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2 NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER CICLOS DE REVISÃO TJ/SP PARTE III Sumário PROCESSO CIVIL Princípios processuais em destaque .......................................................................................................... 3 Destaques legislativos ................................................................................................................................ 6 Tutela provisória ......................................................................................................................................... 9 Provas ......................................................................................................................................................... 11 Sentença, decisões e coisa julgada ........................................................................................................... 12 Recursos e reexame necessário ................................................................................................................ 13 Cumprimento de sentença e execução .................................................................................................... 17 Questões especiais .................................................................................................................................... 18 Jurisprudência importante ....................................................................................................................... 25 DIREITO DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................... 28 Sujeitos e relação de consumo. ................................................................................................................ 28 Práticas abusivas e propaganda ................................................................................................................ 31 Direitos básicos, política consumerista e princípios correlatos. .............................................................36 Defesa do consumidor em juízo. .............................................................................................................. 40 Responsabilidade pelo fato ou vicio do produto / serviço. ..................................................................... 41 Temas diversos .......................................................................................................................................... 45 PROCESSO E DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ...................................................................... 47 Ato infracional ........................................................................................................................................... 48 Estatuto da primeira infância. .................................................................................................................. 50 Direitos da criança e do adolescente. ....................................................................................................... 51 Poder familiar ............................................................................................................................................. 52 Conselho tutelar. ........................................................................................................................................ 53 Guarda e adoção ......................................................................................................................................... 53 Temas diversos .......................................................................................................................................... 56 Novidade .................................................................................................................................................... 58 DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................................. 59 Princípios e conceitos básicos eleitorais. ..................................................................................................59 Condições De Elegibilidade E Inelegibilidade .......................................................................................... 62 Registro de candidaturas. Impugnações ao registro de candidaturas .................................................. 69 Propaganda eleitoral .................................................................................................................................. 71 Ações eleitorais ..........................................................................................................................................78 Crimes eleitorais puros ou específicos. Crimes eleitorais acidentais .................................................... 80 3 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Meus amigos, futuros juízes paulistas. Vamos começar, agora, a nossa revisão de processo civil. Considerando que essa será a primeira prova do TJSP após a edição do novo CPC, acredito que o mais importante, nessa última hora, é relembrar alguns conceitos e institutos novos. Na revisão abaixo, tentarei resumir os pontos de maior relevo do novo código. Vamos nessa? PRINCÍPIOS PROCESSUAIS EM DESTAQUE Devido Processo Legal Representa um conjunto de garantias que foram maturadas ao longo da história, com o objetivo de defender as pessoas da tirania. Se refere não só ao processo jurisdicional, como também ao processo administrativo, legislativo e privados. Contraditório Dimensão formal: garante às partes o direito de participar do processo e de atuar nele. Direito de ser informado sobre a existência do processo. Dimensão substancial: Garante o direito de poder influenciar a decisão. Duração razoável do processo A própria garantia do devido processo legal impõe uma série de providências que devem ser tomadas que fazem com que o processo demore (demora inerente ao processo), como a oitiva do réu, recursos e produção de provas. O nome do princípio não é celeridade, que dá a ideia de rapidez, velocidade. Na verdade, o processo tem que demorar o tempo necessário para se ter um processo justo (deve ser examinado caso a caso). Publicidade Tem uma dupla dimensão: Publicidade interna: dirigida aos sujeitos do processo. Publicidade externa: dirigida a terceiros. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. (...) Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e 4 adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Igualdade Processual Deriva do princípio da igualdade de forma geral, mas possui aplicação em âmbito processual. Pode ser extraído do art. 7º: Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Eficiência Impõe que o juiz conduza o processo de formaeficiente. Está relacionado à gestão do processo. Para ser eficiente, deve ter o menor gasto possível e o melhor resultado possível. Essa é a nova visão: juiz como gestor do processo (gerenciamento processual). Efetividade Processo efetivo é um processo que realiza o direito material reconhecido pela decisão. Está relacionado, portanto, a resultado. Adequação Adequação objetiva: É a adequação do processo ao seu objeto, àquilo que está sendo discutido em juízo. Adequação subjetiva: O processo tem que ser adequado aos sujeitos que vão se valer dele Adequação teleológica: O processo deve ser adequado aos seus fins. Boa-fé processual O princípio da boa-fé se dirige a todos os sujeitos do processo, inclusive ao juiz. O NCPC previu o princípio da boa-fé expressamente em seu art. 5º: Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. - O princípio da boa-fé processual impede o abuso de direitos processuais; - Possui função hermenêutica; - O exercício abusivo de um direito processual é considerado ilícito. - Proíbe comportamentos contraditórios. Promoção da Solução Consensual dos Conflitos O NCPC, em diversos momentos, estimula a autocomposição, concretizando o princípio previsto. O primeiro artigo a tratar do feito é o 3o: Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [...] 5 § 3o inclusive no curso do processo judicial. Primazia da Decisão de Mérito Para o NCPC, o que importa é a apreciação do mérito pelo magistrado; ou seja, a decisão de mérito é prioritária em relação à decisão que não é de mérito. Vedação às decisões surpresas Consoante o artigo 10 do Código de Processo Civil “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Esse princípio é aplicável em grau recursal (art. 933). Autonomia da Vontade no Processo O NCPC é totalmente estruturado, do início ao fim, ao respeito do autorregramento da vontade no processo. Isto porque uma de suas premissas é a de que o processo, para ser considerado devido, não pode ser um ambiente hostil para o exercício da liberdade. A possibilidade de negócios jurídicos processuais representa aplicação do princípio, assim como a possibilidade de se prestigiar a arbitragem. Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Cooperação Com o advento do NCPC, passou a contar com previsão expressa: Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Decisão Informada O princípio da decisão informada está previsto no art. 166, "caput", do NCPC e aplica-se à conciliação e à mediação. Segundo Daniel Amorim Neves, o referido princípio "cria o dever ao conciliador e ao mediador de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido". Assim, é uma forma de permitir que as partes celebrem acordos tendo plena ciência do ato que estão praticando. #OLHAOGANCHO – SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA Mediação, Conciliação e Arbitragem são temas que ganharam atenção da doutrina e da legislação, como meios para diminuir a sobrecarga de ações sobre o Judiciário. Uma visão contemporânea sustenta que esses meios não são alternativos, mas que, na verdade, devem estar INTEGRADOS à Jurisdição, por isso, compõem um sistema de múltiplos meios de solução de conflitos. A expressão SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA é assim utilizada pelo 6 Processualista Leonardo Carneiro da Cunha em alusão à metáfora do átrio do fórum em que haveria várias portas e "a depender do problema apresentado, as partes seriam encaminhadas para a porta da mediação, ou da conciliação ou da arbitragem, ou da própria justiça estatal" (Fazenda Pública em Juízo. P. 637). Desse modo, ante a integração de mediação e da conciliação como etapas do procedimento comum no Novo CPC, pode-se afirmar que a nova ordem processual civil brasileira adotou um SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA. DESTAQUES LEGISLATIVOS - Julgamento da demanda em ordem cronológica preferencial (art.12): “Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir ó ”. Deve ser elaborada uma lista nas varas e gabinetes com a ordem dos processos, permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. - Condições da ação: existe divergência doutrinária se as condições da ação desapareceram, se viraram pressupostos processuais ou se foram incorporadas ao mérito. Entretanto, pela leitura da lei, a possibilidade jurídica do pedido desapareceu, mas permanecem previstos a legitimidade a o interesse processual (Art.17), que ainda conduzem a extinção do processo sem julgamento de mérito. Caso a demanda seja extinta, a propositura de nova ação depende da correção do vício (art. 486, § 1o). Mesmo sem ser decisão de mérito, admite propositura de rescisória. - Jurisdição da autoridade brasileira com exclusão de qualquer outra (art.23): além das hipóteses já previstas no CPC/73 (imóveis e sucessão hereditária), agora compete à autoridade judiciária brasileira, “em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional”. - “Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva p C ”. - O NCPC mantém a regra da perpetuatio jurisdictionis. - Critérios de prevenção (art. 59): “Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna ”. No NCPC não interessa mais despacho, citação, etc. - Competência ação possessória imobiliária: “ . 47. (...)§ 2o A ação possessória imobiliária será ê ”. O NCPC aderiu ao entendimento do STJ. - Competência para ações de alimentos, casamento e união estável: “Art. 53. É competente o foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo 7 domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem ; (...)”. - Possibilidade de reunião de processos semelhantes para julgamento conjunto mesmo que não haja conexão: Art. 55. (...) § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididosseparadamente, mesmo sem conexão entre eles”. - Modificação de competência e cláusula de eleição de foro: “Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de ”. - Instrumentos de cooperação internacional: auxílio direto, carta rogatória e homologação de decisão estrangeira. - Não existe mais dualidade entre rito ordinário e sumário. O rito passa a ser comum, além dos especiais que continuam existindo. - Capacidade processual e União Estável: o NCPC, ao tratar sobre capacidade processual nas ações que versam sobre direitos reais imobiliários, faz expressa menção à união estável. “Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. (...) § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos”. - Honorários Advocatícios (art. 85): Ler atentamente este artigo, pois ocorreram muitas mudanças. É o maior artigo do CPC/2015, com 19 parágrafos! - Possibilidade expressa de concessão da justiça gratuita de forma parcial (art. 98, §5o e §6o): essa concessão pode ocorrer pela gratuidade par alguns atos do processo ou apenas a redução das despesas ou, até mesmo, o parcelamento dessas despesas. - Recurso e justiça gratuita (art. 101): “Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação”. - Intervenção