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Aula 4 – Tributos em espécie Conceito de tributo Classificações quantitativa Classificação quanto à vinculação 1 Pergunta: O que é direito tributário? R: Ramo do direito público que analisa receita pública derivada • Regula a relação entre Fisco e Contribuinte • Determina as obrigações legais tributárias • Direito tributário existe para proteger o cidadão • Poder de tributar se funda na soberania para custear as atividades • Para tributar o governo só precisa de soberania • Direito tributário surge para limita essa imposição • Lógica da autoimposição • Direito tributário ordena a tributação e impede que o estado sufoque a população • Direito tributário tem autonomia didática recente • Restringe-se a uma parcela da receita pública => Receita pública derivada! • Tributo e Multa tributária • Estado impõe as regras tributárias e o particular suporta 2 Conceito de Tributo • Conceito é legal e está expresso no CTN • CTN é a lei 5172/66 • Originalmente Lei Ordinária Nacional • Vale para todos os entes => CN edita normas gerais em direito tributário • CTN foi recepcionado • Continua sendo LO mas com status de LC • Somente LC altera seus dispositivos Art. 3/CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada 3 • Tributo é: “toda prestação pecuniária” • Prestação em dinheiro! Tributo é dinheiro • Não sendo dinheiro não tem natureza tributária Obs.: Antes do CTN defendia-se que serviço militar era tributo • Serviço militar é uma prestação em trabalho, in labore Pergunta: Pode ser tributo? R: Não, pois tributo é dinheiro Pergunta: Requisição de bens tem natureza tributária? R: Não, pois é prestação in natura Ex: a cada 1 tonelada de grãos o Estado fica com 1%. Isso é tributo? R: Não. É uma requisição. É uma prestação in natura 4 • Conceito tributário espanta prestação in labore e in natura • Sendo prestação pecuniária = pagamento em dinheiro Atenção! É vedada a criação de tributo que exija prestação in labore ou in natura • É possível pagar com outras coisas => pagamento indireto Ex: dação em pagamento em bem imóvel – art. 156, XI/CTN • Não virou prestação in natura. Receber algo diferente é possível • Não pode é criar tributo cujo pagamento seja a entrega de um imóvel 5 “compulsória” • Imposta coercitivamente • Estado se vale do poder de império • Sujeição por força da soberania Atenção! Obrigação tributária tem natureza ex lege • Lei cria o dever de pagar • Vontade é irrelevante “em moeda” • Enfatiza o caráter pecuniário 6 “ou cujo valor nela se possa exprimir” • É uma falsa contradição do CTN • Algo que exprima valor não necessariamente é moeda • Prestação in natura ou in labora expressa valor da moeda Ex: 1h de trabalho vale 100$; 100kg de grãos vale 50$ • CTN não aceita que tributo seja entendido como in natura ou in labore • Lógica de indexação • Tributo é calculado com BC e Alíquota • Há tributos fixos Ex: Taxa para emissão de passaporte • Sendo valor fixo é possível ficar um indexador para recompor perda inflacionária Ex: Antigo Ufir ou IGPM 7 “que não seja sanção de ato ilícito” • Por isso multa não é tributo • Multa busca sancionar e impedir novas infrações; busca reprimir dado comportamento • Tributo não é sanção. Seu objetivo não é repressivo • FG não é sanção porque se deseja que novos sejam praticados • Não se quer prevenir novos FG. O tributo é a principal fonte de receita Atenção! Não ser ato ilícito não significa que não recaia sobre atos ilícitos praticados pelo contribuinte Ex2: Auferir renda. Obteve renda traficando. Terá que pagar IR • Tributo é “amoral” 8 • Tributo tem uma hipótese de incidência e o fato imponível • FG abstrato • FG concreto • Tributo como ato não ilícito significa que a hipótese de incidência é lícita Ex: CTB tem ilícitos previstos. O que ocorre lá não é tributo. São multas administrativas Ex: CTN elege FG lícitos ao ordenamento • CTN não prevê hipótese de incidência em