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PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 1 TRATO GASTRO INTESTINAL ESÔFAGO. Esôfago → órgão simples → leva o alimento triturado da boca ao estômago. → Tem função importante relacionada ao peristaltismo. Motricidade → fibras com contração sincronizada que formam os movimentos peristálticos. O controle da deglutição é voluntário e inicia com a contração de fibras estriadas esqueléticas → com o passar do trajeto esofágico, elas começam a sofrer uma transição para fibras musculares lisas, com contração involuntária. A motricidade é afetada pela doença de Chagas, que destrói os plexos nervosos que dão origem ao peristaltismo. O trypanosoma ataca o plexo; Esôfago em saca-rolha → dor para engolir líquidos e alimentos → o esôfago assume uma estrutura em espiral → a cada deglutição, há dor de intensidade bastante forte. Existem alguns locais onde é necessário reconhecer presença de metaplasias → carcinomas de células escamosas. → mucosa escamosa serve para proteger estruturas que sofrem atrito ou carregam substâncias nocivas. Principais motivos de desenvolvimento de neoplasias → álcool, tabagismo, HPV (não tão frequente), refluxo crônico. Hérnia gástrica → esfíncter esofágico inferior → faz com que o estômago tenha uma porção na parte do tórax → pressão inadequada no esfíncter. Varizes esofágicas → cirrose ou hipertensão portal → veias esofágicas aportam o sangue que não consegue ser drenado pelo sistema porta-cava. Pacientes com vômitos frequentes → bulimia ou etilistas → lacerações grandes e profundas na mucosa, que causam sangramentos. Dísturbios Congênitos/Adquiridos → pontos de comunicação da luz do esôfago com a luz da traqueia, não separação entre esôfago e traqueia. Não é umas das anomalias mais comuns. Fístula Traqueoesofágica → anomalia mais comum, associações com Síndrome de Vater e doenças cardíacas congênitas. Patologia → várias formas de aspiração e correção cirurgica. Correção cirúrgica apresenta o maior desafio → crianças recém nascidas = pequeno campo cirúrgico. Criança pode desnutrir, entras em hipoglicemia e desidratação Remoção do trajeto fistuloso. Quando há comunicação com traqueia → lesão pulmonar grave → pneumonia química Na figura→ a mais comum é a A. → esôfago proximal acaba em fundo cego e esôfago distal possui uma fístula com a traqueia. Atresia esofágica → quando o esôfago não acaba no estômago. → Clínica dependente do tipo de alteração, pode levar a vômitos frequentes, pneumonites, perda ponderal, aspiração e até hipoplasia pulmonar. Na segunda imagem → esôfago proximal em fundo cego e fistula. grande parte do liquido amniotico é resultado de produção renal e posterior deglutição. como nesse caso a produção renal é normal, e nao ocorre deglutição, o liquido amniótico irá apresentar-se aumentado! PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 2 Divertículos Projeção da mucosa de uma víscera, formando uma espécie de bolsa. → Aumenta a pressão dentro da víscera e parte de sua mucosa passa através da sua parede. Divertículo verdadeiro APRESENTA REVESTIMENTO EPITELIAL. Divertículo falso não apresenta revestimento epitelial, PAREDE CONSTITUÍDA POR FIBROSE E REAÇÃO INFLAMATÓRIA. Divide-se o esôfago em porção próxima, média e distal. De Zenker → ocorre no terço superior (proximal). FALSO divertículo (não apresenta continuação da mucorsa) → a parede desse divertículo acaba sendo fibrosa. Causado por fragilidade da musculatura cricofaríngea. → Acomete mais os idosos e a grande complicação é o acúmulo de alimentos. → inflamação constante Correção é cirúrgica. Na imagem → imenso divertículo formado por saculação. → O corte ocorre através da saculação. De Tração →ocorre no terço médio do esôfago. → Tipo mais comum de divertículo Tem associação com fibrose esofágica próximal, processos infecciosos e distúrbio motor. (processos inflamatórios anteriores que envolveram a víscera e acabam alteração a organização das fibras). A maioria é assintomático, pois são pequenos. É um divertículo VERDADEIRO. Candidíase pode causar esofagite → pacientes idosos podem ter candidíase esofágica, além da oral. HSV e Citomegalovírus também podem causar esofagite, associados à estado de imunossupressão; Exame de radiologia contrastado → RED O óstio do divertículo pode ser maior ou menor. Se for pequeno, correção cirúrgica não é necessária. Se for do tamanho do divertículo da foto, há sintomatologia e é necessária a correção cirúrgica. Epinéfrico → localizado no terço inferior. Ocorre em jovens. Divertículo Verdadeiro. Não é muito volumoso, não tem grande impacto clínico. É causado pelo refluxo de ácido. → pode agravar sintomatologia do refluxo. Distúrbios Motores. Acalásia → falha no relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Principais causas → inflamação crônica, Chagas e doenças autoimunes. Patologia → redução neuronal e dilatação. A dilatação geralmente é a parte proximal, pelo acúmulo de alimento. Tríade da Acalásia → relaxamento incompleto do esfíncter esofágico inferior, aumento do tônus do EEI e aperistalse do esôfago; Diâmetro esofágico aumentado Doença de chagas destrói o plexo mioentérico, responsável pelo peristaltismo → dilatação do órgão. Tratamento cirúrgico → retirada da parte dilatada e anastomose. Observar na foto → diferença da coloração da mucosa esofágica para a estomacal. