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NFPSS TJSP PARTE IV.pdf

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2 
 
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER 
CICLOS DE REVISÃO TJ/SP 
PARTE III 
 
 
 
Sumário 
PROCESSO CIVIL 
Princípios processuais em destaque .......................................................................................................... 3 
Destaques legislativos ................................................................................................................................ 6 
Tutela provisória ......................................................................................................................................... 9 
Provas ......................................................................................................................................................... 11 
Sentença, decisões e coisa julgada ........................................................................................................... 12 
Recursos e reexame necessário ................................................................................................................ 13 
Cumprimento de sentença e execução .................................................................................................... 17 
Questões especiais .................................................................................................................................... 18 
Jurisprudência importante ....................................................................................................................... 25 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR ...................................................................................................................... 28 
Sujeitos e relação de consumo. ................................................................................................................ 28 
Práticas abusivas e propaganda ................................................................................................................ 31 
Direitos básicos, política consumerista e princípios correlatos. .............................................................36 
Defesa do consumidor em juízo. .............................................................................................................. 40 
Responsabilidade pelo fato ou vicio do produto / serviço. ..................................................................... 41 
Temas diversos .......................................................................................................................................... 45 
 
PROCESSO E DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ...................................................................... 47 
Ato infracional ........................................................................................................................................... 48 
Estatuto da primeira infância. .................................................................................................................. 50 
Direitos da criança e do adolescente. ....................................................................................................... 51 
Poder familiar ............................................................................................................................................. 52 
Conselho tutelar. ........................................................................................................................................ 53 
Guarda e adoção ......................................................................................................................................... 53 
Temas diversos .......................................................................................................................................... 56 
Novidade .................................................................................................................................................... 58 
 
DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................................. 59 
Princípios e conceitos básicos eleitorais. ..................................................................................................59 
Condições De Elegibilidade E Inelegibilidade .......................................................................................... 62 
Registro de candidaturas. Impugnações ao registro de candidaturas .................................................. 69 
Propaganda eleitoral .................................................................................................................................. 71 
Ações eleitorais ..........................................................................................................................................78 
Crimes eleitorais puros ou específicos. Crimes eleitorais acidentais .................................................... 80 
 
 
3 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 Meus amigos, futuros juízes paulistas. Vamos começar, agora, a nossa revisão de processo 
civil. Considerando que essa será a primeira prova do TJSP após a edição do novo CPC, acredito 
que o mais importante, nessa última hora, é relembrar alguns conceitos e institutos novos. Na 
revisão abaixo, tentarei resumir os pontos de maior relevo do novo código. Vamos nessa? 
 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS EM DESTAQUE 
Devido Processo Legal 
Representa um conjunto de garantias que foram maturadas ao 
longo da história, com o objetivo de defender as pessoas da tirania. 
Se refere não só ao processo jurisdicional, como também ao 
processo administrativo, legislativo e privados. 
Contraditório 
Dimensão formal: garante às partes o direito de participar do 
processo e de atuar nele. Direito de ser informado sobre a 
existência do processo. 
Dimensão substancial: Garante o direito de poder influenciar a 
decisão. 
Duração razoável do 
processo 
A própria garantia do devido processo legal impõe uma série de 
providências que devem ser tomadas que fazem com que o 
processo demore (demora inerente ao processo), como a oitiva do 
réu, recursos e produção de provas. O nome do princípio não é 
celeridade, que dá a ideia de rapidez, velocidade. Na verdade, o 
processo tem que demorar o tempo necessário para se ter um 
processo justo (deve ser examinado caso a caso). 
Publicidade 
Tem uma dupla dimensão: 
Publicidade interna: dirigida aos sujeitos do processo. 
Publicidade externa: dirigida a terceiros. 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser 
autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de 
defensores públicos ou do Ministério Público. 
(...) 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em 
segredo de justiça os processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, 
separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e 
 
 
4 
 
adolescentes; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à 
intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de 
carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na 
arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
Igualdade Processual 
Deriva do princípio da igualdade de forma geral, mas possui 
aplicação em âmbito processual. Pode ser extraído do art. 7º: 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao 
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, 
aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, 
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Eficiência 
Impõe que o juiz conduza o processo de formaeficiente. Está 
relacionado à gestão do processo. Para ser eficiente, deve ter o 
menor gasto possível e o melhor resultado possível. Essa é a nova 
visão: juiz como gestor do processo (gerenciamento processual). 
Efetividade 
Processo efetivo é um processo que realiza o direito material 
reconhecido pela decisão. Está relacionado, portanto, a resultado. 
Adequação 
Adequação objetiva: É a adequação do processo ao seu objeto, 
àquilo que está sendo discutido em juízo. 
Adequação subjetiva: O processo tem que ser adequado aos 
sujeitos que vão se valer dele 
Adequação teleológica: O processo deve ser adequado aos seus 
fins. 
Boa-fé processual 
O princípio da boa-fé se dirige a todos os sujeitos do processo, 
inclusive ao juiz. O NCPC previu o princípio da boa-fé 
expressamente em seu art. 5º: 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve 
comportar-se de acordo com a boa-fé. 
- O princípio da boa-fé processual impede o abuso de direitos 
processuais; 
- Possui função hermenêutica; 
- O exercício abusivo de um direito processual é considerado ilícito. 
- Proíbe comportamentos contraditórios. 
Promoção da Solução 
Consensual dos Conflitos 
O NCPC, em diversos momentos, estimula a autocomposição, 
concretizando o princípio previsto. O primeiro artigo a tratar do 
feito é o 3o: 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a 
direito. 
[...] 
 
 
5 
 
§ 3o 
 
 
inclusive no curso do processo judicial. 
 
Primazia da Decisão de 
Mérito 
Para o NCPC, o que importa é a apreciação do mérito pelo 
magistrado; ou seja, a decisão de mérito é prioritária em relação à 
decisão que não é de mérito. 
Vedação às decisões 
surpresas 
Consoante o artigo 10 do Código de Processo Civil “o juiz não pode 
decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a 
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir 
de ofício. Esse princípio é aplicável em grau recursal (art. 933). 
Autonomia da Vontade no 
Processo 
O NCPC é totalmente estruturado, do início ao fim, ao respeito do 
autorregramento da vontade no processo. Isto porque uma de 
suas premissas é a de que o processo, para ser considerado devido, 
não pode ser um ambiente hostil para o exercício da liberdade. 
A possibilidade de negócios jurídicos processuais representa 
aplicação do princípio, assim como a possibilidade de se prestigiar a 
arbitragem. 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam 
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular 
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa 
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres 
processuais, antes ou durante o processo. 
Cooperação 
Com o advento do NCPC, passou a contar com previsão expressa: 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para 
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Decisão Informada 
O princípio da decisão informada está previsto no art. 166, "caput", 
do NCPC e aplica-se à conciliação e à mediação. 
Segundo Daniel Amorim Neves, o referido princípio "cria o dever ao 
conciliador e ao mediador de manter o jurisdicionado plenamente 
informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual 
está inserido". Assim, é uma forma de permitir que as partes 
celebrem acordos tendo plena ciência do ato que estão praticando. 
 
