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Curso Técnico em Automação e Controle de Processos Módulo I - Básico FUNDAMENTOS DA MECÂNICA Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 1 SUMÁRIO PG 1. MATERIAIS 2 1.1. PROPRIEDADES DOS MATERIAIS 3 1.3. SIDERURGIA 4 1.4. FABRICAÇÃO DO AÇO 5 1.5. AÇOS 8 1.6. FERRO FUNDIDO 17 1.7. ALUMÍNIO 21 1.8. COBRE E SUAS LIGAS 27 1.9. OUTROS MATERIAIS 35 2. CONTROLE DIMENSIONAL 47 2.1. TRANSFORMAÇÃO DE UNIDADES 47 2.2. ESCALA 53 2,3, GRADUAÇÃO DA ESCALA 55 2.4. PAQUÍMETRO 58 2.5. RELÓGIO COMPARADOR 80 3. ELEMENTOS DE MÁQUINAS 87 3.1. ACOPLAMENTOS 87 3.2. CLASSIFICAÇÃO 88 3.3. TIPOS DE ACOPLAMENTOS 90 3.4. EMBREAGENS 93 3.5. FREIOS 97 3.6. POLIAS E CORREIAS 101 3.7. EIXOS 112 3.8. TRAVAS 115 3.9. MANCAIS 130 3.10. ELEMENTOS DE VEDAÇÃO 140 3.11. PARAFUSOS, PORCAS E ARRUELAS 145 4. ALINHAMENTO DE MÁQUINAS ROTATIVAS 152 4.1. INTRODUÇÃO 152 4.2. TIPOS DE DESALINHAMENTOS 152 4.3. MÉTODOS DE ALINHAMENTO 152 4.4. ALINHAMENTO 153 Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 2 UNIDADE 1 1 - MATERIAIS 1.1 - INTRODUÇÃO Desde o início dos tempos o homem construía seus equipamentos e suas máquinas, utilizando-se de pedra, madeira e fibras, passando posteriormente pelo bronze, ferro e outros metais. Mais recentemente, deu-se início ao uso da borracha, dos polímeros, dos compostos cerâmicos e de novas ligas de metais. A disponibilidade de materiais existentes no contexto da mecânica resume-se não só aos diferentes tipos, mas também às variações dentro das classes existentes, sob a forma de diferentes ligas. Dentre todos os materiais à disposição, o ferro fundido e o aço são os mais utilizados. Iniciaremos estudando o processo de obtenção destes materiais, suas ligas e propriedades específicas. Posteriormente serão tratadas outras ligas não ferrosas, como o bronze, latão e alumínio. A borracha, o plástico e a cerâmica também fazem parte do nosso grupo de estudo. São materiais cujo uso é cada vez maior, pois vêm substituindo outros materiais com vantagens nos processos de produção e acabamento, sem contar a elevada resistência, o baixo custo, a possibilidade de reciclagem e a longa vida útil dos produtos. A busca do material correta para uma aplicação específica pode, muitas vezes, trazer como resultados uma vasta lista de possibilidades, ou ainda opções de escolha nas quais a seleção é realizada tendo em vista o menor prejuízo. A regra para estes casos é o estudo do contexto no qual será inserido o material, visando redução de custo, aumento da vida útil, facilidade de obtenção e manipulação, entre outros. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 3 1.2 - PROPRIEDADES DOS MATERIAIS A escolha de um material deve-se às propriedades que este possui. Por exemplo: os aços carbono possuem baixo custo e elevada resistência mecânica, embora sejam vulneráveis à corrosão. Já os plásticos, devidamente selecionados, possuem elevada resistência química a determinadas substâncias, mas sua resistência mecânica é inferior ao aço carbono. E ainda podemos listar diversas outras propriedades qualitativas e quantitativas, pelas quais podemos realizar um estudo para selecionarmos corretamente um ou mais materiais a utilizar. Veja a Tabela 1: Tabela 1 - Principais Propriedades dos Materiais Resistência Mecânica Propriedade que permite que o material seja capaz de resistir à ação de determinados tipos de esforços, como a tração e a compressão. Elasticidade Capacidade do material em se deformar quando submetido a um esforço, e voltar à forma original quando retirado este esforço. Plasticidade Capacidade do material se deformar quando submetido a um esforço. e manter uma parcela da deformação quando retirado o esforço. Ductilidade Capacidade de o material deformar-se plasticamente sem romper-se. Tenacidade Quantidade de energia necessária para romper um material. Dureza Resistência do material à penetração, à deformação plástica e ao desgaste. Fragilidade Baixa resistência aos choques. Densidade Quantidade de matéria alocada dentro de um volume específico. Ponto de Fusão Temperatura na qual o material passa do estado sólido para o estado líquido. Ponto de Ebulição Temperatura na qual o material passa do estado líquido para o estado gasoso (ou vapor). Dilatação Térmica Variação dimensiona de um material devido a uma variação de temperatura. Condutividade Térmica Capacidade do material de conduzir calor. Condutividade Elétrica Capacidade de conduzir eletricidade. Resistividade . Resistência do material à passagem de corrente elétrica. Resistência à Corrosão Capacidade de o material resistir à deterioração causada pelo meio no qual está inserido. Em conjunto com as propriedades acima descritas, na escolha do material devem ser considerados ainda os fatores custo, disponibilidade no mercado, facilidade de fabricação e manutenção, entre outros. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 4 1.3 - SIDERURGIA A indústria siderúrgica abrange todas as etapas necessárias para, a partir das matérias -primas, produzir-se ferro e aço. Estes dois materiais, de largo emprego em nosso planeta, não são encontrados sob a forma de metais no ambiente. A matéria-prima a ser transformada é o minério de ferro. O processo clássico e mais usado para a redução do minério de ferro é o do alto-forno, cujo produto consiste numa liga ferro- carbono de alto teor de carbono, denominado ferro gusa, o qual, ainda no estado líquido, é encaminhado à aciaria, onde, em fornos adequados, é transformado em aço. Este é vazado na forma de lingotes, os quais, por sua vez, são submetidos à transformação mecânica, por intermédio de laminadores, resultando blocos, tarugos e placas. Estes, finalmente, ainda por intermédio de laminadores, são transformados em perfis, trilhos, tarugos, chapas, barras, etc. Figura 1 - Principais etapas de fabricação do aço a partir do Minério de Ferro. Como sub produtos do alto forno podemos citar também a escória e os gases de alto forno. O primeiro, depois de solidificado, pode ser utilizado como lastro de ferrovias, material isolante, ou ainda na fabricação do cimento metalúrgico. O segundo, devido ao seu alto poder calorífico, é utilizado nas próprias siderúrgicas, nos regeneradores, fornos diversos de aquecimento, caldeiras, etc. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 5 Figura 2 - Ciclo de produção do aço. 1.3.1 - Ferro gusa O ferro gusa no estado líquido é utilizado na aciaria para obtenção do aço. Ainda é utilizado no estado sólido como principal matéria-prima das fundições de ferro fundido. A composição do ferro gusa, de um modo geral, está compreendida na seguinte faixa: Tabela 2 - Composição do ferro gusa carbono 3 a 4,5% silício 0,5 a 4% manganês 0,5 a 2,5% fósforo 0,05 a 2% enxofre 0,20% máx. 1.4 - FABRICAÇÃO DO AÇO O ferro gusa é uma liga ferro-carbono em que o teor de carbono e as impurezas normais (Si, Mn, P e S) se encontram em valores elevados, e a sua transformação em aço, que é uma liga de baixos teores de C, Si, Mn, P e S, corresponde a um processo de oxidação, por intermédio do qual a porcentagem daqueles elementos é reduzida até os valores desejados.Os equipamentos responsáveis por este processo são denominados conversores. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 6 1.4.1 - Propriedades microestruturais Os materiais compostos de uma mesma substância podem possuir propriedades diferentes entre si. Este efeito é devido à microestrutura do material, à forma na qual suas moléculas estão dispostas. 1.4.1.1 - Estrutura cristalina Todos os elementos são formados por moléculas que por sua vez são formadas por átomos. Na maioria dos materiais sólidos, as partículas se organizam sob a forma de uma rede em três dimensões, chamada estrutura cristalina. Na tabela 3 encontram-se exemplos de metais com suas respectivas estruturas. Tabela 3 - Estrutura cristalina dos metais Quando os metais são deformados por processos mecânicos, como a laminação, as camadas de átomos deslizam umas sobre as outras ao longo dos planos de átomos que se formam nas estruturas cristalinas. Esses planos são chamados de planos cristalinos. As estruturas cristalinas cúbicas possuem mais planos de átomos do que as estruturas hexagonais. Por isso é mais fácil deformar um material que possui estrutura cúbica, como o alumínio, o cobre e o ferro, do que um metal de estrutura hexagonal, como o magnésio e o cádmio. Outra definição importante é a do contorno de grão, que surgem durante o processo de solidificação Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 7 do material. Com o resfriamento do material líquido inicia-se a formação dos cristais em diversos pontos ao mesmo tempo. Nos locais onde esses cristais se encontram, forma-se uma área de transição com átomos que não pertencem a nenhum dos cristais. Na região dos contornos de grãos a deformação é mais difícil, pois os planos cristalinos são interrompidos, dificultando o deslizamento. Por isso a ruptura de um metal, na maioria dos casos, acontece no contorno de grão. Figura 3 - Formação dos grãos e dos contornos dos grãos. Figura 4 – Aspecto micrográfico do ferro comercialmente puro. Figura 5 – Aspecto micrográfico da perlita. Figura 6 – Aspecto micrográfico de um aço ipoeutetóide esfriado lentamente. As