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 3 Escleroderma → há fibrose (síntese de colágeno) dentro da derme, sem sentido, muitas vezes causado por doença autoimune. Há um aumento na espessura visceral, falha no peristaltismo. Principais causas são esclerose sistêmica e doenças autoimunes. Na patologia, presença de fibrose loocalizada ou generalizada. Tem associação com carcinoma de células escamosas de esôfago → esses pacientes têm maior tendência a cânceres. Pode haver grande limitação ao redor do óstio da boca, limitando a movimentação → pode ocorrer necrose isquêmica cutânea, devido a imensa produção de colágeno que acaba compriminto os vasos da derme. Hérnia Hiatal → herniação do estômago através de uma abertura diafragmática. → incompetência do esfíncter esofágico inferior; Porção do estômago acaba se localizando dentro do tórax. → diferentes pressões. Pode ser complicada por acalasia. Muitos casos precisam de correção cirúrgica, quando são exacerbados. Geralmente relacionada ao refluxo gastresofágico. → pode piorar a condição. Esofagites. Esofagite de Refluxo → é o tipo mais comum. O grande problema é o refluxo crônico, onde há uma inflamação crônica e desenvolvimento de metaplasia intestinal (precursora da neoplasia). Principais causas → refluxo do suco gástrico, relaxamento do esfíncter esofágico, obesidade, alimentos e drogas que provocam relaxamento do esfíncter; Patologia → Hiperemia da mucosa → vermelhidão às custas de alterações vasculares de caráter inflamatório →presença de vasos dentro da mucosa → condição anormal. Hiperplasia (aumento do número de células na mucosa → mais espessa). Infiltrado inflamatório e a presença de vasos sanguíneos INTRAEPITELIAIS. Biópsia esofágica com vaso sanguíneo dentro do epitélio é muito sugestiva a essa esofagite. Processo inflamatório crônico → presença de células iinflamatórias, → macrófagos, neutrófilos, leucócitos. Omeprazol → medicamento que tira a acidez do estômago → pode causar esofagite e até demência. ESÔFAGO DE BARRET → é resultado da doença do refluxo gastroesofágico crônica. → Neoplasia maligna relacionada ao esôfago de Barrett é o adenocarcinoma → mais comum no terço distal esofágico. Patologia → displasia de baixo ou alto grau e metaplasia intestinal. Edoscopicamente → suspeita se deve devido à coloração salmão. Epidemiologia → atinge 10% da população. Homens brancos entre 40-60 anos sãoos mais acometidos. → BARRETT AUMENTA RISCO DE ADENOCARCINOMA ESOFÁGICO! → No entanto, maioria dos casos não desenvolve câncer de esôfago. Diagnóstico → definido por patologia, endoscopia e clínica: metaplasia intestinal, cor salmão e sintomatologia. → presença de célula caliciforme no esôfago. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 4 Na histologia → presença de epitélio glandular com grande extensão de células caliciformes. A metaplasia não é irreversível → é mais difícil ser revertido quando há presença de displasia. Tratamento com inibidor de bomba de próton → inibe refluxo e reverte metaplasia. Displasia → quando um tecido tem a proliferação celular acelerada, células em maior quantidade ou maior estado mitótico. NA DISPLASIA NÃO HÁ INVASÃO DO TECIDO CONJUNTIVO; Observar na imagem histológica 2 → presença de displasia → núcleos celulares em região basal, muitas vezes sobrepostos → displasia de alto grau. → epitélio em grande atividade proliferativa → mutação de DNA. Adenoma→ lesão benigna originada de um epitélio que forma glândula. Lesão de aspecto polipoide com displasia é um exemplo de adenoma; Barrett curto ou longo → baseado nas medidas da região de mucosa salmão vista na endoscopia. Esofagites Infecciosas → associadas a imunossupressão. Principais agentes são Candida albicans, HSV e citomegalovírus. (associados a pacientes com imunossupressão). A infecção pode ser primária ou complicar úlcera já existente. Quando extensas podem levar a lacerações e perfurações; A endoscopia pode ser usada para identificação do agente causador. HSV causam úlceras em saca-bocado. CMV provoca ulcerações mais rasas. Imuno-histoquímica é usada como ferramenta auxiliar no diagnóstico. Lacerações e Perfuraçõe Síndrome de Mallory-Weiss → lacerações esofágicas e sangramentos. Causada principalmente por alcoolismo e bulimia, os frequentes vômitos levam a essas úlceras e lacerações Complicações → hemorragias e ruptura esofágica. → Presença de sangue oculto nas fezes ou sangue vivo no vômito. Presença de sangue oculto nas fezes é um bom indicativo de neoplasias gástricas ou de cólon direito. A localização, geralmente, é na junção esôfago-gástrica, devido à maior pressão. Distúrbios Circulatórios. Varizes esofágicas → geralmente presentes no terço inferior do esôfago. Podem não ser macroscopicamente aparentes. Tomar muito cuidado com varizes esofágicas em pacientes cirróticos, pois tem deficiência na coagulação e pode levar à hemorragias. Complicações → ruptura, hemorragias, cuidado quando > 5,0mm. Causas → cirrose hepática e hipertensão portal. Na patologia → dilatações venulares. → Podem ser detectadas por angiografia. Mais da metade das mortes associadas a cirrose avançada resulta da ruptura de varizes. Grande quantidade de vasos extremamente dilatados. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 5 Neoplasias malignas Displasia no intestino → aspecto polipoide → nomeia-se adenoma; → respeita amembrana basal e não invade estroma ou tc conjuntivo. Pesquisar sangue oculto antes de endoscopia na investigação de neoplasias malignas, pois esses exames são mais baratos e menos invasivos. Adenocarcinoma → geralmente surge com um esôfago de Barrett e refluxo de longa data.