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Da Prescrição e da Decadência no direito tributário

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Os institutos da Prescrição e da Decadência na Seara tributária.
“O direito não socorre aos que dorme”, essa máxima jurídica demonstra a necessidade de estabilização das relações sociais
, conferindo um prazo para que o direito seja exercido.
Á luz desse cenário, observamos o instituto da prescrição e da decadência, são estes, um desdobramento da segurança jurídica. Sinteticamente estes institutos refletem sobre o esgotamento do prazo para o exercício de alguma atividade ou até mesmo pela falta desta por parte do interessado.
A prescrição é a perda do prazo estabelecido na forma da lei para que seja ajuizado ação pelo titular da pretensão, a partir do momento que houve lesão ao direito.
Inteligência do artigo 189 do Codex Civilista dispõe: “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos do artigos 205 e 206”.
Acerca da decadência, este instituto é a extinção de um direito não exercido dentro do prazo legal ou até mesmo dentro do prazo convencional, por omissão de seu titular legitimo.
Salienta-se que a principal diferença entre tais institutos, é que a prescrição atinge a pretensão, ao passo que a decadência extingue o próprio direito. A primeira está sujeita a interrupção e suspensão, enquanto a derradeira o prazo é peremptório, ou seja, não se suspende tão pouco se interrompe. Preconiza o dispositivo 322 § 1º, que o juiz julgara de ofício causas que verifique ocorrência de prescrição e decadência CPC/2015.
 No que tange ao direito tributário vislumbra-se que a prescrição e a decadência são modalidades de extintivas de crédito fiscal, conforme previsão do CNT:
Artigo 156 Extinguem o crédito tributário:
...
V- a prescrição e a decadência.
Na seara tributária, observa-se que quando o contribuinte pratica o fato gerador, situação descrita de forma geral e abstrata na forma da lei (hipótese de incidência) , nasce a partir deste momento a obrigação tributária. Caso a obrigação não seja atendida espontaneamente, o fisco terá um prazo de 5 ( cinco|) anos para constituir o crédito tributário, em linhas gerais, significa analisar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente , determinar qual seria a matéria tributável, calcular qual o montante devido e identificar o sujeito passivo desta obrigação, conforme art.142 do CTN. Cabe a este, tornar o crédito liquido, certo e exigível, afim de que torne-se apto a ser executado na esfera judicial. O prazo será decadencial para tanto, e extingue o próprio direito de constituir o crédito.
Realizado o lançamento e preclusas as vias administrativas de impugnação pelo contribuinte, observa-se definitivamente constituído o crédito tributário, a partir deste momento começa a contagem do prazo de 05 anos para o credor ajuizar a demanda fiscal, sob pena de ver extinta a pretensão pela prescrição.
Em linhas gerais, observa-se que, entre o momento do fato gerador e o lançamento, o prazo é decadencial; constituído pelo crédito tributário após o lançamento só poderá suscitar prescrição, salvo na particularidade de anulação por vício formal, conforme inteligência do artigo 173, II, CTN.
Denota-se que no caso concreto se a hipótese é de decadência ou de prescrição é de fácil identificação, e aplicar os prazos que por sua vez são unificados em 05 (cinco) anos.
Atentando- se a Magna Carta Constitucional, é importante lembrar que no artigo 146, III, a mesma reservou especificamente é lei complementar a incumbência de estabelecer normas gerais em matéria de ordem tributária, mais especificamente no que tange a alínea ‘b’ que trás a obrigação, lançamento tributário, crédito, decadência e prescrição tributarias.
Desta feita, o Código Tributário Nacional (CTN) lei complementar de sentido material, é entendido por lei de normais gerais em matéria tributária para versar sobre esta esfera.
Insta salientar, que o CTN, Lei nº 5.172/1966, foi promulgada como lei ordinária e recepcionada como lei complementar pela CF/88, para disciplinar matérias de prescrição e decadência tributaria, entendimento este já assentado através regime de repercussão geral pelo STF ( RE 556.664 e RE 559.882, Rel. Min Gilmar Mendes, julgamento em 12-06-2008, Plenário ,DJE de 14-11-2008, com repercussão geral).
Tal foi a importância deste tema, que tornou-se Súmula Vinculante nº 08 do STF.
“ São inconstitucionais o paragrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.”