áreas brancas são de ferrita e as áreas escuras são de perlita. Figura 7 – Aspecto micrográfico de um aço hipereutetóide esfriado lentamente. A cementita está disposta em torno dos grão de perlita, formando uma rede Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 8 1.5 - AÇOS Dentre os elementos utilizados na construção mecânica podemos citar as ligas ferrosas como o conjunto de maior importância e de mais ampla utilização. Os aços e ferros fundidos, com suas diversidades de ligas, fornecem uma gama de possibilidades no âmbito da fabricação mecânica. Tanto os aços quanto os ferros fundidos são ligas nas quais os principais elementos são o ferro e o carbono. Encontramos ainda elementos secundários, resultantes de um determinado processo de fabricação. Pode-se definir aço como sendo uma liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% até aproximadamente 2,11 % de carbono, além de certos elementos residuais. Já os ferros fundidos são caracterizados por possuírem teor de carbono acima de 2% aproximadamente. Face à influencia do silício na liga do ferro fundido, este é normalmente considerado uma liga ternária Fe-C-Si, pois, o silício está freqüentemente presente em teores superiores ao do próprio carbono. Geralmente, classificam-se os aços em dois grandes grupos: os aços-carbono e os açosliga. Já os ferros fundidos podem ser considerados ferros fundidos brancos, ferros fundidos cinzentos, ferros fundidos maleáveis e ferros fundidos nodulares. Os elementos constantes na liga é que definem a classificação, tanto pelo teor de carbono quanto dos demais elementos. E são estas ligas que vão propiciar aos aços e ferros fundidos as características que irão torná-los aptos a realizar determinados tipos de trabalho. Como exemplo de aplicações podemos classificar os aços em: Aços para fundição; Aços para chapas; Aços para arames e fios; Aços de usinagem fácil; Aços para nitretação; Aços resistentes ao desgaste; Aços resistentes ao calor; Aços ultra-resistentes e aços Aços estruturais; Aços para tubos; Aços para molas; Aços para cementação; Aços para ferramentas e matrizes; Aços resistentes à corrosão; Aços para fins elétricos e magnéticos; . Além dos aços e ferros fundidos outros metais não ferrosos são muito importantes na construção mecânica, como o alumínio, o cobre, o bronze e o titânio entre outros. Dada a grande variedade de tipos de aços, foram criados sistemas para sua classificação. Uma das classificações mais generalizadas - e que, inclusive, serviu de base para o sistema adotado no Brasil - é a que considera a composição química do aço e, dentre os sistemas conhecidos, são muito usados os da "American Iron and Steel Institute - AISI" e da "Society of Automotive Engineers - SAE". A tabela 7 mostra a designação adotada pela AISI e SAE. As letras XX correspondem às cifras Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 9 indicadoras dos teores de carbono. Assim, por exemplo, a classe 1023 significa aço carbono com 0,23% de carbono em média. Tabela 7 - Sistemas SAE e AISI de classificação dos aços. Designação AISI - SAE Tipos de aço 10XX Aços carbono comum 11XX Aços de usinagem fácil, com alto S 12XX Aços de usinagem fácil, com alto P e S 15XX Aços Mn, com manganês acima de 1,00% 13XX Aços Mn com 1,75% Mn médio 40XX Aços Mo com 0,25% de Mo médio 41XX Aços Cr-Mo com 0,40 a 1,10% de Cr e 0,08 a 0,35% de Mo 43XX AçorNi-Cr-Mo com 1,65 a 2,00% de Ni, 0,40 a 0,90% de Cr e 0,20 a 0,30% Mo 46XX Aços Ni-Mo com 0,70 a 2,00% de Ni e 0,15 a 0,30% de Mo 47XX Aços Ni-Cr-Mo com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,20% de Mo 48XX Aços Ni-Mo com 3,25 a 3,75% de Ni e 0,20 a 0,30% de Mo 51 XX Aços Cr com 0,70 a 1,10% de Cr E51100 Aços cromo (forno elétrico) com 1,00% de Cr E52100 Aços cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr 61XX Aços Cr-V com 0,60 ou 0,95% de Cr e 0,10 ou 0,15% de vanádio mínimo 86XX Aços Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,50% de Cr e 0,20% de Mo 87XX Aços Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,50% de Cr e 0,25% de Mo 88XX Aços Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,50% de Cr e 0,30 a 0,40% de Mo 9260 Aços Si com 1 ,80 a 2,20% Si 50BXX Aços Cr com 0,20 a 0,60% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro 51B60 Aços Cr com 0,80% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro 81B45 Aços Ni-Cr-Mo com 0,30% de Ni, 0,45% de Cr, 0,12% de Mo e 0,0005 a 0,003% de boro 94BXX Aços Ni-Cr-Mo com 0,45% de Ni, 0,40% de Cr, 0,12% de Mo e 0,0005 a 0,003% de boro Obs.: Mn - manganês, Mo - molibdênio, Cr - cromo, Ni - níquel, V - vanádio, Si - silício 1.5.1 - Inclusões Os produtos siderúrgicos;.ao serem fabricados, apresentam normalmente, além do carbono como principal elemento de liga, uma série de impurezas de natureza metálica ou não, as quais se originam de reações entre as matérias-primas empregadas ou de outros tipos de reações. Essas impurezas normais são o fósforo, o enxofre, o manganês, o silício e o alumínio. A maior parte delas reage entre si ou com outros elementos não metálicos com o oxigênio e, eventualmente, o nitrogênio, formando as chamadas "inclusões não-metálicas". Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 10 A formaçãodessas inclusões se dá, em grande parte, na fase final de desoxidação dos aços. Em resumo, o efeito dessas impurezas ou inclusões é o seguinte: O enxofre, o fósforo, o oxigênio, o hidrogênio são elementos considerados;indesejáveis sob o ponto de vista de qualidade do aço: o fósforo pela sua ação como elemento que pode acarretar a "fragilidade a frio"; o enxofre pelos sulfetos que forma, sobretudo o de ferro que pode acarretar a "fragilidade a quente"; o oxigênio, pelas inclusões que forma e o hidrogênio pela fragilidade que pode conferir ao aço. Esses elementos não podem ser totalmente eliminados, nas condições normais de fabricação dos produtos siderúrgicos, mas devem ser mantidos dentro de faixas de teor que não ultrapassem os limites de influência prejudicial àqueles produtos. o manganês, o silício, e o alumínio, os três agindo como desoxidantes e o manganês também como dessulfurante são elementos de um lado benéficos, mas de outro lado prejudiciais pelas inclusões que formam de sulfetos, silicatos e aluminatos. 1.5.2 - Elementos de liga A introdução de elementos de liga, que não o carbono, nos aços é feita quando se deseja um ou mais dos seguintes efeitos: aumentar a dureza e a resistência mecânica; conferir resistência uniforme através de toda a seção em peças de grandes dimensões; diminuir o peso (conseqüência do aumento da resistência); conferir resistência à corrosão; aumentar a resistência ao calor; aumentar a resistência ao desgaste; aumentar a capacidade de corte; melhorar as propriedades elétricas e magnéticas. Os principais efeitos dos elementos de liga são mostrados na tabela 8. Tabela 8 - Elementos de liga dos aços e suas principais funções. Elemento Principais funções AI 1. Desoxidante eficiente 2. Restringe o crescimento de grão (pela formação de óxidos ou nitretos dispersos) Alumínio 3. Elemento de liga nos aços para nitretação 1. Aumenta a resistência à corrosão Cr 2. Aumenta a endurecibilidade Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 11 Cromo 3. Melhora a resistência a altas temperaturas 4. Resiste ao desgaste (com alto teor de C) Co 1. Contribui à dureza a quente pelo endurecimento da ferrita Cobalto Mn 1. Contrabalança a fragilidade devida ao S Manganês 2. Aumenta a endurecibilidade economicamente 1. Eleva a temperatura de crescimento de grão da austenita 2. Produz maior profundidade de endurecimento Mo 3. Contrabalança a tendência à fragilidade de revenido Molibdênio 4. Eleva a dureza a quente, a resistência a quente e a fluência 5. Melhora a resistência à corrosão dos aços inoxidáveis 6. Forma partículas resistentes à abrasão 1. Aumenta a resistência de aços recozidos Ni 2. Aumenta a tenacidade de aços ferríticos-perlíticos (sobretudo a baixas temperaturas) Níquel 3. Torna austeníticas ligas Fe-Cr altas em Cr P 1. Aumenta a resistência de aços de baixo C 2. Aumenta a resistência à corrosão Fósforo 3. Aumenta a usinabilidade em aços de usinagem fácil 1. Desoxidante Si 2. Elemento de liga para chapas elétricas e magnéticas 3. Aumenta a resistência à oxidação Silício 4. Aumenta a endurecibilidade de aços contendo elementos não grafitizantes 5. Aumenta a resistência de aços de baixo teor em liga Ti 1. Reduz a dureza martensítica e a endurecibilidade em aços ao Cr de médio Cr Titânio 2. Impede a formação de austenita em aços de alto Cr W 1. Forma partículas duras e resistentes ao desgaste em aços ferramenta Tungstênio 2. Promove resistência e dureza a altas temperaturas V 1. Eleva a temperatura de crescimento de grão da austenita (promove refino do grão) 2. Aumenta a endurecibilidade (quando dissolvido) Vanádio 3. Resiste ao revenido e causa acentuado endurecimento secundário 1.5.3 - Classificação dos aços carbono e aços liga Os aços podem ser classificados de três modos diferentes: de acordo com sua composição química, de acordo com sua estrutura e de acordo com sua aplicação. 