→ Displasia também é um achado. → Metaplasia com displasia associada é um indicador de adenocarcinoma. Aumento na prevalência dos adenocarcinomas com a industrialização, sedentarismo, obesidades; Fatores de risco → tabagismo, obesidade, radioterapia prévia. Principal fator de risco é o esôfago de Barrett, tríade → metaplasia intestinal, cor salmão e sintomatologia; Epidemiologia: → ocorre mais frequentemente em brancos e é muito mais comum em homens. Prevalência alta em países industrializados: representa metade dos cânceres de esôfago nos EUA; Maioria dos adenocarcinomas ocorrem no terço distal e na transição do esôfago para o estômago; Patogênese molecular → inativação do INK4A/CDKN, perda do p53, inativação do RB, aneuploidia; (professor não cobra isso) IMPORTANTE → Diferença da neoplasia para a displasia → displasia não invade estroma; Na figura 02 → presença de Barret e neoplasia → cuidar com limite cirúrgico ressecado. → “não dá para confiar somente no olho” Só é possível chamar de carcinoma quando há invasão de tecido conjuntivo. Quando invade, é carcinoma e tem capacidade metastática; Morfologia→ ocorre no terço inferior, é uma lesão ulcerada, com extensão gástrica e bordas elevadas. Podem ser multicêntricos e metastáticos. Os tumores tipicamente produzem mucina e formam glândulas. Encontrado Barrett adjacente ao tumor; Essas neoplasias podem crescer por baixo do epitélio normal, na submucosa ou na muscular. Nunca é recomendado uma margem cirúrgica mínima por isso. Em lesão ulcerosa, nunca fazer biópsia da base da úlcera, pois pode pegar necrose ou causar sangramentos. Realizar na área da borda, elevada; Patologia→ glândulas neoplásicas, mucosa escamosa transformada em glândulas; Clínica → disfagia e odinofagia, perda de peso, dor torácia e vômitos. Quando aparecem os sintomas, o tumor geralmente já se expandiu; Prognóstico → avançado, taxa de sobrevida em 5 anos é de 25%. Nos recentes, cerca de 80% em cinco anos; Progressão da lesão: PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 6 Carcinoma Epidermoide (de células escamosas) → O carcinoma inicia como lesão displásica escamosa. → A maioria é moderademente ou bem diferenciada. Fatores de risco → relacionado ao tabagismo, consumo de álcool, infecção pelo HPV, nitrosaminas e anilinas (corantes), esofagite crônica, dano químico direto, outras doenças.; Epidemiologia → maior ocorrência no Oriente Médio, China, Argentina, Uruguai, Rio Grande do Sul e Sul da África. → Ocorre geralmente em homens negros com mais de 45 anos de idade; Terço médio é o mais acometido pelo carcinoma epidermoide. → Raros no terço superior. → Pode provocar estenoses; Morfologia→terço superior e médio (grande prevalência no terço médio), exofíticos ou endofíticos, infiltrativos, anelares, invasão linfática local. Metastização para linfonodos próximos; Por não termos serosa no esôfago, aumenta infiltração, pois essa camada serve como uma barreira para infiltração; Imagem 02 → Lesão anelar estenosante que diminui consideravelmente o calibre da víscera → o limite proximal se encontra onde há a letra A → precisa haver dilatação antes da estenose (alimento acumulado) Patologia→ encontra-se uma lesão escamosa invasiva. → Parte proximal é a mais dilatada na patologia, pois há uma obstrução dilatando-a. Achados são pérolas córneas, com eosinofilia próxima. Também é chamado de carcinoma espinocelular Clínica → inicia de maneira insidiosa. Odinofagia, disfagia e obstrução. Perda de peso extrema, debilitação. Hemorragia e sepse podem ocorrer com ulceração tumoral. Pode provocar fístulas traqueoesofágicas e aspiração de alimentos. Prognóstico → sobrevida de 5 anos nos casos avançados de 10%. Nos iniciais, 75%. O diagnóstico geralmente é tardio, pois permanece assintomático até fases avançadas. Dessa forma, mortalidade é alta. A triagem endoscópica é extremamente importante para a detecção desse câncer. As metástases linfonodais causam prognóstico péssimo. Estadiamento e prognóstico → depende da camada, do grau de metastização e presença de linfonodos acometidos Pérola Córnea e lesão escamosa invasiva, respectivamente → Em decorrência do grau de infiltração→ quanto mais profundo, maior a quantidade de vasos e possibilidade de alcançar linfonodos. → grau de infiltração usado para estadiamento de esôfago. De uma forma geral o prognostico é ruim, paciente precisa adequar a dieta a sua doença → em casos avançados não consegue nem beber água. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a7 ESTÔMAGO Patologias esofágicas são causa frequente de doença clínica. Lesões inflamatórias e neoplásicas são comuns. O câncer gástrico é uma das principais causas de morte no mundo; O estômago é dividido em cárdia, fundo, corpo e antro. A cárdia está revestida por células foveolares secretoras de mucina. As glândulas antrais tem as células G, secretoras de gastrina. As células parietais estão presentes no fundo e corpo gástrico, e secretam pepsina e outras enzimas digestivas. Distúrbios Congênitos Estenose Pilórica Congênita → hipertrofia focal da região pilórica(transição do estômago para o duodeno), com o aumento da espessura da parede, reduzindo a luz da transição entre duodeno e estômago. Pode inclusive se tornar uma estrutura abdominal palpável em recém-nascidos. Esvaziamento gástrico torna-se lento. Clinicamente, pode causar perda significativa de peso, refluxo e regurgitações. Tratamento é cirúrgico. Na imagem 02 → parede do piloro muito espessada → causa uma intensa redução na capacidade de esvaziamento do estômago. Hérnia Diafragmática Congênita → muitas vezes alças intestinais ou partes do estômago passam do abdômen para o tórax, pela diferença de pressão. Problemas na formação do diafragma podem levar o estômago a herniar em direção ao tórax. Maiores complicações no lado esquerdo, pois não tem a proteção do fígado. Podem levar a uma hipoplasia pulmonar; GASTRITES Gastrite Aguda → processo inflamatório agudo envolvendo a mucosa gástrica. → Predomínio de célula polimorfonuclear no infiltrado. É bem menos comum que a crônica. → condição rara. Está relacionada a um erro nos mecanismos de proteção (como células foveolares pararem de secretar mucina). Acontece pós-traumas severos, na hipersecreção ácida, uso de medicamentos que agridem muito a mucosa, na deficiência de prostaglandinas e nos distúrbios da renovação epitelial. Clínica → dor epigástrica, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, hematêmese, melena; Complicações → hemorragias e perfurações; Patologia→ hemorragia intersticial, neutrófilos, necrose, abcessos. Imagem 01→ mucosa com coloração alaranjada, com áreas hemorrágica. Imagem 02 → grande extensão hemorrágica. