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apostila de extensão rural

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS
DISCIPLINA: CCA 006 EXTENSÃO RURAL
MÉTODOS E/OU TÉCNICAS SOCIAIS EM
EXTENSÃO RURAL
PROF. FÁBIO BOTELHO
Outubro de 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS
MÉTODOS E/OU TÉCNICAS SOCIAIS EM EXTENSÃO RURAL
ÍNDICE DOS MÉTODOS DESCRITOS NESSA APOSTILA:
VISITA
EXCURSÃO
PALESTRA
UNIDADE DE OBSERVAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
SEMANA
DIA-DE-CAMPO
UNIDADE DEMONSTRATIVA
CONTATOS
CAMPANHA
REUNIÃO
EXPOSIÇÃO
ENSAIO
LAVOURA DEMONSTRATIVA
CRIAÇÃO DEMONSTRATIVA
JORNAL
CARTA CIRCULAR 
CURSO
MÉTODOS E/OU TÉCNICAS SOCIAIS EM EXTENSÃO RURAL
Métodos e/ou técnicas são meios ou instrumentos que os extensionistas utilizam para transmitir ou passar conhecimentos sobre agropecuária e gerenciamento da empresa rural. O aproveitamento desses métodos será tão mais eficaz quanto maior for a sua adequação ao público a que for destinado. Deve-se ter sempre em mente que a relação ideal entre técnico e camponês é a dialógica, indivíduo a indivíduo. Desse modo, devem-se utilizar os métodos de forma tal que se contemple sempre a possibilidade de um relacionamento estreito entre as partes. O agricultor deve ser o sujeito de seu próprio aprimoramento. Ele deve ser estimulado a pensar alternativas de soluções, que promova o desenvolvimento de sua realidade. Uma estratégia genérica de uso dos métodos seria então, inicialmente, usar aqueles que tornem o conhecimento do maior público possível as intenções do técnico, aquelas pessoas que se manifestarem interessadas no assunto, seriam então reunidas em grupos, o mais homogêneo que se conseguir, e nesses grupos seriam trabalhadas de forma a se viabilizar o estreitamento das relações entre os mesmos.
Não existe nenhum método ótimo de comunicação em geral. Existem muitos métodos e cada um deles apresenta vantagens e desvantagens para cada caso particular de comunicação. Existe por outro lado, a possibilidade de combinar vários desses métodos para obter uma determinada mudança.
O agente de mudança tem que conhecer todos os métodos de comunicação para poder selecioná-los e saber empregá-los segundo a conveniência em cada uma de suas necessidades de comunicação.
A seleção e o uso dos métodos não dependem do azar e nem do capricho. Depende do tipo de público com o qual o extensionista aspira comunicar, do objetivo de sua comunicação, da natureza da mensagem que quer comunicar e da disponibilidade de método e material para cada caso. A difusão de uma variedade de trigo, por exemplo, exige métodos diferentes dos exigidos para a introdução de um sistema de podas.
O nível de conhecimento do público, e a sua capacidade de leitura determinam a importância dos métodos escritos. Ao comunicar aos agricultores uma situação de mercado, requer técnicas muitos diferentes das utilizadas para mudar hábitos alimentares. Também existe diferença entre os métodos empregados para ensinar uma pessoa e os utilizados para influir sobre grupos.
Fatores tais como as habilidades do técnico, a idade dos educandos, a época, os materiais, e facilidades disponíveis etc., podem tornar mais vantajosos o emprego de certos métodos do que outros. Portanto, o técnico, tem que estudar as características particulares de cada um dos métodos e as combinações de métodos que são possíveis. Lamentavelmente, nem sempre ocorre isso. O mais comum é que o técnico conheça e pratique só alguns métodos tradicionais:
Entrevistas, reunião, demonstração de métodos, etc.
Para facilitar o estudo dos métodos é conveniente agrupá-los. Isso é possível, segundo a forma que irão receber as mensagens, ou segundo o número de pessoas sobre as quais se pretende influenciar. Métodos podem ser classificados em: INDIVIDUAIS, GRUPAIS e MASSAIS.
INDIVIDUAIS
Apesar de podermos alcançar com eles só um número de pessoas, sempre é recomendável o seu emprego. Os métodos individuais se prestam para ganhar confiança dos lideres e de outras pessoas. As mudanças obtidas com esses métodos podem servir de exemplo, facilitando o emprego de outras categorias de métodos para introduzir as novas práticas e conhecimento. Além disso, permite um contato mais intimo com as pessoas e um adequado conhecimento da área e das características da população. A influência dos contatos individuais é apreciável em qualquer programa, porém apresentam custos elevados. Os métodos individuais são: Visitas, contatos, unidade de observação, demonstração de resultados, etc.
GRUPAIS
Este é um conjunto de métodos muito importante. Sua aplicação requer a presença do técnico ou do líder entre seu público e proporciona a possibilidade de intercâmbio comunicativo. Isto é, aparece oportunidade para que surjam perguntas e respostas e que se dêem opiniões. As principais vantagens destes métodos estão na possibilidade de alcançar de uma vez a um grande número de pessoas sem que se perca a relação personalizada do técnico com as pessoas. Além disso, fomentam as atividades sociais e cooperativas, permitem o uso de outros métodos, tanto escritos quanto orais e se prestam muito para reunir pessoas que têm o mesmo interesse. Na maioria dos casos a aplicação desses métodos, facilita o descobrimento de líderes e i desenvolvimento das pessoas através de participação nas discussões, demonstrações e outros. Os resultados obtidos por estes métodos podem ser utilizados para divulgá-los através dos métodos de massa. Facilitam também, o intercâmbio de experiências e permitem estender com maior rapidez que os individuais e a custo menor, certos conhecimentos. Os seguintes métodos podem ser considerados grupais:
Reunião, Dia de Campo, Palestra, Demonstração de métodos, excursão, curso, etc.
MASSAIS
Estes métodos não permitem que o técnico e o público se encontrem frente a frente. Sua vantagem reside no seu baixo custo por pessoa atingida e no grande publico que atinge de um modo rápido. São usados para divulgar reuniões, promover a compreensão e o entusiasmo, estimular o interesse e atrair atenção.
Através deles se pode informar outras pessoas que não foram atingidas pelos outros métodos e pode-se distribuir uma mensagem rápida e repetidamente sem considerar problemas de tempo e distância. Exemplos:
Artigos para jornais, programas de rádio, cartas circulares, televisão.
QUALIDADE VERSUS QUANTIDADE
Podem-se usar dois critérios para comparar as vantagens e desvantagens relativas dos métodos individuais, grupais e massais. Um desses critérios é a Qualidade, e o outro a Quantidade.
Qualidade: é o provável impacto o tipo e a intensidade do efeito causado no destinatário pelo emprego do método (eficácia). É o tanto que se absorve do conteúdo da mensagem emitida através de um método.
Quantidade: entende-se por quantidade o número de pessoas a alcançar e o tamanho relativo que se pode atingir com o emprego do método (eficiência).
De modo geral, pode se dizer que existe uma relação proporcionalmente inversa entre cada critério. Os métodos de massa permitem alcançar um grande número de pessoas. Mas a qualidade das mensagens transmitidas através deles é menor. Já não existe a relação face a face. Desaparece a dupla mão. Não se pode ter o feedback. Quem ouve a rádio, por exemplo, ou entende ou deixa de entender. Não há a quem recorrer se não entende a mensagem. Os métodos grupais ocupam um nível intermediário. Atingem a um maior número de pessoas que os grupais, mas menos do que os de massa. Sua qualidade não é tão baixa como os de massa, mas não tão eficaz quanto os individuais. Como podemos ver, estas valorações qualitativas e quantitativas são de caráter relativo. Um bom programa de rádio pode em certas circunstâncias, ter mais qualidade do que uma entrevista ouvisita. Um folheto pode chegar a um grande número de pessoas, mas uma visita à propriedade bem programada pode ter mais aproveitamento que o folheto.