1.5.3.1. Classificação de acordo com a composição química Considerada a composição química dos aços como base de classificação, poderiam ser considerados os Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 12 seguintes subgrupos: Aços carbono, ou seja, aqueles em que estão presentes o carbono e os elementos residuais, manganês, silício, fósforo, enxofre e outros, nos teores considerados normais; Aços liga, de baixo teor em liga, ou seja, aqueles em que os elementos residuais estão presentes acima dos teores normais, ou onde ocorre a presença de novos elementos de liga, cujo teor total não ultrapassa um valor determinado (normalmente até 5,0%). Nestes aços, a quantidade total de elementos de liga não é suficiente para alterar profundamente as estruturas dos aços resultantes, assim como a natureza dos tratamentos térmicos a que devam ser submetidos; Aços liga, de alto teor em liga, em que o teor total dos elementos de liga é, no mínimo, de 10 a 12%. Nessas condições, não só a estrutura dos aços correspondentes pode ser profundamente alterada, como igualmente os tratamentos térmicos comerciais sofrem modificações, exigindo ainda técnica e cuidados especiais e, freqüentemente, operações múltiplas; Aços liga, de médio teor em liga, que poderiam ser considerados como constituindo um grupo intermediário entre os dois anteriores. 1.5.3.2. Classificação de acordo com sua estrutura Tomada a estrutura como base para classificação, os seguintes subgrupos poderiam ser considerados: Perlíticos, sem elementos de liga ou com elementos de liga em teores relativamente baixos (até o máximo de 5%); suas propriedades mecânicas, em função do teor de carbono e de elementos de liga, podem ser consideravelmente melhoradas por tratamento térmico de têmpera e revenido; também em função do teor de carbono, sua usinabilidade pode ser considerada boa; Martensíticos, quando o teor de elemento de liga supera 5%; apresentam dureza muito elevada e baixa usinabilidade; Austeníticos, caracterizados por reterem a estrutura austenítica à temperatura ambiente, devido aos elevados teores de certos elementos de liga (Ni, Mn ou Co); os inoxidáveis, não magnéticos e resistentes ao calor, por exemplo, pertencem a esse grupo; Ferríticos, igualmente caracterizados por elevados teores de certos elementos de liga (Cr, W ou SI), mas com baixo teor de carbono. Não reagem à têmpera; no estado recozido, caracterizam-se por apresentar estrutura predominante ferrítica, eventualmente com pequenas quantidades de cementita; Carbídicos, caracterizam-se por apresentarem quantidades consideráveis de carbono e elementos formadores de carbonetos (Cr, W, Mn, Ti, Nb e Zr). Sua estrutura compõe-se de carbonetos dispersos na matriz que pode ser do tipo sorbítico, martensíti.co ou austenítico, dependendo da composição química. São aços usados especialmente em ferramentas de corte e em matrizes. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 13 1.5.3.3. Classificação de acordo com a aplicação De acordo com a mesma, podem ser considerados os seguintes subgrupos: Aços para fundição, caracterizados por apresentarem boa combinação de resistência, ductibilidade e tenacidade; além disso, apresentam boa usinabilidade e adequada soldabilidade, muitos tipos são suscetíveis de tratamentos térmicos de têmpera e revenido; Aços estruturais, ao carbono ou com pequenos teores de elementos de liga, com boas ductibilidade e soldabilidade e elevadovalor de relação limite de resistência à tração para limite de escoamento; Aços para trilhos, cujas condições de serviço exigem característicos de boa resistência mecânica, boa resistência ao desgaste, etc.; são, tipicamente, aços ao carbono; Aços para. chapas, que devem apresentar excelente deformabilidade, boa soldabilidade, entre outras qualidade; Aços para tubos, com, em princípio, as mesmas qualidades dos aços para chapas; como os anteriores, são normalmente ao carbono, embora, nestes últimos, algumas aplicações podem exigir a presença de elementos de liga; Aços para arames e fios, os quais, conforme aplicações, podem apresentar característicos de resistência à tração realmente notáveis; Aços para molas, caracterizados por elevado limite elástico; Aços de usinagem fácil, caracterizados pela sua elevada usinabilidade, teores acima dos normais dos elementos enxofre e fósforo, principalmente o primeiro, e, eventualmente, à presença de chumbo; Aços para cementação, normalmente de baixo carbono e baixos teores de elementos de liga, de modo a apresentarem os melhores característicos para enriquecimento superficial de carbono, além de um núcleo tenaz, depois da cementação e da têmpera; Aços para nitretação, simplesmente ao carbono ou com os elementos de liga cromo, molibdênio e alumínio; Aços para ferramentas e matrizes, caracterizados por alta dureza a temperatura ambiente, assim como, nos tipos mais sofisticados, alta dureza à temperatura elevada, satisfatória tenacidade e onde as propriedades comuns de resistência mecânica e principalmente ductibilidade, pouco significado apresentam. Os tipos mais sofisticados apresentam elementos de liga em teores muito elevados, sendo os mais importantes e famosos os "aços rápidos", com elevado teor de tungstênio, mais cromo e vanádio e, eventualmente, molibdênio, cobalto e outros elementos de liga. Apresentam alta capacidade de corte. Outros, alta capacidade de suportarem deformações; Aços resistentes ao desgaste, entre os quais o mais importante é o que apresenta manganês em quantidade muito acima do normal (entre 10 e 14%), além de alto carbono (entre 1,0 e 1,4%); Aços resistentes à corrosão (também chamados "inoxidáveis"), com elevados teores de cromo Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 14 ou cromo-níquel; Aços resistentes ao calor (também chamados "refratários"), caracterizados por apresentarem elevados teores de cromo e níquel e por possuírem elevada resistência à oxidação pelo calor e por manterem as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente, às vezes, relativamente elevadas; Aços para fins elétricos, empregados na fabricação de motores, transformadores e outros tipos de máquinas e aparelhos elétricos, caracterizados por apresentarem silício em teores acima dos normais (até 4,75%), ou teores de cobalto (até 50%) ou altos teores de níquel; Aços para fins magnéticos, com alto teor. de carbono, cromo médio, eventualmente tungstênio relativamente elevado, eventualmente molibdênio e (os melhores tipos) elevada quantidade de cobalto (até cerca de 40%); esses aços, quando temperados, apresentam o característico de imantação permanente; Aços ultra-resistentes, desenvolvidos principalmente pela necessidade das aplicações da indústria aeronáutica, mas cuja utilização está se estendendo a outros setores da engenharia; Aços criogênicos, caracterizados por sua resistência ao efeito de baixas temperaturas; Aços sintetizados, produtos da metalurgia do pó, incluindo ferro praticamente isento de carbono, aços comuns e alguns aços especiais, de aplicação crescente na indústria moderna. A tabela 9 apresenta os principais aços utilizados na construção mecânica. Tabela 9 - Principais aços utilizados na construção mecânica. 1010 Aço ao carbono sem elementos de liga, para uso gera! usado em peças mecânicas, peças dobradas, partes soldadas, tubos e outras aplicações. 1020 Aço ao carbono, de uso geral, sem elementos de liga usado em peças mecânicas, eixos, partes soldadas, conformadas ou cementadas, arames em geral, .etc. 1045 Aço com teor médio de carbono, de uso geral em aplicações que exigem resistência mecânica superior ao 1020 ou têmpera superficial (em óleo ou água) usados em peças mecânicas em geral. 1212 Fácil de ser usinado, oferecendo um bom acabamento superficial, contudo, é de difícil soldabilidade exceto mediante a uso de eletrodos de baixo teor de hidrogênio. Como exemplo, E6015 (AWS). Usa-se, comumente, na fabricação de porcas, parafusos, conexões e outros produtos que necessitam de alta usinabilidade, porém não devem ser utilizados em partes vitais de máquinas ou equipamentos que estejam sujeitos a esforços severos ou choques. 12L14 Idêntico às características do 1212 com exceção da usinabilidade, onde apresenta capacidade superior a 60% em relação ao 1212. 12T14 Idêntico às características do 1212 com exceção da usinabilidade, onde apresenta capacidade superior a 100% em relação ao 1212. Apresenta algumas melhorias em trabalhos que necessitem de compressão, como por exemplo, roscas Ia minadas ou partes recartilhadas em relação ao 1212 e 12L 14. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 15 8820 Aço cromo-níquel-molibdênio. usado para cementação na fabricação de engrenagens, eixos, cremalheiras, terminais, cruzetas, etc., (limite de resistência do núcleo: entre 70 e 110 Kgf/mm2). 8640 Aço cromo-níquel-molibdênio de média temperabilidade, usado em eixos, pinhões, bielas, virabrequins, chavetas e peças de espessura média. 4320 Aço cromo-níquel-molibdênio para cementação que alia alta temperabilidade e boa tenacidade, usado em coroa, pinhões, terminais de direção, capas de rolamentos, etc (limite de resistência do núcleo: entre 80-120 Kgf/mm2). 