#OLHAOGANCHO – SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA 
Mediação, Conciliação e Arbitragem são temas que ganharam atenção da doutrina e da 
legislação, como meios para diminuir a sobrecarga de ações sobre o Judiciário. Uma visão 
contemporânea sustenta que esses meios não são alternativos, mas que, na verdade, devem 
estar INTEGRADOS à Jurisdição, por isso, compõem um sistema de múltiplos meios de solução 
de conflitos. A expressão SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA é assim utilizada pelo 
 
 
6 
 
Processualista Leonardo Carneiro da Cunha em alusão à metáfora do átrio do fórum em que 
haveria várias portas e "a depender do problema apresentado, as partes seriam encaminhadas 
para a porta da mediação, ou da conciliação ou da arbitragem, ou da própria justiça estatal" 
(Fazenda Pública em Juízo. P. 637). Desse modo, ante a integração de mediação e da 
conciliação como etapas do procedimento comum no Novo CPC, pode-se afirmar que a nova 
ordem processual civil brasileira adotou um SISTEMA MULTIPORTAS DE JUSTIÇA. 
 
DESTAQUES LEGISLATIVOS 
- Julgamento da demanda em ordem cronológica preferencial (art.12): “Art. 12. Os juízes e os 
tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir 
 ó ”. Deve ser elaborada uma lista nas varas e gabinetes com a ordem dos 
processos, permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede 
mundial de computadores. 
- Condições da ação: existe divergência doutrinária se as condições da ação desapareceram, se 
viraram pressupostos processuais ou se foram incorporadas ao mérito. Entretanto, pela leitura 
da lei, a possibilidade jurídica do pedido desapareceu, mas permanecem previstos a 
legitimidade a o interesse processual (Art.17), que ainda conduzem a extinção do processo 
sem julgamento de mérito. Caso a demanda seja extinta, a propositura de nova ação depende 
da correção do vício (art. 486, § 1o). Mesmo sem ser decisão de mérito, admite propositura de 
rescisória. 
- Jurisdição da autoridade brasileira com exclusão de qualquer outra (art.23): além das 
hipóteses já previstas no CPC/73 (imóveis e sucessão hereditária), agora compete à autoridade 
judiciária brasileira, “em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional”. 
- “Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação 
quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, 
arguida pelo réu na contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva 
p C ”. 
- O NCPC mantém a regra da perpetuatio jurisdictionis. 
- Critérios de prevenção (art. 59): “Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna 
 ”. No NCPC não interessa mais despacho, citação, etc. 
- Competência ação possessória imobiliária: “ . 47. (...)§ 2o A ação possessória imobiliária será 
 ê ”. O NCPC aderiu ao 
entendimento do STJ. 
- Competência para ações de alimentos, casamento e união estável: “Art. 53. É competente o 
foro: I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do 
casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo 
 
 
7 
 
domicílio do casal; II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem 
 ; (...)”. 
- Possibilidade de reunião de processos semelhantes para julgamento conjunto mesmo que 
não haja conexão: Art. 55. (...) § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que 
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididosseparadamente, mesmo sem conexão entre eles”. 
- Modificação de competência e cláusula de eleição de foro: “Art. 63. As partes podem 
modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta 
ação oriunda de direitos e obrigações. § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de 
instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual 
obriga os herdeiros e sucessores das partes. § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se 
abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao 
juízo do foro de domicílio do réu. § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de 
 ”. 
- Instrumentos de cooperação internacional: auxílio direto, carta rogatória e homologação de 
decisão estrangeira. 
- Não existe mais dualidade entre rito ordinário e sumário. O rito passa a ser comum, além dos 
especiais que continuam existindo. 
- Capacidade processual e União Estável: o NCPC, ao tratar sobre capacidade processual nas 
ações que versam sobre direitos reais imobiliários, faz expressa menção à união estável. “Art. 
73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito 
real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. (...) § 3o 
Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos”. 
- Honorários Advocatícios (art. 85): Ler atentamente este artigo, pois ocorreram muitas 
mudanças. É o maior artigo do CPC/2015, com 19 parágrafos! 
- Possibilidade expressa de concessão da justiça gratuita de forma parcial (art. 98, §5o e §6o): 
essa concessão pode ocorrer pela gratuidade par alguns atos do processo ou apenas a 
redução das despesas ou, até mesmo, o parcelamento dessas despesas. 
- Recurso e justiça gratuita (art. 101): “Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a 
que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for 
resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação”. 
- Intervenção de terceiros: no NCPC, oposição (passando a ser procedimento especial) e 
nomeação à autoria não são mais intervenções de terceiros. Entretanto, houve inserção do 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 a 137) e do amicus curiae (art. 
138), além de manter a assistência, a denunciação e o chamamento ao processo. 
- Denunciação da lide: não existe mais denunciação da lide obrigatória. O sistema passa a vedar 
sucessivas denunciações dentro do mesmo processo. O processamento da denunciação não 
suspende mais o processo. “Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz 
passará ao julgamento da denunciação da lide. Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a 
 
 
8 
 
ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado”. 
- Inovação acerca dos processos que tramitam em segredo de justiça: “Art. 189. (...) § 2o O 
terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da 
 á h ó ”. 
- O NCPC prevê a existência de 4 cartas: precatória (entre comarcas distintas), rogatória 
(realização de atos entre países distintos), de ordem (realização de atos entre graus de 
jurisdição distintos) e uma novidade é a carta arbitral (realização de atos entre órgão do Poder 
Judiciário e do juízo arbitral). 
- Citação de pessoas físicas em condomínios edilícios ou loteamentos com controle de acesso: 
“Art. 284. (...) § 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será 
válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de 
correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as 
penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente”. 
- Citação por hora certa (art. 252): mudou o número de diligência necessárias à citação por 
hora certa. “Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando 
em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar 
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará 
a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou 
nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a 
funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência”. 
- Reconhecimento da postura protagonista do advogado em termos de intimação: “Art. 269. 
(...)§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do 
correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. § 2o 
O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença”. 
- Intimação por meio eletrônico (regra): sempre que possível, as intimações serão realizadas 
por meio eletrônico. 
- Ordem preferencial de citação no NCPC: 1) meio eletrônico (art. 270); 2) pelo órgão oficial – 
diários de justiça (art. 272) e 3) pessoal (art. 273). 
- Audiência de conciliação/mediação: passa a existir, como regra, uma audiência de conciliação 
antes da apresentação da defesa (que será oferecida 15 dias após frustrada a tentativa de 
conciliação). Essa audiência pode ser dispensada entre as partes de comum acordo ou quando 
não admitir composição (arts. 334 e 335). 
- Ação indenizatória fundada em dano moral: “Art. 292. O valor da causa constará da petição 
inicial ou da reconvenção e será: (...)V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, 
o valor pretendido”. Pela leitura deste inciso, o CPC exige que a parte quantifique o dano 
moral. 
- Petição inicial: não aparece mais como requisito a citação do réu; deve constar a opção do 
autor pela realização ou não da audiência de conciliação/mediação. Por fim, saiba que o prazo 
para emendar a inicial é de 15 dias. 
 