CLASSIFICAÇÃO POR CANAL
Também se classificam os métodos segundo os canais utilizados para receber as mensagens. Para isso, consideram-se os principais sentidos usados: audição e a visão.
Métodos visuais: A visão é o principal órgão através do qual o ser humano realiza a maior parte da sua aprendizagem. Vendo, aprendemos mais de 80% das coisas. Ouvindo, menos de 12%. Quando ouvimos e vemos, atingimos a maior percentagem de aprendizagem: 87%. O que podermos enxergar percebemos melhor e retemos melhor, do que se simplesmente tivéssemos ouvindo. A eficiência dos métodos que atuam sobre a mente através da vista é grande. A demonstração de uma prática, a exibição de um filme tem grande influência sobre a pessoa que o observa. Aí está a grande importância para os técnicos, dos métodos visuais. Esta importância cresce ainda mais quando levamos em consideração que geralmente trabalhamos com pessoas de escasso ou de nenhum grau de alfabetização. Ex: Filmes, demonstrações, exposições, cartazes, etc.
Métodos escritos: Para ler tem-se que ver. Devido à leitura apresentar sinais abstratos, as palavras, e sendo analfabetos muitos dos agricultores, o uso de métodos escritos não deve ser freqüente. Mas este método é base para muitos outros. Por isso, ele não deve ser desprezado nas condições que for possível usá-lo.
1. VISITA
1.INTRODUÇÃO
Os extensionistas, no seu trabalho diário, realizam frequentemente diversos tipos de visitas. A visita é um método de natureza objetiva e oral, cuja característica mais importante é a relação com o agricultor no meio em que este vive e desenvolve suas atividades. É então, um método de alcance individual, que permite ao técnico ter o conhecimento direto dos problemas rurais, o que os capacita a sugerir medidas para resolvê-los.
É um método insubstituível como ponto de partida para a atuação com os agricultores. Observa-se geralmente, a tendência de considerar este método apenas como o ato de ir ao encontro da família rural, mas a visita não é só isso, é ainda um dos métodos, que permite ao educador, utilizar sua influência pessoal para conseguir o quê, por outro lado, seria mais difícil.
A visita, sempre que necessário e possível, deve ser combinada com outros métodos.
2.CONCEITO
Visita é um método planejado, através do qual o técnico exerce sua influência pessoal, levando informações e ensinamentos, sugerindo novas idéias, influenciando e estimulando novas atitudes, colhendo dados, obtendo cooperação e observando aspectos especiais.
2.1Objetivo das visitas
As visitas podem ter mais de uma finalidade.
Conhecer e ser conhecido;
Melhorar o relacionamento;
Atender pedido de assistência;
Informar ou orientar;
Verificar os resultados das práticas realizadas;
Elaborar planos de administração;
Discutir problemas e soluções;
Explicar uma pratica;
Treinar líderes ou demonstradores.
2.2 Tipos de visita.
- Visita à família: para orientação ou assistência técnica sobre certos assuntos.
- Visita ao líder: com objetivo de orientar, de verificar as realizações e resultados obtidos, de conseguir apoio a programas.
- Visita ao escritório: O extensionista recebe pessoas no escritório com objetivo determinado ( planejado previamente).
- Visita de relações públicas: realizadas a autoridades, a entidades ou pessoas influentes com o objetivo de informar, divulgar o trabalho, envolvê-las no programa, oferecer e obter cooperação ou para legitimar uma idéia.
- Visita de observações: com o objetivo de observar as atividades executadas pela família rural, pelos líderes, por grupos e organizações.
- Visita de coleta de dados: colher dados para pesquisas científicas, para identificação de problemas e de líderes.
- Visita de organização: para planejar e organizar cursos, reuniões, exposições, excursões, convenções, demonstrações, grupos ou clubes, conselhos ou comissões, etc.
3. Planejamento de uma visita.
- Os bons resultados só serão alcançados através de um efetivo planejamento.
- Realizar uma visita sem um determinado objetivo é tempo perdido.
- Ao planejar uma visita deve-se considerar:
A conveniência da utilização deste método em relação aos demais;
Determinar qual o objetivo e o que se pretende alcançar;
Observar as anotações que se possui sobre a pessoa ou pessoas, das visitas anteriores: sugestões, promessas, conferir a marcação da visita, andamento das práticas e relacionar esta visita com as anteriores;
Decidir quando fazer a visita: avisar a data e hora com antecedência e estabelecer o objetivo da visita;
Relacionar e providenciar o material que será necessário para o bom desenvolvimento da pesquisa;
Determinar visitas posteriores: determinar datas e objetivos das próximas visitas;
Planejar o tempo da visita: a experiência indicará ao técnico.
4.Técnica da visita.
O extensionista deve usar sua influência pessoal no sentido de estimular e não dirigir o pensamento da pessoa ou pessoas visitadas. Na realização em si da visita deve-se considerar em linhas gerais o seguinte:
Começar a visita onde se encontra o agricultor: na lavoura ou em casa, interessando-se pelo o que o agricultor está realizando, procurando levá-lo para o objetivo da visita;
Aproximando da família dando impressão favorável;
Tratamento cortês e amistoso.
Captar simpatia através do interesse demonstrado;
Falar com naturalidade evitando artificialismo explicando claramente o objetivo da visita;
Verificar os progressos alcançados desde a última visita;
Saber ouvir, para poder interpretar as perguntas feitas;
Dar soluções para os problemas apresentados, sem precipitação e quando possível.
Usar o bom senso quanto a duração, reconhecendo o momento certo do término da visita;
REGISTRO DE AVALIAÇÃO
5.1 REGISTRO
A visita deve ser planejada para ser eficiente, devendo registrar exatamente o que foi planejado e executado.
Ao registrar deve-se anotar o método como tal, independente do número de presentes. Exemplo: se planejarmos uma visita a um determinado agricultor e na ocasião da mesma encontrar-se presente outras pessoas, devem-se registrar o método como foi planejado, além de anotar o número de pessoas presentes. As anotações não devem ser feitas na presença do agricultor. Não é aconselhável deixar o registro para mais tarde, pois, pontos importantes serão esquecidos. Fazê-los antes de visitar a próxima propriedade.
5.2 AVALIAÇÃO
Após cada visita feita, devemos fazer análise bem conduzida a fim de determinarmos os pontos a serem melhorados e os bons resultados obtidos.
Não existem, porém, uma fórmula rígida de avaliação de uma visita, devido aos diferentes tipos, exigindo adaptações para cada tipo. Porém, é de grande conveniência que o extensionista faça uma auto-avaliação procurando determinar quais os seus pontos fortes para poder melhorar o que se tornar necessário.
No entanto, algumas perguntas podem ser respondidas:
A visita foi bem planejada?
Foram considerados durante a visita os pontos mais importantes?
Foram encontradas soluções para os mesmos?
Foi usada linguagem simples e direta?
Tinha todo o material necessário?
A família ficou agradecida pela visita?
O objetivo da visita foi realmente atacado?
6.0 VANTAGENS DA VISITA
As visitas permitem obter e dar as pessoas informações em seu meio de trabalho, em conseqüência possibilita apresentar soluções dos problemas que aparecem.
Auxiliar no maior conhecimento da área de atuação, facilitando um maior enfoque dos problemas existentes e também, no encontro de soluções para os mesmo.
Dão ensejo a maiores e melhores relações com as famílias, com os líderes, com autoridades, com entidades ou com outras pessoas.
As idéias serão transmitidas aos amigos e vizinhos.
É um dos métodosmais indicados para obter participação ou cooperação.
Bom método de introdução de novas práticas.
Facilita a preparação de outros métodos de Extensão.
Melhor método para colecionar bons demonstradores e cooperadores, bem como pra treinar líderes.
LIMITAÇÕES DA VISITA
Grande quantidade de trabalho e tempo, em relação ao número de famílias visitadas.
Reduz o número de famílias a atender.