de terceiros: no NCPC, oposição (passando a ser procedimento especial) e nomeação à autoria não são mais intervenções de terceiros. Entretanto, houve inserção do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 a 137) e do amicus curiae (art. 138), além de manter a assistência, a denunciação e o chamamento ao processo. - Denunciação da lide: não existe mais denunciação da lide obrigatória. O sistema passa a vedar sucessivas denunciações dentro do mesmo processo. O processamento da denunciação não suspende mais o processo. “Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a 8 ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado”. - Inovação acerca dos processos que tramitam em segredo de justiça: “Art. 189. (...) § 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da á h ó ”. - O NCPC prevê a existência de 4 cartas: precatória (entre comarcas distintas), rogatória (realização de atos entre países distintos), de ordem (realização de atos entre graus de jurisdição distintos) e uma novidade é a carta arbitral (realização de atos entre órgão do Poder Judiciário e do juízo arbitral). - Citação de pessoas físicas em condomínios edilícios ou loteamentos com controle de acesso: “Art. 284. (...) § 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente”. - Citação por hora certa (art. 252): mudou o número de diligência necessárias à citação por hora certa. “Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência”. - Reconhecimento da postura protagonista do advogado em termos de intimação: “Art. 269. (...)§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. § 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença”. - Intimação por meio eletrônico (regra): sempre que possível, as intimações serão realizadas por meio eletrônico. - Ordem preferencial de citação no NCPC: 1) meio eletrônico (art. 270); 2) pelo órgão oficial – diários de justiça (art. 272) e 3) pessoal (art. 273). - Audiência de conciliação/mediação: passa a existir, como regra, uma audiência de conciliação antes da apresentação da defesa (que será oferecida 15 dias após frustrada a tentativa de conciliação). Essa audiência pode ser dispensada entre as partes de comum acordo ou quando não admitir composição (arts. 334 e 335). - Ação indenizatória fundada em dano moral: “Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...)V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido”. Pela leitura deste inciso, o CPC exige que a parte quantifique o dano moral. - Petição inicial: não aparece mais como requisito a citação do réu; deve constar a opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação/mediação. Por fim, saiba que o prazo para emendar a inicial é de 15 dias. 9 - Contagem de prazos (art. 219): somente dias úteis (durante os feriados declarados por lei, aos sábados e domingos, além dos dias em que não haja expediente forense, a contagem do prazo ficará suspensa). Obs.: a maioria dos prazos é de 15 dias. Se tiver dúvida, CHUTE 15. A exceção são os Embargos de Declaratórios (5 dias)! - Prazo para Fazenda Pública, MP e Defensoria Pública: em dobro para manifestarem-se nos autos (art. 180, 183 e 186). - Concentração de atos na contestação: Diferentemente do Código de 1973, no NCPC a contestação concentrará quase todas as defesas, tendo em vista que as seguintes exceções passaram ser preliminares da contestação: exceção de incompetência relativa (art. 337, II); impugnação ao valor da causa (art. 337, III); Impugnação ao benefício da justiça gratuita (art. 337, XIII); Reconvenção (art. 343); Denunciação da lide passiva (art. 126); chamamento ao processo (art. 131); demais preliminares (art. 337); impugnação específica (art. 341), etc. - Prazo em dobro para advogados diferentes e de escritórios distintos: “Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Resta claro que a nova lei condicionou à existência do benefício, aos casos em que os procuradores atuem em escritórios de advocacia distintos. Assim sendo, há a necessidade de que os procuradoressejam diferentes e não pertençam ao mesmo escritório. TUTELA PROVISÓRIA - Tutela provisória: é expressão que abrange tanto a técnica da antecipação provisória dos efeitos finais da tutela definitiva quanto a tutela cautelar1. O principal objetivo da tutela provisória é abrandar os males do tempo sobre o processo, garantindo a efetividade da jurisdição. Quer-se, em sede de tutela provisória fundada em urgência, afastar um perigo de dano ou um risco ao resultado útil do processo. O esquema abaixo ajuda na visualização destas figuras: 1 CABALLERO, Berto Igor. LUZ, Danilo Rocha. RIBEIRO, Luiz Filipe. UCHÔA, Rostonio. LIMA, Victor Emmanuel Cordeiro. Novo CPC: principais alterações. Teresina: Dinâmica Jurídica, 2016. p. 102. Tutela Provisória Urgência Cautelar Incidental Antecedente Antecipada Incidental Antecedente Evidência 10 - Unificação entre as tutelas de urgência (antecipada e cautelar): Uma das principais novidades trazidas com o advento do Novo Código de Processo civil é a unificação das tutelas de urgência. Agora, não importa se a tutela de urgência é antecipada ou cautelar, uma vez que para a concessão de ambas os requisitos passam a serem os mesmos = PROBABILIDADE DO DIREITO + PERIGO DE DANO ou O RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO. Entretanto, deve ser ressaltado que continuam sendo espécies distintas. Uma é satisfativa (antecipada) e outra é preventiva (cautelar), apesar de possuírem os mesmos requisitos. - Tutela de evidência: a tutela provisória no Novo Código de Processo Civil divide-se em tutela de urgência (cautelar e antecipada) e a tutela de evidência. A diferença entre a primeira e a segunda é a presença ou ausência do periculum in mora. Na tutela de evidência, diferentemente das tutelas de urgência, o requisito urgência não é necessário. Ou seja, é uma hipótese de tutela antecipatória não urgente, consistindo, na verdade, em uma técnica de antecipação do resultado do processo, criados em casos que o direito pleiteado se mostra evidente em sede de cognição não exauriente. A tutela de evidência é considerada uma das principais “inovações” trazidas pela Lei nº 13.105/2015, o novo CPC. - Tutela antecipada antecedente: “Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. - Estabilização da tutela antecedente: “Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. § 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, 11 nos termos do § 1o. § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo”. - Não existe mais no NCPC disciplina acerca do processo cautelar. #IMPORTANTE – TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA Lei nº 8.437/92: Aponta, em seu art. 1°, que não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. Lei n. 9.494/97: A Lei n. 9.494/97 disciplina