 
9 
 
- Contagem de prazos (art. 219): somente dias úteis (durante os feriados declarados por lei, aos 
sábados e domingos, além dos dias em que não haja expediente forense, a contagem do prazo 
ficará suspensa). Obs.: a maioria dos prazos é de 15 dias. Se tiver dúvida, CHUTE 15. A exceção 
são os Embargos de Declaratórios (5 dias)! 
- Prazo para Fazenda Pública, MP e Defensoria Pública: em dobro para manifestarem-se nos 
autos (art. 180, 183 e 186). 
- Concentração de atos na contestação: Diferentemente do Código de 1973, no NCPC a 
contestação concentrará quase todas as defesas, tendo em vista que as seguintes exceções 
passaram ser preliminares da contestação: exceção de incompetência relativa (art. 337, II); 
impugnação ao valor da causa (art. 337, III); Impugnação ao benefício da justiça gratuita (art. 
337, XIII); Reconvenção (art. 343); Denunciação da lide passiva (art. 126); chamamento ao 
processo (art. 131); demais preliminares (art. 337); impugnação específica (art. 341), etc. 
- Prazo em dobro para advogados diferentes e de escritórios distintos: “Art. 229. Os 
litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. Resta claro que a nova lei condicionou à existência do 
benefício, aos casos em que os procuradores atuem em escritórios de advocacia distintos. 
Assim sendo, há a necessidade de que os procuradoressejam diferentes e não pertençam ao 
mesmo escritório. 
 
TUTELA PROVISÓRIA 
- Tutela provisória: é expressão que abrange tanto a técnica da antecipação provisória dos 
efeitos finais da tutela definitiva quanto a tutela cautelar1. O principal objetivo da tutela 
provisória é abrandar os males do tempo sobre o processo, garantindo a efetividade da 
jurisdição. Quer-se, em sede de tutela provisória fundada em urgência, afastar um perigo de 
dano ou um risco ao resultado útil do processo. O esquema abaixo ajuda na visualização destas 
figuras: 
 
 
1 CABALLERO, Berto Igor. LUZ, Danilo Rocha. RIBEIRO, Luiz Filipe. UCHÔA, Rostonio. 
LIMA, Victor Emmanuel Cordeiro. Novo CPC: principais alterações. Teresina: Dinâmica 
Jurídica, 2016. p. 102. 
Tutela Provisória 
Urgência 
Cautelar 
Incidental 
Antecedente 
Antecipada 
Incidental 
Antecedente 
Evidência 
 
 
10 
 
- Unificação entre as tutelas de urgência (antecipada e cautelar): Uma das principais 
novidades trazidas com o advento do Novo Código de Processo civil é a unificação das tutelas 
de urgência. Agora, não importa se a tutela de urgência é antecipada ou cautelar, uma vez que 
para a concessão de ambas os requisitos passam a serem os mesmos = PROBABILIDADE DO 
DIREITO + PERIGO DE DANO ou O RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO. Entretanto, 
deve ser ressaltado que continuam sendo espécies distintas. Uma é satisfativa (antecipada) e 
outra é preventiva (cautelar), apesar de possuírem os mesmos requisitos. 
- Tutela de evidência: a tutela provisória no Novo Código de Processo Civil divide-se em tutela 
de urgência (cautelar e antecipada) e a tutela de evidência. A diferença entre a primeira e a 
segunda é a presença ou ausência do periculum in mora. Na tutela de evidência, 
diferentemente das tutelas de urgência, o requisito urgência não é necessário. Ou seja, é uma 
hipótese de tutela antecipatória não urgente, consistindo, na verdade, em uma técnica de 
antecipação do resultado do processo, criados em casos que o direito pleiteado se mostra 
evidente em sede de cognição não exauriente. 
A tutela de evidência é considerada uma das principais “inovações” trazidas pela Lei nº 
13.105/2015, o novo CPC. 
- Tutela antecipada antecedente: “Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à 
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à 
indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do 
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que 
se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de 
sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 
15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a 
audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, 
o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2o Não realizado o aditamento a 
que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O 
aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem 
incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, 
o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 
5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto 
no caput deste artigo. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela 
antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, 
sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
- Estabilização da tutela antecedente: “Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos 
do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. § 2o Qualquer das partes poderá demandar 
a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos 
do caput. § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou 
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. § 4o Qualquer das partes 
poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a 
petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi 
concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste 
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, 
 
 
11 
 
nos termos do § 1o. § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade 
dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida 
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo”. 
- Não existe mais no NCPC disciplina acerca do processo cautelar. 
 
#IMPORTANTE – TUTELA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
Lei nº 8.437/92: Aponta, em seu art. 1°, que não será cabível medida liminar contra atos do 
Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar 
ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de 
mandado de segurança, em virtude de vedação legal. 
Lei n. 9.494/97: A Lei n. 9.494/97 disciplina a concessão de tutela antecipada contra a 
Fazenda Pública. Em seu art. 1º, a referida Lei determina, entre outras vedações, que não será 
cabível tutela antecipada contra o Poder Público visando obter a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens 
pecuniárias. Essa previsão foi considerada constitucional pelo STF. 
Lei nº 12.016/2009 (MS): é importante destacar a redação do § 2º do art. 7º da Lei n. 
12.016/2009, que aponta que não será concedida medida LIMINAR que tenha por objeto 
(pedido) a: 
 Compensação de créditos tributários; 
 Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior; 
 Reclassificação ou equiparação de servidores públicos; e 
 Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
 
PROVAS 
- Teoria Dinâmica x Teoria Estática do Ônus da prova: Tradicionalmente, a distribuição do ônus 
da prova no processo era feita de modo estático. Cuidado com assertivas que dizem que a 
prova não cabe mais a quem alega. Essa ainda é a regra (art. 373, inc. I e II). Assim, a regra é a 
distribuição estática no ônus da prova. 
- E 0 que é preciso para haver a distribuição dinâmica do ônus da prova? 1) previsão legal 
(como ocorre com CDC, por exemplo); 2) impossibilidade ou a excessiva dificuldade de cumprir 
o seu ônus (prova diabólica); 3) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário 
(aptidão da prova); 4) decisão fundamentada 5) oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído. A desincumbência do encargo pela parte não pode ser impossível ou 
excessivamente difícil. Em outras palavras, não se admite simplesmente a mera transferência 
de prova, sob pena de apenas trocar de lugar as injustiças. A inversão só faz sentido se a outra 
parte tiver melhores condições de obter o meio de prova. 
- É possível a convenção das partes sobre distribuição diversa dos ônus probatório? 
Perfeitamente - O negócio processual pode ocorrer antes ou durante o processo. Percebe-se, 
 
