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2017 RESENHA Doc Carne e Osso RH I final

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
REGIONAL GOIÁS
Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Bacharelado em Administração
Disciplina: ADM Recursos Humanos I 		Data:
Discente(s): Elismar Oliveira de Siqueira e Joyce Póvoa Pereira
Docente: Profa. Ms. Fabiana Itaci Corrêa de Araujo
___________________________________________________________________________
CARNE e osso. Direção de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. Produção de Maurício Hashizume. Realização de Repórter Brasil. Brasil: Repórter Brasil, 2011. (65 min.). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=887vSqI35i8>. Acesso em: 18 ago. 2017. 
Resenha
Carne e osso é um documentário produzido em 2011, dirigido por Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros, com duração de 65 minutos. Retrata a rotina de trabalhadores de frigoríficos do Brasil que realizam trabalhos repetitivos sob pressão dos superiores, na maioria das vezes, em condições subumanas o que resultam em doenças físicas e psicológicas, além de acidentes em grande parte dos empregados.
A abordagem deste informativo resultou na exibição da rotina pura de trabalhadores de frigoríficos brasileiros, que, em grande parte, ficam cerca de 8 horas ou mais em pé ou sentados cumprindo suas atribuições com movimentos repetitivos, levando-os a desenvolver tendinite no cotovelo, punho e pescoço, além de outras lesões nos músculos e o risco de sofrer acidentes pelo manejo da faca ou serras, etc. 
É importante destacar alguns fatos concretos de desenvoltura de trabalho como o ato de desossar uma perna de frango (coxa e sobrecoxa). Este tipo de trabalho faz-se 12 cortes com 18 movimentos em apenas 15 segundos, realizando de 80 a 120 movimentos por minuto (considerado 3 vezes mais movimentos do que o limite considerado seguro, que são 35 movimentos por minuto) sem poder tirar a atenção do serviço para não atrapalhar a produção como também para não ser advertido pelos supervisores.
Por sua vez, percebe-se que os encarregados ou chefes de setor possuem a missão de entregar seus resultados na utilização de métodos que não estão de acordo com a lei e os bons costumes. A orientação é de sempre aumentar o ritmo de trabalho no intuito de atingir a meta que, a cada dia que passa, fica impossível de ser conquistada. Este comportamento só é alcançado com a utilização de métodos nada indicados e que estão em desacordo com as leis trabalhistas. Esta pressão que incide na rotina dos trabalhadores faz com que muitos deles acatem toda e qualquer demanda, pois dependem do dinheiro para manterem sua família, aumentando assim o descaso dos empregadores. Os trabalhadores quase sempre desempenham suas funções sentindo dores no corpo, principalmente nas mãos. No entanto, quando encaminhados ao médico responsável o descaso ainda continua, pois apenas receitava remédio para dor local sem ao menos examinar de forma mais detalhada a condição do paciente.
Urge mencionar que o mercado de frigoríficos é um dos que mais emprega pessoas pois existem mais de 750 mil empregados neste setor. De forma específica são 250 mil pessoas para o abate de bovinos e 500 mil para o abate de aves e suínos, trabalhando muitas vezes acima do que qualquer ser humano pode suportar. Este mercado também é o responsável pelo maior número de traumatismos de cabeça, abdômen e braço, sendo que, no abate de bovinos 209 pessoas a cada 100 mil tem alguma doença relacionada a traumatismo mental, já no abate de aves esse número é muito maior, 712 pessoas a cada 100 mil estão em situação de risco grave por transtornos mentais. Produz ainda pessoas doentes e cria um ciclo vicioso, conforme as pessoas vão adoecendo, não servem mais para o trabalho e são demitidas, assim novas pessoas entram no mercado. Considera-se então que o trabalhador é visto como um objeto de descarte.
É fundamental a importância do representante do Ministério do Trabalho no que diz respeito ao acompanhamento direto de todas as atividades desempenhadas em um frigorífico, buscando a diminuição de toda e qualquer tentativa de cercear os direitos básicos de qualquer trabalhador. A orientação deve se ater a reprogramação as atividades, fornecendo pausas, diminuir o ritmo, diminuir a hora de trabalho para que assim o corpo do trabalhador se recomponha. Assim, não se deve olhar apenas para o lucro. Penas fortes devem ser impostas a todos os empregadores que descumprirem normas trabalhistas e o acompanhamento dos órgãos de defesa do trabalhador deve ser mais intenso. Uma empresa só se desenvolve quando os seus colaboradores estão motivados.