a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública. Em seu art. 1º, a referida Lei determina, entre outras vedações, que não será cabível tutela antecipada contra o Poder Público visando obter a reclassificação ou equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens pecuniárias. Essa previsão foi considerada constitucional pelo STF. Lei nº 12.016/2009 (MS): é importante destacar a redação do § 2º do art. 7º da Lei n. 12.016/2009, que aponta que não será concedida medida LIMINAR que tenha por objeto (pedido) a: Compensação de créditos tributários; Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; Reclassificação ou equiparação de servidores públicos; e Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. PROVAS - Teoria Dinâmica x Teoria Estática do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus da prova no processo era feita de modo estático. Cuidado com assertivas que dizem que a prova não cabe mais a quem alega. Essa ainda é a regra (art. 373, inc. I e II). Assim, a regra é a distribuição estática no ônus da prova. - E 0 que é preciso para haver a distribuição dinâmica do ônus da prova? 1) previsão legal (como ocorre com CDC, por exemplo); 2) impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir o seu ônus (prova diabólica); 3) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário (aptidão da prova); 4) decisão fundamentada 5) oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. A desincumbência do encargo pela parte não pode ser impossível ou excessivamente difícil. Em outras palavras, não se admite simplesmente a mera transferência de prova, sob pena de apenas trocar de lugar as injustiças. A inversão só faz sentido se a outra parte tiver melhores condições de obter o meio de prova. - É possível a convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório? Perfeitamente - O negócio processual pode ocorrer antes ou durante o processo. Percebe-se, 12 assim,que o novo diploma legislativo está em consonância com os ditames do atual momento vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da boa-fé no processo, sendo vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova na sentença, sem conferir a oportunidade prévia de comprovar antes da prolação da decisão. - Prova emprestada X NCPC. O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova emprestada: Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Lembre-se que o STJ já admitiu que para haver prova emprestada não há necessidade das partes serem idênticas no processo de onde deriva a prova emprestada, bem como ser admissível a oriunda do processo criminal mesmo sem o transito em julgado desta. Quanto à forma, a prova emprestada é sempre documental. - Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará desistência da testemunha (texto de lei ótimo para prova objetiva). - Destaque-se o art. 381, § 4º, do CPC/2015, o qual aponta que "o juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”. SENTENÇA, DECISÕES E COISA JULGADA - Os elementos da sentença continuam os mesmos no NCPC (relatório, fundamentação e dispositivo). - O autor somente pode requerer a desistência da ação até a sentença. Entretanto, em relação ao MS, O Supremo Tribunal Federal decidiu que a desistência do MS é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. Seria uma ação conferida em benefício do cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autoridade pública coatora de ver o mérito da questão resolvido. Contudo, em outro julgado posterior, o Supremo entendeu pela impossibilidade da desistência do MS, mas esse caso concreto teve peculiaridades, onde se denotou que a intenção do impetrante era evitar a coisa julgada material e posteriormente ajuizar ação ordinária, prolongando a pendência da questão. Assim, pelo evidente abuso de direito processual, não se autorizou a desistência do MS. - Sentença e decisão: “Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o” - No NCPC, as questões decididas incidentalmente podem ser acobertadas pela coisa julgada, independentemente do requerimento das partes: “ . 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 13 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à q á q ”. - Coisa julgada pro et contra: é a regra. - Coisa julgada secundum eventum litis. Significa que a coisa julgada só se produz em um dos resultados. Em casos tais só haverá coisa julgada se for procedente. Em outros casos só se for improcedente. Ex: sentença penal. - Coisa julgada secundum eventum probationis: a improcedência por insuficiência de provas não faz coisa julgada. Ex: coisa julgada coletiva, Mandado de Segurança. Por função negativa da coisa julgada entende-se o impedimento, verdadeira proibição, de que se volte a discutir no futuro, em outros processos, a questão já decidida. #JURISPRUDÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO DE DECISÃO: O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a conclusão adotada na decisão recorrida. Essa é a interpretação que se extrai do art. 489, § 1º, IV, do CPC/2015. Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão adotada. STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 8/6/2016 (Info 585). #IMPORTANTE JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO. RENÚNCIA: É possível reconhecer, também na instância extraordinária, a possibilidade da homologação do pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por procurador habilitado com poderes específicos, desde que anterior ao julgamento final do recurso extraordinário. STF. 2ª Turma. RE 514639 QO/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/5/2016 (Info 825). RECURSOS E REEXAME NECESSÁRIO - Reexame necessário: as hipóteses de cabimento continuam as mesmas. Não ocorrerá reexame: “Art. 495. (...) § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas 14 autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa”. - Recursos previsto no NCPC: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso especial ou extraordinário; e embargos de divergência. O NCPC extirpou do ordenamento jurídico a figura dos embargos infringentes e do agravo retido. Ademais, criou o agravo em recurso especial e extraordinário, além de trazer expressa e específica ordenação acerca do agravo interno. - Juízo de admissibilidade: a regra geral é a de que tanto o juízo de admissibilidade quanto o juízo de mérito do recurso são realizados pelo órgão ad quem. EXCEÇÕES: RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO! - O NCPC enumera diversas hipóteses em que é possível o juízo de retratação: apelação em desfavor da sentença que indefere a petição inicial; apelação contra sentençade improcedência liminar do pedido; apelação contra sentença que extingue o processo sem julgamento de mérito; nos casos de agravo de instrumento; agravo interno; e recurso especial e extraordinário