 
12 
 
assim,que o novo diploma legislativo está em consonância com os ditames do atual momento 
vivido pelo processo, onde há a valorização da colaboração e da boa-fé no processo, sendo 
vedada a decisão-surpresa que surpreende as partes com a inversão do ônus da prova na 
sentença, sem conferir a oportunidade prévia de comprovar antes da prolação da decisão. 
- Prova emprestada X NCPC. O NCPC prevê expressamente a possibilidade de prova 
emprestada: Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, 
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Lembre-se que o STJ 
já admitiu que para haver prova emprestada não há necessidade das partes serem idênticas no 
processo de onde deriva a prova emprestada, bem como ser admissível a oriunda do processo 
criminal mesmo sem o transito em julgado desta. Quanto à forma, a prova emprestada é 
sempre documental. 
- Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora 
e do local da audiência designada (art. 455). Descumprida essa exigência, importará 
desistência da testemunha (texto de lei ótimo para prova objetiva). 
- Destaque-se o art. 381, § 4º, do CPC/2015, o qual aponta que "o juízo estadual tem 
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade 
autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”. 
 
SENTENÇA, DECISÕES E COISA JULGADA 
- Os elementos da sentença continuam os mesmos no NCPC (relatório, fundamentação e 
dispositivo). 
- O autor somente pode requerer a desistência da ação até a sentença. Entretanto, em relação 
ao MS, O Supremo Tribunal Federal decidiu que a desistência do MS é uma prerrogativa de 
quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e 
independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação. 
Seria uma ação conferida em benefício do cidadão contra o Estado e, portanto, não gera 
direito à autoridade pública coatora de ver o mérito da questão resolvido. Contudo, em outro 
julgado posterior, o Supremo entendeu pela impossibilidade da desistência do MS, mas esse 
caso concreto teve peculiaridades, onde se denotou que a intenção do impetrante era evitar a 
coisa julgada material e posteriormente ajuizar ação ordinária, prolongando a pendência da 
questão. Assim, pelo evidente abuso de direito processual, não se autorizou a desistência do 
MS. 
- Sentença e decisão: “Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos 
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o 
Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre 
no § 1o” 
- No NCPC, as questões decididas incidentalmente podem ser acobertadas pela coisa julgada, 
independentemente do requerimento das partes: “ . 503. A decisão que julgar total ou 
parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 
 
 
13 
 
1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e 
incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu 
respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo 
tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2o A 
hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
 q á q ”. 
- Coisa julgada pro et contra: é a regra. 
- Coisa julgada secundum eventum litis. Significa que a coisa julgada só se produz em um dos 
resultados. Em casos tais só haverá coisa julgada se for procedente. Em outros casos só se for 
improcedente. Ex: sentença penal. 
- Coisa julgada secundum eventum probationis: a improcedência por insuficiência de provas 
não faz coisa julgada. Ex: coisa julgada coletiva, Mandado de Segurança. 
Por função negativa da coisa julgada entende-se o impedimento, verdadeira proibição, de que 
se volte a discutir no futuro, em outros processos, a questão já decidida. 
 
#JURISPRUDÊNCIA 
FUNDAMENTAÇÃO DE DECISÃO: O julgador não está obrigado a responder a todas as 
questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir 
a decisão. 
O julgador possui o dever de enfrentar apenas as questões capazes de infirmar (enfraquecer) a 
conclusão adotada na decisão recorrida. Essa é a interpretação que se extrai do art. 489, § 1º, 
IV, do CPC/2015. 
Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos de declaração contra a 
decisão que não se pronunciou sobre determinado argumento que era incapaz de infirmar a 
conclusão adotada. 
STJ. 1ª Seção. EDcl no MS 21.315-DF, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF 
da 3ª Região), julgado em 8/6/2016 (Info 585). #IMPORTANTE 
JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO. RENÚNCIA: É possível reconhecer, 
também na instância extraordinária, a possibilidade da homologação do pedido de renúncia ao 
direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por procurador habilitado com poderes 
específicos, desde que anterior ao julgamento final do recurso extraordinário. STF. 2ª Turma. 
RE 514639 QO/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/5/2016 (Info 825). 
 
RECURSOS E REEXAME NECESSÁRIO 
- Reexame necessário: as hipóteses de cabimento continuam as mesmas. Não ocorrerá 
reexame: “Art. 495. (...) § 3o Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o 
proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) 
salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 
500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas 
 
 
14 
 
autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e 
fundações de direito público. § 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a 
sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo 
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante 
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, 
parecer ou súmula administrativa”. 
- Recursos previsto no NCPC: apelação; agravo de instrumento; agravo interno; embargos de 
declaração; recurso ordinário; recurso especial; recurso extraordinário; agravo em recurso 
especial ou extraordinário; e embargos de divergência. O NCPC extirpou do ordenamento 
jurídico a figura dos embargos infringentes e do agravo retido. Ademais, criou o agravo em 
recurso especial e extraordinário, além de trazer expressa e específica ordenação acerca do 
agravo interno. 
- Juízo de admissibilidade: a regra geral é a de que tanto o juízo de admissibilidade quanto o 
juízo de mérito do recurso são realizados pelo órgão ad quem. EXCEÇÕES: RECURSO ESPECIAL 
E RECURSO EXTRAORDINÁRIO! 
- O NCPC enumera diversas hipóteses em que é possível o juízo de retratação: apelação em 
desfavor da sentença que indefere a petição inicial; apelação contra sentençade 
improcedência liminar do pedido; apelação contra sentença que extingue o processo sem 
julgamento de mérito; nos casos de agravo de instrumento; agravo interno; e recurso especial 
e extraordinário repetitivos. 
- Preparo recursal: O CPC trouxe algumas novidades com relação a essa questão. A primeira 
delas se dá nos casos em que o recorrente, no ato da interposição do recurso, não comprova o 
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e retorno, e lhe é oportunizada mais uma 
chance, sendo intimado a recolher o valor devido, porém, em dobro. Assim, se devidamente 
intimado, cumprir a determinação, não haverá deserção. Outra novidade legislativa é o fato de 
não se considerar imediata deserção qualquer equívoco observado no preenchimento da guia 
de custas. Dessa forma, surgindo dúvida quanto ao recolhimento, o recorrente será intimado 
para, no prazo de 05 (cinco) dias, sanar o vício. Também foi dispensado o recolhimento do 
porte de remessa e retorno no processo em autos eletrônicos. 
 