Ante tal súmula, não resta dúvida que qualquer temática envolvendo prescrição e decadência em matéria tributária serão dirimidas de acordo com o CTN
Prescrição e Decadência são situações distintas de extinção de direito à exigibilidade do crédito tributário.
A decadência está descrita na inteligência do artigo 173 do CTN:
Art.173. O direito da Fazenda Pública constituir crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos contados:
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Paragrafo Único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contando da data em que tinha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação. Ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Cabe ressaltar desta feita que, o termo incial da decadência é fixado com base no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, que coincide com o ano civil.
Acerca do instituto da prescrição, este é, a perda da pretensão da fazenda publica em exigir judicialmente o pagamento do tributo, de certo, não adimplido em via administrativa pelo contribuinte , após decurso do prazo fixado em lei, por inercia do credor. A decadência extingue o direito do fisco em constituir o crédito tributário , ao passo que, afeta o direito de demandar judicialmente o cumprimento da obrigação tributária.
Na seara tributarista, o prazo de decadência, para efetuar o lançamento, nasce a parir da violação do direito de mora do contribuinte, atentando-se as regras do art. 173 ou 150§ 4º do CTN, conforme necessário. Nesta situação, como a Fazenda possui prerrogativa de constituir o seu crédito administrativamente, o termo inicial da prescrição conta-se a partir do momento em que o crédito estiver revestido de certeza, liquidez exigibilidade. 
Enquanto estiver pendente a impugnação do lançamento no procedimento de via administrativa fiscal, pelo exercício do direito de defesa ou em vurtude de recurso administrativo (art.151,III, do CTN), restará obstado o prazo prescricional.
No CTN, o instituto da prescrição encontra-se disciplinado no artigo 174:
Art. 174. A ação para cobrança de crédito tributário prescreve em cinco anos contados da data da sua constituição definitiva.
Paragrafo Único. A prescrição se interrompe:
pela citação pessoal feita ao devedor;
pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
...
Para as execuções fiscais que iniciaram-se no curso da época da promulgação da LC 118/2005, caso o despacho inicial tenha sido proferido até 09/06/2005, considera-se a citação como causa interruptiva da prescrição, noutra vertente, se o despacho decorrer em momento posterior a esta data, neste momento é que será considerado o marco interruptivo da prescrição.
É de pacifico entendimento na doutrina que a interrupção renova a contagem de prazo por inteiro. Assim, a prescrição é zerada e o prazo é devolvido na sua integralidade ao credor. Já, na suspensão não há devolução de prazo. A contagem irá observar o reinicio do prazo remanescente, quando sobrevier cessão da causa suspensiva. O CTN não apresentou rol taxativo para o a suspensão, para tanta cabe analisar que a prescrição é eivada de desídia, negligência omissão por parte do interessado
A doutrina posiciona-secom relação as causas de suspensão e prescrição, observando os seguintes eventos: tramitação do processo em via administrativa (art.151, III, CTN), concessão de liminar em Mandado de Segurança ( art.151, IV), deferimento de medida liminar ou de tutela antecipatória em outras ações judiciais .,dentro outras situações.
Além da prescrição antes do ajuizamento da demanda judicial, existe na execução fiscal a prescrição consolidada no curso do processo, a qual recebeu o nome de prescrição intercorrente. Tal fenômeno se deve ao fato de já interrompida a prescrição pela citação ou despacho que a tenha ordenado, o prazo reiniciará a contagem na sua integralidade e o processo permanecerá sem andamento por mais 05 (cinco) anos, por inercia do exequente, sem a superveniência de qualquer outra causa suspensiva ou interruptiva. Contudo quanto a isto ainda não existe entendimento pacificado. Insta-se mais crível, que o termo inicial da prescrição intercorrente ocorra da data do despacho que determinou a suspensão do processo.
Acerca desta temática, observamos a súmula 409 do STJ: “ em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 487.paragrafo único do CPC/2015., observado a manifestação previa do exequente para que este tenha oportunidade de demonstrar se for o caso que existe alguma causa suspensiva ou interruptiva.
Ponto finalizando, enfatizar que a prescrição intercorrente não dar-se-á apenas pelo simples decurso do prazo de 05 anos, após a interrupção pela citação valida, ou despacho, é imprescindível que haja a inercia por parte do exequente.

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