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 8 Gastrite Crônica →processo inflamatório crônico envolvendo a mucosa gástrica. Sinais e sintomas menos graves que na aguda, porém mais persistentes. Clínica envolve náuseas, desconforto abdominal, algumas vezes com vômitos, sem hematêmese. É preciso classificar a gastrite. Leve, moderada ou severa→ número mononuclear. Presença de atividade inflamatória, medida pelo número de neutófilos (polimorfonuclear); Atrofia presente ou ausente. Presença ou ausência de metaplasia intestinal. Presença ou ausência de Helicobacter Gastrite causada pelo Helicobacter pylori: → ocorre principalmente no antro. A presença do Helicobacter pode ser identificada pelo sangue → teste da urease = fragmento de mucosa + enzima = mudança de cor. A helicobacter é uma das poucas bactérias relacionadas a desenvolvimentos de neoplasia. Gastrite com agregados linfocitários: provável causa é H. pilori. Complicações →pode evoluir para úlceras pépticas e duodenais, adenocarcinoma e MALToma (linfoma malte) Patologia → presença de neutrófilos e também de agregados linfoides, nível de inflamação crônica, possível metaplasia intestinal, possível atrofia na mucosa, presença de H. pilori. Epidemiologia → associada a pobreza, relacionada ao saneamento e higiene. Tratamento → uso de antibióticos e inibidores da bomba de prótons, pacientes apresentam melhora, mas podem reincidir; Imagem → quantidade de célula inflamatória é tão grande que pode formar folículo linfóide dentro da mucosa (agregado de células redondas) Gastrite Atrófica Multifocal → relacionada a anemia perniciosa. Atrofia da anemia perniciosa é no corpo do estomâgo, pois as células que produzem os fatores extrínsecos são localizadas lá. Retirada do corpo estomacal é uma causa de anemia perniciosa. Raramente é realizada gastrectomia total, pois a mortalidade é muito elevada, assim, só é realizada em casos extremos. Metaplasia estomacal é um fator de risco para adenocarcinoma gástrico. Diferença histológica: corpo tem presença de células parietais, antro não. Imagem 01 → O pontilhado mais escuro é a presença de células inflamatórias crônicas. imagem 02 → presença de metaplasia intestinal na mucosa gástrica → neoplasia do estômago = predominantemente glandular = células em anel de cinete, produtoras de muco → a falta de organização dessas células como glândula impede que elas sejam “jogadas” para a luz do órgão. Gastrite Autoimune → ocorre principalmente no corpo. Relacionada a hipergastrinemia. Produção deficiente de ácido estimula liberação da hastrina. Infiltrado com linfócitos e macrófagos, secreção ácida diminuída e de gastrina aumentada. Atrofia, adenocarcinoma, anemia perniciosa são possíveis causas; PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 9 H. pylori x Autoimune → associada a H. pylori ocorre no antro, são encontrados neutrófilos, produção normal de gastrina, sorologia mostrando H. pylori, causa úlceras e está relacionada à pobreza. Associada a autoimune ocorre no corpo, encontrados linfócitos e macrófagos, produção aumentada de gastrina, ocorrem atrofias e está ligada a doença autoimune, diabetes mellitus. Doença Ulcerosa Péptica → bordas da úlcera não são bordas elevadas, são retas. Evita-se realizar biópsia de base da úlcera. → o ideal é que se faça uma amostragem da borda da lesão = presença de células viáveis. Principais mecanismos de proteção a acidez do suco gástrico → muco, parede reforçada, prostaglandinas e movimentação estomacal. Ocorre inflamação aguda, tecido necrótico e fibrose. → O uso de AINE está relacionado a essas úlceras. A doença quase sempre tem tratamento clínico, que geralmente corrige a ulceração; Fatores de risco → H. pylori, uso de aspirina, tabagismo, álcool, hiperacidez gástrica, refluxo duodenal, que mexem no equilíbrio protetor, anti-inflamatórios não esteroidais, DPOC, Síndrome de Zollinger-Ellison; Clínica → náuseas, vômitos e hematêmese em borra de café; Complicações → sangramentos, perfurações e obstruções (fibrose na parede estomacal). Imagem 02 → biópsia de úlcera com presença de artéria → hemorragia → necessidade de cirurgia para reverter hemorragia. Cuidado com paciente de mais de 50 anos com anemia cronica que não melhora com tratamento → pesquisar sangue oculto nas fezes → sangramento de neoplasia gastrica ou intestinal ou ainda algum processo ulcerado. Mucosa normal → forças defensivas se sobressaem às forças destrutivas. Mucosa com injúria → aumento de forças destrutivas → H pilori, tabagismo, alcoolismo, aspirina, AINEs, hiperacidez gástrica. Alterações nas forças de defesa → isquemia, choque hipovolêmico, retardo do esvaziamento gástrico e fatores próprios do hospedeiro. Essas úlceras possuem cicatrização semelhante à pele → cicatrização, produção de grandes quantidades de colágeno... Neoplasias Benignas Tumor do Estroma Gastrintestinal (GIST) → neoplasia mesenquimal, pode acometer toda extensão do TGI (estômago, intestinos, esôfago). São raros, mas representam 80% dos tumores mesenquimais do TGI. Ocorrem mais em homens, na média aos 60 anos, e acometem o estômago, na maioria dos casos. Causa um abaulamento, sem erosão/ulceração, da mucosa; Patologia→ Presença de células fusiformes e células epitelióides; PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 10 Prognóstico → depende do tamanho do GIST, mitoses e necrose. Alguns tem comportamento maligno. → tamanho do gist, número de mitoses e presença de necrose. Tratamento →ressecamento do