Custo relativamente alto, em comparação com outros métodos, levando-se em conta o alcance.
Existe o perigo de concentrar visitas a determinadas pessoas ou grupos.
Há perigo de degeneração da visita em conversa social fazendo-se pouco trabalho educativo.
2. EXCURSÃO
CONCEITUAÇÃO: chama-se de excursão em Extensão Rural o método planejado que compreende o deslocamento de um grupo de pessoas com problemas e interesses em comum, junto com um técnico a um local que proporcione experiências educativas.
GENERALIDADES:
Características de uma excursão:
♦ A existência de um grupo de pessoas interessadas;
♦ A ida deste grupo de pessoas a um lugar;
♦ A existência neste lugar de experiências educativas para o grupo.
B) Tem por finalidade:
♦ Ampliar o conhecimento do grupo quanto a novas práticas e técnicas comprovadamente mais eficientes;
♦ Permitir a discussão em grupos de resultados positivos alcançados nas mesmas condições de participantes;
♦ Contribuir com os participantes para a solução de seus problemas;
♦ Provocar e ampliar o grau de sociabilidade, estreitando as relações entre os participantes;
♦ Motivar o grupo para a adoção de determinadas técnicas ou práticas.
PALANEJAMENTOE REALIZAÇÃO:
A excursão como método de Extensão Rural deve definir claramente os objetivos a serem alcançados. Sua realização deverá ser uma atividade cooperativa por excelência, com o envolvimento dos participantes em todos os aspectos.
PREPARO (FASES)
Estabelecer a Excursão, com relação a participantes, objetivos e locais;
Visitas aos possíveis locais de Excursão: esta visita é feita para estudar os diferentes locais nos diversos aspectos: vias de acesso, recursos disponíveis nos locais (o produtos visitado deverá possuir condições econômica, sociais e culturais semelhantes às do grupos excursionistas e ainda ser sociável e receptivo ao método).
Preparar o grupo para o que será visto;
Estabelecer, data, hora, ponto de partida da Excursão;
Estabelecer número de participantes e o transporte a ser utilizado;
Visitar o responsável pelo local escolhido, para: informar sobre a data, hora de chegada e partida, duração da excursão, número de pessoas e o que deve ser mostrado e de que forma. Estabelecer um planejamento do tempo e itinerário no local. Coletar todos os dados e informações sobre o local e sobre o que será visto, para distribuição aos participantes; instruir o responsável para que seja melhor e maior sua participação na Excursão.
MODELO DO ROTEIRO DE EXCURSÃO.
♦ informações sobre o local a serem visitados;
♦ informações sobre os aspectos a serem mostrados e sobre os proprietários (propriedade e proprietário);
♦ objetivo da excursão;
♦ material e equipamentos necessários;
♦ data e local de partida;
♦ meio de transporte;
♦ hora de partida e hora de chegada no local;
♦ durante a excursão no(s) local(is); hora de regresso;
♦ outras informações: (local e tipo de refeição, alojamento, etc.);
♦ pontos chaves a serem observados; tempo gasto em cada passo.
♦ avisos quanto à segurança pessoal dos participantes (no caso de transportes por caminhão é necessário providenciar autorização especial da autoridade competente).
REALIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA.
A excursão deve começar no horário previsto. Após a apresentação dos participantes aos proprietários este explicará como atingir os resultados. Durante as etapas o técnico dará condições para que todo o grupo veja, ouça e conheça o que se deseja mostrar. Em cada uma das etapas deve o técnico estimular o debate, a discussão e a troca de idéias, esclarecendo dúvidas e evitando pontos obscuros. O técnico deve também estimular a participação ativa do proprietário nas discussões, pois foi quem realizou as operações. Ao final da Excursão p técnico faz um resumo das informações e do que foi observado entregando-o posteriormente aos participantes. Sempre que possível deverá ser feita uma reunião para uma discussão dos aspectos observados na Excursão.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS:
► amplia os horizontes dos excursionistas;
► permite maior aproveitamento, pois possibilita a verificação da técnica e/ou prática em uso nas condições de campo;
► fortalece o contato entre os participantes;
► ótimo meio para envolver o grupo num trabalho de cooperação;
► estimula quem recebe os excursionistas;
► atende a um desejo natural de muitos, de viajar e ver coisas.
B) LIMITAÇÕES:
► exige recursos especiais;
► depende de condições climáticas;
► há sempre perigo de acidentes na viagem;
► sofre certas restrições quanto ao número de práticas a serem vistas.
C) POSSIBILIDADE DE COMBINAR COM OUTROS MÉTODOS:
► combina-se com: reunião, demonstração de resultados, unidade demonstrativa.
3. PALESTRA
1. CONCEITO
É um tipo de reunião na qual o orador disserta sobre um assunto cuidadosamente elaborado por pessoa competente. O orador pode ser uma extensionista, líder ou um especialista no assunto.
É, provavelmente, a técnica mais comum e talvez, a mais abusivamente empregada. Não quer dizer com isto que seja deficiente por natureza, mas não raro é escolhida em um lugar de outra mais apropriada. O fato de ser um método de fácil preparação não deve ser preferido se existirem outros mais aconselháveis.
2. CARACTERÍSTICAS
Um presidente ou coordenador, um orador e o auditório, poderão ser mais ou menos formais.
3. UTILIZAÇÃO
O método poderá ser aconselhável para:
► apresentar informações de maneira formal e direta;
► identificar um problema ou aspecto geral do problema;
► explorar facetas limitadas de um problema;
► explorar uma ou várias soluções de um problema.
4. REALIZAÇÃO
4.1 – DESCRIÇÃO:
A) Presidente – elemento com capacidade de planejar e dar cumprimento às várias etapas de uma reunião;
B) Orador – deve ater-se ao tema proposto e expô-lo de forma lógica. Estar a par das peculiaridades da audiência e a ela dirigir-se de forma apropriada.
C) Audiência – constituída de pessoas interessadas no tema a ser tratado.
4.2 – ATRIBUIÇÕES:
A) Do Presidente – planeja a reunião e organiza todos os preparativos necessários; reunião pontualmente, na hora marcada; Dá boas vindas ao grupo; apresenta o orador; Coordena a reunião; encerra a reunião.
B) Do Orador – apresenta à audiência uma preleção criteriosamente preparada; organiza a preleção de acordo com as necessidades do grupo; respeita os desejos do presidente e do grupo mantendo-se dentro dos limites de tempo.
C) Da Audiência – prepara-se para obter o máximo proveito da palestra, lendo a matéria a ser tratada, discutindo-a com outros membros ou refletindo sobre ela. Comparece à reunião na hora certa; ouve com atenção; pede esclarecimentos de dúvidas, seguindo as normas estabelecidas pelo presidente.
5. VANTAGENS E LIMITAÇÕES
5.1 – VANTAGENS:
► Propicia uma forma conveniente de apresentar novo material e informações; oferece a um grande número de pessoas a oportunidade de ouvir um orador conceituado e entendido no assunto, o que é, para muitos, mais fácil do que ler; os participantes podem esclarecer os pontos obscuros fazendo perguntas; o orador pode apresentar seu trabalho sem digressões ou interrupções; o orador pode desenvolver um tema ou um tópico; constitui um dos tipos de reunião mais fáceis de organizar.
5.2 – LIMITAÇÕES:
► O orador fica limitado à apresentação de apenas um tema; no momento das perguntas, costuma-se pedir ao auditório que não se afaste do assunto. Há, portanto,pouco incentivo a ir além do exposto na formação de novas idéias; frequentemente o auditório se divide em dois partidos durante a discussão: os que concordam e discordam do orado. Assim, ao invés de reunir conhecimento e chagar a discussões novas, a discussão degenera em argumentos prós e contra; Há relativamente poucas oportunidades para participação do auditório. As que aparecem são com freqüências monopolizadas pelos membros, mas desembaraçados e agressivos.
Bons assuntos para palestras – informes e análise recentes, interpretações de fato conhecidas, esclarecimentos de pontos de controvérsia e semelhantes.
