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RESUMO THOMAS MARKY 2

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RESUMO THOMAS MARKY
PARTE 2
Capítulo 17: Direito das obrigações
Conceito: Liame jurídico entre devedor e credor, em que o primeiro tem direito de exigir uma prestação do segundo.
Os direitos reais implicam num dever negativo (não pertubar o direito do titular deles) além de terem validade erga omnes. São duradouros.
As obrigações, todavia, valem apenas para algumas pessoas (as partes envolvidas) e podem implicar em dever negativo ou positivo. São, a principio, temporárias, extinguindo-se com seu cumprimento.
Se o credor não pagar ao devedor, esse pode entrar com uma actio in personam. Inicialmente, tal ação era respondida pela pessoa do devedor, ou seja, fisicamente. Posteriormente, o devedor respondia com seus bens.
PARTES NA OBRIGAÇÃO
Credor e devedor
Obrigações parciais: há mais de uma pessoa na no lugar de cada parte. O crédito e o débito são divididos entre os membros que compõe cada parte.
Obrigações solidárias: cada credor ou cada devedor pode extinguir a obrigação como um todo. Há algumas causas para a ocorrência de tal instituto.
Prestação indivisível ( três colegas devem um cavalo ao dono do estábulo).
Disposição contratual ( a fim de facilitar a quitação da obrigação. Os integrantes de cada parte negociam entre si, posteriormente, os gastos individuais no pagamento).
Prestação devida de um ato ilícito praticado por mais de uma pessoa.
OBJETO DAS OBRIGAÇÕES
É a prestação. Não deve ser fisicamente ou juridicamente impossível, ilícita, imoral ou totalmente indeterminada. Deve ter valor pecuniário. Caso seja impossível a prestação desde a constituição da obrigação, esta é nula.
- Tipos de prestação: 
a.1 Dare (transferência de propriedade ou servidão)
a.2 Facere/ prestare ( indicam qualquer prestação)
b.1 Específica: objeto determinado ( prédio em frente ao barbeiro)
b.2Genérica: coisa genericamente determinada
c.1 Alternativas: há varias prestações e cabe a uma das partes escolher qual utilizar na obrigação (na falta de acordo prévio, o devedor escolhe)
c.2 Facultas Alternativa: o devedor tem a faculdade de entregar por pagamento coisa diferente da devida ( como uma multa contratual)
d. Divisível: a prestação pode ser dividida em partes
EFEITOS JURIDICOS DA OBRIGACAO E RESPONSABILIDADE PELO INADIMPLEMENTO
O não solvimento de uma obrigação chama-se inadimplemento. Quando isso se dá, o credor pode constranger o devedor por uma actio in personam a pagar a prestação.
- O devedor pode ser culpado ou não. Em sentido lato, a culpabilidade tem duas formas: dolo e culpa em sentido estrito.
1.Dolo: intenção de agir contra a lei ou contrariamente às obrigações assumidas, agir de má-fé.
2. Culpa: negligencia
	a. Culpa levis: negligencia leve, à qual todos estão sujeitos.
		i. Culpa levis in abstracto: bônus do paterfamilias
		ii. Culpa levis in concreto: conduta costumeira do devedor
Vis maior: acontecimento inevitável ( cai um raio na casa que devia a Ticio)
Causus minor: é possível defender-se, porém não se consegue prever (furto, estrago, perda)
	b. Culpa lata: negligencia exorbitante 
O devedor só responde pelo próprio dolo quando se tratam de obrigações oriundas de contratos com os quais ele não lucra. Quando a obrigação lhe possibilita certo proveito, ele também responde por qualquer negligencia.
MORA
- É o atraso no cumprimento das obrigações. Pode partir tanto do devedor quanto do credor.
1. Mora do devedor
Acontece quando o devedor, por um motivo a ele imputado, não paga sua dívida vencida. Tal motivo pode ser sua vontade ou a impossibilidade da execução.
A consequência da mora do devedor é dupla
Aumenta a responsabilidade do devedor ( além de responder por dolo ou negligencia, ele também se responsabiliza por causa vis maior)
Nas obrigações baseadas na bona fides, o devedor em mora tinha que pagar os juros da divida e entregar os frutos adquiridos durante a mora.
2. Mora do credor
O credor não aceita a prestação dentro de seu prazo de vencimento. A partir do momento em que surge a mora, o devedor passa a responder apenas por dolo.
3. Purgação da mora
A mora pode ser purgada com o oferecimento da prestação assim como devida e, uma vez aceita, extingue-se a mora. Se o credor se recusar a aceitar a prestação sem justificação coerente, cessam-se as consequências da mora do devedor e tem-se uma mora do credor. 