tumor e medicamentos orais. Necessáriaconfirmação via imuno-histoquímica. → Coloração na imuno-histoquímica por CD 117+/c-KIT. Muito menos frequente que adenocarcinomas. Na imagem 02 → gist de intestino delgado, com localização submucosa, com área de abaulamento Adenomas →um tipo de displasia. → mais comum em intestino grosso. Em estômago → displasias da mucosa são chamadas de adenomas, neoplasias benignas de epitélio glandular. → presença de pólipos. Quando realizada a endoscopia → retirada de pólipos devido ao potencial de crescimento e displasia. Classificadas pólipo → adenoma de baixo grau → adenoma de alto grau → neoplasia maligna (adenocarninoma) Não há infiltração da mucosa. Apresentam potencial de malignização. Epidemiologia → geralmente entre 50-60 anos, mais frequente nos homens; Morfologia→localizados no antro, compostos de epitélio colunar intestinal. Neoplasias Malignas. Carcinomas Gástricos → adenocarcinoma é o mais comum (90%). É a SEGUNDA FORMA MAIS COMUM DE NEOPLASIA MALIGNA MUNDIALMENTE (1º pulmão). Responsável por boa parte das mortes associadas a neoplasias malignas. Há uma redução nos casos de carcinoma gástrico, pela melhor conservação dos alimentos. Alimentos embutidos/defumados estão relacionados a um maior risco de carcinoma gástrico. Desenvolve-se a partir de lesões precursoras, como displasia e adenomas. A diminuição no número de casos de câncer gástrico está relacionada apenas ao tipo INTESTINAL, que tem uma maior relação com gastrite atrófica e metaplasia intestinal. Fatores de risco → tabagismo, dieta inadequada, genética, idade, sexo, pobreza, H. pilori, glutamato-mono-sódio (conservante), EBV. Família Bonaparte foi uma das primeiras relacionadas a neoplasia gástrica familiar; H pilori → a agressão do agente se relaciona com a mobilidade proporcionada pelo flagelo, capacidade de produzir toxinas que ocasionam danos à mucosa → produção de urease, que consegue antagonizar e diminuir o ácido estomacal, criando ambientes propícios para o desenvolvimento bacteriano → presença de lipossacarídeos que permitem a adesão à mucosa. → produção de efetores que podem induzir ações como apoptose. Epidemiologia → mais comum no Japão, Chile e Europa Oriental. Mais frequente em homens, idade média de 55 anos; PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 11 Macroscopia → borda da lesão elevada, com aspecto mais rugoso, de origem gástrica, lesão espessa, coloração brilhosa, excesso de muco; Bordas irregulares. Realizar biópsia em bordas. O estadiamento da lesão depende do grau de invasão, e algumas dessas neoplasias podem envolver órgãos subjacentes (adenocarcinoma retal pode se expander e comprometer parte posterior do útero, sem ser metástase) → extensão direta do tumor → T no estadiamento. Em vísceras é necessário avaliar a invasão e não o tamanho da lesão. Na imagem 04 → ocorre dificuldade em estabelecer se é esofágico ou gástrico, portanto, é necessário diferenciar pelo TNM → neste caso, não se vê área mucosa esofágica, sendo indicativo, então, de adenocarcinoma gástrico → necessidade de encaminhamento para imunoistoquímica. Patologia→ divididos pela classificação de Laurén. Tipo clássico ou intestinal → padrão, presença de glândulas, massas exofíticas, ulceradas, glândulas, TÚBULOS PRESENTES, lúmens, são volumosos. Tipo difuso → pode acometer toda superfície do estômago, lesões planas, infiltrativas, extensas, células em anel-de-sinete ( células malignas, produtoras de mucina, que não conseguem exportar o muco → fica restrito dentro da célula → cheia de muco, não é exclusiva do adenocarcinoma difuso), mucinas, esse tem prognóstico piorado; Imagem 05 → células em anel de sinete cheias de mucina Imagem 06 → glândulas da mucosa preservadas e células abaixo em anel de sinete → podem deixar passar a neolpasia em uma avaliação menos criteriosa → pode-se utilizar uma coloração de PAS que marca esse tipo celular. Prognóstico → com ressecção cirúrgica, sobrevida de 90% em 5 anos, mesmo com metástases. No câncer avançado, taxa de 20% em 5 anos, quimioterapia permanece ineficaz. Geralmente são descobertos em estágio avançado, dificultando prognóstico. Bezoares → corpos estranhos alterados pela digestão. Ocorrem principalmente em estômago e intestinos. Mais comuns são fitobezoares (muitas fibras vegetais) e tricobezoares (relacionados a ingesta de pelos/cabelo). Patologia → obstrução causada pelo material, caqui (fitobezoar), Síndrome de Rapunzel (tricobezoar). PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 12 Intestino Delgado Doença Celíaca → enteropatia sensível ao glúten (trigo, centeio, aveia, cevada), em pessoas geneticamente predisponentes. → causa irritação alérgica na mucosa do intestino delgado. Doença frequente no grupo pediátrico, muitas vezes diagnosticada apenas posteriormente → Lembrar que o intestino delgado normal tem vilosidades e microvilosidades para ampliar área de absorção; Epidemiologia → comum em pessoas com ascendência europeia. Celíaca pediátrica manifesta-se entre 6-24 meses. No adulto, entre 30-60 anos; Diagnóstico →em geral, pela clínica. → A endoscopia é o exame “padrão outro” para detecção da doença, mas pode ser dispensada com um forte indicativo clínico. Biópsia também é utilizada; Patogenia → células T CD4+ responsivas ao glúten produzem citocinas que contribuem para dano tecidual e destruição da mucosa. Células CD8+ também estão relacionadas; Clínica → diarreia sintomática, atrasos de crescimento em crianças, perda de peso, distensão abdominal; Patologia→ linfocitose intraepitelial (T intraepiteliais), hiperplasia das criptas/glândulas submucosas e atrofia das vilosidades. Também são encontrados anticorpos específicos da doença (IgA, IgG). O material biopsiado parece intestino grosso, pois perde as vilosidades intestinais, diminuindo