Recurso Prazo Preparo Efeito Suspensivo 
Apelação 15 dias Há recolhimento Ope Legis 
Agravo de 
Instrumento 
15 dias Há recolhimento Ope Judicis 
Agravo interno 15 dias Varia em cada tribunal Ope Judicis 
Embargos de 5 dias Isento Ope Judicis 
 
 
15 
 
Declaração 
Recurso Ordinário 15 dias Há recolhimento Ope Judicis 
Recurso Especial 15 dias Há recolhimento Ope Judicis 
Recurso 
Extraordinário 
15 dias Há recolhimento Ope Judicis 
Agravo em RESP ou 
RE 
15 dias Isento Ope Judicis 
Embargos de 
Divergência 
15 dias Há recolhimento Ope Judicis 
 
 
- Possibilidade de desistência do recurso escolhido como paradigma para fixação da tese: 
“Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise 
de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de 
 x á ”. 
- Desaparecimento da figura do revisor no julgamento dos recursos: o NCPC retirou do 
ordenamento jurídico a figura do revisor, uma vez que, em tempos de processo eletrônico, a 
figura do revisor deixou de ter qualquer sentido, já que os autos estão à disposição de todos a 
qualquer tempo. 
- Agravo de instrumento no NCPC: prazo de 15 dias úteis (antigamente eram 10 dias); passou a 
ter hipóteses taxativamente previstas em lei (art. 1.015) e, diferentemente do CPC/73, antes de 
inadmitir o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja 
sanado vício ou complementada a documentação exigível, independente de se tratar de peças 
essenciais ou não essenciais à formação do instrumento. Conclui-se, portanto, que o novo 
código permite o saneamento em fase recursal. 
- Efeito Suspensivo Ativo: na verdade, trata-se de uma antecipação dos efeitos da tutela 
pretendida ou ainda a concessão de uma medida liminar, em regra pelo relator de um agravo 
de instrumento. 
- Embargos de declaração: além de serem usados para contradição, omissão ou obscuridade, 
passa a existir previsão expressa para a correção de erro material. Continuam com o prazo de 5 
dias, mas agora são dias úteis. Sem preparo e passam a ter o efeito de interromper o prazo em 
TODAS as hipóteses (inclusive no Juizado Especial). Existe previsão expressa de contrarrazões 
e de utilização da fungibilidade com o agravo interno. Princípio da complementariedade: “Art. 
1024. (...)§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão 
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o 
direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 
(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração”. Diante do advento 
do § 5o do art. 1024, o Enunciado de Súmula 418 do STJ não deve ser mais aplicado: “§ 5o Se os 
 
 
16 
 
embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o 
recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação”. Ampliação da multa 
para embargos protelatórios (2% do valor atualizado da causa), continuando sendo possível a 
majoração da multa até 10%. “Art. 1026, § 4o Não serão admitidos novos embargos de 
declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios”. Passam a 
gerar prequestionamento ficto para fins de especial e extraordinário (art. 1025). 
- Apelação: com o fim do agravo retido, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a 
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são acobertadas pela 
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou nas contrarrazões. O Capítulo 
da sentença que confirma, concede ou denega a tutela provisória é impugnável por apelação. 
A apelação interposta em desfavor da sentença que decreta a interdição somente é recebida 
no efeito devolutivo. 
- Ampliação do colegiado no NCPC: nos termos do artigo 941, §2o, em regra, no julgamento de 
apelação e de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 
três juízes. Entretanto, caso o julgamento não seja unânime e como o NCPC extinguiu a figura 
dos Embargos Infringentes, o legislador trouxe uma novidade, que é uma técnica de ampliação 
do colegiado em caso de votação não unânime em julgamento de apelação cível e de agravo 
de instrumento: “Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá 
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão 
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para 
garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais 
terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1o Sendo 
possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de 
outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2o Os julgadores que já 
tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3o A 
técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime 
proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse 
caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; 
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 
4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do incidente de assunção de 
competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não 
unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. 
- Aplicação da teoria da causa madura no NCPC: “Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. (...) § 3o Se o processo estiver em condições de imediato 
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I - reformar sentença fundada no 
art. 485; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido 
ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que 
poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. § 4o Quando 
reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o 
mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de 
 ”. A teoriada causa madura consiste na possibilidade de o tribunal avançar para 
decidir o mérito, mesmo que o mérito não tenha sido examinado pelo juiz de primeiro grau. Ou 
 
 
17 
 
seja, é a possibilidade de julgamento direto pelo tribunal em apelação. O NCPC alargou um rol 
de hipóteses em que é possível que o tribunal decida diretamente a lide. 
- Ações de família: fomento à autocomposição, destacando que o juiz deve dispor do auxílio de 
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. “Art. 
695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela 
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e 
conc . 694. “§ 1o O mandado de citação conterá apenas os 
dados necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, 
 x q q ”. O réu não recebe 
cópia da petição inicial nessas ações. 
 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO 
- Cumprimento de sentença - o requerimento do exequente requer exigências minuciosas (art. 
524) 
- Impugnação na execução de sentença: no NCPC, a impugnação independe de prévia garantia 
do juízo. 
- Embargos do executado: igual ao CPC/73 – continua dispensando a garantia do juízo). 
 
#OLHAOGANCHO: Impugnação ao cumprimento de sentença e garantia do juízo 
O Novo CPC modificou o tratamento da impugnação ao cumprimento de sentença, permitindo 
que seja ofertada, em qualquer caso, mesmo sem a garantia do juízo. 
Como era mesmo antes do NOVO CPC? 
MODALIDADE CPC OLDSTYLE NOVO CPC 
IMPUGNAÇÃO AO 
CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA 
NECESSIDADE DE GARANTIR O 
JUÍZO 
DESNECESSIDADE DE GARANTIR O 
JUÍZO 
*Execução é suspensa com a garantia 
(desde que haja fumus + periculum) 
EMBARGOS À 
EXECUÇÃO 
COMUM 
DESNECESSIDADE DE 
GARANTIR O JUÍZO 
*Execução é suspensa com a 
garantia (desde que haja fumus 
+ periculum) 
DESNECESSIDADE DE GARANTIR O 
JUÍZO 
*Execução é suspensa com a garantia 
(desde que haja fumus + periculum) 
EMBARGOS À 
EXECUÇÃO EM 
EXECUÇÃO FISCAL 
NECESSIDADE DE GARANTIR O 
JUÍZO 
NECESSIDADE DE GARANTIR O JUÍZO 
*Execução é suspensa com a garantia 
(desde que haja fumus + periculum) 
 
 
 
18 
 
#OLHAOGANCHO: Execução Fiscal e necessidade de garantia do juízo por parte do beneficiário 
de assistência gratuita e assistido da Defensoria. 
Em caso de execução fiscal, o STJ entende2, com base no princípio da especialidade, que 
mesmo o beneficiário da assistência gratuita deve oferecer garantia do juízo como 
pressuposto de conhecimento dos embargos. STJ. 2ª Turma. REsp 1.437.078-RS, Info 538. No 
entanto, matérias de ordem pública e que não exijam dilação probatória, antigamente 
arguidas por meio de exceção de pré-executividade, podem ser arguidas sem garantia, por 
simples petição nos autos de execução. 
 