4. Obrigações naturais
São obrigações em que o devedor não pode ser compelido à prestação, por faltar ao credor tutela jurídica processual (ex: obrigações contraídas por alieni iuris).
Tinham efeitos secundários: a prestação podia ser validamente executada pelo devedor, além de poder ser garantida por fiador ou garantia real, podendo ser confirmada de vários modos.
Capítulo 18: Fontes da obrigações
CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTORICA
As obrigações nascem dos mais variados fatos jurídicos, com destaque para os contratos e os delitos. Há outros desdobramentos de fontes, como as quasi ex contractu e quasi ex maleficio.
O direito romano divide ações reipersecutórias e penais. As primeiras visam obter satisfação patrimonial em consequência de um contrato entre as partes, e as segundas, obter a punição de um autor de ato ilícito. 
Capítulo 19: Contratos
CONCEITO
Ato jurídico bilateral que tem por finalidade produzir consequências jurídicas.
O simples acordo de vontades não gerava obrigação, para tanto, era necessário um fundamento jurídico: a causa civilis.
CONTRATOS FORMAIS
A causa civilis que conferia força obrigatória e consequências jurídicas ao ato era a pratica das formalidades prescritas. Havia dois tipos de contrato formal: o nexum e a stipulatio. O primeiro era uma solenidade parecida com o mancipatio (logo caiu em desuso) e o segundo era a promessa solene de uma prestação.
CONTRATOS DO DIREITO CLÁSSICO 
A mais importante categoria é a dos contratos é a dos “contratos reais”. Eles se realizavam sem as formalidades do nexum, apenas com a entrega da coisa ao devedor. Dessa entrega, resultava a obrigação do devedor a devolução. São quatro categorias: mutuo, depósito, comodato e penhor.
Há os contratos consensuais, que se perfazem pelo simples acordo das partes, sem quaisquer formalidades. São: a compra e venda, a locação, a sociedade e o mandato.
Nexum
Stipulatio
As demais convenções que não se enquadravam nas quatro categorias acima, eram chamadas de pacta, e não tinham força coercitiva. Alguns pacta, todavia, obtiveram tutela jurídica. 
Ato jurídico unilateral, simples promessa, não gerava obrigação no direito romano, exceto o voto feito aos deuses (votum) e a promessa pública (pollicitatio ob iustam causam).
CONTRATOS REAIS
1. Mútuo ( Real, unilateral, gratuito, stricti iuris)
Entrega, com consequente transferência da propriedade, de uma coisa fungível, com a obrigação para aquele que a recebe de restituir igual quantidade de coisa fungível do mesmo gênero e qualidade. 
O credor é o mutuante, e o devedor é o mutuário.
O mútuo gera uma única obrigação ( devolução de outro tanto recebido). Não exige clausula de contraprestação, por ser gratuito.
A ação do credor contra o devedor é a condictio certae creditae pecuniae (referente a dinheiro) e a condictio triticaria (referente a outra coisa fungível).
2. Depósito ( real, gratuito, bilateral imperfeito, bonna fidei)
Entrega de uma coisa móvel para que o devedor (depositário) a guarde, gratuitamente, e a restitua assim que o credor (depositante) pedir. 
O depositário não pode usar a coisa que detem, devendo devolve-la no estado em que a recebeu. A obrigação é gratuita, na qual o depositário faz um favor ao depositante.
O depositante deve indenizar o depositário pelas despesas com a guarda da coisa.
As obrigações das partes não tem o mesmo valor econômico (contrato imperfeito bilateral).
3.Comodato ( real, gratuito, bilateral imperfeito, bonnae fidei) 
Entrega de uma coisa para uso gratuito, com a obrigação do devedor de restituí-la. O credor, queentrega a coisa, é o comodante. O devedor, que recebe a coisa, é o comodatário. 
O objeto do comodato é, normalmente, inconsumível ( também pode ser consumível, porém o comodatário não pode consumi-la).
O comodatário deve usar a coisa consoante foi estabelecido no contrato, conforme a bona fides. Findo o comodato, deve restituir a coisa ao comodante.
As obrigações do comodatário são essenciais, e as do comodante, eventuais ( contrato imperfeito bilareal).
4.Penhor ( real, gratuito, bilateral imperfeito, bona fidei)
Entrega de uma coisa para servir de garantia real de uma obrigação, devendo ser restituída ao extinguir-se a obrigação. O credor da obrigação é o credor pignoratício, devendo guardar a coisa sem direito de usa-la ( somente caso isso se convencione expressa e previamente). 
O devedor deve indenizar o credor das despesas feitas com a guarda.
CONTRATOS INOMINADOS
São contratos bilaterais perfeitos, em que as partes se obrigam a prestações equivalentes. 
