as inclusas razões. Pede deferimento. 
Termos em que pede deferimento,
Local, data
Advogado
OAB
RAZÕES DE APELAÇÃO
 
 APELANTE: PEDRO ANTUNES 
 APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO
 PROCESSO-CRIME Nº ...
 Egrégio Tribunal de Justiça;
Colenda Câmara;
Inclitos Desembargadores;
Douta Procuradoria de Justiça:
 Em que pese o inegável saber jurídico do Meritíssimo Juiz de 1.° grau, impõe-se a reforma da respeitável sentença condenatória proferida contra o apelante, pelas razões a seguir aduzidas:
 
I-DOS FATOS 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o apelante por suposta infração ao artigo 121, caput, c/c art. 14, inciso II e alínea e, do Código Penal. Conforme a inicial acusatória, no dia 2 de novembro de 2011, por volta das 15h, nesta localidade o apelante, fazendo uso de uma pistola calibre 380, com capacidade para doze cartuchos, conforme laudo de exame em arma de fogo, efetuou um disparo contra seu irmão ALBERTO ANTUNES, na tentativa de matá-lo, causando-lhe lesões no peito, do lado esquerdo. O que motivouo fato, conforme a exordial, foi a divisão de uma área de terras oriunda da herança. Conforme narrou a defesa, o apelante absteve-se, voluntariamente, depois de efetuar um único disparo contra seu irmão , e ato contínuo, retirou-se do local, caminhando. Todavia, consta dos autos informação da polícia técnica de que na arma, apreendida imediatamente após o crime, havia 7 cartuchos intactos. A sentença pronunciou o apelante nos termos da denúncia.
 II – DO DIREITO 
Excelências, não deve o apelante ser condenado. De fato o apelante não teve a intenção de praticar o homicídio constante da sentença, de modo que sequer houve tentativa de homicídio, isto porque, conforme se depreende dos acontecimentos o apelante desistiu, voluntariamente de prosseguir com as lesões corporais que estava cometendo. Mas também, reforçando tal hipótese, o apelante não efetuou todos os disparos possíveis com a munição da arma, de modo que de acordo com uma testemunha, após o primeiro disparo desistiu de prosseguir com os atos executórios. Dessa forma, entende-se que não houve a referida tentativa, pois não foram as circunstâncias alheias a sua vontade que impediram a consumação do referido homicídio, e sim sua desistência voluntária em continuar os atos executórios. Assim, de acordo com o artigo 15 do Código Penal, tendo ele desistido de prosseguir com a execução deve responder pelos atos que praticou. Por conseguinte, o crime que realmente ocorreu é o de lesões corporais conforme artigo 129 do Código Penal, sendo esta de natureza grave, pelo fato de o irmão do apelante ter ficado incapacitado de exercer suas atividades pelo período de 40 dias ; e não pelo crime de homicídio pelo qual foi erroneamente condenado. 
 Ademais, tendo por base tais argumentos, mas também o que foi apresentado durante a instrução processual, percebe -se claramente que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária a prova dos autos, tendo em vista que ficou claramente provado por meio das testemunhas e do contexto fático que o apelante desistiu voluntariamente de prosseguir nos atos executórios do crime de lesão corporal, e, todavia, fora condenado pela prática de homicídio tentado com a agravante de ter sido praticado contra irmão. Logo, isso possibilita a interposição do presente recurso tendo por base legal o disposto no artigo 593, inciso III, alínea “d” do Código de Processo Penal:
 “Art. 593: Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: d) For a decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos”.
 Portanto, o presente recurso tem por objetivo reformar a decisão errônea dos jurados, a fim de que ocorra um novo julgamento para que o apelante responda pelo delito que efetivamente ocorreu, e não nos termos do que foi pronunciado e condenado.
III -DO PEDIDO
 Em face do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se o novo julgamento do apelante consoante o previsto no art. 593 § 3º do Código de Processo Penal, como medida da mais lídima justiça.
Termos em que pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB

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