4340 Aço cromo-níquel-molibdênio de alta temperabilidade, usado em peças de seções grandes como eixos, engrenagens, componentes aeronáuticos, peças para tratores e caminhões, etc. 5140 Aço cromo-manganês para beneficiamento, de média temperabilidade, usado em parafusos, semi-eixos, pinos, etc. 5160 Aço cromo-manganês de boa tenacidade e média temperabilidade, usado tipicamente na fabricação de molas semi- elípticas e helicoidais para veículos 6150 Aço cromo-vanádio para beneficiamento que apresenta excelente tenacidade e média temperabilidade sendo usado em molas helicoidais, barras de torção, ferramentas, pinças para máquinas operatrizes, etc. 9260 Aço de alto teor de silício e alta resistência usado em molas para serviço pesado como tratores e caminhões. 52100 Aço que atinge elevada dureza em têmpera profunda, usado tipicamente em esferas,roletes e capas de rolamentos e em ferramentas como estampos, brocas, alargadores, etc. 1.5.4. Aços inoxidáveis Aço inox é o termo empregado para identificar uma família de aços contendo, no mínimo, 11 % de cromo, que lhes garante elevada resistência à oxidação. O cromo, disperso em todo o material de forma homogênea, em contato com o oxigênio do ar, forma uma fina camada de óxido na superfície do aço, contínua e muito resistente, protegendo-o contra ataques corrosivos do meio ambiente. Este filme protege toda a superfície do aço inox e, de maneira geral, esta resistência aumenta à medida que mais cromo é adicionado à mistura. Apesar de invisível, estável e com espessura finíssima, esta película é altamente aderente ao aço inox, defendendo o material contra a ação dos meios agressivos. Mesmo quando o aço inox sofre algum tipo de dano, sejam arranhões, amassamentos ou cortes, imediatamente o oxigênio do ar combina-se com o cromo, formando novamenteo filme protetor, recompondo a resistência à corrosão. Esta qualidade é inerente ao aço inox, já que o cromo faz parte de sua composição química. Além do cromo, outros elementos são adicionados ao aço inox elevando a sua resistência à corrosão, tais como o níquel, o molibdênio, o vanádio, o tungstênio e outros. Estes elementos tornam Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 16 o aço inox adequado à múltiplas aplicações, cada uma delas contendo porcentagens específicas destas substâncias químicas. A seleção correta do tipo de aço inox e de seu acabamento de superfície é muito importante para garantir uma longa vida útil. Assim, quanto maior for a agressividade do meio, mais específica deve ser a dosagem dos elementos químicos e o balanceamento da mistura. O acabamento superficial e a limpeza do aço são fatores relevantes na sua resistência à corrosão, pois, quanto mais polido e limpo for o material, menor será a aderência de produtos indesejáveis na sua estrutura. Existem diferenças entre as aplicações dos aços inox, e a classificação mais simples e mais usada dos aços inoxidáveis é baseada na microestrutura que apresentam à temperatura ambiente. Nessas condições, são considerados os três grupos martensíticos, ferríticos e austeníticos. 1. 5.4.1. Cuidados no manuseio do aço inoxidável São apresentados, a seguir, dez pontos considerados importantes, que devem ser observados nos cuidados e manutenção dos aços inoxidáveis, a fim de manter sua beleza original e prolongar sua vida em serviço. 1 - A limpeza é de extrema importância. Depósitos de sujeira e graxa podem ser facilmente removidos com detergentes e água. Sempre que possível o aço deve ser inteiramente enxugado e seco após a lavagem. Limpezas periódicas manterão a superfície brilhante e ajudarão a prevenir a corrosão. 2 - Depósitos que aderem à sua superfície devem ser removidos, especialmente nas fendas e cantos. Quando forem usados abrasivos na limpeza, friccionar sempre na direção das linhas de polimento ou "grão" do aço inoxidável para evitar arranhões. Nunca use palha ou esponja de aço comum no aço inoxidável. Partículas de ferro da palha ou esponjas de aço feitas de aço carbono podem aderir à superfície, causando corrosão. Use esponja de aço inoxidável ou escova macia de fibras vegetais. 3 - Contatos com metais diferentes devem ser evitados sempre que possível. Isto ajudará a prevenir corrosão galvânica, quando estão presentes soluções ácidas ou salinas. 4 - Descolorações ou coloração de aquecimento provenientes de sobre aquecimento, podem ser removidas por polimento com um pó ou por meio de soluções químicas especiais. 5 - Deve ser feita uma avaliação de todos os materiais e produtos químicos que estarão em contato com o aço inoxidável como também uma comparação das propriedades mecânicas e químicas, antes que a seleção de materiais seja feita. 6 - Não se deve permitir que soluções salinas ou ácidas evaporem e sequem sobre a superfície do aço Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 17 inoxidável. Elas podem causar corrosão. Os vestígios destas soluções devem ser eliminados com lavagens vigorosas. 7 - Corrosão por fadiga deve ser evitada. Esse é o resultado de uma combinação de tensões repetidas com correntes suaves ou fortes. Usualmente a solução é fazer o equipamento suficientemente forte para reduzir tensões cíclicas. 8 - O contato direto e permanente com certos materiais deve ser evitado, tais como madeira ou aço carbono. Por exemplo, no revestimento de tanques de madeira com aço inoxidável, a interface entre os dois materiais deve ser revestida com asfalto ou cromato de zinco para proteção contra corrosão. 9 - O equipamento de aço inoxidável não deve ficar em contato com desinfetante ou soluções esterilizantes por muito tempo. Muitas vezes estas soluções contêm cloretos que podem causar corrosão por pite. O aço inoxidável deve ser limpo e lavado completamente, após o uso. Algumas soluções esterilizantes comerciais contém inibidores, diminuindo a ação corrosiva destas soluções. 10 - O aparecimento de "ferrugem" nos aços inoxidáveis muitas vezes nos leva a acreditar que os mesmos estão enferrujando. A fonte pode ser alguma parte de ferro ou aço não inoxidável, tal como um prego ou parafuso. Uma alternativa é pintar todas as partes de aço carbono com uma camada grossa de proteção, se as precauções ditas no item 3, não puderem ser totalmente seguidas. 1.6 - FERRO FUNDIDO Dentre as ligas ferro-carbono, os ferros fundidos constituem um grupo de ligas de importância fundamental para a indústria, não só devido às características inerentes ao próprio material, como também pelo fato de, mediante introdução de elementos de liga, aplicação de tratamentos térmicos adequados e pelo desenvolvimento do ferro fundido nodular, ter sido viável o seu emprego em aplicações que, de certo modo, eram exclusivas dos aços. Sabe-se que o ferro fundido é uma liga Fe-C com teor de carbono superior a 2%. Face a influência do silício nessa liga, sobretudo sob o ponto de vista de sua constituição estrutural, o ferro fundido é normalmente considerado uma liga ternária Fe-C-Si, pois o silício está freqüentemente presente em teores superiores aos do próprio carbono. Por outro lado, em função de sua constituição estrutural, o carbono está geralmente presente, em grande parcela, na forma "livre", ou seja, sob a forma de veios ou lamelas de grafita, sem formar o composto carboneto de ferro (Fe3C). Na denominação geral de "ferro fundido", podem ser distinguidos os seguintes tipos de ligas: Ferro fundido cinzento, cuja fratura mostra uma coloração escura (donde a sua denominação), caracterizada por apresentar como elementos de liga fundamentais o carbono e o silício e estrutura em que uma parcela relativamente grande do carbono está no estado livre (grafita Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 18 lamelar) e outra parcela no estado combinado (Fe3C); Ferro fundido branco, cuja fratura mostra uma coloração clara (donde a sua denominação), caracterizado por apresentar ainda como elementos de liga fundamentais o carbono e o silício, mas cuja estrutura, devido às condições de fabricação e menor teor de silício, apresenta o carbono quase inteiramente na forma combinada (Fe3C); Ferro fundido mesclado, cuja fratura mostra uma coloração mista entre branca e cinzenta (donde a sua denominação), caracterizado igualmente por uma mescla de proporções variáveis de ferro fundido branco e ferro fundido cinzento; Ferro fundido maleável, caracterizado por ser obtido a partir do ferro fundido branco, mediante um tratamento térmico especial (maleabilização), resultando numa transformação de praticamente todo o ferro combinado em grafita na forma de nódulos (em vez de veios ou lamelas); Ferro fundido nodular, caracterizado por apresentar, devido a um tratamento realizado ainda no estado líquido, carbono livre na forma de grafita esferoidal, o que confere ao material característica de boa ductilidade, donde a denominação freqüente para esse material de ferro fundido dúctil; Ferro fundido de grafita compactada, caracterizado pelo fato da grafita apresentar-se em "escamas", ou seja, com a forma de plaquetas ou estrias. O ferro fundido de grafita compactada pode ser considerado um material intermediário entre o ferro fundido cinzento e o ferro fundido nodular; possui a fundibilidade do ferro fundido cinzento, com melhor resistência mecânica e alguma ductilidade. Sua comercialização é relativamente recente. A faixa de composiçãodos cinco principais tipos de ferros fundidos, sem elementos de liga, está indicada na tabela 13: Tabela 13 - Faixa de composição de ferros fundidos típicos comuns. Composição química (%) Tipo C Si Mn S P Branco 1,8 / 3,6 0,5/1,9 0,25 / 0,80 0,06 / 0,20 0,06 / 0,20 Maleável 2,2 / 2,9 0,9/1,9 0,15 / 1 ,20 0,02 / 0,20 0,02/0,20 Cinzento 2,5 / 4,0 1,0/3,0 0,20 / 1,00 0,02- / 0,25 0,02 / 1,00 Nodular 3,0 / 4,0 1 ,8 / 2,8 0,10 / 1,00 0,01 / 0,03 0,01/0,10 Grafita compactada 2,5 /4,0 1,0/3,0 0,20 / 1,00 0,01 / 0,03 0,01/0,10 1.6.1. Ferro fundido branco Nestes materiais, como já se mencionou, praticamente todo o carbono se apresenta na forma combinada de carboneto de ferro Fe3C, mostrando uma superfície de fratura clara. Suas propriedades fundamentais, devido justamente a alta quantidade de cementita, são elevadas dureza e resistência ao desgaste. Em conseqüência, sua usinabilidade é prejudicada, ou seja, esses materiais Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 19 são muito difíceis de se usina r, mesmo com os melhores materiais de corte. 