- O NCPC prevê hipótese de execução invertida: “Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado 
para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que 
entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo”. 
- O NCPC admite a penhora de salário, desde que o devedor ganhe mais de 50 salários 
mínimos (art. 833, §2o). 
- No NCPC fica expressamente proibida a aplicação do parcelamento da dívida no 
cumprimento de sentença, ou seja, só é possível o parcelamento nas execuções de título 
extrajudicial (art. 916, §7o). 
- Non liquet (STJ): se não há provas suficientes para definir o quantum debeatur, o juiz 
extinguirá o processo de liquidação sem julgamento do mérito, sendo a parte autorizada a 
propor nova liquidação caso reúna novas provas. 
 
QUESTÕES ESPECIAIS 
- Valorização dos precedentes: Fredie Didier Jr3 apresenta o seguinte conceito para 
precedente: “é a decisão judicial à luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir 
como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos”. De acordo com a doutrina de 
Leonardo Carneiro da Cunha4, precedente “é uma decisão judicial, que tem relação de 
anterioridade a outras, servindo-lhes de premissa”. 
Conforme afirma José Rogério Cruz e Tucci, “todo precedente é composto de duas 
partes: a) circunstâncias de fato que embasam a controvérsia; b) a tese ou princípio jurídico 
assentado na motivação do provimento decisório”. Este último elemento que consiste na tese 
ou princípio jurídico expresso no fundamento da decisão é o que chama de ratio decidendi. 
Trata-se da concreta expressão do resultado a que se chegou o juiz com a interpretação e a 
aplicação da norma jurídica ao caso que lhe foi posto a julgamento. O conceito de obiter 
 
2
 Embora esse seja o entendimento do STJ, boa parte da doutrina e dos tribunais pátrios vêm entendendo 
pela desnecessidade dessa garantia, já que tal exigência fulmina qualquer possibilidade do exercício do 
direito de defesa. 
3DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e 
liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 381. 
4CUNHA, Leonardo Carneiro da. O processo Civil no Estado Constitucional e os fundamentos do projeto do 
novo Código de Processo Civil. Revista de processo. São Paulo: RT, 2012, ano 37, n. 209. p. 356. 
 
 
19 
 
dictum é o alcançado por exclusão: é tudo aquilo que não compõe a ratio decidendi da decisão. 
Ele não faz parte da atividade hermenêutica inerente ao caso concreto; constitui, portanto, 
uma mera afirmação estranha à interpretação e aplicação da norma jurídica. Segundo Lucas 
Buril de Macêdo5, a diferença entre ratio decidendi e obiter dictum está pautada justamente em 
separar, respectivamente, a parcela obrigatória de um precedente da não obrigatória. É 
especialmente na fundamentação (mas não somente nela) que os julgadores subsequentes 
devem pesquisa as razões de decidir (ratio decidendi) e os argumentos de passagem (obiter 
dictum). 
As distinções (distinguishing) são a principal forma de operar com precedentes. 
Consistem na atividade dos juristas de fazer diferenciações entre um caso e outro. Ela pode ser 
realizada por todo e qualquer órgão julgador, ou seja, tanto pelo tribunal do qual se emanou o 
precedente como pelos juízes e tribunais inferiores, vinculados à norma do precedente. 
Comparando quaisquer dois casos, diferenças existirão, mas em sentido técnico só se pode 
falar em distinção jurídica quando esta se der entre os fatos substanciais. A utilização do 
termo distinção (distinguishing) tem dois sentidos: um amplo (processo argumentativo) e um 
estrito (referente ao resultado do processo argumentativo). 
As mudanças no contexto social, econômico, político ou mesmo jurídico podem tornar 
imprescindível a mudança de determinada norma jurídica, caso contrário injustiças serão 
cometidas. Nesse cenário, a doutrina aponta o overruling e o overrding como técnicas para a 
superação dos precedentes. Segundo Didier Jr., “ q 
precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por um outro precedente”. É 
semelhante à revogação de uma lei por outra. Há o “q 
o âmbito de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou um 
princípio legal”. Aqui, não existe a superação total do precedente, mas apenas uma superação 
parcial. É uma espécie de derrogação. 
O artigo 489 do novo CPC traz os elementos da sentença: relatório, fundamentação e 
dispositivo. Até aí, não há novidade. As inovações surgem no§1º, dispositivo que elenca 
parâmetros para que se tenha uma fundamentação adequada. Entre as diretrizes apontadas, 
os precedentes são mencionados nos incisos V e VI. No primeiro, há nítida intenção de se 
destacar a necessidade de se observar as circunstâncias fáticas e jurídicas que forma o 
precedente e compará-lo com aquelas apresentadas com o caso concreto: não se considera 
fundamentada qualquer decisão se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta 
àqueles fundamentos. 
Na sequência, o inciso VI, tem a cautela de apontar as 2 hipóteses de não aplicação de 
precedentes: distinguish e overruling. Assim, não se considera fundamentada qualquer decisão 
se deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
Tais dispositivos estão em perfeita consonância com disposto no artigo 926: os tribunais devem 
uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Aliás, o §2º do referido 
 
5 MACÊDO, Lucas Buril. Precedentes judiciais e o direito processual civil. Salvador: Editora Jus Podivm, 
2015. p. 90/91. 
 
 
20 
 
artigo determina que: ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às 
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Isso nos lembra a lição de 
Didier Jr6 quando afirma a essência do precedente: uma norma geral construída pelo órgão 
jurisdicional, a partir de um caso concreto (indutivamente) e que pode servir como diretriz 
para demandas futuras. Portanto, a análise das circunstâncias fáticas é primordial para que a 
norma geral a ser extraída do precedente possa ser aplicada nos casos futuros. 
O § 5º do artigo 927, dispõe que: os tribunais darão publicidade a seus precedentes, 
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede 
mundial de computadores. Além de reforçar o princípio da publicidade das decisões (art. 93, IX, 
da CF/88), é preciso destacar que para seguir os precedentes, é preciso ter amplo 
conhecimento das decisões, para que se possa cobrar a coerência e a estabilidades dos 
posicionamentos judiciais. Nesse diapasão, o artigo 988 incluiu a desobediência ao precedente 
como uma das hipóteses de utilização da Reclamação perante os tribunais caberá reclamação 
da parte interessada ou do Ministério Público para garantir a observância de enunciado de súmula 
vinculante e de precedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência. Por fim, o art. 1042 ao tratar do Agravo em Recurso Especial e em 
Recurso Extraordinário apresenta para o agravante o ônus de fazer o distinguish entre o caso 
em análise o precedente invocado: a existência de distinção entre o caso em análise e o 
precedente invocado, quando a inadmissão do recurso. 
- Microssistema de demandas repetitivas: “Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se 
julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em: I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; II - recursos especial e extraordinário repetitivos. Parágrafo único. O julgamento de 
casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual”. Depois de firmada a 
tese do repetitivo, as novas demandas propostas em desacordo com o entendimento firmado 
serão liminarmente julgadas improcedentes. Por sua vez, se a nova demanda estiver de 
acordo, o juiz deverá conceder a tutela de evidência, sendo, nesse caso, dispensada a 
prestação de caução para executar provisoriamente. Ademais, caso o julgador não aplique o 
precedente e não faça a distinção ou a superação do precedente, não será considerada 
fundamentada a decisão judicial. 
- Não é admissível reclamação: proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada e 
proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão 
geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou 
especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. 
 