Adquiriam força jurídica quando uma das partes executava a prestação. Em seguida, a outra parte ficava automaticamente obrigada a efetuar a contraprestação.
CONTRATOS CONSENSUAIS 
1. Compra e venda ( consensual, oneroso, bilateral perfeito, bonae fidei)
As partes se obrigam a trocar mercadoria contra dinheiro. Diferentemente da compra e venda real, na qual celebra-se a mancipatio, na consensual só há o acordo entre as partes.
A prestação é a entrega da mercadoria, que pode ser coisa de qualquer espécie. A contraprestação é o pagamento do preço.
Como a prestação e a contraprestação são equivalentes, tem-se um contrato bilateral perfeito. O vendedor tem as seguintes obrigações:
Entregar a coisa ( transferir a posse e garantir a posse mansa até o comprador usucapir a coisa)
Responsabilizar-se pela turbação que um terceiro detentor de direito real sobre a coisa pode infringir ao comprador. É a responsabilidade pela evicção
Responsabilizar-se pelos vícios ocultos da coisa vendida. Actio redhibitoria para pedir recisão da venda dentro de seis meses ( e, posteriormente, sem delimitação de prazo) em caso da descoberta de vicio oculto. Actio quanti minoris a ser tentada dentro de um ano para obter a redução do preço da coisa, na midida em que esta fosse desvalorizando por algum vicio descoberto depois da compra.
O vendedor se responsabiliza pela negligencia e pelo dolo. Vis maior, todavia, é de risco do comprador.
As obrigações do comprador são: o pagamento do preço e o recebimento da coisa comprada.
2. Locação ( consensual, oneroso, bilateral, perfeito, “bona fidei”
Uma pessoa, mediante retribuição em dinheiro, se obriga a prestar favores a outra ou colocar um bem a sua disposição.
As partes são o locador e o locatário
Três hipóteses em que se dá a locação:
a. locação de coisa: uso e gozo temporário de uma coisa em troca do recebimento de um aluguel;
b. locação de serviços: põe-se a disposição de outrem os próprios serviços em troca de um salario
c. empreitada: alguém se obriga a produzir determinada obra contra a retribuição de dinheiro
A locação é um contrato bilateral perfeito. Tanto o locador como o locatário respondem pelo dolo e pela culpa que acontecerem.
O locatário tinha a sua disposição a actio conducti e o locatário, a actio locati. 
3. Sociedade
Obriga as partes a cooperarem numa atividade lícita visando fins lucrativos.
Constitui-se pela simples convenção sobre o seu objeto. Por ser um contrato bilateral (plurilateral perfeito), cada sócio entra com uma parte na sociedade, a qual define a proporção de lucros que caberá a cada um.
A sociedade é temporária, sendo dissolvida com o alcance de sua finalidade ( ou inviabilidade dessa ou vencimento de seu prazo de existência). Os sócio podem dissolver a sociedade, e, se esta não tiver prazo de validade, a renuncia de apenas um dos sócios a liquidará.
A liquidação se dá pela actio pro sócio. A divisão de bens comuns se dá pela actio communi dividundo. 
4. Mandato ( consensual, gratuito, bilateral imperfeito, bonae fidei)
Contrato pelo qual o mandatário se obriga a praticar um ato gratuitamente, conforma as instruções do mandante. Tal incubencia pode ser qualquer ato (material ou jurídico) que não seja ilícito.
Deve ser de interesse do mandante (é gratuito, o mandatário não recebe nada em troca).
É bilateral imperfeito. A obrigação principal é a do mandatário (praticar o ato). Seu inadimplemento é tratado pela actio mandati directa. O mandante tem a obrigação secundária de indenizar o mandatário das despesas durante o exercício do mandato, ressarcindo-o pelos danos ( actio mandati contraria).
PACTA
A simples convenção era chama de pacta no direito romano. Apenas alguns pacta obtiveram tutela jurídica. Eram eles:
pacta adjecta: convenções acessórias que acompanhavam um contrato
pacta praetoria: aqueles que encontravam tutela jurídica pela atividade do pretor
pacta legitima: aquelas não compreendidos nas classes anteriores
DOAÇÃO
Não era um contrato de direito romano, e sim apenas uma causa, que justificava um ato jurídico qualquer.
No direito justinianeu a simples convenção entre doador e donatário passou a ser chamada de pactum legitimum e, como tal, sancionada pelo direito. A partir desta inovação, não mais era preciso praticar um ato jurídico diferente para realizar a doação ( como a simulação de uma compra e venda, por exemplo). 
Capítulo 20: Obrigações “ex quasi contractu”
CONCEITO
Fatos jurídicos voluntários que criam relação obrigacional entre as partes sem que estas tenham convencionado criá-las. 