repetitivos. - Preparo recursal: O CPC trouxe algumas novidades com relação a essa questão. A primeira delas se dá nos casos em que o recorrente, no ato da interposição do recurso, não comprova o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e retorno, e lhe é oportunizada mais uma chance, sendo intimado a recolher o valor devido, porém, em dobro. Assim, se devidamente intimado, cumprir a determinação, não haverá deserção. Outra novidade legislativa é o fato de não se considerar imediata deserção qualquer equívoco observado no preenchimento da guia de custas. Dessa forma, surgindo dúvida quanto ao recolhimento, o recorrente será intimado para, no prazo de 05 (cinco) dias, sanar o vício. Também foi dispensado o recolhimento do porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos. Recurso Prazo Preparo Efeito Suspensivo Apelação 15 dias Há recolhimento Ope Legis Agravo de Instrumento 15 dias Há recolhimento Ope Judicis Agravo interno 15 dias Varia em cada tribunal Ope Judicis Embargos de 5 dias Isento Ope Judicis 15 Declaração Recurso Ordinário 15 dias Há recolhimento Ope Judicis Recurso Especial 15 dias Há recolhimento Ope Judicis Recurso Extraordinário 15 dias Há recolhimento Ope Judicis Agravo em RESP ou RE 15 dias Isento Ope Judicis Embargos de Divergência 15 dias Há recolhimento Ope Judicis - Possibilidade de desistência do recurso escolhido como paradigma para fixação da tese: “Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de x á ”. - Desaparecimento da figura do revisor no julgamento dos recursos: o NCPC retirou do ordenamento jurídico a figura do revisor, uma vez que, em tempos de processo eletrônico, a figura do revisor deixou de ter qualquer sentido, já que os autos estão à disposição de todos a qualquer tempo. - Agravo de instrumento no NCPC: prazo de 15 dias úteis (antigamente eram 10 dias); passou a ter hipóteses taxativamente previstas em lei (art. 1.015) e, diferentemente do CPC/73, antes de inadmitir o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível, independente de se tratar de peças essenciais ou não essenciais à formação do instrumento. Conclui-se, portanto, que o novo código permite o saneamento em fase recursal. - Efeito Suspensivo Ativo: na verdade, trata-se de uma antecipação dos efeitos da tutela pretendida ou ainda a concessão de uma medida liminar, em regra pelo relator de um agravo de instrumento. - Embargos de declaração: além de serem usados para contradição, omissão ou obscuridade, passa a existir previsão expressa para a correção de erro material. Continuam com o prazo de 5 dias, mas agora são dias úteis. Sem preparo e passam a ter o efeito de interromper o prazo em TODAS as hipóteses (inclusive no Juizado Especial). Existe previsão expressa de contrarrazões e de utilização da fungibilidade com o agravo interno. Princípio da complementariedade: “Art. 1024. (...)§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração”. Diante do advento do § 5o do art. 1024, o Enunciado de Súmula 418 do STJ não deve ser mais aplicado: “§ 5o Se os 16 embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação”. Ampliação da multa para embargos protelatórios (2% do valor atualizado da causa), continuando sendo possível a majoração da multa até 10%. “Art. 1026, § 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios”. Passam a gerar prequestionamento ficto para fins de especial e extraordinário (art. 1025). - Apelação: com o fim do agravo retido, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são acobertadas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões. O Capítulo da sentença que confirma, concede ou denega a tutela provisória é impugnável por apelação. A apelação interposta em desfavor da sentença que decreta a interdição somente é recebida no efeito devolutivo. - Ampliação do colegiado no NCPC: nos termos do artigo 941, §2o, em regra, no julgamento de apelação e de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de três juízes. Entretanto, caso o julgamento não seja unânime e como o NCPC extinguiu a figura dos Embargos Infringentes, o legislador trouxe uma novidade, que é uma técnica de ampliação do colegiado em caso de votação não unânime em julgamento de apelação cível e de agravo de instrumento: “Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. - Aplicação da teoria da causa madura no NCPC: “Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. (...) § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. § 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de ”. A teoriada causa madura consiste na possibilidade de o tribunal avançar para decidir o mérito, mesmo que o mérito não tenha sido examinado pelo juiz de primeiro grau. Ou 17 seja, é a possibilidade de julgamento direto pelo tribunal em apelação. O NCPC alargou um rol de hipóteses em que é possível que o tribunal decida diretamente a lide. - Ações de família: fomento à autocomposição, destacando que o juiz deve dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. “Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conc . 694. “§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, x q q ”. O réu não recebe cópia da petição inicial nessas ações. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO - Cumprimento de sentença - o requerimento do exequente requer exigências minuciosas (art. 524) - Impugnação na execução de sentença: no NCPC, a impugnação independe de prévia garantia do juízo. - Embargos do executado: igual ao CPC/73 – continua dispensando a garantia do juízo). #OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo O Novo CPC modificou o tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo que seja ofertada, em qualquer caso, mesmo sem a garantia do juízo. Como era mesmo antes do NOVO CPC? MODALIDADE CPC OLDSTYLE NOVO CPC IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA NECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO DESNECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO *Execução é suspensa com a garantia (desde que haja fumus + periculum) EMBARGOS À EXECUÇÃO COMUM DESNECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO *Execução é suspensa com a garantia (desde que haja fumus + periculum) DESNECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO *Execução é suspensa com a garantia (desde que haja fumus + periculum) EMBARGOS À EXECUÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL NECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO NECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO *Execução é suspensa com a garantia (desde que haja fumus + periculum) 18 #OLHAOGANCHO: Execução Fiscal e necessidade de garantia do juízo por parte do beneficiário de assistência gratuita e assistido da Defensoria. Em caso de execução fiscal, o STJ entende2, com base no princípio da especialidade, que mesmo