1.6.2. Ferro fundido cinzento Esta é, dentre os ferros fundidos, a liga mais usada, devido aos seus característicos de: Fácil fusão e moldagem; Boa resistência mecânica; Excelente usinabilidade; Boa resistência ao desgaste; Boa capacidade de amortecimento. Como em todas as ligas metálicas, existe uma correlação íntima entre as propriedades do ferro fundido e a sua estrutura, correlação essa quem no caso particular do ferro fundido cinzento, é mais estreita e mais complexa, tendo em vista a presença de carbono livre na forma de grafita, e a forma, distribuição e dimensões que os veios de grafita apresentam e mais a influência que, nesse sentido, a espessura da peça exerce. Os ferros fundidos cinzentos, segundo a ABNT, são designados pelas letras FC, indicativas de ferro fundido cinzento, seguindo-se dois algarismos representativos do limite mínimo de resistência à tração, em kgf/mm2. Dentre as propriedades dos ferros fundidos cinzentos, duas delas destacam-se: a capacidade de amortecimento e a resistência ao desgaste. Define-se "capacidade de amortecimento" como "habilidade” de um material absorver vibrações, resultantes de tensões cíclicas, por fricção interna, transformando a energia mecânica em calor". A importância dessa propriedade reside no fato de que esse material tem grande aplicação em máquinas-ferramenta, sobretudo nas suas bases. A maior capacidade de amortecimento do ferro fundido, em relação ao aço, é atribuída aos veios de grafita, os quais, por não apresentarem resistência mecânica, constituem espécies de vazios na estrutura do material, o que permite deformação plástica do material localizado ao redor dos veios, sob tensões nominais menores que em outros casos. A resistência ao desgaste do ferro fundido cinzento é igualmente considerada uma característica importante, o que é, aliás, comprovado na prática pelo seu emprego usual em peças móveis de máquinas. Um dos fatores favoráveis ao comportamento do ferro fundido cinzento quanto à resistência ao desgaste é a alta usinabilidade do material. Assim, as peças correspondentes podem ser produzidas economicamente dentro de rigorosas tolerâncias dimensionais, o que contribui para Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 20 diminuir o atrito entre partes e diminuir a ação de desgaste. O fator principal, entretanto, está relacionado com a presença de grafita livre, que tende a adicionar ao material característicos lubrificantes, contribuindo igualmente para diminuir o atrito entre as partes em contato e evitar o fenômeno de engripamento, o qual, por sua vez, pode levar à possibilidade de, pelo calor desenvolvido, ocorrer uma soldagem localizada, com conseqüente arrancamento de partículas, tornando novamente a superfície áspera. 1.6.3. Ferro fundido maleável O ferro fundido é um material que, como se viu, apresenta pouca ou nenhuma ductilidade. Embora de razoável emprego industrial, as suas características de fragilidade limitam sua utilização em peças para vários setores importantes da indústria. Como material alternativo, desenvolveu-se um tipo de ferro fundido branco, o qual, submetido a um tratamento térmico especial - chamado maleabilização - adquire maleabilidade, ou seja, a liga adquire ductilidade e torna-se mais tenaz, características que, aliadas à boas propriedades de resistência à tração, dureza, resistência à fadiga, resistência ao desgaste e usinabilidade, permitiram abranger outras importantes aplicações industriais. 1.6.4. Ferro fundido de grafita compactada Este tipo de material, de comercialização relativamente recente, é um produto de característicos intermediários entre o ferro fundido cinzento e o ferro dúctil ou nodular. Assim, ele apresenta melhor resistência mecânica que o ferro fundido cinzento, além de alguma ductilidade. Além disso, seu acabamento na usinagem é superior ao que se verifica no ferro fundido cinzento. Por outro lado, em relação ao ferro nodular, ele possui maior capacidade de amortecimento, condutibilidade térmica mais elevada e melhor usinabilidade. Em algumas aplicações, como rotores de freios de discos e cabeçotes de motores diesel, ele é superior tanto ao ferro fundido cinzento quanto ao ferro nodular. O ferro fundido cinzento é obtido mediante a adição cuidadosamente controlada de magnésio, o qual atua como inoculante, em técnica semelhante à empregada na produção de ferro nodular. A quantidade de magnésio deve ser tal a resultar um teor residual desse elemento de 50 a 600 ppm, na presença de 0,15 a 0,50% de titânio e 10 a 150 ppm de terras raras, como o cério. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 21 1.6.5. Ferro fundido dúctil ou nodular O ferro fundido dúctil ou nodular caracteriza-se pela ductilidade, tenacidade e resistência mecânica. A característica mais importante, entretanto, relacionada com a resistência mecânica, é o limite de escoamento que é mais elevado no ferro fundido nodular do que no ferro cinzento, ferro maleável e mesmo nos aços carbono comuns (sem elementos de liga). A composição química do ferro fundido nodular é semelhante à dos ferros fundidos cinzentos. Algumas aplicações para o ferro fundido nodular podem ser citadas: buchas de hastes de válvulas; válvulas e corpos de bombas, em serviço de petróleo, água salgada e ambiente cáustico; tubos de escapamento; carcaças de turbo-alimentadores; componentes de compressores de ar; anéis de mancais para serviços a altas temperaturas, exigindo resistência ao escoriamento. 1.7. ALUMÍNIO O alumínio é um elemento metálico produzido através do minério da bauxita. Trata-se de um metal leve com o qual pode-se obter uma grande resistência quando em forma de liga. Ele resiste à corrosão, conduz calor e eletricidade e reflete luz e energia radioativa. O alumínio não é tóxico nem magnético e pode ser transformado através de vários processos conhecidos de trabalho com metal. Devido a essas vantagens ele tem milhares de aplicações. 1.7.1. A produção do alumínio Da mina, a bauxita é enviada à refinaria, onde isola-se o óxido de alumínio, através da retirada dos outros componentes (óxidos de ferro e de silício). Na refinaria, o minério é misturado com uma solução de soda cáustica, formando o aluminato de sódio. Depois que o óxido de ferro e outras impurezas são precipitadas, acrescenta-se cristais de alumínio hidratado. Formam-se cristais pesados que são posteriormente triturados para expelir a água remanescente,deixando um pó branco fino chamado alumina, que é encaminhado para a redução. De 4 a 6 toneladas de minério de bauxita são produzidas 2 toneladas de alumina. A bauxita é extraída por vários processos, e uma vez extraída ela é aglomerada em partículas muito pequenas antes do refinamento para recuperar a alumina da qual o alumínio é feito. A alumina é misturada com criólitos (minerais não metalíferos) em fornos onde são introduzidas grandes quantidades de eletricidade para transformar a alumina em alumínio e oxigênio. O processo é contínuo e o metal fundido é extraído dos cadinhos em intervalos regulares. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 22 1.7.2. Aplicações do alumínio As principais características do alumínio são: peso leve aliado a alta resistência, resistência à corrosão atmosférica e a alguns compostos químicos, excelente condutividade térmica e elétrica, habilidade de refletir luz e irradiar calor, boa trabalhabilidade e facilidade de soldagem, proteção atóxica contra umidade e vapor e um bom visual segundo acabamento aplicado. A combinação destes fatores faz com que o alumínio seja um material muito versátil. Algumas das milhares de aplicações do alumínio incluem: perfis extrudados para a construção civil, dissipadores de calor, utensílios domésticos, refrigeradores, motores elétricos e à combustão, baús de caminhões, tanques, recipientes para alimentos, fios e cabos elétricos, etc. O alumínio é encontrado numa vasta quantidade de ligas, e pode ser fornecido sob a forma de lingotes, perfis extrudados, vergalhões, tubos, barras, chapas, placas e folhas finas. O sistema de classificação do alumínio, segundo ABNT, baseia-se em um sistema de quatro dígitos (xxxx). O primeiro dígito (Xxxx) indica o grupo de ligas da seguinte maneira: a) alumínio não ligado de no mínimo 99,00% de pureza. . . . . .. 1 xxx b) ligas de alumínio agrupadas segundo o elemento de liga principal: cobre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2xxx manganês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3xxx silício. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4xxx magnésio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5xxx magnésio e silício. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6xxx zinco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..7xxx outros elementos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . .. 8xxx série não utilizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 9xxx O segundo dígito (xXxx) indica modificações da liga original ou dos limites de impurezas. Os dois últimos dígitos (xxXX) identificam a liga de alumínio ou indicam a pureza do alumínio. A tabela 15 apresenta as ligas mais encontradas com suas características e aplicações típicas do alumínio. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 23 Tabela 15 - Principais características e aplicações típicas das ligas de alumínio. Especificação Características Aplicações Típicas 1050 Alta resistência à corrosão, excelente conformabilidade, Indústrias químicas, farmacêuticas e alimentícias, 1100 fácil soldagem, boa resposta à anodização decorativa. utensílios domésticos, refrigeração (trocadores de calor em geral). 1200 Alumínio comercialmente puro. Muito dúctil em condições de extrusão. Excelente resistência à corrosão. Indústrias químicas, farmacêuticas e alimentícias, utensílios domésticos, refrigeração (trocadores de calor em geral). 1350 Alta condutibilidade elétrica, excelente conformabilidade, fácil soldagem, excelente resistência à corrosão. Barramentos elétricos. 2011 Excelente usinabilidade, boa resistência mecânica, média resistência à corrosão. Não é indicado para anodização. Peças usinadas em torno automático. 2014 Elevada resistência mecânica e alta ductibilidade, média resistência à corrosão. Boa usinabilidade. Indústria aeronáutica, transporte, máquinas e equipamentos. 2017 Boa usinabilidade, alta resistência mecânica e elevada ductibilidade. Média resistência à corrosão, boa conformabilidade. Peças usinadas, indústria aeronáutica, transporte, máquinas e equipamentos. 2024 Muito boa resistência mecânica, média resistência à corrosão, boa usinabilidade. Peças usinadas e forjadas, indústria aeronáutica, transporte, máquinas e equipamentos. 3003 Média resistência mecânica, alta resistência à corrosão, boa conformabilidade, boa soldabilidade. Tubos para trocadores de calor (radiadores automotivos). Antenas. 4043 4047 Ligas de silício utilizadas em varetas de solda. Soldagem dos grupos de liga 1000, 3000 e 6000. 5052 Boa resistência mecânica, muito boa resistência à corrosão, boa conformabilidade. Estruturas, rebites, carrocerias, equipamentos industriais. 5336 Resistência mecânica superior ao 5052, alta resistência à corrosão, boa conformabilidade. Rebites, solda, especialmente 5052 entre si e com ligas dos grupos 1000, 3000 e 6000. 6060 Média resistência mecânica, muito boa resistência à corrosão, boa conformabilidade, excelente resposta à anodização fosca, natural e colorida. Janelas, portas, aros para bicicletas, móveis, divisórias, tubos para irrigação, dissipadores de calor. 6061 Boa resistência mecânica, boa resistência à corrosão, Estruturas, construção naval, veículos e rebites. 6063 boa conformabilidade. Média usinabilidade. Média resistência mecânica, muito boa resistência à corrosão, boa conformabilidade, excelente resposta à anodização fosca, natural e colorida. Indústria moveleira. Janelas, portas, fachadas e outros materiais para construção civil, aros para bicicletas, móveis, divisórias, tubos para irrigação. 6082 Alta resistência mecânica, boa resistência à corrosão, Estruturas, carrocerias, embarcações. 6101 boa conformabilidade, boa condutibilidade elétrica, boa resistência mecânica, boa resistência à corrosão, boa conformabilidade. Liga especial para fins elétricos e barramentos. 6261 Alta resistência mecânica, boa resistência à corrosão, boa conformabilidade. Estruturas, carrocerias, embarcações. 6262 Alta resistência mecânica, boa resistência à corrosão, boa conformabilidade, ótima usinabilidade, apropriada para anodização decorativa. Peças usinadas em tornos automáticos, êmbolos para freios automotivos. 6351 Boa resistência mecânica, alta resistência à corrosão, boa conformabilidade, média usinabilidade. Engenharia estrutural, construção de navios, veículos e equipamentos. Peças usinadas em tornos não automáticos. Forjamento a frio. 6463 Média resistência mecânica, muito boa resistência à corrosão, boa conformabilidade, excelente resposta à anodização brilhante. Painéis e frisos para eletrodomésticos e automóveis. 7004 Alta resistência mecânica, boa conformabilidade, fácil soldagem. Estruturas soldadas. 7075 Muito alta resistência mecânica, média resistência à corrosão, boa forjabilidade, excelente usinabilidade. Peças submetidas a altos esforços, indústria aeronáutica, moldes para injeção de plásticos e borrachas, componentes de máquinas. 7104 Alta resistência mecânica, boa resistência à corrosão, boa conformabilidade, apropriada para anodização decorativa. Estruturas soldadas. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 24 1.7.3. Características do alumínio O alumínio é um metal que apresenta baixa densidade (2.710 kg/m3), aproximadamente 1/3 do aço ou ferro (7.860 kg/m3). Esta característica é particularmenteimportante na indústria do transporte: por exemplo, aviões, automóveis, trens e barcos. Contribui para a economia de energia no transporte, aumentando a capacidade e a velocidade. Possui uma excelente resistência à corrosão. Quando exposto ao ar, um fino filme de óxido forma-se em sua superfície, protegendo-o da corrosão. A anodização pode tornar a resistência à corrosão ainda mais efetiva. Esta característica é muito utilizada em perfis extrudados, construção civil e utensílios domésticos. Devido a sua boa trabalhabilidade é encontrado sob diversas formas, como, por exemplo, folhas finas, chapas, placas, vergalhões, tubos e cabos. Ainda apresenta excelente usinabilidade e plasticidade. É considerado o melhor material para extrusão de perfis complexos. Por si só o alumínio é atóxico e inodoro. Sua superfície é lisa, fácil de ser lavada, além de ser higiênica, pois, germes não se desenvolvem nela. Por isso, é utilizado em latas de bebida, pacotes .de alimento, utensílios de cozinha, e na indústria leiteira e de pesca. Embora o aço torne-se frágil a baixas temperaturas, o alumínio aumenta sua resistência mecânica e mantém excelente qualidade. As superfícies das peças em alumínio podem ser facilmente tratadas química ou eletroquimicamente ou ainda pintadas. Sobretudo, o tratamento de anodização aumenta consideravelmente a resistência à corrosão, além de possibilitar uma vasta gama de cores no acabamento. A condutividade elétrica do alumínio é aproximadamente 60% da condutividade do cobre, mas sua densidade é aproximadamente 1/3 da do cobre, o que o torna um material muito econômico como condutor elétrico, amplamente utilizado em cabos para transmissão de energia, bases de lâmpadas, etc. A condutividade térmica do alumínio é aproximadamente três vezes a do aço, sendo muito utilizado em utensílios de cozinha, ar-condicionados, trocadores de calor industriais e peças de motores de automóveis. Tem sido utilizado também em equipamentos para economia de energia como coletores de luz solar. É economicamente reciclável, pois necessita apenas de 1/28 da energia necessária para transformar o minério em alumínio. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 25 1.7.4. Anodização A capacidade do alumínio ser submetido à anodização torna-o um metal muito importante. O fato dele poder tornar-se atrativo e durável, com um acabamento resistente, faz possível explorar sua resistência e leveza num grande número de aplicações, particularmente na construção civil. A anodização é essencialmente a deposição induzida do próprio óxido natural do metal na superfície do mesmo. É derivado do próprio metal, e não uma cobertura estranha ao mesmo. A menos que seja severamente deformado ou seja submetido a tensões devido a excessivas variações de temperatura, a película anódica não irá lascar-se, descascar-se ou quebrar-se. Com a anodização convencional de ácido sulfúrico, a liga anodizada geralmente produz uma película clara, dura e extremamente resistente à corrosão capaz de ser colorida. Este potencial funcional e decorativo que é conferido ao metal é amplamente explorado em aplicações que variam de componentes para edifícios a utensílios de cozinha. Variações na composição convencional do eletrólito e nas variáveis do processo produzem coberturas anódicas com propriedades funcionais distintas. Desta maneira, películas de alta dureza podem ser desenvolvidas para resistir à abrasão em superfícies de engrenagens, pinhões, rolamentos e componentes similares. As películas anódicas podem ser coloridas por vários métodos. As películas produzidas convencionalmente por ácido sulfúrico são porosas, possibilitando a incorporação a esta de pigmentos e corantes, orgânicos ou não. Colorido ou não, é importante entender a natureza essencial da anodização. Inevitavelmente, a película anódica reproduz a natureza física da superfície do metal original. Isto não só