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Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Entomologia aplicada a conservação ambiental Acadêmicas: Karoline Ketlhyn Mroszkoski e Rosani Maria Verus Introdução: A entomologia forense aplica o conhecimento de taxonomia, biologia e ecologia de insetos e outros artrópodes para solucionar problemas de cunho legal. Esta ciência forense pode ser desagregada em três grandes áreas: a urbana, a referente a produtos alimentares e a médico-legal; O processo de colonização de um cadáver por insetos é desencadeado pela atração provocada por líquidos e gases, formados pelo processo de decomposição do corpo Breve História da Entomologia Forense No antigo Egipto, a metamorfose das moscas já era conhecida. O primeiro documento escrito de um caso concluído através da entomologia forense, remonta ao século XII Durante muito tempo, pensou-se que as larvas que apareciam no cadáver eram geradas espontaneamente ou saíam do próprio cadáver até que apareceu Francesco Redi. A primeira utilização da ciência forense atribui-se a Bergeret, em 1855, na França, uma vez que foi ele o primeiro a aplicar, conscientemente, insetos como indicadores forenses. Essa ciência, porém, só se tornou mundialmente conhecida após 1894, com o célebre trabalho de Mégnin o qual publicou, em França, o livro “La faune des cadavres”. Em 1978, Leclercq, médico e entomologista, sugeriu uma classificação dos insetos de acordo com a sua relação com o cadáver: necrófagos (alimentam-se do cadáver; necrófilos (alimentam-se dos necrófagos); omnívoros (alimentam-se do cadáver ou dos necrófagos, mas não dependem deste tipo de alimentação) e oportunistas (usam o cadáver como refúgio). Ordens de Insetos: Dípteros: Dos Dípteros, a família Calliphoridae, é de especial importância em medicina legal, isto porque são os primeiros insetos a localizar o cadáver e a depositar os seus ovos. Os géneros Calliphora e Lucília têm sido enumerados como os primeiros a colonizar os cadáveres no Sul da Europa, seguidos do género Sarcophaga. Coleópteros: Os coleópteros (Staphylinidae e Silphidae) são hospedeiros do cadáver e, mais frequentemente, predadores das espécies necrófagas, alimentando-se apenas de tecidos em decomposição. Identificação de Espécies: Método Clássico – Características Morfológicas: Implica uma investigação refletida dos insetos que colonizam o cadáver ao nível da espécie, Em todos os insetos, a fase de desenvolvimento depende diretamente das condições ambientais. Método Molecular – Análise de ADN O método molecular é o estabelecimento de metodologias baseadas na análise de polimorfismos do ADN (Ácido Desoxirribonucleico), isto porque, tantos os insetos adultos como os estádios imaturos possuem genótipos idênticos, sendo por isso possível uma análise genética dos espécimes. Aplicação da Entomologia Forense: Determinar o intervalo postmortem, mediante o estudo da fauna cadavérica; Ajudar a comprovação do local onde a morte ocorreu, pois a existência de espécies em cadáveres que não correspondam às normalmente encontradas em determinada região pode ser um bom indicador de que o corpo foi deslocado; Transmitir fiabilidade a outros métodos de datação forense, nomeadamente a quantificação do potássio no humor vítreo; Avisar para a presença de sémen em casos de abuso sexual, pois a presença de larvas na área genital num estado de desenvolvimento mais avançado do que noutro orifício natural pode ser indicativa de ter existido agressão sexual; Evidenciar casos de negligência (falta de cuidados de higiene); Demonstrar a existência de drogas; porquanto, as larvas de insetos podem ingerir e incorporar nos seus próprios tecidos metabolitos químicos, resultantes das drogas existentes no cadáver. Considerações Finais: O estudo da entomologia forense, no seu método clássico e/ou molecular, permite em termos de investigação criminal, dados concretos e decisivos no que respeita à identificação de cadáveres, mesmo em estados elevados de decomposição, bem como permite estimar o tempo decorrido após a morte, sendo por isso, esta ciência forense, uma excelente ferramenta auxiliar em investigação criminal. REFERÊNCIAS: Cainé, L. (2010). Entomologia Forense: identificação genética de espécies em Portugal. Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra para obtenção do grau de doutor em Ciências da Saúde, orientada por Francisco Corte Real, Coimbra. Cainé, L. & Pinheiro, M. (2004). Interesse da Entomologia Forense na Prática Médico-legal, Separata de Polícia e Justiça, Revista do Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais. Coimbra Editora. III Série, n.º 4: 169-170. Obrigada pela atenção
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