o beneficiário da assistência gratuita deve oferecer garantia do juízo como pressuposto de conhecimento dos embargos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.437.078-RS, Info 538. No entanto, matérias de ordem pública e que não exijam dilação probatória, antigamente arguidas por meio de exceção de pré-executividade, podem ser arguidas sem garantia, por simples petição nos autos de execução. - O NCPC prevê hipótese de execução invertida: “Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo”. - O NCPC admite a penhora de salário, desde que o devedor ganhe mais de 50 salários mínimos (art. 833, §2o). - No NCPC fica expressamente proibida a aplicação do parcelamento da dívida no cumprimento de sentença, ou seja, só é possível o parcelamento nas execuções de título extrajudicial (art. 916, §7o). - Non liquet (STJ): se não há provas suficientes para definir o quantum debeatur, o juiz extinguirá o processo de liquidação sem julgamento do mérito, sendo a parte autorizada a propor nova liquidação caso reúna novas provas. QUESTÕES ESPECIAIS - Valorização dos precedentes: Fredie Didier Jr3 apresenta o seguinte conceito para precedente: “é a decisão judicial à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos”. De acordo com a doutrina de Leonardo Carneiro da Cunha4, precedente “é uma decisão judicial, que tem relação de anterioridade a outras, servindo-lhes de premissa”. Conforme afirma José Rogério Cruz e Tucci, “todo precedente é composto de duas partes: a) circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; b) a tese ou princípio jurídico assentado na motivação do provimento decisório”. Este último elemento que consiste na tese ou princípio jurídico expresso no fundamento da decisão é o que chama de ratio decidendi. Trata-se da concreta expressão do resultado a que se chegou o juiz com a interpretação e a aplicação da norma jurídica ao caso que lhe foi posto a julgamento. O conceito de obiter 2 Embora esse seja o entendimento do STJ, boa parte da doutrina e dos tribunais pátrios vêm entendendo pela desnecessidade dessa garantia, já que tal exigência fulmina qualquer possibilidade do exercício do direito de defesa. 3DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 381. 4CUNHA, Leonardo Carneiro da. O processo Civil no Estado Constitucional e os fundamentos do projeto do novo Código de Processo Civil. Revista de processo. São Paulo: RT, 2012, ano 37, n. 209. p. 356. 19 dictum é o alcançado por exclusão: é tudo aquilo que não compõe a ratio decidendi da decisão. Ele não faz parte da atividade hermenêutica inerente ao caso concreto; constitui, portanto, uma mera afirmação estranha à interpretação e aplicação da norma jurídica. Segundo Lucas Buril de Macêdo5, a diferença entre ratio decidendi e obiter dictum está pautada justamente em separar, respectivamente, a parcela obrigatória de um precedente da não obrigatória. É especialmente na fundamentação (mas não somente nela) que os julgadores subsequentes devem pesquisa as razões de decidir (ratio decidendi) e os argumentos de passagem (obiter dictum). As distinções (distinguishing) são a principal forma de operar com precedentes. Consistem na atividade dos juristas de fazer diferenciações entre um caso e outro. Ela pode ser realizada por todo e qualquer órgão julgador, ou seja, tanto pelo tribunal do qual se emanou o precedente como pelos juízes e tribunais inferiores, vinculados à norma do precedente. Comparando quaisquer dois casos, diferenças existirão, mas em sentido técnico só se pode falar em distinção jurídica quando esta se der entre os fatos substanciais. A utilização do termo distinção (distinguishing) tem dois sentidos: um amplo (processo argumentativo) e um estrito (referente ao resultado do processo argumentativo). As mudanças no contexto social, econômico, político ou mesmo jurídico podem tornar imprescindível a mudança de determinada norma jurídica, caso contrário injustiças serão cometidas. Nesse cenário, a doutrina aponta o overruling e o overrding como técnicas para a superação dos precedentes. Segundo Didier Jr., “ q precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por um outro precedente”. É semelhante à revogação de uma lei por outra. Há o “q o âmbito de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou um princípio legal”. Aqui, não existe a superação total do precedente, mas apenas uma superação parcial. É uma espécie de derrogação. O artigo 489 do novo CPC traz os elementos da sentença: relatório, fundamentação e dispositivo. Até aí, não há novidade. As inovações surgem no§1º, dispositivo que elenca parâmetros para que se tenha uma fundamentação adequada. Entre as diretrizes apontadas, os precedentes são mencionados nos incisos V e VI. No primeiro, há nítida intenção de se destacar a necessidade de se observar as circunstâncias fáticas e jurídicas que forma o precedente e compará-lo com aquelas apresentadas com o caso concreto: não se considera fundamentada qualquer decisão se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos. Na sequência, o inciso VI, tem a cautela de apontar as 2 hipóteses de não aplicação de precedentes: distinguish e overruling. Assim, não se considera fundamentada qualquer decisão se deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Tais dispositivos estão em perfeita consonância com disposto no artigo 926: os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Aliás, o §2º do referido 5 MACÊDO, Lucas Buril. Precedentes judiciais e o direito processual civil. Salvador: Editora Jus Podivm, 2015. p. 90/91. 20 artigo determina que: ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Isso nos lembra a lição de Didier Jr6 quando afirma a essência do precedente: uma norma geral construída pelo órgão jurisdicional, a partir de um caso concreto (indutivamente) e que pode servir como diretriz para demandas futuras. Portanto, a análise das circunstâncias fáticas é primordial para que a norma geral a ser extraída do precedente possa ser aplicada nos casos futuros. O § 5º do artigo 927, dispõe que: os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores. Além de reforçar o princípio da publicidade das decisões (art. 93, IX, da CF/88), é preciso destacar que para seguir os precedentes, é preciso ter amplo conhecimento das decisões, para que se possa cobrar a coerência e a estabilidades dos posicionamentos judiciais. Nesse diapasão, o artigo 988 incluiu a desobediência ao precedente como uma das hipóteses de utilização da Reclamação perante os tribunais caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. Por fim, o art. 1042 ao tratar do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário apresenta para o agravante o ônus de fazer o distinguish entre o caso em análise o precedente invocado: a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quando a