significa que qualquer acabamento mecânico aplicado previamente à superfície tornar-se-á mais evidente, como as características da forma do metal também persistirão. Portanto, um elemento extrudado e uma placa, se anodizados com coloração com as mesmas especificações e postos juntos, aparentarão diferenças na coloração, devido única e exclusivamente aos diferentes processos de fabricação das mesmas. O processo básico de anodização consiste num pré-tratamento de desengraxe, fosqueamento e neutralização, seguido pela anodização eletrolítica em meio sulfúrico, quando ocorre a conversão superficial do alumínio na película anódica. A espessura do filme irá variar de acordo com a temperatura do eletrólito, concentração, corrente elétrica utilizada e tempo de tratamento. Importante salientar que anodização, nada mais é que oxidar o alumínio aceleradamente, daí a Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 26 importância da liga do material, todos os metais que fazem parte da liga também sofrerão oxidação, que é benéfica apenas para o alumínio. A selagem é a etapa final do processo, e de extrema importância quando se provoca o fechamento da porosidade da camada, tornando-a mais resistente e protegida contra corrosão. A limpeza é extremamente importante se deseja-se que a camada anodizada seja preservada. A deterioração da película anódica ocorre principalmente como resultado de depósitos de sujeira e ataque de umidade, principalmente em ambientes marítimos onde há presença de cloretos e em ambientes industriais ou urbanos que contém compostos sulfurosos. Quando a superfície anodizada é deteriorada, ainda é possível restaurar os efeitos através do uso de solventes como querosene ou aguarrás em conjunto com uma esponja doméstica macia. O uso de abrasivos fortes danificarão o filme ao invés de repará-los. 1.7.5. Limpeza do alumínio O alumínio possui beleza e brilho naturais. Sua superfície pode ser tratada de várias formas, produzindo diferentes efeitos, e, nas mãos de arquitetos habilidosos, pode criar excelentes efeitos e contrastes com outros materiais. O acabamento superficial do alumínio pode ser danificado por cuidados impróprios, e a proposta desta seção é resumir os métodos de manutenção dos elementos de alumínio após sua montagem. A anodização melhora substancialmente a aparência e torna a superfície da peça mais resistente a várias formas de corrosão, além de facilitar a limpeza e a manutenção. É praticamente impossível prevenir que a sujeira deposite-se sobre as superfícies expostas. Se a superfície for limpa freqüentemente, métodos mais brandos de limpeza surtirão efeitos satisfatórios. O tipo de limpeza a ser aplicada, desde água até fortes abrasivos, dependerá do acabamento do material, do grau de sujeira, do tamanho, do formato da peça e de sua acessibilidade. Deve-se sempre procurar os métodos mais brandos de limpeza, particularmente para superfícies anodizadas. A seguir são listados materiais e processos de limpeza em ordem ascendente de severidade. O tratamento mais suave deve ser escolhido inicialmente e aplicado em uma pequena região. Caso não seja satisfatório o próximo deve ser examinado. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 27 Água pura; Sabão ou detergente neutro; Solventes de limpeza, como querosene, aguarrás ou álcool; Limpadores químicos não corrosivos; Cera polidora; .Cera abrasiva; Limpador abrasivo. Depois de realizada a limpeza, deve-se lavar a superfície com água em abundância e secá-la com uma flanela, prevenindo o surgimento de estrias. No uso de abrasivos a aparênciado acabamento superficial irá mudar. Com limpezas regulares das superfícies, através dos processos corretos, obter-se-á uma elevada durabilidade do produto. 1.8. COBRE E SUAS LIGAS A história do cobre remonta ao 10° milênio a.C. Por mais de 5 mil anos ele foi o único metal conhecido pelo homem. Vestígios em escavações arqueológicas demonstram a sua utilização sob diversas formas desde essa época. O cobre bruto, o metal puro encontrado em seu estado metálico, foi utilizado pela primeira vez no período de transição entre a Idade da Pedra e a Idade do Metal, no chamado período neolítico. Primeiramente, como substituto da pedra como ferramenta de trabalho e arma, o cobre tornou-se - pela sua resistência - uma descoberta fundamental na evolução humana. Romanos, babilônios, egípcios, incas, índios, persas e outros povos da antigüidade utilizaram-no intensamente na forma de instrumentos de trabalho, adornos pessoais e artigos domésticos. Apesar de sua ancestralidade, o cobre manteve - aliado aos metais mais novos - um papel predominante na evolução da humanidade, sobrevivendo em suas principais características em todas as fases das revoluções tecnológicas pelas quais o ser humano já passou. Mais recentemente, o cobre tornou-se o metal da Era Elétrica, em função de suas características físicas e mecânicas. Através de constantes pesquisas e do desenvolvimento tecnológico, e por conta de suas qualidades especiais, o cobre e as suas ligas continuarão a desempenhar um importante papel como matéria- prima básica para fabricação de diversos produtos. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 28 O cobre tem propriedade bactericida. Quando utilizado em tubulações, consegue diminuir consideravelmente as bactérias carregadas pela água. As tubulações de PVC não possuem essa propriedade, permitindo a sua proliferação. Os produtos de cobre protegem o meio ambiente. Na sua produção não há formação de organoclorados, substâncias que provocam danos à saúde e ao ambiente. Essas substâncias são geradas, entre outras fontes, a partir de tubulações de PVC. O cobre é um recurso abundante e uma das mais reutilizáveis matérias-primas que se conhecem. Entre os vários metais disponíveis para realizar as instalações hidráulicas, o cobre foi um dos primeiros. Em escavações arqueológicas, foram encontradas tubulações de cobre que datam da Idade do Bronze. Embora produzidas com os meios rudimentares desse período, depois de 4 mil anos ainda se encontram surpreendentemente em boas condições. O cobre é necessário para a vida humana, sendo absorvido pelo homem através dos alimentos, onde é encontrado em proporções variáveis. A quantidade média de cobre ingerida na alimentação diária humana é de 4,5 mg/kg. Além do cobre, suas ligas como o latão e o bronze são de grande importância na mecânica. 1.8.1. Cobre O cobre é um metal vermelho - marrom, que apresenta ponto de fusão correspondente a 1.083 °C e densidade correspondente a 8,96 g/cm3 (a 20°C), sendo, após a prata, o melhor condutor de calor e de eletricidade. Devido a sua baixa resistividade elétrica, uma de suas principais utilizações é na indústria elétrica. O cobre apresenta também excelente deformabilidade. Possui boa resistência à corrosão atmosférica: exposto à ação do ar, ele fica, com o tempo, recoberto por um depósito esverdeado. A oxidação, sob a ação do ar, começa em torno de 500°C. Não é atacado pela água pura. Por outro lado, ácidos, mesmo fracos, atacam o cobre na presença do ar. Apresenta, finalmente, resistência mecânica e característicos de fadiga satisfatórios, além de boa usinabilidade, cor decorativa, e pode ser facilmente recoberto por eletrodeposição ou por aplicação de verniz. Alguns tipos de cobre apresentam boa resistência ao choque e bom limite de fadiga, dependendo do estado em que se encontra o metal, se recozido ou encruado. O grau de encruamento ou recozimento é designado pela expressão "têmpera", a qual não tem nada a Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 29 ver com o tratamento térmico de têmpera, aplicado nas ligas ferro-carbono. A tabela 16 traz os principais tipos de cobre segundo a ABNT. Ainda podem ser citadas as ligas de cobre de baixo teor em liga, apresentadas na tabela 17. O cobre pode ser encontrado na forma de placas, chapas, tiras, arames, fios, tubos, perfis e forjados. Tabela 16 - Principais tipos de cobre. Designação Características Aplicações Cobre eletrolítico tenaz (Cu ETP) Fundido a partir de cobre eletrolítico, contendo no mínimo 99,90% de cobre (e prata até 0,1 %). Cobre refinado a fogo de alta condutibilidade (Cu FRHC) Contendo um mínimo de 99,90% de cobre (incluída a prata) Aplicações onde se exige alta condutibilidade elétrica e boa resistência à corrosão, tais como: na indústria elétrica, na forma de cabos condutores aéreos, linhas telefônicas, motores geradores, transformadores, fios esmaltados, barras coletoras, contatos, fiação para instalações domésticas e industriais, interruptores, terminais, em aparelhos de rádio e em televisores, etc.; na indústria mecânica, na forma de peças para trocadores de calor, radiadores de automóveis, arruelas, rebites e outros componentes na forma de tiras e fios; na indústria de equipamento químico, em caldeiras, destiladores, alambiques, tanques e recipientes diversos, em equipamento para processamento de alimentos; na construção civil e arquitetura, em telhados e fachadas, calhas e condutores de águas pluviais, cumeeiras, pára-raios, revestimentos artísticos, etc. Cobre refinado a fogo tenaz (Cu FRTP) Fundido a partir do tipo anterior, contendo de 99,80% a 99,85% no mínimo de cobre (incluída a prata). Embora contendo maior teor de impurezas, as aplicações são mais ou menos semelhantes às anteriores no campo mecânico, químico e construção civil; na indústria elétrica, esse tipo de cobre pode ser aplicado somente quando a condutibilidade elétrica exigida não for muito elevada. Cobre desoxidado com fósforo, de baixo teor de fósforo (Cu DLP) Obtido por vazamento em molde, isento de óxido cuproso por desoxidação com fósforo, com um teor mínimo de 99,90% de cobre (e prata) e teores residuais de fósforo (entre 0,004 e 0,012%) É utilizado principalmente na forma de tubos e chapas, em equipamento que conduz fluidos, tais como evaporadores e trocadores de calor, tubulações de vapor, ar, água fria ou quente e óleo; em tanques e radiadores de automóveis; em destiladores, caldeiras, autoclaves, onde se requer soldagem, em aparelhos de ar condicionado. Cobre desoxidado com fósforo, de alto teor de fósforo (Cu DHP) Obtido como o anterior, com teor mínimo de cobre (e prata) de 99,80% ou 99,90% e teores residuais de fósforo (entre 0,015 e 0,040%). Aplicações praticamente semelhantes às do tipo anterior. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 30 I Cobre isento de oxigênio Do tipo eletrolítico, de 99,95% a 99,99% de cobre (e prata); processado de modo a não conter nem óxido cuproso e nem resíduos desoxidantes. Devido a sua maior conformabilidade, é particularmente indicado para operações de extrusão por impacto; aplicações importantes têm-se em equipamento eletroeletrônico, em peças para radar, ânodos e fios de tubos a vácuo, vedações vidro-metal, válvulas de controle termostático, rotores e condutores para geradores e motores de grande porte, antenas e cabos flexíveis e em peças para serviços a altas temperaturas,na presença de atmosferas redutoras. Tabela 17 - Ligas de cobre de baixo teor em liga Designação Características Aplicações Cobre-arsênio desoxidado com fósforo. O arsênio é introduzido em teores entre 0,013 e 0,050% com o objetivo de melhoras as propriedades mecânicas a temperaturas acima da ambiente e aumentar a resistência à corrosão em determinados meios. Na construção mecânica, essa liga é empregada em trocadores de calor, incluindo tubos de condensadores, tubulações para instalações de distribuição de vapor, em siste,mas de lubrificação, em caldeiras, autoclaves e em caldeira ria de cobre em geral, onde se requer soldagem mole ou brasagem. Sua condutibilidade elétrica é baixa. Cobre-prata tenaz Contendo 0,02 a 0,12% de prata, que confere maior resistência mecânica e maior resistência à fluência. Como a prata não reduz sua condutibilidade elétrica, esse tipo de material tem importante aplicação na indústria elétrica, onde se exija alta resistência ao amolecimento pelo calor, como em bobinas, lâminas de coletores, contatos e interruptores, bobinas de indução, etc. Na indústria mecânica, devido a sua alta condutibilidade térmica e maior resistência ao amolecimento pelo calor, é empregada na fabricação de aletas de radiadores, de outros tipos de trocadores de calor, etc. Cobre-cádmio (CuCd) Em que o teor de cádmio varia de 0,6 a 1,0%; apresenta maior resistência à fadiga e ao desgaste e elevada resistência ao amortecimento pelo calor. Empregada principalmente na indústria elétrica, em cabos condutores aéreos de linhas de trolebus, molas e contato, linhas de transmissão de alta resistência mecânica, etc. Cobre-cromo (CuCr) Com cerca de 0,8% de cromo; Presta-se a tratamento de endurecimento por precipitação (aquecimento a cerca de 1.000 °C durante 15 minutos, resfriado em água e reaquecimento entre 400 °C e 500 °C, durante tempos mais ou menos longos), o qual provoca elevada resistência mecânica. Cobre-zircônio (CuZr) Contendo 0,10 a 0,25% de zircônio. Também endurecível por precipitação. Utilizada sobretudo na indústria elétrica. Cobre-telúrio I (CuTe) Contendo 0,30 a 0,80% de telúrio, o qual é adicionado ao cobre tenaz ou desoxidado com fósforo. Essa liga alia alta condutibilidade elétrica à boa usinabilidade; na construção elétrica é empregada em terminais de transformadores e interruptores, contatos, conexões e outros componentes de circuitos que exigem aqueles duas características; na indústria mecânica, sua utilização é feita na confecção de parafusos, porcas, pinos e peças similares a serem produzidas em máquinas automáticas. I Cobre-enxofre (CuS) Com 0,20 a 0,50% de enxofre. Propriedade e aplicações análogas às do cobre- telúrio. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 31 Cobre-chumbo (CuPb) Com 0,8 a 1,2% de chumbo, adicionado com o objetivo de melhorar a usinabilidade do cobre. Empregada em componentes elétricos que, além de alta condutibilidade elétrica, exigem elevada usinabilidade: conectores, componentes de chaves e motores, parafusos, etc. Cobre-cádmio- estanho (CuCdSn) Os elementos cádmio e estanho são introduzidos em teores de aproximadamente 0,8% para o primeiro e 0,6% para o segundo. Empregada em molas e contatos elétricos; cabos condutores de ônibus elétricos, eletrodos para solda elétrica, etc. 1.8.1.1. Latões Os latões comuns são ligas de cobre-zinco, podendo conter zinco em teores que variam de 5 a 50%, o que significa que existem inúmeros tipos de latões. As ligas são denominadas, por exemplo, cobre- zinco 90-10, o que significa 90% de cobre e 10% de zinco. À medida que o teor de zinco aumenta, ocorre também uma diminuição da resistência à corrosão em certos meios agressivos, levando à "dezinficação", ou seja, corrosão preferencial do zinco. No estado recozido, a presença do zinco até cerca de 30% provoca um ligeiro aumento da resistência à tração, porém a ductilidade aumenta consideravelmente. A tabela 18 apresenta suas principais aplicações. Tabela 18 - Principais aplicações dos latões. Cobre-zinco 95..5 Devido a sua elevada conformabilidade a frio é utilizado para pequenos cartuchos de armas; devido a sua cor dourada atraente, emprega-se na confecção de medalhas e outros objetos decorativos cunhados, tais como emblemas, placas, etc. Cobre-zinco 90-10 Também chamado bronze comercial; de características semelhantes ao tipo anterior, suas principais aplicações são feitas na confecção de ferragens, condutos, peças e objetos ornamentais e decorativos tais como emblemas, estojos, medalhas, etc. Cobre-zinco 85-15 Também chamado latão vermelho; características e aplicações semelhantes à liga anterior. Cobre-zinco 80-20 Ou latão comum, com aplicações semelhantes à liga anterior. Cobre-zinco 70-30 Também chamado latão para cartuchos - combina boa resistência mecânica e excelente ductilidade, de modo que é uma liga adequada para processos de estampagem; na construção mecânica, as aplicações típicas são cartuchos para armas, tubos e suportes de tubo de radiadores de automóveis, carcaças de extintores de incêndio e outros produtos estampados, além de pinos, parafusos e rebites. Outras aplicações incluem tubos para permutadores de calor, evaporadores, aquecedores e cápsulas e roscas para lâmpadas. Cobre-zinco 67-33 Embora apresente propriedades de ductilidade ligeiramente inferiores ao tipo 70-30, as aplicações são idênticas. Cobre-zinco 63-37 Na fabricação de peças por estampagem leve, como componentes de lâmpadas e chaves elétricas, recipientes diversos para instrumentos, rebites, pinos, parafusos, componentes de radiadores, etc. Created with novaPDF Printer (www.novaPDF.com) _____________________________________________________ Educação Profissional 32 Cobre-zinco 60-40 Também chamado de metal Muntz - esta liga de duas fases presta-se muito bem a deformações mecânicas a quente. É geralmente utilizada na forma de placas, barras e perfis diversos ou componentes forjados para a indústria mecânica; na indústria química e naval, emprega-se na fabricação de tubos de condensadores e trocadores de calor. 1.8.1.2. Bronzes Nos bronzes comerciais o teor de estanho varia de 2 a 10%, podendo chegar a 11 % nas ligas para fundição. À medida que aumenta o teor de estanho, aumentam a dureza e as propriedades relacionadas com a resistência mecânica, sem queda da ductilidade. Essas ligas podem, geralmente, ser trabalhadas a frio, o que melhora a dureza e os limites de resistência à tração e escoamento. As propriedades são ainda melhoradas pela adição de até 0,40% de fósforo, que atua como desoxidante; nessas condições, os bronzes são chamados fosforosos. Nos teores de utilização usuais, dependendo das condições de resfriamento, a estrutura apresenta uma única fase, que corresponde a uma solução sólida de estanho em cobre. Os bronzes possuem elevada resistência à corrosão, o que amplia o campo de seu emprego. Freqüentemente adiciona-se chumbo para melhorar as propriedades lubrificantes ou de antifricção das ligas, além da usinabilidade. O zinco é da mesma forma eventualmente adicionado, atuando como desoxidante em peças fundidas e para melhorar a resistência mecânica. As principais aplicações do bronze encontram-se na tabela 19. CuSn 98-2 Devido a sua boa condutibilidade elétrica e melhor resistência mecânica que o cobre, é empregado em contatos, componentes de aparelhos de telecomunicação, molas condutoras, etc.; em construção mecânica, como parafusos com cabeça recalcada a frio, tubos flexíveis, rebites, varetas de soldagem, etc. CuSn 96-4 Utilizado
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