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09/10/2017 1 Cárie Dentária Aspectos microbiológicos Profa. Dra. Kaliane Rocha Cárie Dentária Definição: Perda localizada dos tecidos calcificados dos dentes, decorrentes da fermentação de carboidratos da dieta por micro-organismos do biofilme dentário. Latim cariosus – destruição, putrefação Cárie Dentária Cárie Dentária Cárie Dentária Cárie Dentária 09/10/2017 2 Cárie Dentária Cárie Dentária Cárie Dentária Doença multifatorial (Diagrama de Keys, 1960 – modificado) Cárie Dentária A cárie não é produzida por microbiota residente; Estudos com Hamster e ratos - com ingesta de carboidratos por se só não desenvolveram cárie Microbiota específica – modelo microbiológico Apenas a presença de biofilme dentário (não específico) não é suficiente para provocar lesões de cárie, sendo necessário a presença de uma microbiota cariogênica Definições importantes: Atividade de cárie: É a velocidade com que a dentição é destruída pela cárie. Definições importantes: Prevalência de cárie: Representa o número total de dentes ou superfícies cariadas em uma população, independente de terem ou não recebido tratamento. Índice CPO-D – No.de dentes cariados, perdidos e obturados. 09/10/2017 3 Definições importantes: Definições importantes: Incidência de cárie: Representa o aumento no número de lesões de cárie em um indivíduo ou população, em um determinado período de tempo. Corresponde aos resultados obtidos em dois exames realizados em datas distintas. Definições importantes: Risco real de cárie: Descreve até que ponto um indivíduo, em determinada época, corre o risco de desenvolver lesões de cárie. Em geral, é considerado alto ou baixo. Avaliação: 1. Anamnese 2. Exame clínico 3. Testes microbiológicos e bioquímicos da saliva Estudo experimental inicial sobre cárie Obtenção de animais assépticos ou germ-free - avanço nos estudos da etiologia da cárie. Década de 50 – bactérias eram essenciais na formação das lesões de cárie Estudo experimental inicial sobre cárie 1946 (Mc Clure e Hewit) – Administração de dieta cariogênica para ratos convencionais provocava lesões de cárie nestes animais; Quando penicilina era administrado juntamente à esta dieta observaram diminuição ou ausência de lesões de cárie. Estudo experimental inicial sobre cárie 1950 (kite et al.) – Compararam os efeitos de uma dieta cariogênica em dois grupo de cães. Grupo 1 – alimentação via oral Grupo 2 – alimentação por sonda gástrica A frequência de cáries aumentou significativamente no grupo 1, e foi muito reduzida no grupo 2 O contato direto dos carboidratos com os dentes são determinantes para a ocorrência de cáries 09/10/2017 4 Estudo experimental inicial sobre cárie 1954 (Orland et al.) – Animais germ-free não desenvolviam lesões de cárie mesmo quando alimentandos com dieta cariogênica, ao contrário dos animais convencionais. Quando estes animais eram inoculados com enterococos passavam a desenvolver lesões de cárie. Quando inoculados por bactérias proteolíticas não desenvolviam lesões de cárie. Estudo experimental inicial sobre cárie 1960 (Fitzgerald e Keyes) – ratos germ-free inoculados com estreptococos bucais e alimentados com dieta cariogênica desenvolviam lesões de cárie Estudo experimental inicial sobre cárie 1960 (Keyes) – Experimento clássico que se tornou a base da cariologia: Fêmeas de Hamster albinos receberam penicilina, para suprimir a microbiota cariogênica, e dieta rica em carboidratos – estes animais não desenvolveram leões cariosas. Quando os descendentes destas fêmeas foram alimentados com dieta cariogênica, eles permaneceram livres de cárie Estudo experimental inicial sobre cárie 1960 (Keyes) – Experimento clássico que se tornou a base da cariologia: Os descendentes dos animais cárie-inativos foram colocados em contato com cárie-ativos ou com suas fezes, e alimentados com dieta cariogênica. Passaram a desenvolver cárie. Keyes sugeriu que a cárie é uma doença infecciosa e transmissível para hamsters e para o rato, e que a suscetibilidade depende da interação simultânea de três fatores: microbiota, dieta e hospedeiro. Estudo experimental inicial sobre cárie 1968 (Krasse et al.) – Estudos sobre a implantação de Streptococcus mutans em humanos. Quando o indivíduo recebia dieta convencional verificava-se a implantação dificultada do microorganismo, que permanecia na cavidade bucal por no máximo 10 dias; Quando administrada doses de sacarose de hora em hora, essa implantação se demonstrou duradoura Conclusões sobre os experimentos: 1. As lesões de cárie não se desenvolvem na ausência de microorganismos; 2. As lesões de cárie só se desenvolvem em animais alimentados com diaeta rica em carboidratos fermentáveis; 3. Micro-organismos cariogênicos fermentam os carboidratos sendo capazes de provocar lesões de cárie; 4. Não são todos os microorganismos produtores de ácidos que provocam cárie. 09/10/2017 5 Dinâmica da formação das cáries: Desequilíbrio entre Desmineralização e Remineralização do esmalte Esmalte com superfície de comportamento dinâmico com o meio bucal pH < 5,5 – dente perde cálcio e fosfato para o meio bucal Cariogenicidade dos microorganismos bucais VIRULÊNCIA: Capacidade de um microorganismo de superar os mecanismos de defesa do hospedeiro e causar danos aos seus tecidos. Não é uma característica absoluta, uma vez que a resistência do hospedeiro e os fatores ambientais também estão envolvidos. Cariogenicidade dos microorganismos bucais FATORES INTRÍNSECOS DA CARIOGENICIDADE (VIRULÊNCIA) DOS MICROORGANISMOS BUCAIS: 1. Mecanismos de aderência à cavidade bucal; 2. Capacidade de produzir ácidos (acidogenicidade); 3. Capacidade de sobreviver em meio ácido (potencial acidúrico); 4. Formação e utilização de polissacarídeos intra e extracelulares. Agentes etiológicos primários da cárie: SUPRAGENGIVAL: Streptococcus mutans Streptococcus sobrinus Lactobacilos SUBGENGIVAL (CÁRIE RADICULAR): Actinomyces spp. Passo a passo do processo de desmineralização dentária por bactéiras: 1. O biofilme apresenta microssistema com variados microorganismos com características fisiológicas diversas, incluindo o metabolismo dos carboidratos 2. Na superfície dentária, bactérias não mutans representam microorganismos chaves da estabilidade dinâmica do biofilme; 3. A adaptação dos microorganismos ao pH ácido e a subsequente seleção de bactérias mutans acidogênica facilitam a perda mineral da superfície do esmalte dental Passo a passo do processo de desmineralização dentária por bactérias: 4. Com o estabelecimento do pH ácido, estreptococos do tipo mutans e outras bactérias acidúricas se estabelecem e aumentam em número; 5. Estas bactérias promovem maiores períodos de desmineralização e desenvolvimento da lesão; 09/10/2017 6
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