consideravelmente a superfície de absorção de nutrientes. As microvilosidades seguem presentes; Prognóstico → pacientes que aderem a uma dieta sem glúten tem melhora sintomática. Pacientes com celíaca tem maior taxa de câncer, mais comumente o linfoma de células T associado a enteropatia. Também se relaciona com Adenocarcinoma do intestino delgado. CAPÍTULO 17 AULA LUCIANA Intestino Grosso HEMORRÓIDAS Vasos colaterais anais e perianais dilatados, que conectam o sistema venoso portal e caval→ pressão venosa elevada dentro do plexo hemorroidário. Externas quando ocorrem abaixo da linha anorretal. Internas quando superior ao reto distal. Em sua posição exposta, estão sujeitas a traumas, podendo tornar-se inflamadas, trombosadas e recanalizadas. Pode ocorrer ulceração superficial. Os traumas ocorridos podem ser de diversos tipos. → ocasiona sangramentos, por vezes, com mais facilidade. A dlatação pode ser tão grande, que é referido por pacientes a necessidade de empurrá-la de volta para dentro do ânus para diminuir a dor ou o sangramento. Raias de sangramento vivo nas fezes → sangramento de intestino baixo. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 13 DIVERTICULOSES Evaginação da mucosa para dentro da parede do intestino grosso → bolsas externas adquiridas da mucosa e da submucosa do intestino grosso. Ocorre geralmente acima dos 30, com pico aos 60 anos. Pacientes com histórico de constipação. → desenvolvem-se sob condições de elevada pressão intraluminal. As altas pressões luminais podem ser geradas por contrações peristálticas exageradas, que podem ser exarcebados por dietas com baixo teor de fibras, o que reduz o volume das fezes. Com a ingestão de fibras, é essencial um equilíbrio de ingestão de água para não ocorrer o ressecamento do bolo fecal. Qualquer tipo de movimentação ou exercício auxilia nos movimentos do bolo. Patogenia → etiologia inflamatória → uma obstrução. → Independente do elemento que está obstruindo, ascélulas da mucosa continuam produzindo muco. Chega um momento que a pressão interna do divertículo será maior do que a dos vasos sanguíneos, logo o vaso sanguíneo acaba ocluindo. Isso causa um processo isquêmico, que pode levar a uma necrose e causar uma peritonite; Macroscopia → intestino grosso com a mucosa exposta e ósteos (projeções diverticulares, a superfície da mucosa foi empurrada através desses orifícios onde houve um enfraquecimento das fibras). Formação de uma pequena bolsa no sentido contrário, o DIVERTÍCULO. Divertículos normalmente são múltiplos e mais presentes em colon sigmóide. Em geral, todos podemos ter diverticuloses assintomáticas, o problema é quando há processo inflamatório. Ocorre dor, desconforto abdominal, diminuição do trânsito intestinal. Quando ocorre o processo inflamatório, a condição passa a se chamar diverticulite. A diverticulite possui tratamento diferente → cirúrgico. Cuidado com semente de frutas → sementes de mamão → entupimento de divertículos, inflamação → podem chegar a causar perfuração e há necessidade de retirada de segmentos do intestino. A maior chance de perfuração se dá a fragilidade da parede do divertículo → a perfuração extravasa inflamação, pus e material fecal para dentro da cavidade abdominal → risco de fortes infecções. Com ou sem perfuração → diverticulite recorrente pode causar colite segmentar → que é o espessamento fibrótico na parede do cólon, podendo haver até mesmo estenose. A perfuração pode ocasionar a formação de abscessos pericolônicos, desenvolvimento de fístulas e peritonite Sintomatologia Cólicas intermitentes. Desconforto abdominal inferior contínuo. Obstipação Diarréia. Complicações → diverticulite, isquemia, perfuração, peritonite. Processo inflamatório pode precisar de correção cirúrgica; Prognóstico → divertículos tendem a se tornar mais numerosos ao longo do tempo. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 14 Doença Inflamatória Intestinal (DII) → é uma condição crônica resultante da ativação imune inadequada da mucosa. Possuem relação com a interação do hospedeiro e da microbiota intestinal. Defeitos na barreira → influxo de componentes bacterianos. → perda do efeito protetor e contato e absorção de bactérias pelo epitélio intestinal → componentes microbianos geram processos inflamatórios anormais e ativam a imunidade. Ativação da imunidade inata e adaptativa → sensibilização do indivíduo. Alterações da microbiota → tanto da qualidade quanto da quantidade de bactérias. Engloba a Doença de Crohn e a Colite Ulcerativa, sua clínica e tratamento são muito semelhantes. A colite ulcerativa está limitada ao cólon e reto, estende-se apenas na mucosa e submucosa. Por outro lado, Crohn pode envolver QUALQUER área do TGI, e é frequentemente transmural. As complicações das duas doenças também são distintas. Epidemiologia →mais frequente em mulheres, durante a adolescência ou jovens adultos. Mais comum em brancos (+ em judeus, predileção genética?). Mais prevalente na América do Norte, Europa, Austrália. O número de pacientes com lesão na mucosa intestinal aumentou muito nos últimos anos, isso deve-se a mudança de hábitos alimentares. A teoria da higiene sugere que esse aumento se deve a um melhor armazenamento dos alimentos, com diminuição de contaminação e infecções entéricas, resultando em desenvolvimento inadequado de respostas imunes das mucosas; Tratamento → o tratamento cirúrgico não é recomendado para a cura pois pode continuar a inflamação, reincidir com as lesões e depois complicar com peritonite, abscessos. Isso vale para as duas doenças. Doença de Crohn → pode ocorrer em qualquer área do TGI. Geralmente são lesões salteadas. É uma doença GRANULOMATOSA. Todavia, a grande maioria não tem a presença de granuloma na biópsia (só 35%). Se manifesta durante o início