Gestão de negócios
Alguém se encarrega de praticar atos de interesse alheio sem ser incumbido disso ( meu vizinho está viajando e eu conserto sua janela que foi quebrada pelas crianças).
O negotiorum gestor ( quem consertou a janela) deve agir de boa fé e terminar a gestão iniciada pera o dominus negotii ( o vizinho). O inadimplemento de tal obrigação era sancionado por uma actio nagotiorum gestorum. Por meio de uma actio negotiorum gestorum contraria, todavia, o gestor poderia exigir o reconhecimento da gestão e uma indenização pelos gastos que, eventualmente, tivera com ela.
Enriquecimento sem causa
Recebimento de pagamento não devido. Quem o receber, fica obrigado a devolução. Os meios processuais para o credor obtê-la eram as condictiones.
O direito clássico não distinguiu entre as diversas condictiones aplicáveis ao enriquecimento sem causa. Sua classificação detalhada é de origem justinianéia.
A ação para reaver o que fora pago é a condictio indebiti. 
A condictio ob inustam causam servia para exigir a devolução do que fora pago a título de coisa ilícita, como juros exorbitantes ao agiota.
A condictio ob turpem causam era acionada quando o pagamento fosse motivado por motivo imoral.
A condictio sine causa cabia a quaisquer outros casos de enriquecimento sem causa.
Capítulo 21: Delitos 
CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Não havia distinção nítida entre punição e ressarcimento do dano. A consequência jurídica do delito romano era satisfazer o ofendido do dano que sofrera.
Os delitos que lesavam a coletividade eram perseguidos pelo poder público. Os que lesavam interesses particulares poderiam ser vingados pelo próprio ofendido.
No direito primitivo, ficava a livre escolha do ofendido como se vingar do ofensor. Naturalmente, poderia deixar a represália de lado e negociar uma espécie de indenização. 	Com o fortalecimento do poder público, foram estabelecidos condições ao exercício da vingança: ela só seria aceita em caso de flagrante e foram estabelecidos limites à represália .
A evolução posterior a Lei das XII Tábuas generalizou a compositio para todos os delitos privados. Assim, no período clássico, só se fazia ressarcimento por dinheiro. O delito passou a gerar uma obrigação entre o ofensor e o ofendido ( obrigatio ex delicto).
Tipos:
Furto
Subtração fraudulenta de coisa alheia contra a vontade de seu dono(conceito republicano) . Posteriormente, passou a ser, além da subtração da coisa alheia, o uso indevido desta.
É necessário que o ladrão tenha consciência de que age ilicitamente.
Inicialmente, poderia-se transformar o ladrão em escravo ou, em certas hipóteses, mata-lo. A posteriori, passou-se a cobrar uma multa pecuniária do ofensor, a qual poderia chegar ao quadruplo do valor da coisa subtraída. A multa era exigida pela actio furti, uma actio poenalis.
Havia, também, ações reipersecutórias ( visavam apenas recuperar a coisa): rei vindicatio e condictio furtiva.
Roubo
Furto qualificado por ato de violência.
O ofendido poderia usar a actio vi bonorum raptorum, que acarretava a pena do quádruplo do valor da coisa.
Dano, danificação
Lex Aquilia: quem causasse um dano à coisa de outrem ficava obrigado a pagar o maior valor que esse bem tivera no ano anterior. No caso do ferimento de um escravo ou animal, o autor do dano deveria ressarcir o maior valor que a coisa tivera no ultimo mês. 
A danificação deveria ser feita contra a lei (iniuria)
Posteriormente, entendeu-se que que iniuria também aludia a culpabilidade do autor do dano, assim, passou-se a exigir que esse fosse dolosa ou culposamente responsável. A mais leve negligencia também era, assim, imputável. 
Injúria
Ofensa ilícita e dolosa contra alguém. Pode ser física ou moral.
O ofendido poderia recorrer a uma actio iniuniarum, indenização pela ofensa sofrida.
Dolo
É todo comportamento desonesto com a finalidade de induzir um erro a parte por ele lesada. O ofendido recorria a uma actio de dolo para ser indenizado.
Coação
Compelir alguém à pratica de determinado ato jurídico mediante violência física ou moral. A parte ofendida tinha como ação penal a actio quod metus causa.
OBRIGAÇÕES “EX QUASI DELICTO”
Obrigações decorrentes de fatos que não implicavam na culpa do devedor, o qual ficava obrigado sem ter, necessariamente, desencadeado o fato.
Actio de effusis et deiectis: ação, concedida pelo pretor, contra o dono de um prédio de onde fora lançado algum objeto a rua.
Actio de deposito et suspenso: ação, concedida pelo pretor, contra o morador de um prédio em que havia um objeto pendente passível de queda.