#JURISPRUDÊNCIA - RECLAMAÇÃO: O art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 prevê que é possível 
reclamação dirigida ao Supremo Tribunal Federal contra decisão judicial que tenha 
descumprido tese fixada pelo STF em recurso extraordinário julgado sob o rito da repercussão 
geral. O CPC exige, no entanto, que, antes de a parte apresentar a reclamação, ela tenha 
esgotado todos os recursos cabíveis nas "instâncias ordinárias". O STF afirmou que essa 
hipótese de cabimento prevista no art. 988, § 5º, II, do CPC deve ser interpretada 
restritivamente, sob pena de o STF assumir, pela via da reclamação, a competência de pelo 
 
6DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: o direito probatório, decisão judicial, cumprimento e 
liquidação da sentença e coisa julgada. Vol. 2. 9.ed. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014. p. 382. 
 
 
21 
 
menos três tribunais superiores (STJ, TST e TSE) para o julgamento de recursos contra 
decisões de tribunais de 2º grau de jurisdição. Assim, segundo entendeu o STF, quando o CPC 
exige que se esgotem as instâncias ordinárias, significa que a parte só poderá apresentar 
reclamação ao STF depois de ter apresentado todos os recursos cabíveis não apenas nos 
Tribunais de 2º grau, mas também nos Tribunais Superiores (STJ, TST e TSE). Se ainda tiver 
algum recurso pendente no STJ ou no TSE, por exemplo, não caberá reclamação ao STF. Em 
suma, nos casos em que se busca garantir a aplicação de decisão tomada em recurso 
extraordinário com repercussão geral, somente é cabível reclamação ao STF quando 
esgotados todos os recursos cabíveis nas instâncias antecedentes. STF. 2ª Turma. Rcl 24686 
ED-AgR/RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/10/2016 (Info 845). 
 
- Tabela retirada do Livro Diálogos sobre o Novo CPC (Prof. Mozart Borba): 
Previsão Legal Exemplo 
I - preservar a competência do tribunal; P. ex.: juiz de 1º grau inadmite apelação, quando 
no novo CPC essa competência é do tribunal. 
II - garantir a autoridade das decisões do 
tribunal; 
P. ex.: juiz de 1º grau executa sentença que 
havia sido reformada pelo tribunal. 
III – garantir a observância de enunciado de 
súmula vinculante e de decisão do Supremo 
Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
 
P. ex.: juiz que deixa de aplicar tese firmada 
numa ADIn. Perceba aqui que o dispositivo não 
fala em desobediência de RESP ou RE 
repetitivos. Em tais situações, não é admitida 
reclamação (art. 988, §5º, II). 
IV – garantir a observância de acórdão 
proferido em julgamento de incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de 
incidente de assunção de competência; 
 
P. ex.: juiz de 1º grau não aplica tese firmada em 
IRDR. Aqui não haverá risco de supressão de 
instância, pois nesses casos a reclamação será 
oferecida ao TJ ou TRF, que naturalmente 
seriam instâncias revisoras das decisões desse 
juízo de piso. 
 
- Incidente de demandas repetitivas: Trata-se de instrumento cabível quando houver, 
simultaneamente, a efetiva repetição de processos com controvérsia sobre a mesma questão 
unicamente de direito e haja risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Através dele, 
busca-se a isonomia, evitando-se o tratamento diferenciado para casos iguais, formando-se 
uma jurisprudência firme já na segunda instância. 
 De acordo com o artigo 977 do novo CPC, o pedido de instauração do incidente será 
dirigido ao presidente detribunal: pelo juiz ou relator; pelas partes; pelo Ministério Público ou 
pela Defensoria Pública. Aliás, o Ministério Público exerce um papel muito relevante no IRDR, 
pois a parquet intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em 
caso de desistência ou de abandono. O procedimento determina que o relator ouvirá as partes 
e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, 
que poderão requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a 
 
 
22 
 
elucidação da questão de direito controvertida. Além disso, prevê a possibilidade de realização 
de audiências públicas e participação de amicus curiae. 
 Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada a todos os processos individuais ou 
coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do 
respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado 
ou região; bem como aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham 
a tramitar no território de competência do tribunal. Após o julgamento do incidente e a fixação 
da tese jurídica, o órgão colegiado julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o 
processo de competência originária de onde se originou o incidente. Trata-se de decisão 
vinculante, assim, caso não seja observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação. 
 
ENUNCIADOS DO FÓRUM PERMANENTE DOS PROCESSUALISTAS CIVIS 
87. (art. 976, II) A instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas não 
pressupõe a existência de grande quantidade de processos versando sobre a mesma 
questão, mas preponderantemente o risco de quebra da isonomia e de ofensa à segurança 
jurídica. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas) 
88. (art. 976; art. 928, parágrafo único) Não existe limitação de matérias de direito 
passíveis de gerar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas e, por 
isso, não é admissível qualquer interpretação que, por tal fundamento, restrinja seu 
cabimento. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas) 
89. (art. 976) Havendo apresentação de mais de um pedido de instauração do incidente de 
resolução de demandas repetitivas perante o mesmo tribunal todos deverão ser 
apensados e processados conjuntamente; os que forem oferecidos posteriormente à 
decisão de admissão serão apensados e sobrestados, cabendo ao órgão julgador 
considerar as razões neles apresentadas. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de 
Resolução de Demandas Repetitivas) 
90. (art. 976) É admissível a instauração de mais de um incidente de resolução de 
demandas repetitivas versando sobre a mesma questão de direito perante tribunais de 2º 
grau diferentes. (Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas) 
92. (art. 982, I; Art. 313, IV) A suspensão de processos prevista neste dispositivo é 
consequência da admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas e não 
depende da demonstração dos requisitos para a tutela de urgência. (Grupo: Recursos 
Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no III 
FPPC-Rio) 
93. (art. 982, I) Admitido o incidente de resolução de demandas repetitivas, também 
devem ficar suspensos os processos que versem sobre a mesma questão objeto do 
incidente e que tramitem perante os juizados especiais no mesmo estado ou região. 
 