4. UNIDADE DE OBSERVAÇÃO
1. CONCEITO
É um método de suporte a outros métodos de Extensão. Constitui uma investigação fechada ao público realizada pelo produtor sobre controle e assistência do técnico, com a finalidade de: tentar resolver um problema existente naquela propriedade ou na região; comprovar a nível local os resultados de experimentos efetuados em condições climáticas diferentes; provar linhas de exploração que tiveram êxito em outros lugares e ver se adaptam quanto aos pontos de vista agrotécnico e econômico. Não é usada para ensino direto e é fechada ao público porque nem sempre a técnica que se deseja introduzir dá resultados satisfatórios naquelas condições. Instala-se a unidade de observação faz-se os tratamentos e o produtor, supervisionado pelo técnico, fica observando e anotando os resultados.
2. TIPOS
Naturalmente que as Unidades de Observação podem ser desde bem simples, como ensaio de adaptação de novas sementes na região, até as bem complexas, como o teste de novas combinações de culturas e criações a nível de empresas agrícolas, visando elevação da renda global.
3. VANTAGENS E LIMITAÇÕES
3.1 - VANTAGENS:
Desenvolve criatividade no produtor e no técnico; possibilita resolver um problema do produtor ou fornecer a pesquisa material a ser investigada; se positiva, oferece ao técnico uma base sólida para fazer recomendações aos agricultores com quem trabalha; é um exemplo de que não se deve curvar frente á problemas aparentemente sem solução.
3.2 – LIMITAÇÕES:
Pode não funcionar nas condições locais; o produtor deve estar bem preparado para no caso de insucesso não culpar o técnico ou as técnicas.
5. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
1. INTRODUÇÃO
Na DR, o processo de ensinar é diferente da DM (demonstração de métodos). Nela procede-se a comparação dos resultados, leva-se muito mais tempo e utiliza-se de muitos mais recursos e material para a sua execução, normalmente a cargo de uma família sob a supervisão e orientação do técnico.
2. CONCEITO
É um método de ensino que visa, através do processo comparativo, provar superioridade de um ou grupo de técnicas em relação à outras já existentes, cujas vantagens tenham sido previamente comprovadas através de pesquisa realizadas nas condições locais ou semelhantes. Tal comprovação pode ter sido feita por meio de “unidade de observação” ou “ensaios comportamentais”. A demonstração de resultados, não tem fins experimentais, mas é um método exclusivamente educativo. Embora o seu alcance, seja de grupo, a sua execução é individual; sendo executado pelo agricultor, jovem rural ou sua família, sob a supervisão do extensionista. Os resultados devem ser avaliados na presença do maior número de pessoas possíveis. É também um método “sui genere” de Extensão Rural, que com grande segurança, conduz a ação, atingindo um número muito maior de pessoas e famílias do que na DM.
3. TIPOS
Quanto à natureza e ao número de técnicas, as Demonstrações de resultados podem ser: Simples ou Complexas.
Dizemos que a DR é simples, quando objetiva a introdução de apenas uma prática de natureza bem simples, como, por exemplo, mostrar o valor de milho híbrido, comparada com uma semente de milho comum. A DR Complexa, em geral visa a introdução de várias práticas de natureza mais complexa, ou então a introdução de uma prática mais complexa, porém acompanhada de uma série de práticas diferentes, como alimentação, instalações, higiene, melhoramento do rebanho.
As DR também podem ser classificadas quanto à duração. Neste caso elas podem ser de: curta duração e de longa duração. De curta duração quando os seus resultados aparecem imediatamente após a aplicação da técnica, devido a sua velocidade de resposta. Ex.: combate a lagarta do milho. De longa duração é aquele que requer considerável período de tempo na obtenção dos resultados de uma ou grupo de técnicas. Ex.: adubação da cultura do milho, melhoramento do rebanho, etc.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS:
Atinge um razoável número de pessoas;
É um método educativo por excelência, que visa estimular o homem (agricultor, jovem ou dona de casa) a experimentar e (ou) adotar uma nova ou grupo de técnicas;
Serve para convencer cépticos uma vez que proporciona um aprova visual dos resultados;
Trata-se de m método que permite ao homem do campo acompanhar a aplicação de uma ou mais grupo de técnicas e comparar os seus resultados com outros já obtidos com técnicas já existentes, nos três aspectos: físicos, econômicos e sociais. É ao mesmo tempo, informativo, motivacional, e institucional;
Permite ao extensionista, que é coordenador e supervisor da execução do método, a aplicação de métodos de ensaio no campo de aprendizagem motor (habilidades);
Possibilita ao homem rural visualizar alternativas para a solução dos seus problemas de produção e de renda e atender aquele desejo de “ver para crer”;
Por ser um método de alcance de grupo possibilita a presença de grupos organizados, contribuindo, assim, para a sua maior coesão através da maior participação ativa nos debates da tecnologia empregada;
Constitui uma grande fonte de produtos para a realização de exposições locais (mostruários), numa base para realização do método de Excursão e Dia de Campo, e numa fonte de informações par a realização dos meios de comunicação de massa (rádio, jornal, etc.);
Fornece valiosas informações sobre o custo de prática e outros aspectos que terão grande uso para recomendação futura;
Ajuda na descoberta e tratamento de líderes;
É motivo de prestígio para o seu executor (homem do campo) e aumenta a confiança deste e do grupo no extensionista principalmente quando ele é novo;
Permite maior treinamento do executor e concorre para solidificar os conhecimentos do Extensionista acerca dos resultados das técnicas.
LIMITAÇÕES:
Devido ao seu caráter imediatista, o homem rural não é muito sensível a execução desse método, principalmente os de médio a longo prazo;
Dificuldade em encontrar um demonstrador eficiente;
Surgimento de inveja entre os agricultores, jovem e donas de casa, porque o extensionista visita com maior freqüência a propriedade onde se executa a DR;
Pode diminuir a eficiência de outros métodos quando não for bem conduzido;
Requer mais tempo para o planejamento, execução e obtenção dos resultados, em relação a maioria dos outros métodos;
Pode ser afetada por fatores incontroláveis como chuvas (falta ou excesso), sol, doenças...;
Se não bem planejada e conduzida pode não dar resultados esperados acarretando prejuízos incalculáveis.
 6. SEMANA
1. INTRODUÇÃO
É uma atividade educativa utilizada pelos agentes de Extensão Rural com a finalidade de dinamizar os aspectos específicos dentro de seu programa de trabalho. É assim denominado porque são utilizados vários dias consecutivos, para através deles, desenvolverem-se assuntos relacionados com o meio rural. A “Semana do Fazendeiro” que se realiza em Minas Gerais e na Universidade Rural do Km 47, no Estado do Rio de Janeiro e a “Semana Ruralista” no Rio Grande do Sul, são exemplos desse processo, com características próprias.
Em São Paulo, por exemplo, a semana tem caráter eminentemente promocional de uma determinada atividade agrícola e recebe denominação de Festa. É o caso, por exemplo, da “Festa do Caqui”,“Festa do Pêssego”, entre outras.
No campo específico da Extensão Rural, a semana tem por finalidade principal a intensificação de um projeto através do envolvimento de comunidade. Abrange sempre problema, cuja resolução é mais significante para a população rural.
2. FASES DA SEMANA
A Semana tem três fases bem distintas: Preparação, Execução, Avaliação e Divulgação.
2.1 PREPARAÇÂO: consiste no envolvimento da comunidade na atividade programada através das comissões específicas, líderes, entidades oficiais e não oficiais, clube de serviços, órgãos de classe e outros. Na preparação devem ser observados os seguintes passos:
♦ Treinamento de pessoal;
♦ Seleção de métodos a serem empregados;
♦ preparo dos recursos audiovisuais necessários;
♦ levantamento dos recursos financeiros;
♦ plano de divulgação.
Treinamento de Pessoal: devem ser considerados aqui, os membros das comissões específicas, os líderes de projetos, os colaboradores diversos e os professores rurais e urbanos.