Actio furti adversus nautas, caupones, stabularios: responsabilidade de hoteleiros, navegantes e estabulários pelo furto sofrido por seus passageiros ou hospedes, independentemente de quem, de fato, subtraiu o bem.
Capítulo 22: Garantia das obrigações 
CONCEITO
São acordos acessórios e secundários para que o credor assegure-se contra o inadimplemento do devedor. Exemplos:
Arras (garantia real)
Entrega, pelo devedor ao credor, de uma coisa ou de uma quantia, com o fim de que ela sirva para confirmar a conclusão de um acordo e para garantir o seu cumprimento.
Arrha confirmartoria: a única reconhecida no direito clássico, tinha a finalidade de confirmar e provar a existência de um contrato consensual. 
Arrha poenitentialis: reconhecida por Justiniano, baseava-se na rescisão. Esta acarretava a perda do valor da arras: se quem desse a arras pedisse a rescisão, perdia a quantia dada; mas se fosse o receptor que findasse o contrato, ele quem deveria pagar o dobro da quantia que lhe fora concebida.
Multa contratual (garantia real)
Promessa, feita por meio de stipulatio, do pagamento de uma indenização pecuniária, predeterminada, para o caso de inadimplemento.
OUTRAS GARANTIAS
São as garantias pessoais, que aumentam o número de pessoas responsáveis pelo adimplemento da obrigação.
Fiança (garantia pessoal)
Contrato pelo qual um devedor acessório junta-se ao principal, a fim assumir a obrigação em caso de possível inadimplemento. A forma usada era a stipulatio. Existiam três tipos:
Sponsio: realizada pelo uso da palavra “spondeo” em resposta a uma pergunta. Só podia ser usada por latinos e romanos.
Fidepromissio: realizada pelo uso da palavra “promitto” em resposta a uma pergunta. Também podia ser usada por estrangeiros.
Fideiussio: Junção das duas formas anteriores. Usava-se “iubeo” como resposta a uma pergunta. Era aplicada a todos os tipos de contrato, não apenas os verbais, a obrigação era hereditária ( as outras duas não o eram)
Se o fiador cumprisse com a obrigação, mas não fosse ressarcido pelo devedor principal, poderia entrar com uma actio depensi para reaver o valor.
Capítulo 23: Transmissão das obrigações
“Delegatio”
O credor só poderia passar a outrem uma obrigação que lhe era devida por sua novação. Esta se verificava com a nova estipulação, cujo objeto era prestação idêntica à da obrigação originária, e que, por ordem do primitivo credor, era feita entre o devedor e o novo credor ( cessionário).
O procedimento da delegatio tinha inconvenientes: era necessária a anuência ativa das duas partes da obrigação originária; só se realizava pela stipulatio e as eventuais garantias que acompanhavam a obrigação originária eram extintas.
Procuração em causa prória ( procuratio in rem suam) 
O autor era representado por um procurador, mandatário especial incumbido de agir no interesse do mandante ( mandatum agendi).
Para ocorrer a transmissão, o mandante renunciava à sua actio mandati directa, tornando o procurador o senhor da obrigação (procurator in rem suam).
Incovenientes: o cessionário só podia agir em nome do cedente, nunca em próprio nome. Todavia, a despeito da delegatio, não dependia da anuência do devedor da obrigação originária.
Sistema das “actiones utiles”
Visava remediar os inconvenientes da “procuratio in rem suam”.
Introduziu o sistema das actiones utiles ( ou ficticiae). Considerava-se o cessionário como legalmente sucedendo ao cedente no seu direito com base na transmissão do crédito havida por ato jurídic inter vivos. As ações que cabiam ao credor cedente também valiam para o credor cessionário, qualquer que fosse a forma de cessão.
Pode ser feita a título gratuito ou oneroso.
Capítulo 24: Extinção das obrigações 
Pagamento (solutio)
Modelo natural de extinção. O adimplemento da obrigação extingue a relação entre o devedor e o credor.
Inicialmente, quando a forma era mais importante que o conteúdo, o ato contrário formal era o único jeito de extinguir a obrigação. Todavia, nas novas categorias contratuais, a solutio era suficiente para o fim da obrigação.
Regras gerais referentes a solutio:
O objeto do pagamento deve ser exatamente o da obrigação
O pagamento deve ser efetuado ao credor ou ao seu representante para este fim designado
A obrigação deve ser cumprida pelo devedor, mas pode o pode ser também por outra pessoa
O prazo e o lugar de cumprimento dependem da convenção das partes. Faltando tal determinação, a prestação é devida logo que cobrada e no lugar escolhido pelo devedor
Pagamento ( campensatio) 
Pressupõe a existência de mais de uma obrigação entre as pessoas. Tais obrigações recíprocas, quando equivalentes, compensam-se e podem anular-se. Caso haja algum excedente não compensado, ele continua a ser devido.