inadmissão do recurso. - Microssistema de demandas repetitivas: “Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual”. Depois de firmada a tese do repetitivo, as novas demandas propostas em desacordo com o entendimento firmado serão liminarmente julgadas improcedentes. Por sua vez, se a nova demanda estiver de acordo, o juiz deverá conceder a tutela de evidência, sendo, nesse caso, dispensada a prestação de caução para executar provisoriamente. Ademais, caso o julgador não aplique o precedente e não faça a distinção ou a superação do precedente, não será considerada fundamentada a decisão judicial. - Não é admissível reclamação: proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada e proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. #JURISPRUDÊNCIA - RECLAMAÇÃO: O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que tenha descumprido tese fixada pelo STF em recurso extraordinário julgado sob o rito da repercussão geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a parte apresentar a reclamação, ela tenha esgotado todos os recursos cabíveis nas "instâncias ordinárias". O STF afirmou que essa hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser interpretada restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência de pelo 6DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. 9.ed. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 382. 21 menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição. Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC exige que se esgotem as instâncias ordinárias, significa que a parte só poderá apresentar reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não caberá reclamação ao STF. Em suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando esgotados todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes. STF. 2ª Turma. Rcl 24686 ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845). - Tabela retirada do Livro Diálogos sobre o Novo CPC (Prof. Mozart Borba): Previsão Legal Exemplo I - preservar a competência do tribunal; P. ex.: juiz de 1º grau inadmite apelação, quando no novo CPC essa competência é do tribunal. II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; P. ex.: juiz de 1º grau executa sentença que havia sido reformada pelo tribunal. III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; P. ex.: juiz que deixa de aplicar tese firmada numa ADIn. Perceba aqui que o dispositivo não fala em desobediência de RESP ou RE repetitivos. Em tais situações, não é admitida reclamação (art. 988, §5º, II). IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; P. ex.: juiz de 1º grau não aplica tese firmada em IRDR. Aqui não haverá risco de supressão de instância, pois nesses casos a reclamação será oferecida ao TJ ou TRF, que naturalmente seriam instâncias revisoras das decisões desse juízo de piso. - Incidente de demandas repetitivas: Trata-se de instrumento cabível quando houver, simultaneamente, a efetiva repetição de processos com controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e haja risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Através dele, busca-se a isonomia, evitando-se o tratamento diferenciado para casos iguais, formando-se uma jurisprudência firme já na segunda instância. De acordo com o artigo 977 do novo CPC, o pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente detribunal: pelo juiz ou relator; pelas partes; pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. Aliás, o Ministério Público exerce um papel muito relevante no IRDR, pois a parquet intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono. O procedimento determina que o relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a 22 elucidação da questão de direito controvertida. Além disso, prevê a possibilidade de realização de audiências públicas e participação de amicus curiae. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou região; bem como aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal. Após o julgamento do incidente e a fixação da tese jurídica, o órgão colegiado julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o incidente. Trata-se de decisão vinculante, assim, caso não seja observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação. ENUNCIADOS DO FÓRUM PERMANENTE DOS PROCESSUALISTAS CIVIS 87. (art. 976, II) A instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas não pressupõe a existência de grande quantidade de processos versando sobre a mesma questão, mas preponderantemente o risco de quebra da isonomia e de ofensa à segurança jurídica. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 88. (art. 976; art. 928, parágrafo único) Não existe limitação de matérias de direito passíveis de gerar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas e, por isso, não é admissível qualquer interpretação que, por tal fundamento, restrinja seu cabimento. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 89. (art. 976) Havendo apresentação de mais de um pedido de instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas perante o mesmo tribunal todos deverão ser apensados e processados conjuntamente; os que forem oferecidos posteriormente à decisão de admissão serão apensados e sobrestados, cabendo ao órgão julgador considerar as razões neles apresentadas. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 90. (art. 976) É admissível a instauração de mais de um incidente de resolução de demandas repetitivas versando sobre a mesma questão de direito perante tribunais de 2º grau diferentes. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 92. (art. 982, I; Art. 313, IV) A suspensão de processos prevista neste dispositivo é consequência da admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas e não depende da demonstração dos requisitos para a tutela de urgência. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no III FPPC-Rio) 93. (art. 982, I) Admitido o incidente de resolução de demandas repetitivas, também devem ficar suspensos os processos que versem sobre a mesma questão objeto do incidente e que tramitem perante os juizados especiais no mesmo estado ou região. 23 (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 94. (art. 982, § 4º; art. 987) A parte que tiver o seu processo suspenso nos termos do inciso I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra o acórdão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no V FPPC-Vitória53) 95. (art. 982, §§3º, 4º e 5º) A suspensão de processos na forma deste dispositivo depende apenas da demonstração da existência de múltiplos processos versando sobre a mesma questão de direito em tramitação em mais de um estado ou região. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 205. (art. 982, caput, I e §3º) Havendo cumulação de pedidos simples, a aplicação do art. 982, I e §3º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo, não impedindo o prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser firmada no incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e Assunção de Competência) 206. (art. 990, § 5º da versão da Câmara dos Deputados78) A prescrição ficará suspensa até o trânsito em julgado do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e Assunção de Competência) 342. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária. (Grupo: Precedentes) 343. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas compete a tribunal de justiça ou tribunal regional. (Grupo: Precedentes) 344. (art. 978, parágrafo único97) A instauração do incidente pressupõe a existência de processo pendente no respectivo tribunal. (Grupo: Precedentes; redação revista no V FPPC-Vitória) 345. (arts. 976, 928 e 1.03698). O incidente de resolução de demandas repetitivas e o julgamento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos formam um microssistema de solução de casos repetitivos, cujas normas de regência se complementam reciprocamente e devem ser interpretadas conjuntamente. (Grupo: Precedentes; redação revista no V FPPC-Vitória) 348. (arts. 987 e 1.037, II, §§ 6º a 8º e seguintes99) Os interessados serão intimados da suspensão de seus processos individuais, podendo requerer o prosseguimento ao juiz ou tribunal onde tramitarem, demonstrando a distinção entre a questão a ser decidida e aquela a ser julgada no incidente de resolução de demandas repetitivas, ou nos recursos repetitivos. (Grupo: Precedentes) 349. (arts. 982, § 5º e 988) Cabe reclamação para o tribunal que julgou o incidente de resolução de demandas repetitivas caso afrontada a autoridade dessa decisão. (Grupo: Precedentes) 481. (art. 1037, §§ 9º a 13) O disposto nos §§ 9º a 13 do art. 1.037 aplica-se, no que couber, ao incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos 24 Repetitivos e Assunção de competência) 605. (arts. 977; 985, I) Os juízes e as partes com processos no Juizado Especial podem suscitar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência) 606. (arts. 982; 985). Deve haver congruência entre a questão objeto da decisão que admite o incidente de resolução de demandas repetitivas e a decisão final que fixa a tese. (Grupo: IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência) - Ação Monitória: as hipóteses de cabimento foram ampliadas (pagamento e quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer). - Direito intertemporal: “Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. (...). “Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficandorevogada a Lei no 5.869 11 1973”. (...). “Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência”. - Art. 1.059 do CPC/2015. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992 (Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. § 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal. § 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública. § 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação. § 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado. § 5º Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários), e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009. (Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza). - Intervenção Anômala: Art. 5º da Lei nº 9.469/1997 (Art. 5º A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria 25 e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes). - Suspensão de Segurança: Art. 15 da Lei nº 12.016/2009 (Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. § 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. § 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. § 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. § 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. § 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original.) - Suspensão de Liminar: Art. 12 da Lei nº 7.347/1985 (Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo. § 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato. § 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento). JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE - MS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11, do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso de processo cujo rito exclua a possibilidade de condenação em honorários. Em outras palavras, não é possível fixar honorários recursais quando o processo originário não preveja condenação em honorários. Assim, suponha que foi proposta uma ação que não admite fixação de honorários advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo deste processo, interponha recurso extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não fixará honorários recursais, considerando que o rito aplicável ao processo originário não comporta condenação em honorários advocatícios. Como exemplo desta situação, podemos citar o mandado de segurança, que não admite condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula 512-STF). Logo, se for interposto um recurso ordinário constitucional ou um recurso 26 extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. Assim, pode-se dizer que o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que veda a condenação em honorários advocatícios "no processo mandamental", afasta a incidência do regime do art. 85, § 11, do CPC/2015. STJ. 2ª Turma. RMS 52.024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/10/2016 (Info 592) - RECURSOS. FUNDAMENTAÇÃO. É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. O novo CPC proibiu expressamente esta forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º). STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.386-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592). - REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Não se exige a prévia notificação extrajudicial dos invasores para que se proponha reintegração de posse. A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação possessória. STJ. 4ª Turma. REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594). - EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. É válida a penhora realizada sobre bens de sociedade de economia mista que posteriormente foi sucedida pela União É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório (art. 100, caput e § 1º, da Constituição Federal). STF. Plenário. STF. Plenário. RE 693112-MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 09/02/2017 (repercussão geral) (Info 853). - AÇÃO MONITÓRIA. O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das declarações. STJ. 4ª Turma. REsp 1.381.603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 6/10/2016 (Info 593). - AÇÃO ANULATÓRIA: No caso em que particular e Fazenda Pública firmaram,
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