Seleção de Métodos: poderão ser utilizados, entre outros, os seguintes: exposições, excursões, demonstrações de resultados, demonstrações de métodos e reuniões.
Preparo de Recursos Audiovisuais: tais como: cartazes, faixas de pano, volantes, folhetos e outros que a seleção de métodos venha a exigir.
Levantamento dos recursos financeiros: visa conseguir os fundos necessários a satisfazer os gastos com a preparação, em todos os seus aspectos.
Plano de divulgação: constitui-se um esquema básico que deve prover não somente a propaganda geral da semana, como também a divulgação dos resultados obtidos. O plano de divulgação utilizará o rádio, a televisão, os jornais, faixas de panos, cartazes e deverá prever ainda, o reconhecimento às entidades participantes e colaboradores, através de ofícios e agradecimentos.
7. DIA DE CAMPO
É um método complexo de Extensão Rural que envolve uma ou mais atividades da Empresa Rural, e que auxilia substancialmente na redução de tempo de adoção de tecnologias. Atua principalmente nas fases de motivação e interesse, podendo, contudo atingir agricultores já na fase de adoção, presta-se também para a divulgação de trabalhos extensionistas, além de promover a integração municipal e regional. O dia de campo deve ser realizado em ambiente festivo para aumentar a sensibilidade do agricultor às inovações.
Objetivos: um dia de campo se presta a vários objetivos. O extensionista a optar por este método deve analisar profundamente que realmente este seria o mais indicado para atender os seus interesses do seu programa de trabalho.
OBS.: diga-se, por exemplo, que numa determinada área a cultura da mandioca seja de suma importância para o município e que sua exploração venha sendo conduzida de modo errado, rotineiro e indesejável, tanto técnica quanto economicamente.
Vamos dizer que os objetivos do extensionista sejam então:
Motivar os agricultores da região para o cultivo técnico da mandioca;
Introdução de conservação de solo na cultura;
Introdução de máquinas de tração motorizada e animal;
Adubação em mandiocas.
O extensionista se propõe a solucionar o problema. Pensa num dia de campo, mas não encontra uma limitação que é a falta de uma lavoura que servisse de modelo.
Qual é a estratégia pra solucionar o problema?
Primeiramente vários contatos foram mantidos para conseguir recursos financeiros para a execução de projetos técnicos nesse sentido. A seguir reunião com agricultores interessados, nessa ocasião sentiu-se necessidade de realizar um curso com esses agricultores. E após a realização do mesmo, alguns agricultores interessaram em fazer suas lavouras de mandioca financiadas e com orientação técnica da organização. Após um ano, selecionou-se a melhor das lavouras pra se proceder então um Dia de Campo sobre a cultura da mandioca. Um Dia de Campo pode ter um a série de objetivos, tais como:
Dar informações sobre a aplicação e resultados de práticas agrícolas nas condições locais;
Criar desejos para melhoramento dos trabalhos agrícolas;
Ensinar práticas mediante apresentações;
Mostrar os efeitos de uma prática mediante a demonstração de resultados;
Dar informações sobre atividades executadas pelo serviço de Extensão Rural e por outros serviços do setor público agrícola;
Promover atitudes favoráveis para os técnicos fortalecer a relação entre agricultores e extensionistas;
Conhecer opiniões de agricultores sobre as práticas que se mostram. No caso de um Dia de Campo se realizar numa Universidade ou estação experimental os objetivos desejados são:
Mostrar os trabalhos executados e funções a que a instituição se propõe;
Criar confiança na instituição e nos pesquisadores;
Fortalecer as relações entre os técnicos e agricultores;
Despertar desejos para melhorar os trabalhos agrícolas.
PLANEJAMENTO
No planejamento de um Dia de Campo o Extensionista de atentar-se para vários aspectos. Sendo um método complexo, é difícil o seu preparo e não deve, portanto, se constituir em soluções para todo e qualquer problema.
Dada a sua complexidade deve merecer por parte de seu executor, o cuidado na divisão de responsabilidades, tanto na fase de planejamento como na execução, buscando tanto quanto possível o envolvimento de técnicos, líderes, autoridades, comércio, etc.
Ao planejar um dia de Campo deve-se observar o seguinte roteiro:
Selecionar o tema;
Reunir agricultores de liderança envolvendo cooperativas, sindicatos, e autoridades de um modo geral, com fim de propor execução de um dia de campo, explicando o seu significado e buscando a participação mais ativa possível, compondo com ele e responsabilizando-se pela presença maciça de agricultores ao dia.
Escolha do local: deve ser de fácil acesso para os agricultores e deve ter um trabalho que permita mostrar ao vivo as práticas desejáveis com a finalidade de introdução ou de melhor utilização daquela prática.
Elaboração de um programa e preparo de material para divulgação: incluir nesta fase Cartas Circulares, rádios e jornais (enviar para diversos jornais materiais Dia de Campo), contatos de relações públicas para convite a líderes, autoridades da região, cartazes volantes e faixas.
Seleção de pessoal técnico que deverá ser envolvido no esquema;
Reunião com o pessoal selecionado, e proceder a uma visita ao local pra elaborar um croqui e divisão de responsabilidades;
Armar juntamente com o grupo um sistema de atendimento ao agricultor durante o Dia de Campo segundo o croqui proposto. Obs.: nesse caso um grupo ficará responsável pela recepção e divisão dos agricultores em grupos. Ainda na fase de planejamento a esse grupo de extensionista cabe a preparação de todo o material necessário a execução de suas responsabilidades no Dia de Campo (materiais audiovisuais para distração daqueles que aguardam a sua vez, preparação do número de identificação dos grupos de agricultores, etc.). Os demais extensionistas envolvidos no Dia de Campo se responsabilizariam pelas estações de demonstrações das práticas agrícolas, ficando um extensionista em cada estação; sendo responsabilidade dele, a produção de materiais e equipamentos necessários à execução do método que será realizado em sua estação. Outro grupo deverá exercer a função de guias durante o Dia de Campo, exigindo-se tantos guias quantos forem os grupos, com suas respectivas etiquetas de identificação.
A organização do Dia de Campo deve contar com um coordenador geral que responsabilizará por toda a organização, como por exemplo: a localização de barracas e providências para a sua construção; receber com antecedência todos os materiais didáticos que serão distribuídos e que deverão ser rodados em mimeógrafo; organizar e distribuir o pessoal técnico; responsabilizar-se pela divulgação escrita e falada. Manter contato de relações públicas; providenciar instalações especiais como: sanitários para o Dia de Campo;
Responsabilizar clubes de serviços ou organizações de assistênciasocial pela alimentação dos participantes (sanduíches, refrescos, refrigerantes, churrasco, água, etc.).
8. UNIDADE DEMONSTRATIVA
1.CONCEITO: Constitui um método de ensino de técnicas cuja eficiência foi comprovada pela pesquisa e possíveis de serem adotadas pelas famílias rurais.
2. FINALIDADE:
a) Introduzir novas variedades de culturas ou criações;
b) Introduzir novas técnicas descobertas pela pesquisa;
c) Introduzir sistema de trabalho mais racional.
3. VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS:
Estimula a inovação;
Desenvolve habilidade e aptidão para atividades novas;
Quase sempre dá resultados positivos;
Propicia o aproveitamento do potencial existente na região.
LIMITAÇÕES:
Pode ser difícil encontrar um produtor que queira inovar;
Implica em considerável uso de recursos financeiros;
Está sujeito a influência de condições climáticas.
9. CONTATOS
Conceito
Método não planejado pelo qual o extensionista se comunica com uma ou mais pessoas, por escrito ou pessoalmente para troca de informações ou orientações.
Utilização
- Obter ou transmitir informações;
- Fazer relações públicas;
- Convidar, motivar.
Vantagens
- Toma pouco tempo;
- Permite divulgação informal o trabalho;
- Permite usar a influência pessoal
Limitações
- Alcance restrito;
- Não permite informações mais completas;
- Pode, as vezes, ser importuno.