No direito clássico, a compensação se operava em três casos: ações baseadas na boa fé (bonae fidei iudicia); nas obrigações entre banqueiros e no concurso de credores. 
Operava por exceptionis iuris (defesa processual), sendo necessário que uma das partes a convencionasse. 
Novação
É a extinção de uma obrigação pela sua substituição por uma nova, com o mesmo conteúdo da anterior.
As prestações devem ser idênticas, todavia, a obrigação nova deve vir acrescida de um elemento novo, que justificasse a novação.
Extinção da obrigação por acordo entre as partes
Aas partes podem fazer cessar os efeitos da obrigação sem que haja solutio, se assim convencionarem (immaginaria solutio). No direito clássico, os efeitos de um contrato consensual cessavam em virtude da rescisão por mútuo acordo ( contrarius actus). O pretor dava tutela jurídica a todo acordo rescisório de obrigação, chamado pactum de non pretendo.
Fatos extintivos das obrigações, independentesda vontade das partes
Impossibilidade de seu cumprimento
Morte das partes
Capitis deminutio do devedor, exceto nas ex delicto
Pela confusio ( junção da mesma pessoa na figura de credor e devedor)
Concursus duarum causarum lucrativum ( cumprimento de uma de duas obrigações a título gratuito, com o mesmo objeto)
Decurso do prazo de vigência pre convencionado entre as partes
Verificação de condição resolutiva nas obrigações sujeitas a essa espécie de condição
Extinção da obrigação principal (caso haja obrigação acessória) 
Ordem legal, a título de penalidade
 
PARTE VI DIREITO DE FAMILIA
Capítulo 25: Família
Grupo de pessoas sujeito ao poder do mesmo paterfamilias, se este não estivesse morto ( família communi iure) – patria potestas precedente 
Grupo de pessoas efetivamente sujeitas ao poder do paterfamilias ( família próprio iure) – patria potestas atual
Parentesco agnatício: une os membros da mesma família por vinculo jurídico, sendo transmitido unicamente por linha paterna.
Parentesco cognatício: existe entre todos aqueles que tem ascendentes em comum, incluindo os liames da linha materna. Contava-se o número de gerações em linha reta entre ascendentes para aferir o grau de parentesco. Tal grau não poderia passar do 7o .
Afinidade adfines sunt viri et uxoris cognati: entre cônjuges.
PATRIO PODER
Arcaico: total, completa e duradoura sujeição dos descendentes ao paterfamilias, a qual muito parecia a condição de escravo.
O pater exercia poder de vida e de morte sobre seus descendentes, o que era reconhecido pela lei das XII Tábuas. O paterfamilias poderia matar o filho recém- nascido por meio do abandono, até que uma constituição dos imperadores Valentino I e Valencio proibisse tal pratica. A venda dos filhos também era possível: a partir dela, o descendente adquiria um status especial, “in mancipio”, pela qual ele conservava seus direitos públicos, continuando cidadão romano ( perdia, todavia, seus direitos privados). No direito clássico, essa vendo só se praticava com o fim da emancipação do filho. A priori, o paterfamilias podia casar seus filhos sem o consentimento destes, o que mudou no direito clássico. 
No direito clássico, o pater era a única pessoa capaz de ter direitos e obrigações, sendo que seus subordinados não tinha capacidade jurídica de gozo e não eram sujeitos de direito. 
Qualquer aquisição dos alieni iuris eram destinadas ao pater
Os filiusfamilias não respondiam por seus atos. Cabia ao pater resolve-los ou entregar o alieni iuris ao ofendido (noxae datio).
Macedoniarum: proibiu os alieni iuris de contraírem empréstimos monetários. Assim, para defenderem-se processualmente, os filiusfamilias dispunham da excepitio sentauconsulti macedoniani, que paralisava a ação do credor. 
Augusto: inicio do reconhecimento da independência dos filiusfamilias ( o patrimônio adquirido pelo alieni iuris na guerra não era delegado ao pater)
Constantino: o patrimônio que o alieni iuris adquiria no serviço publico também pertencia a ele.
Juatiniano: qualificou como desumano as posses do alieni pertencerem ao sui iuris .
AQUISIÇÃO E PERDA DO PATRIO PODER
Filho nascido de justas núpcias. O reconhecimento da criança dependia do pai.
Presumia-se filiação se o parto fora dado, no mínimo, 180 dias da contração do matrimonio ou, no máximo, 300 dias após a dissolução do casamento.