ato ilícito • Mas o fato imponível ilícito pode se materializar Ex: FG abstrato – auferir renda Ex: Fato imponível – obteve renda traficando 9 • Havendo subsunção há relação tributária • Fisco não se importa com o ato, mas com o preenchimento do fato gerador Ex: Desviou dinheiro? Enriqueceu fraudando licitação? Auferiu renda! • Tem que declarar e pagar IR • IR não pode eleger um ato ilícito como FG • Não dá para alegar que não vai pagar IR porque seu ato de aferimento de renda foi ilícito • Beneficiar-se da própria torpeza! • Viola ainda isonomia => Age licitamente é tributado. Não age licitamente não é tributado Ex: Alcapone obtinha renda ilicitamente • Polícia o prendeu por sonegação porque não conseguia o incriminar penalmente 10 Atenção! Estado tributar atividades oriundas do ilícito não o torna partícipe • Art. 118/CTN – FG se abstrai da validade jurídica • Subsunção entre o concreto e o abstrato se abstrai a validade do que foi praticado • Fisco não se importa se o ato é lícito ou ilícito • Pecunia non olet – dinheiro não cheira => Art. 118/CTN • Vesparsiano tributou as latrinas e banheiros públicos • Esse “dinheiro não fede” é usado para justificar a tributação sobre atividades ilícitas • Dinheiro é dinheiro • Tributo é uma “entidade amoral” • Apenas analisa se houve subsunção entre abstrato/concreto 11 “instituída em lei” • Legalidade. Autoimposição. A lei é a forma pela qual o tributo surja “cobrada mediante atividade adm vinculada” • Ato adm – ComOForMoFin • Ato de cobrança é vinculado => Agente não tem liberdade • Auditor que não cobra viola dever funcional o que enseja sindicância que pode gerar um PAD • Lançamento constitui o crédito 12 Classificação dos tributos • Aspecto quantitativo e qualitativo A. Quantitativo • Corrente tripartite e pentapartite • Tripartite é contemporânea ao CTN => Corrente do Rubens Gomes de Sousa • FG determina a espécie => Há três FG => Há três tipos tributário • Art. 5/CTN: taxa, imposto e contribuição de melhoria • FG dos impostos – Atrelado a signos presuntivos de riqueza • FG da taxa – Atrelado a uma atividade estatal específica • Prestação de um serviço público ou exercício do poder de polícia • FG da taxa é um agir do estado que tem vinculação com o sujeito passivo • Taxa tem um FG específico e divisível. Atividade se direciona somente aquele determinado sujeito 13 • FG da contribuição de melhoria – Agir estatal atrelado a obra pública • Obra tem que ter valorizado o imóvel • Atinge somente aquele que tem imóvel e cujo valor foi acrescido por uma obra pública • Doutrina e jurisprudência atual: pentapartite • Há cinco tributos que não se classificam com base no FG - RE 146733 • Contribuição do Art. 149/CF e Empréstimo Compulsório são tributos • Tributos sem FG próprio • São classificado pela destinação do produto e não pela forma como arrecadam • Imposto – signo de riqueza + dinheiro não vinculado • Taxa – prestação estatal + dinheiro destinado a custear a atividade prestada • Contribuição de melhoria – prestação estatal + dinheiro destinado a custear a obra • Contribuição do Art.149/CF – não tem FG próprio + vinculação do dinheiro a um fim específico • Emp. Compulsório – não tem FG próprio + uso para caso específico 14 Pergunta: Se são cinco tributos por que o art. 145/CF só fala em três? R: Menciona tributos que podem ser criados pelos Entes • Contribuição do art. 149 e os Emp. Compulsórios somente podem ser feitos pela União • Não faz sentido o art. 145/CF os mencionar • Dois últimos são tributos e estão incluídos no sistema tributário nacional Obs.: Adeptos da corrente tripartite não conhece as contribuições do art. 149 e os empréstimos compulsórios como tributos pelo fato de não terem FG próprio • Emp Compulsório usa FG de impostos e as Contribuições ora de taxa ou impostos • Não têm FG próprios Obs2.: corrente quadripartite – Corrente do RLT • Há 4 tributos: impostos, taxas, contribuições e empréstimo => Art. 