10. CAMPANHA
Conceituação
Método planejado, desenvolvido em longo espaço de tempo, por etapas e com seqüência de atividades em relação a determinado assunto. Objetiva procurar mudanças no modo de pensar, sentir e atuar de grupos diversos, mediante o uso de vários meios de comunicação.
Utilização
- Quando o problema exige o envolvimento de toda a comunidade;
- Quando exige uma meta definida e fácil de avaliar.
Vantagens
- Atinge grande número de pessoas;
- Envolve líderes e dirigentes da comunidade
Limitações
- Abrange somente uma idéia;
- Exige o envolvimento de órgãos comunitários;
Combinação
- Combina-se com Reunião, Exposição, Rádio, Jornal, TV, etc.
11. REUNIÃO
Conceito:
Em extensão rural chama-se qualquer grupo de duas ou mais pessoas que tem um problema em comum e estão em processo de interação com um líder ou agente de extensão, com o propósito de trocar algumas idéias ou conhecimento.
O estreitamento das relações entre o agente e a população eu se estimula através de reuniões, é um dos fatores determinantes na introdução de novas práticas, conhecimentos e atitudes e na organização e desenvolvimento das atividades rurais.
Uma reunião permite a um técnico ou líder transmitir informações em forma pessoal, a um grande número de indivíduos ao mesmo tempo.
Tipos de Reunião:
Segundo os seus propósitos a natureza, as reuniões podem se classificar em:
Reuniões informativas treinamento, ou para ministrar conhecimentos e ensinar práticas.
Reuniões analíticas ou para intercâmbio de idéias.
Reuniões resolutas ou para tomada de opiniões.
Reuniões de organização (constituição ou formação de grupos, comissões, etc.).
Reuniões de planejamento e avaliação.
Geralmente as reuniões têm caráter múltiplo e perseguem mais de um objetivo. Fatores que influem no êxito das reuniões. Existem numerosos fatores que influem na assistência e eficiência das reuniões, ou seja:
Grau de dificuldade das pessoas (educação);
O esforço empregado no planejamento da reunião;
A divulgação da reunião;
A definição de responsabilidades entre elementos do grupo;
O uso de técnicas de discussão e emprego de auxílios visuais nas apresentações;
Determinação dos objetivos;
A escolha cuidadosa do local da reunião;
Seleção do dia e hora apropriados.
Sugestões para realização de uma reunião:
Chegue com antecedência ao local da reunião. Nunca faltem detalhes que devem ser providenciados antes das reuniões;
Assegurar-se de que todo o equipamento e material a empregar estão em ordem;
Comece a reunião na hora exata e termine-a a tempo, isto é, quando ainda não tenha caído o entusiasmo dos participantes;
Explique claramente os objetivos da reunião;
Não faça discurso, use técnicas grupais;
Se a reunião é muito longa proporcione um descanso no meio;
Deixe a todos a oportunidade de falar ou interferir;
Evite, no entanto, as intervenções muito longas e perguntas ou interrupções desordenadas;
Faça um resumo dos assuntos tratados e das conclusões;
Distribua material educativo que tenha relação com material exposto;
Procedam as avaliações.
Utilização:
- Presta informações técnicas;
- Ensinar determinadas práticas;
- Desenvolver lideranças;
- Promover a organização dos produtores;
- Para troca de experiência entre os produtores.
Vantagens:
- Permite atingir um grande número;
- Permite usar influência pessoal;
- Permite desenvolver lideranças;
- Possibilita desenvolver técnicas de organização e associativismo;
- Promove mudanças de atitudes.
Limitações:
- Exige bastante tempo;
- Requer muita habilidade do extensionista;
- Exige envolvimento dos participantes;
- Há possibilidades de conflitos de idéias.
Combinação:
- Combina-se com Curso, extensão, Dia de Campo, Semana, Campanha, DR, LD, CD, PD.
12. EXPOSIÇÃO
Conceituação:
Método planejado, com objetivos educativos, específicos atingindo um público determinado. Visa motivar para adoção de determinadas práticas.
Utilização:
- Mostras fatos, conhecimentos e experiências novas;
- Despertar o público para problemas existentes.
Vantagens:
- Permite atingir grande número de pessoas;
- Mostra resultados obtidos no próprio meio de agricultores;
- Realiza-se em ambiente descontraído e festivo.
Limitações:
- Método complexo que exige grande tempo e trabalho.
Combinação:
- Combina-se com curso, reunião e visita.
13. ENSAIO
Conceituação:
Método planejado juntamente com a pesquisa, visando comprovar, a nível local, uma prática realizada em estações experimentais.
Utilização:
- Constatar se uma nova variedade se adapta ou não à região.
Vantagens:
- Permite comprovar a viabilidade de novas práticas a nível de campo.
Limitações:
- Exige bom cooperador;
- Demanda grande tempo.
14. LAVOURA DEMONSTRATIVA
Conceituação:
 Método planejado em que se desenvolvem uma ou várias práticas sobre cada cultura com objetivos de que as mesmas sejam observadas e adotadas pelos demais produtores da região.
Utilização:
- Introduzir técnicas ou práticas que aumentam os rendimentos da cultura;
- Introduzir novas explorações já comprovadas na área.
Vantagens:
- Permite fomentar a adoção de técnicas e/ou práticas de eficiência comprovada e que podem ser adotadas pela comunidade.
Limitações:
- Os resultados esperados podem ser adversos devido a fatores como: clima ou outros acidentes;
- Exige bastante tempo.
Combinação:
- Combina-se com visita, reunião, excursão, dia de campo e curso.
15. CRIAÇÃO DEMONSTRATIVA
Conceituação:
 Método planejado em que se desenvolvem uma ou várias práticas em determinada criação com objetivo de que as mesmas sejam observadas e adotadas pelos demais produtores da região.
Utilização:
- Introduzir técnicas e/ou práticas que aumentam os rendimentos da criação;
- Introduzir novas explorações já comprovadas na área.
Vantagens:
- Permite fomentar a adoção de técnicas e/ou práticas de eficiência comprovada e que podem ser adotadas pela comunidade.
Limitações:
- Os resultados esperados podem ser adversos devido a fatores como clima ou outros acidentes;
- Exige bastante tempo.
Combinação:
- Combina-se com Visita, reunião, Excursão, Dia de Campo e Curso.
16. JORNAL
Conceituação
 Método de uso planejado, visando transmitir informações, motivar, divulgar.Atinge público indeterminado, salvo se for jornal de divulgação dirigida.
Utilização
- Transmite informações, divulgar trabalho, motivar pessoas, periodicamente.
Vantagens:
- Permite informar periodicamente;
- Como a informação é escrita pode ser consultada a qualquer momento.
Limitações:
- Não se presta para ensinar;
- exige adequação perfeita de linguagem.
17. CARTA CIRCULAR
Conceituação:
 Método de uso planejado, visando transmitir informações, motivar e divulgar. Atinge público determinado.
Utilização:
- Transmitir informações, divulgar existência de novos produtos ou variedades eficazes, motivar para divulgação de resultados obtidos.
Vantagens:
- Permite informar a determinadas pessoas a qualquer tempo.
- Como a informação é escrita pode ser consultada a qualquer momento.
Limitações:
- Não se presta para ensinar;
- Exige adequação e linguagem.
18. CURSO
É um processo de informações técnicas, desenvolvido por pessoal habilitado, mediante programação específica, abrangendo outros métodos didáticos, realizado em bases práticas, objetivando adestrar ou capacitar grupos de pessoas com interesses comuns.
IMPORTÂNCIA PARA EXTENSÃO
- Envolve maior número de participantes com os mesmos problemas em relação a determinadas práticas. Neste caso há facilidade de reunir membros de uma mesma comunidade para solução de problemas comuns.