Filhos fora do casamento não possuíam parentesco agnatício, encontrando-se numa situação parecida a dos filhos in mancipio.
A aquisição do patria potestas poderia se dar pela adoção ( adrogatio e adoptio) .
Adrogatio: acontecia entre sui iuris do sexo masculino e púberes. O adrogado perdia sua capacidade jurídica de gozo e seu status familiar, tendo todo seu patrimônio delegado ao adrogante. O mesmo não ocorria com as dividas: o adrogado ainda deveria paga-las. O adrogante deveria ser mais velho que o adrogado, a fim de imitar a natureza.
Adoptio: transmissão de poder de um paterfamilias a outro, sobre uma pessoa alieni iuris. O filiusfamilias saia de sua família de origem e passava a pertencer a família do adotante. Era considerado um capitis diminutio.
Capítulo 26: Casamento
CONCEITO DO MATRIMONIO ROMANO
Não era considerado uma relação jurídica, mas sim um fato social que desencadeava consequências jurídicas.
Reconhecimento da manus ( poder marital sobre a mulher). Pare ser estabelecido, era necessária a prática da confarreatio (formalidade religiosa, e uma série de rituais); da coemptio ( venda formal da nubente pelo seu paterfamilias ao noivo, por meio da mancipatio); ou do usus ( usucapio da mulher por mais de um ano de convivência conjugal, o qual poderia ser interrompido pela trinoctii usurpatio – a mulher passava três noites fora de casa-).
Desde os tempos mais antigos, era reconhecido o casamento sine manu. Ele prevaleceu na época clássica.
O matrimonio era um ato de continua convivência, uma res facti, e ão uma res iuris. 
Affectio maritalis: intenção de ser marido e mulher
Honor matrimonii: realização condigna dessa convivência conjugal.
Facilidade par ao divorcio: dissenso ou, simplesmente, a vontade unilateral de um dos cônjuges.
ESPONSAIS
Spondeo: promessa de contrair matrimônio. O direito clássico considerava tal promessa destituída de efeito jurídico no que diz respeito a obrigaçãoo de contrair o matrimônio prometido. Os esponsais tinham efeitos jurídicos secundários, como acarretar pena de infâmia se celebrados com mais de uma pessoa concomitantemente).
REQUISITOS E IMPEDIMENTOS PARA CONTRAIR MATRIMONIO 
Era preciso, para contrair matrimônio:
capacidade jurídica matrimonial das partes (conubium)
capacidade de fato delas para esse fim
consentimento
Casamento de estrangeiros entre si ou com romanos era considerado matrimonium iniustum. Os escravos não podiam casar-se legalmente, unindo-se por meio da contubernium.
Para contração do matrimônio, era necessário o consentimento permanente dos nubentes e a permissão do paterfamilias no ato da realização do casamento. 
Impediam o matrimonio:
a loucura
existência de outro liame matrimonial
consanguinidade dos nubentes até 3o grau colateral, ou em linha reta sem restrições
parentesco adotivo enquanto existente
diferença de classes
condição de soldado em campanha
relação jurídica entre tutor e sua pupila
casamento entre o governador de província e de outros magistrados com mulheres residentes no território onde exerciam jurisdição
EFEITOS DO MATRIMONIO 
No casamento cum manu, a mulher ficava sujeita ao marido na qualidade de alieni iuris. Todavia, na matrimonio sine manu, a mulher conservava seu status anterior as núpcias.
Cabia ao marido a chefia da vida familiar. Podia defender sua mulher contra atos injuriosos e, até mesmo, exigir seu retorno ao lar conjugal (mesmo que seu pater a retivesse).
No casamento sine manu, os bens adquiridos pela mulher a ela pertenciam (bens parafernais). O praesumptio muciana que considerava todos os acréscimos no patrimônio da mulher como provenientes do marido. Tal presunção, todavia, admitia contraprova.
A doação entre cônjuges só era permitida por mortis causa
Os cônjuges não podiam propor ações penais e infamantes um contra o outro.
O regime patrimonial do casamento sine manu era o da separação de bens.
DISSOLUÇÃO DO MATRIMÔNIO
Dissolvia-se o matrimonio pela morte ou pela capitis diminutio máxima de um dos cônjuges 
O prisioneiro de guerra, ao retornar a Roma, recuperava seu status anterior. Todavia, o casamento não era recuperado, devendo ser reestabelecido caso assim desejassem os cônjuges.
O matrimonio também podia ser dissolvido por vontade dos cônjuges. O direito romano arcaico previa o divórcio por formas solenes ( diffarreatio ou remancipatio). No casamento sine manu, a dissolução era facilitada, podendo ocorrer por acordo entre as partes ( divortium communi consenso) ou por vontade unilateral (repudium).