da idade adulta → 18-25 anos. Clínica → muito variável. → diarreia leve, febre, dor abdominal, tenesmo (dor ao evacuar), sangue nas fezes. Ocorrem intervalos assintomáticos. Sintomatologia relacionada a gatilhos externos (tabagismo, alimentos específicos, estresse). Podem ser encontrados eritema nodoso e baqueteamento das pontas dos dedos antes da detecção intestinal; Complicações → por seu acometimento transmural (desde a mucosa até a serosa), pode levar a fístulas e perfurações. Fístulas entero-entero →comunicação entre partes intestinais. Aumenta o risco de adenocarcinoma de Cólon; Achados → úlceras “em serpente”, mucosa em pedra de calçamento, gordura rastejante, fístulas, luz intestinal estreitada, parede intestinal espessa, fibrose; Patologia→ neutrófilos e cripta danificada (abcesso de cripta), distorção da arquitetura da mucosa, metaplasia das Células de Paneth, GRANULOMAS (sua ausência não exclui diagnóstico). Áreas mais alongadas de ulceralções → fusão. Mucosa em pedra de calçamento → mucosa poupada, entremeada por mucosa lesionada (foto ao lado) Fissuras profundas. Histologia → abscesso de cripa e presença de inflamação → na luz da glândula há agrupamento de neutrófilos. Distorção na arquitetura da mucosa → presença de metaplasia de células de paneth → atrofia da mucosa, Granulomas não caseoso. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 15 Colite Ulcerativa → a colite ulcerativa é limitada ao cólon e reto. A lesão é contínua, pode envolver todo o intestino grosso, mas não intercala com áreas sadias. Geralmente se inicia no reto e vai ascendendo. GRANULOMAS NÃO ESTÃO PRESENTES, está limitada a mucosa e submucosa, não chega nem a serosa e nem a muscular. Clínica → diarreia sanguinolenta com muco viscoso, dor abdominal inferior, cólicas que aliviam com evacuação, emagrecimento, tenesmo. Também tem gatilhos externos (enterite infecciosa, estresse psicológico), e evolui por surtos, ocorrendo períodos de exacerbação e remissão das lesões e dos sintomas, às vezes ao longo de muitos anos. Complicações → neoplasias intestinais, pseudo-pólipos, perfurações e hemorragias, megacólon tóxico (destruição do plexo submucoso). Podem ocorrer outras complicações sistêmicas, autoimunes: poliartrite, espondilite anquilosante, uveíte, Colangite esclerosante primária; Em casos crônicos, evolução para áreas de carcinoma. Achados → úlceras extensas com base larga (não são profundas), pseudopólipos, atrofia da mucosa. Ausência de espessamento mural, superfície serosa normal e não ocorrem estreitamentos do lúmen; Histologia → abscessos de cripta, distorções de arquitetura e metaplasia pseudopilórica → extensa área inflamada. Processo inflamatório difuso. Camadas superficiais limitadas. Plasmocitose basal → plasmócitos se alojam na base da cripta. Ausência de granuloma. Patologia→ ausência de granulomas, infiltrados inflamatórios, abcessos das criptas, distorção da cripta e metaplasia epitelial (porém não salteadas e limitadas). Doença limitada à mucosa/submucosa, pouca fibrose, parede intestinal fina. Macroscopicamente, mucosa vermelha, aparência granular PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 16 Pólipos → são mais comuns no cólon, mas podem ocorrer no esôfago, estômago ou intestino delgado. Não é sinônimo de tumor! Alteração que ocorre na mucosa do intestino. Podem ocorrer mutações semelhantes às de tumores e existem pólipos que podem evoluir para tumores. Pólipo neoplásico mais comum é o adenoma, que tem potencial de malignidade. Os não-neoplásicos podem ser classificados como inflamatórios, hamartosos ou hiperplásicos. Esses pólipos podem ser hiperplasias, displasias ou neoplasias. As displasias no intestino grosso são vistas como processos benignos (adenomas) precursores de neoplasia. Para ter uma neoplasia maligna, necessariamente precisa passar primeiro pelo estágio de adenoma. Pólipo inflamatório → podem ser pseudopólipos → caráter inflamatórioda doença intestinal Clínica → sangramento de reto. Corrimento mucoso, lesão inflamatório da parede retal. Prolapso de mucosa retal. O pólipo de forma após ciclos de injúria e cura. Histologimanete → distorção arquitetural, com típico prolapso mucoso sobreposto → hiperplasia fibro muscular, com infiltrados de células inflamatórias mistas → hiperplasia epitelial → não possui características evolutivas para carcinomas. Pólipos Hiperplásicos → São proliferações epiteliais comuns, geralmente descobertas entre 60-70 anos. Muito frequentes → lado esquerdo do intestino grosso. São pequenos e na grande maioria das vezes são sésseis → algumas vezes podem possuir pedúnculos. Na microscopia → glândulas alongadas e pregueadas → mitoses nas bases dos epitélios → células caliciformes abundantes → criam a superfície serrilhada (estrelada → observar figura ao lado). Não tem um potencial maligno (diferente de adenomas). São protrusões nodulares lisas da mucosa, compostos de células caliciformes e absortivas maduras. Olhando macroscopicamente, não dá para saber se é uma hiperplasia ou uma displasia, necessário fazer a biópsia para avaliar. Pólipos hamartomasos → crescimento semelhante a tumores → composto de tecido maduro que se arranjam de forma atípica. Eles ocorrem esporadicamente → síndromes genéticas determinadas ou adquiridas Polipose juvenil → crianças e adultos → idade média = 5 anos Pode ser esporádico ou sindrômico. Hamartoma arredondado cístico ou pedunculado. Glâdulas císticas dilatadas, com mucina, debris inflamatórios, com interior em cório abundante e edematoso Geralmente localizadas no reto. Mutações genéticas → SMAD4 BMPR1A. Risco de adenoma e carcinoma; Manifestações gastrointestinais → baqueteamento digital → malformações arterio-venosas pulmonares. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 17 Síndrome de Peutz-Jeghers → é comum entre os 10 e 15 anos. Possui pigmentação melanótica cutâneo-mucosa, com risco aumentado de câncer de tireóide, mama, pulmão e pâncreas → gonadal e bexiga. Mais comuns no intestino delgado. Na microscopia → glândulas desorganizadas, com vários tipos celulares infiltrados e presença de musculatura lisa → seu padrão é mais claro e menos estrelado do que os outros tipos de pólipo. Pólipos Hiperplásicos x Adenomas → um pólipo pode se tornar um adenoma, o qual tem potencial de malignidade.→ Um adenoma é um pólipo neoplásico. → Diferentemente do hiperplásico, o adenoma tem diferenciação célular. Adenomas → tem potencial de malignidade. Estão presentes em quase 50% dos adultos com 50 anos ou mais no ocidente. São pólipos precursores de câncer colorretal, por isso a colonoscopia é utilizada como rastreamento. Sua marca histológica é a uma displasia com alongamento e estratificação nuclear. → distúrbio proliferativo → substituição de células normais por células pouco diferenciadas. Podem ser classificados em tubulares ou vilosos → pode também ser serrilhado. Tamanho é a característica mais relacionada à malignidade. 40% das lesões maiores que 4 cm tem focos de câncer, por ex. Além do tamanho, o grau da displasia é fator de risco para o câncer. Histologicamente → o marco citológico da displasia epitelial é a hipercromasia nuclear, o alongamento e a estratificação. Presença de nucléolos grandes, citoplasma eosinofílico e uma redução no número de células caliciformes. Adenomas tubulares são os mais comuns, seguidos pelos túbulo-vilosos (5 a 10%) e vilosos (1%) Adenoma Tubular → preservam o formato das glândulas. Costuma ser uma lesão pedunculados, pequenos, compostos por glândulas arredondadas ou tubulares pequenas. Menor chance de desenvolver neoplasia em relação aos vilosos. Adenoma Viloso → a lesão tem uma base muito larga, é mais plana. 50% evoluem para adenocarcinoma. São maiores e mais sésseis, cobertos por vilosidades delgadas; Um adenoma de baixo grau (tubular) se transforma em um adenoma de alto grau (viloso), que depois evolui para um adenocarcinoma. PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 18 Polipose adenomatosa familiar → quando diagnosticado entre os 10 e 15 anos, se manifesta na fase clássica, e entre os 40 e 50 anos, é chamada de forma atenuada. Possui grande propensão para manifestação maligna. Forma a base molecular do câncer colorretal. Presença de adenomas múltiplos, mais de 100 para o diagnóstico. Adenoma serrilhado → são comumente encontrados no cólon direito → displásicos, mas não apresentam características citológicas típicas presentes em outros adenomas. Adenocarcinoma do Cólon → é a neoplasia maligna mais comum do TGI. 50% dos adenocarcinomas do intestino grosso ocorrem no colón sigmoide e no reto. A seguir na ordem de preferência vêm o ceco e o colón ascendente. Epidemiologia → a cada ano são 135 mil novos casos e 55 mil mortes (EUA) por adenocarcinoma colorretal. Representa 15% de todas mortes por câncer (atrás apenas do pulmonar). → Pico de incidência 60-70 anos. Mais prevalente nos países desenvolvidos; Fatores de risco → fatores genéticos, baixo consumo de fibra vegetal, alto consumo de carboidratos refinados, gordura e alimentos industrializados. AINEs têm efeito protetor (via COX-2), fibras vegetais também protegem; Clínica → fadiga e fraqueza devido a uma anemia ferropriva, sangramento oculto, desconforto abdominal; Cólon direito → dor, desconforto, fraqueza, perda de peso, diarréia, menos obstrução, massa abdominal palpável, presença de sangue oculto nas fezes. Cólon esquerdo → dor, sinais de obstrução ou de sub-oclusão → constipação → presença de fezes em fita → presença de sangue nas fezes → massa abdominal menos palpável. Prognóstico → depende da profundidade de invasão, das metástases linfonodais e da diferenciação do tumor. Tumores restritos à parede intestinal, sem metástase têm uma grande chance de cura cirúrgica, 80% de sobrevida em 5 anos. Já aqueles Diagnóstico → por seu desenvolvimento insidioso, podem passar despercebidos por um longo período. Pesquisa de sangramento oculto, uso de endoscopia, colonoscopia, outros exames de imagem e biópsia confirmatória. Patogenia →a maioria dos adenocarcinomas do intestino grosso desenvolve-se a partir de adenomas pré-existentes. → Patogenia explicada abaixo com imagens; PATOLOGIA - Caroline Zanella ATM 2022/a 19 Sequência adenoma-carcinoma → responde por cerca de 80% dos tumores de cólon esporádicos. → Envolve mutação de genes APC (supressores tumorais). Sequência microssatélites → deficiência de reparo de DNA, mutações acumulam-se e criam uma instabilidade microssatélite. São silenciosas. Patologia→ são bem diferenciados, muitos produzem mucina e muitas vezes contém muitas células em "anel de sinete". No cólon distal, lesões anulares produzem constrições em “anel de guardanapo”, além do estreitamento luminal; Macroscopia Microscopia → células colunares altas que se parecem com epitélio displásico encontrado nos adenomas. → ocorre desmoplasia estromal → pode haver formação de células em anel de sinete → alguns podem apresentar característica de diferenciação neuroendócrina. Metástases → o fígado, pela drenagem do sistema porta, é o mais acometido por metástases de adenocarcinoma do cólon. Não necessariamente tem um mau prognóstico, depende do número e do tamanho dessas metástases. Com ressecção cirúrgica, bom prognóstico; Adenocarcinoma de cólon infiltra para os linfonodos regionais! → Muito relacionado ao prognóstico; Não há adenocarcinoma primário no fígado, apenas nos ductos biliares, pois o fígado não possui glândulas. Imuno-histoquímica: permite descobrir de onde vem o sítio primário da metástase. Tumores do canal anal
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