- economiza tempo do extensionista e gastos para a organização, deste modo estariam diminuindo as visitas individuais, apesar de serem eficazes, pois liberaria o extensionista para outras atividades importantes em sua área de trabalho ou para execução de seu projeto.
- Permite a integração entre outros órgãos técnicos de âmbito municipal, estadual e até mesmo federal.
- Promove a participação do comércio e indústrias local, estadual e federal;
- Permite o envolvimento de associações de classe como: sindicatos e associações rurais, cooperativas agropecuárias e técnicos de firmas particulares e autônomas;
- Promove o envolvimento de liderança local, tais como: prefeituras, legislativas e produtores tecnicamente mais evoluídos.
- Promove um maior entrosamento entre os agricultores.
PONTOS IMPORTANTES
 Época – a seleção ou escolha por um curso é um fator de grande importância para o sucesso da aplicação deste método. Ela deve proporcionar um momento oportuno de modo a facilitar a aplicação daquilo que vai ensinar. Por exemplo: se vamos motivar um grupo para a prática de ensilagem a época deverá ser tal que permita ao grupo um tempo para o preparo do terreno para o plantio das forrageiras que vão ser ensiladas. Para se garantir uma maior eficiência do método devemos escolher uma época tal que permita aplicações imediatas daquilo que foi ensinado.
PARTICIPANTES
	O grupo participante do curso deve ser escolhido com muito cuidado e critério. Este é um fator importante e principal responsável, em grande parte, pelo sucesso do método.
- Deve ser homogêneo com relação aos interessados e exploração. Não se devem agrupar fazendeiros que não tenham as mesmas atividades econômicas. É preciso levar sempre em consideração que um número menor, muitas vezes, acarreta um maior sucesso no trabalho.
- Homogeneidade em relação ao emprego de tecnologia. A experiência tem mostrado que agricultores com níveis técnicos diferentes acarretam sempre o desinteresse de alguns. Se vamos ensinar práticas para um grupo que já as vem realizando, para atender àqueles que estão iniciando, certamente vai ocasionar poucas freqüências daqueles mais evoluídos.
- Deve ser homogêneo com relação à idade dos participantes; também a experiência tem mostrado que não há aproveitamento quando se reúne gente muito nova com fazendeiros mais velhos e experimentados. É preferível neste caso organizar cursos destinados para jovens e para adultos.
- Curso organizado e realizado em locais de difícil acesso para os participantes nem sempre apresenta número expressivo.
ASSUNTO
	Os assuntos escolhidos devem contemplar sempre soluções para problemas de importância econômica e social dos agricultores do município ou da região. Deve-se levar em consideração o programa do escritório local, observando-se sempre atividades prioritárias.
PREPARAÇÃO DO CURSO
ESCOLHA DO LOCAL
Sede do escritório local 
 Normalmente quando há facilidade de acesso dos participantes, que vem de várias comunidades, a realização na sede dos municípios tem dado resultados positivos. Nesse caso pode-se aproveitar das sedes das cooperativas, dos sindicatos rurais, grupos escolares, etc. a vantagem é permitir uma maior integração de órgãos locais além de divulgação dos métodos.
	 As limitações observadas quando isto ocorre: maiores gastos de locomoção e estadia para os participantes, além da dificuldade do participante sair do seu local de trabalho por um tempo maior.
Escolas Agrícolas e Institutos
 Além dos participantes terem a oportunidade de conhecerem o trabalho que outros técnicos vêm realizando, esses locais apresentam às vezes muitas facilidades.
Curso na própria comunidade
 A experiência tem mostrado que a realização de um curso na própria comunidade dos agricultores tem contado sempre com um bom número de interessados. Neste tipo de local o número dos que se deslocam é sempre menor, facilitando o movimento do transporte além de acarretar pouca ou nenhuma despesa para os participantes do curso.
DURAÇÃO
	
	Curso para agricultores não devem ser longos, podem ser de caráter geral ou específico. A duração de uma semana tem se mostrado um pouco longa para aqueles que deixam suas propriedades, principalmente em épocas que exigem maior presença na fazenda.
	Um curso de caráter geral, como por exemplo: criação de suínos tende a ser longa, são inúmeras as atividades existentes. O ideal é partir para cursos específicos, rápidos, com assunto definido, adequados para a ocasião e que estejam dentro das atividades prioritárias do escritório local. Poderíamos abordar apenas um assunto como: manejo, aspectos sanitários, alimentação, instalações, etc.
ORGANIZAÇÃO
	O sucesso deste método está na maneira de como foi preparado. Assim sendo para organizar um curso, procede-se da seguinte maneira:
Saber da necessidade do curso e qual o seu interesse porque ele exige uma programação específica.
- Consular as necessidades do programa local
- Reunião com os agricultores
Como se trata de um método caro e trabalhoso o extensionista deve tomar certo cuidados. Nessa reunião deve ser discutidos assuntos de interesse do grupo selecionando aquilo que mais interessa à região, e que está de acordo com a prioridade do escritório local.
Aproveita-se da oportunidade para se marcar a data e o horário da reunião do curso.
O curso é esférico para os agricultores, portanto, envolve práticas, razão pela qual o ambiente deve ser previamente escolhido.
O local é preparado de acordo com o objetivo que se quer atingir na área preferencialmente.
Reunião com os instrutores e colaboradores
A participação do pessoal habilitado nos vários assuntos é importante.
 O coordenador do curso deve mencionar tipo e nível de público a ser atendido.
	Várias idéias devem ser trocadas com instrutores a fim de que as práticas e os ensinamentos sejam colocados ao nível de entendimento dos participantes.
	Além disso, deve ser discutido o programa, distribuição de responsabilidades e listagem do material necessário à boa execução do programa. É bom lembrar que além da execução, um bom planejamento e o preparo cuidadoso de todas as etapas são pontos positivos para o sucesso do método. A utilização dos meios de comunicação de massa como: rádios, jornais, TV, carros volantes, cartazes e etc. é necessário e feito com antecedência – divulgação.
Programa
Para se atingir com objetividade aquilo quepropomos: a escolha do assunto; previsão da melhor época; seleção cuidadosa dos participantes; o preparo cuidadoso com os instrutores e colaboradores devem responder as seguintes perguntas: quando? Como? Quem? E o que? ...
Algumas observações importantes para se estabelecer uma programação de curso:
- consulta das necessidades do programa local;
- reunião com os agricultores para saber das necessidades do curso;
- reunião preparatória do curso (aqui se joga com o interesse do grupo e a necessidade da área);
- deve-se marcar a data;
- o curso por ser específico para determinado público e se for envolver práticas, deve ser realizado em ambiente previamente escolhido;
- programar bons locais que sejam apropriados para compor o número de participantes;
- programar todo o material que será exigido no curso;
- reunião prévia com as pessoas e entidades que vão fornecer o local;
- reunião com o pessoal habilitado queira ministrar o curso;
- levantamento dos recursos para a realização do curso;
- assim que se reunir com o pessoal habilitado, faz-se um programa de curso;
- programa-se data, local, horário, assunto do dia-a-dia;
- divulgação do curso.
	Uma vez que o programa se encontra pronto, faz-se a divulgação em todos os meios possíveis.
- aproveitar da influência dos líderes;
- preparar materiais pra rádios, jornais e TV;
- enviar cartas curriculares, cartazes, etc;	
- procurar pessoal de interesse;
- envolver ao máximo a comunidade.
REALIZAÇÃO
 
	Deve-se fazer a divisão dos grupos pra facilitar na parte prática se assunto foi bem escolhido pode-se prevê boa freqüência. O número ideal de participantes é em torno de 30. É preferível pouca gente interessada a muita gente com pouco interesse. Podem-se fazer inscrições. Caso o número de pessoas seja muito grande e não der pra atender a todos, realizam-se outros cursos posteriormente.
AULAS DO CURSO
	
	O pessoal deve ser habilitado, treinado e que tenha pontos de vista “comuns”. Para isso nas reuniões prévias deve-se procurar checar os assuntos e ponto de vista para se evitar conflitos de assuntos semelhantes. Ex.: adubo granulado e adubo fino; castração com dois cortes ou com um.