DOTE
O instituto do regime patrimonial da sociedadeconjugal no direito romano era o dote. Sua origem remonta a época do casamento cum manu.
Se a mulher era sui iuris, todos os seus bens passavam a pertencer ao marido. Caso estivesse sob o poder do pai, perdia os laços agnatícios com sua família para entrar na do marido. Para remediar a perda, o pater costumava dar a sua filha a parte da herança que lhe caberia, todavia, esta passava, automaticamente, ao seu marido.
O dote sine manu era uma forma de auxiliar nas despesas da casa, todas destinadas ao marido. Eram bens patrimoniais dados pelo pater da nubente ou por ela mesma (quando sui iuris). O dote assim constituído pertencia ao marido. Costumava ser acompanhado de um cautio rei uxoriae, pela qual ele prometia a restituição no caso da dissolução do matrimônio.
CONSTITUIÇÃO DO DOTE
O dote constituía-se por mancipatio, in iure cessio ou traditio. Falava-se então em dotis datio, dação em dote.
Quando o constituinte do dote apenas o prometia, falava-se em dotis dictio, o qual requeria forma solene especial. Quando a promessa de dote fazia-se pela stipulatio, falava-se em dote promissio.
RESTITUIÇÃO DO DOTE
Conforme a pessoa que constituísse ,distinguia-se o dote dos profecticia ( provenientes de um ascendente da mulher) dos adventicia (constituído pela própria mulher ou por terceiro).
A principio, o dote só era restituído com o termino do casamento caso assim o prometesse, anteriormente ao matrimonio, o marido ( dos receptia).
Posteriormente, o pretor concedeu meios para a restituição, mesmo quando o marido não a prometera.
Quando a dissolução do casamento se dava pela morte do marido ou por divórcio, essa situação só podia ser pleitada pela mulher ou por seu paterfamilias.
Quando a dissolução se dava pela morte da mulher, somente o dos profecticia era restituível a quem o concedeu. 
O objeto de restituição era, exatamente, o que fora recebido pelo marido. Os frutos, dessa forma, ficavam com ele.
Dos aestima: bens dotais entregues já avaliados ao marido
DOAÇÃO ENTRE CONJUGES
Era proibida a doação entre cônjuges. Assim, para garantir o sustento da mulher, no caso de dissolução do matrimonio, fazia-se uma doação antes do casamento, a “donatio ante nuptias”.
Justiniano permitiu que se fizesse isso durante o casamento, surgindo a “donatio proper nupitias”
Os bens não eram entregues a mulher, apenas prometidos.
Capítulo 27: Tutela e curatela
CONCEITO E HISTÓRICO
Tutela: tinha por fim proteger o interesse da família, ou seja, dos herdeiros, aplicando-se aos casos normais de incapazes 
Curatela: visava acautelar interesses patrimoniais, mas em casos excepcionais de incapacidade, como a loucura, a prodigalidade, etc.
ESPECIES DE TUTELA
Cabia tutela às mulheres e aos impúberes
A tutela dos impúberes cabia, pela Lei das XII Tábuas, ao parente agnatício mais próximo ( tutela legitima).
Tutela testamentária: o paterfamilia definia em testamento um tutor aos seus descendentes impúberes ( preferida à tutela legitima)
Na falta de um tutor legítimo ou testamentário, o magistrado nomeava um tutor ( tutor dativus)
PODERES E OBRIGAÇÕES DO TUTOR
Administração do patrimônio do pupilo 
Responder pelo pupuli infantia menoris (-7 anos); assistir ao pupilo infantia maioris
Agir de boa fé e em consonância com o interesse do pupilo. Caso o prejudica-se, poderia ser denunciado por um accusatio suspecti tutoris. O tutor só poderia alienar imóveis do assistido com a autorização do magistrado.
Com o fim da tutela, o pupilo poderia exigir a prestação de contas e a transferência dos direitos adquiridos nas obrigações assumidas pelo tutor. No caso de desonestidade por parte do tutor, cabia uma ação penal actio de rationibus distrahendis para obtenção do duplo do valor do dano causado. A condenação causava, também, a infâmia. 
O tutor das mulheres só poderiam assiti-las, autorizando seus atos. Com a evolução do direito romano, a tutela de mulheres deixou de existir.
CURATELA 
Instituto paralelo a tutela.
Três tipos:
a. Cura furiosi: curatela do louco furioso e consistia na administração de seus bens. Cabia aos parentes agnados mais próximos ou àquele que determinasse o pretor.
b. Cura prodigi: o pretor coibia o pródigo de administrar seu patrimônio
d. Cura minorum: curatela eventual aos púberes menores de 25 anos. O menor, nessa condição, tinha a situação semelhante à de um infantia maior.

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