145 + 148 e 149 • Contribuições seriam uma categoria uma chamada de Contribuição Especial 15 B. Qualitativo • Doutrina diferencia em vinculados e não vinculados 1. Vinculados: Taxas e Contribuição de Melhoria • São tributos cujo FG é uma atividade estatal específica em relação a figura do contribuinte • Taxa - Prestação de serviço ou exercício regular de poder de polícia • Contribuição de melhoria - Obra publica que gere valorização imobiliária 2. Não vinculados: Impostos • FG não tem ligação com um agir estatal específico • Paga-se impostos porque há signos de manifestação de riqueza 16 • Classificação a partir do FG Pergunta: Quantos FG existem? R: Três – signo riqueza, obra pública com valorização e serviço pub/ poder polícia Pergunta: Quantos tributos existem? R: Cinco • Não dá para inserir Emp. Comp. Ou Contribuições do 149 porque não têm FG próprio • Eles usam FG dos impostos ou taxas • STF adota a corrente quintapartite • Não basta analisar o vinculação pelo FG • Necessário analisar o destino da arrecadação 17 • Há duas formas de vinculação no direito tributário • Vinculação sob prisma do FG • Vinculação sob o prisma da arrecadação Pergunta: Tributo é vinculado? R: Depende. Quanto ao FG ou produto arrecadado? • Vinculação tem dois primas! • É preciso saber sob qual ótica se faz referência para responder 18 Impostos Pergunta: Existe alguma vinculação do imposto? R: Não! • Imposto não tem vinculação sob a ótica do FG nem da destinação Pergunta: Para onde vai o dinheiro arrecada pelo IPVA? R: Bolso do político Para caixa do Estado para sua manutenção • Art. 167, IV => Princípio da não vinculação dos impostos • Finalidade do impostos é ser vertido para despesas afetas aos serviços público uti universi • Serviços indivisíveis • Expressamente a CF veda a vinculação • Imposto é desvinculado sob as duas óticas 19 Atenção! Há exceções a não vinculação • Constituinte vinculou ou permitiu que se vinculasse Ex: transferência constitucional – de tudo que a União arrecada em IPI ou IR parte vai para Município e Estados. Isso é uma exceção - art. 157/CF Ex2: Parte do que a União arrecada vai para educação => 18% - art. 202/CF Taxas Pergunta: Vinculado ou desvinculado? R: Quanto ao FG é vinculado => Atividade estatal (Serv Pub ou Poder Polícia) • E o valor arrecadado é vinculado? • Sim, em regra => Taxa tem referibilidade 1. Atividade que a ensejou deve ser desempenhada para o sujeito passivo da taxa • Recebe a atividade estatal aquele que pagou por ela. Lógica específica e divisível • Atividade da taxa deve se referir ao seu sujeito passivo 2. Não se exige dos contribuintes mais do que se gasta para desempenhar a atividade prestada • Estado não cobra mais do que ele gasta para praticar a atividade • Valor da taxa é para custear o serviço prestado => Natural que o produto arrecado seja vertido para a atividade 20 Pergunta: A CF impõe a vinculação dos valores arrecadados pela taxa? R: Não há nenhum dispositivo determinado a vinculação ou vedando-a • Exceto custas e emolumentos, art. 98, §2/CF • Não há obrigatoriedade quanto a vinculação, salvo as custas e emolumentos Contribuições de Melhoria • Vinculado pelo FG => atividade estatal • Destinação do arrecadado não há vinculação por força constitucional • Não há vedação à vinculação, mas também não há vinculação constitucional 21 Empréstimo Compulsório e Contribuições do art. 149 • Não tem FG próprio • Classificação de vinculação quanto ao FG é indevida • São exações que ora usam FG de taxas, ora de impostos • O valor arrecadado pelo EC ou Contrib. 149 são vinculados! • CF obriga a vinculação Ex: CIDE-combustível => todos o valor tem que ser usado para atividade fim • Não pode sofrer tredestinação • Lógica oposta aos impostos • Jurisprudência aponta que EC e as Contribuições do 149 têm como principal característica um fim específico => arrecadação é vinculada 22
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