 
23 
 
(Grupo: Recursos Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 
94. (art. 982, § 4º; art. 987) A parte que tiver o seu processo suspenso nos termos do inciso 
I do art. 982 poderá interpor recurso especial ou extraordinário contra o acórdão que 
julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Recursos Extraordinários 
e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas; redação revista no V FPPC-Vitória53) 
95. (art. 982, §§3º, 4º e 5º) A suspensão de processos na forma deste dispositivo depende 
apenas da demonstração da existência de múltiplos processos versando sobre a mesma 
questão de direito em tramitação em mais de um estado ou região. (Grupo: Recursos 
Extraordinários e Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas) 
205. (art. 982, caput, I e §3º) Havendo cumulação de pedidos simples, a aplicação do art. 
982, I e §3º, poderá provocar apenas a suspensão parcial do processo, não impedindo o 
prosseguimento em relação ao pedido não abrangido pela tese a ser firmada no incidente 
de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas e Assunção de Competência) 
206. (art. 990, § 5º da versão da Câmara dos Deputados78) A prescrição ficará suspensa até 
o trânsito em julgado do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: 
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e Assunção de Competência) 
342. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a 
remessa necessária ou a qualquer causa de competência originária. (Grupo: Precedentes) 
343. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas compete a tribunal de 
justiça ou tribunal regional. (Grupo: Precedentes) 
344. (art. 978, parágrafo único97) A instauração do incidente pressupõe a existência de 
processo pendente no respectivo tribunal. (Grupo: Precedentes; redação revista no V 
FPPC-Vitória) 
345. (arts. 976, 928 e 1.03698). O incidente de resolução de demandas repetitivas e o 
julgamento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos formam um microssistema 
de solução de casos repetitivos, cujas normas de regência se complementam 
reciprocamente e devem ser interpretadas conjuntamente. (Grupo: Precedentes; redação 
revista no V FPPC-Vitória) 
348. (arts. 987 e 1.037, II, §§ 6º a 8º e seguintes99) Os interessados serão intimados da 
suspensão de seus processos individuais, podendo requerer o prosseguimento ao juiz ou 
tribunal onde tramitarem, demonstrando a distinção entre a questão a ser decidida e 
aquela a ser julgada no incidente de resolução de demandas repetitivas, ou nos recursos 
repetitivos. (Grupo: Precedentes) 
349. (arts. 982, § 5º e 988) Cabe reclamação para o tribunal que julgou o incidente de 
resolução de demandas repetitivas caso afrontada a autoridade dessa decisão. (Grupo: 
Precedentes) 
481. (art. 1037, §§ 9º a 13) O disposto nos §§ 9º a 13 do art. 1.037 aplica-se, no que couber, ao 
incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos 
 
 
24 
 
Repetitivos e Assunção de competência) 
605. (arts. 977; 985, I) Os juízes e as partes com processos no Juizado Especial podem 
suscitar a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas. (Grupo: IRDR, 
Recursos Repetitivos e Assunção de competência) 
606. (arts. 982; 985). Deve haver congruência entre a questão objeto da decisão que 
admite o incidente de resolução de demandas repetitivas e a decisão final que fixa a tese. 
(Grupo: IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência) 
 
- Ação Monitória: as hipóteses de cabimento foram ampliadas (pagamento e quantia em 
dinheiro, a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e o 
adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer). 
- Direito intertemporal: “Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. (...). “Art. 1.046. Ao entrar em vigor 
este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficandorevogada 
a Lei no 5.869 11 1973”. (...). “Art. 1.047. As disposições de direito probatório 
adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir 
da data de início de sua vigência”. 
- Art. 1.059 do CPC/2015. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o 
disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992 (Art. 1° Não será cabível 
medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer 
outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não 
puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. § 1° 
Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, 
quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência 
originária de tribunal. § 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação 
popular e de ação civil pública. § 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em 
qualquer parte, o objeto da ação. § 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo 
da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela 
será imediatamente intimado. § 5º Não será cabível medida liminar que defira compensação de 
créditos tributários ou previdenciários), e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de agosto de 
2009. (Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza). 
 - Intervenção Anômala: Art. 5º da Lei nº 9.469/1997 (Art. 5º A União poderá intervir nas causas 
em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia 
mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público 
poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, 
intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de 
fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria 
 
 
25 
 
e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão 
consideradas partes). 
 - Suspensão de Segurança: Art. 15 da Lei nº 12.016/2009 (Art. 15. Quando, a requerimento de 
pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à 
ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o 
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar 
e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que 
será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. § 1º Indeferido o pedido de 
suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de 
suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou 
extraordinário. § 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste artigo, 
quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere 
este artigo. § 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações 
movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do 
pedido de suspensão a que se refere este artigo. § 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao 
pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito 
invocado e a urgência na concessão da medida. § 5º As liminares cujo objeto seja idêntico 
poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os 
efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido 
original.) 
 - Suspensão de Liminar: Art. 12 da Lei nº 7.347/1985 (Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado 
liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo. § 1º A requerimento de 
pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à 
segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento 
do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá 
agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação do ato. § 
2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão 
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o 
descumprimento). 
 
JURISPRUDÊNCIA IMPORTANTE 
- MS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Não cabe a fixação de honorários recursais (art. 85, § 11, 
do CPC/2015) em caso de recurso interposto no curso de processo cujo rito exclua a 
possibilidade de condenação em honorários. Em outras palavras, não é possível fixar 
honorários recursais quando o processo originário não preveja condenação em honorários. 
Assim, suponha que foi proposta uma ação que não admite fixação de honorários 
advocatícios. Imagine que uma das partes, no bojo deste processo, interponha recurso 
extraordinário. O STF, ao julgar este RE, não fixará honorários recursais, considerando que o 
rito aplicável ao processo originário não comporta condenação em honorários advocatícios. 
Como exemplo desta situação, podemos citar o mandado de segurança, que não admite 
condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009, súmula 105-STJ e súmula 
512-STF). Logo, se for interposto um recurso ordinário constitucional ou um recurso 
 
 
26 
 
extraordinário neste processo, o Tribunal não fixará honorários recursais. Assim, pode-se dizer 
que o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que veda a condenação em honorários advocatícios "no 
processo mandamental", afasta a incidência do regime do art. 85, § 11, do CPC/2015. STJ. 2ª 
Turma. RMS 52.024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/10/2016 (Info 592) 
- RECURSOS. FUNDAMENTAÇÃO. É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão 
agravada para julgar improcedente o agravo interno. O novo CPC proibiu expressamente esta 
forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º). STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.386-MT, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592). 
- REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Não se exige a prévia notificação extrajudicial dos invasores para 
que se proponha reintegração de posse. A notificação prévia dos ocupantes não é documento 
essencial à propositura da ação possessória. STJ. 4ª Turma. REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco 
Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594). 
- EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. É válida a penhora realizada sobre bens de 
sociedade de economia mista que posteriormente foi sucedida pela União É válida a penhora 
em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à sucessão desta pela 
União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório (art. 100, caput e § 1º, da 
Constituição Federal). STF. Plenário. STF. Plenário. RE 693112-MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 09/02/2017 (repercussão geral) (Info 853). 
- AÇÃO MONITÓRIA. O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, 
desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das 
declarações. STJ. 4ª Turma. REsp 1.381.603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
6/10/2016 (Info 593). 
- AÇÃO ANULATÓRIA: No caso em que particular e Fazenda Pública firmaram,

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