Crítica dos resenhistas
Portanto no filme nota-se que as relações de trabalho não se dão de forma harmoniosa e sim através de um confronto conforme explica o texto “relações de trabalho no sistema de capital”, de um lado os trabalhadores e do outro os detentores do capital que busca constantemente o lucro máximo e, além disso, o controle sobre o trabalhador, através da implementação de métodos a ser seguidos desenvolvidos no passado, vulgo as tecnologias de gestão que vê o funcionário apenas como um executor. “perde a autonomia [o trabalhador] e converte-se em uma espécie de componente da máquina... o trabalhador não usa a máquina, mas é usado por ela[...]” (FARIA, 2009, p. 72)
Ademais o documentário mostra que não há espaço para uma gestão participativa, pois os superiores além de viverem numa constante cobrança, não consideram nem questões de saúde do trabalhador quem dirá a interferência no modo de gestionar o trabalho, e é assim que nasce os confrontos, onde os trabalhadores para mostrar sua força se organizam em sindicatos, aderem a greves, etc. Contudo o ideal seria que a participação deveria alargar
o espaço de poder que os trabalhadores precisam conquistar através do controle sobre os elementos constitutivos do processo de trabalho em toda a cadeia de produção exatamente para fazer existir o seu poder como pratica e não apenas como potência. (FARIA, 2009, p. 76)
No texto “Do Departamento Pessoal ao Recursos Humanos Estrategico”, o autor afirma que a função de Recursos humanos tem o poder de se apoderar-se da subjetividade do trabalhador, em específico a começar pelas suas técnicas bem desenvolvidas e peculiarizadas no crescimento da produtividade e que finalizam por substituírem as maneiras dos indivíduos executarem seus trabalhos de maneira autentica. Com o intuito de garantir cada vez mais o aumento da “tolerância tendenciosa” pelos indivíduos, as empresas utilizam de mecanismos sofisticados:
[...] as empresas [...] desenvolveram eficientes programas de recursos humanos baseados em esquemas manipulativos de comportamento, implementaram igualmente programas de qualidade de vida no trabalho, criaram associações esportivas e culturais e estruturas internas de assistencia social e psicológica sem que, de muitos sindicatos e partidos operários surgisse qualquer quesrionamento ou atitude politica consequente (SOBOLL e FERRAZ, 2014, p. 11, apud FARIA, 2004, p.218).
Ademais a atual gestão de pessoas usa um novo discurso sobre a forma de controle, como por exemplo, recrutamento e seleção, desempenho, carreiras, remuneração e descrição de cargos, etc. Assim visando mudar o controle pelo comprometimento dos colaboradores com os objetivos da organização. Pois o RH não precisa ser necessariamente um defensor dos colaboradores, pois é por meio dos recursos humanos que as empresas conseguem alcançar seus objetivos, assim o RH usa de suas técnicas, formas de manipulação, que são bastante sofisticadas para conseguir essa manipulação, o que para Tragtenberg citado por (SOBOLL e FERRAZ, 2014, p. 11) isso “não passa de mais um recurso para arrancar maior produtividade”.
Vale à pena assistir ao documentário, pois mostra o cotidiano assustador dos trabalhadores de frigoríficos, os desrespeitos as leis trabalhistas e os perigos que quem está fora daquela realidade possa imaginar. No documentário a todo tempo é possível notar as teorias clássicas da administração sendo executadas,e com foco não sendo nas pessoas e sim na produtividade. Assim, este filme torna-se de extrema relevância para nos fazer repensar a forma de gestão atual.
Referências Bibliográficas
FARIA, J. H. Relações de trabalho no sistema de capital. In: ________ . Gestão Participativa: relações de poder e de trabalho nas organizações. São Paulo: Atlas, 2009.
SOBOLL, L. A.; FERRAZ, D. L. S. (orgs.). Do departamento pessoal ao Recursos Humanos Estratégicos: os subsistemas e a sofisticação do controle do trabalhador. In: _________ . Gestão de pessoas: armadilhas da organização do trabalho. São Paulo: Atlas, 2013.

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