	Deve-se procurar equilibrar teoria com prática, o agricultor se cansa à toa se ficar muito tempo parado (sentado); programar as práticas em locais de preferência onde se vê paisagens diferentes. O assunto sendo de interesse do grupo torna-se o curso agradável e não cansativo, evitando-se a queda da freqüência.
- evitar terminologia;
- procurar esgotar o assunto;
- evitar assunto com profundidade, principalmente em coisas teóricas (para os agricultores principalmente).
DURAÇÃO DO CURSO
- Caráter geral;
- Caráter específico (abordagem de um só tema). Ex.: gado de leite: manejo, alimentação, dimensionamento de instalações, aspectos sanitários.
- Alojamento para o pessoal: normalmente isto é conseguido através das prefeituras ou mesmo algumas instituições que existem no local que se presta para resolver este problema.
Universidade Federal do recôncavo da Bahia - UFRB
Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas – CCAAB
DRP – Diagnóstico Rápido e Participativo¹
Fabio Botelho²
Bruna Maria Santos de Oliveira³
Cruz das Almas – BA
Julho de 2012
1- Apostila elaborada como suporte didático da disciplina CCA006 Extensão Rural.
2- Docente da disciplina Extensão Rural do CCAAB da UFRB.
3-Discente do curso de Agronomia da UFRB, monitora da disciplina Extensão Rural, semestre 2012.1.
O DRP - Diagnóstico Rápido Participativo e seu processo histórico
Os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER foram iniciados, no país, no final da década de 40, no contexto da política desenvolvimentista do pós-guerra, com o objetivo de promover a melhoria das condições de vida da população rural e apoiar o processo de modernização da agricultura, inserindo-se nas estratégias voltadas à política de industrialização do país. (MDA, 2004, p.4).
Até o final dos anos 70, eram usados métodos convencionais como, por exemplo, a aplicação de questionários padronizados para levantar informações sobre uma situação existente. Cientistas e técnicos entrevistavam pessoas importantes no contexto de uma comunidade rural como professores, presidentes das associações, produtores, além de autoridades municipais. Este tipo de investigação trouxe várias desvantagens: demora, altos custos e a pouca quantidade de dados levantados, pois a participação da população era muito pequena. 
Esse modelo de desenvolvimento refletiu também dentro das universidades e na formação dos profissionais que disseminaram que o desenvolvimento vinha de forma vertical, ou seja, de cima pra baixo, onde o profissional era o dono do saber a partir de pacotes tecnológicos.
Com as mudanças ocorridas em todo o mundo e uma maior consciência sobre o valor dos conhecimentos locais, a necessidade de informações e entendimentos válidos e oportunos se tornaram cada vez mais evidentes e claros. Após quatro décadas de trabalho pelo "desenvolvimento", apesar dos êxitos isolados, observou-se obviamente que não se resolveram os problemas do campo.
A partir da década de 80 percebeu-se que o extensionista/facilitador de mudança deveria ter, como qualquer outro profissional, conhecimentos técnicos em sua área específica de atividade, ou seja, conhecimentos técnicos na área da agricultura mais também de processos participativos que levassem em consideração o conhecimento popular e a realidade de cada localidade.
Um processo participativo deve proporcionar a oportunidade de auto-avaliação de si e da cultura do grupo a que pertence, capacidade reflexiva sobre os efeitos de vida cotidianos, capacidade de criar e recriar não somente objetivos materiais, mas, também, e, fundamentalmente, criar e recriar formas novas de vida e de convivência social. As técnicas de diagnóstico e planejamento participativo devem valorizar, por sua vez, o processo de obtenção de informações. É importante que este processo seja, ele mesmo, um fator de formação e discussão política no seio da comunidade, possibilitando que os resultados sejam utilizados, principalmente, pela própria comunidade. E é nesse contexto que surge o DRP.
Kummer (2007) define o Diagnóstico Rápido Participativo como uma investigação coletiva e uma aprendizagem mútua para conhecer os problemas e as possibilidades de uma comunidade em busca do desenvolvimento local sustentável, através de uma equipe multidisciplinar. 
Mais também O DRP pode ser descrito como um conjunto crescente de enfoques e métodos para permitir que a população local partilhe, aperfeiçoe e analise seus conhecimentos sobre sua vida e a comunidade a fim de planejar e agir. Surgiu a partir da década 70 e foi intensificado no final dos anos 1980, o DRP começou a evoluir na busca de enfoques práticos para a investigação e planejamento que pudessem prestar apoio a um planejamento mais descentralizado e uma tomada de decisão mais democrática, valorizando a diversidade social, trabalhando para a sustentabilidade, aumentando a participação e reforçando o poder da comunidade. 
Essas Metodologias possibilitam a geração de soluções sustentáveis, sejam elas tecnológicas ou organizacionais e permitem que os(as) técnicos(as) estabeleçam uma relação horizontal com os(as) agricultores(as), reconhecendo o conhecimento e a capacidade da família agricultora de decidir o seu próprio desenvolvimento, fortalecendo assim sua capacidade de autogestão. Promovem ainda elos e compromissos sociais indispensáveis, pois desenvolve na família agricultora um posicionamento crítico diante da realidade, identificando e priorizando os problemas e formulando estratégias concretas para seu enfrentamento.
As pessoas se sentem respeitadas, o que permite atroca de saberes e informações. Elas se tornam os principais atores neste processo. Logo, tanto as pessoas da comunidade, quanto os técnicos envolvidos, reconhecem que tudo isso é um aprendizado mútuo.
Para execução com êxito do DRP deve-se seguir alguns passos importantes no planejamento, tais como:
Passo1: Fixar o objetivo do diagnóstico
Um DRP é um diagnóstico realizado com uma finalidade, não uma simples coleta de dados. Com o objetivo fixado pela equipe do DRP deve ser discutido com o público participante.
Passo 2: Selecionar e preparar a equipe mediadora
Uma equipe "equilibrada" é crucial para executar um DRP que garanta um enfoque e uma análise a partir de diferentes ângulos, evitando o predomínio de enfoques técnicos, econômicos ou antropológicos. Uma equipe que facilita a comunicação com todos os grupos beneficiários.
Passo 3: Identificar participantes potenciais
Os participantes potenciais para o DRP incluem homens e mulheres da comunidade (jovens e idosos, ricos e pobres, aqueles com trabalho na localidade, pessoas com e sem escolaridade, incapacitada, sem terra...), representantes do governo, pessoal de projetos, proprietários de negócios, etc. Resumindo, todos aqueles que têm um interesse no desenvolvimento da comunidade.
Os membros de equipe do DRP também são participantes, mas com a responsabilidade especial de facilitar o processo, organizar, analisar e apresentar a informação.
Passo 4: Identificar as expectativas das/os participantes no DRP
É importante que o DRP revele, em geral, a situação da comunidade e não distorça a informação pela interpretação dos Agentes de Ater, de tal forma que o DRP fique em poder da comunidade como um instrumento para provocar mudanças e gerenciar apoio institucional.
Algumas semanas antes que o DRP seja iniciado, os Agentes de Ater terão que identificar os grupos de interesse e criar uma oportunidade de diálogo entre eles, convidando-os a reuniões e acordando os objetivos do DRP. Nestas reuniões é importante notar quem fala e quem não fala. Por exemplo, em muitas culturas as mulheres não são convidadas para reuniões ou assembléias da comunidade. Os Agentes de Ater, neste caso, devem fazer um esforço e uma promoção especial para conseguir a participação delas no evento. Isto pode ser conseguido por meio de visitas aos lares e falando com líderes locais.
Passo 5: Selecionar as ferramentas pesquisa e matérias 
Usado adequadamente o DRP, criam-se oportunidades para aumentar a participação. O DRP, em sua forma mais simples, compreensiva e participativa, facilita que todos os participantes compartilharem o controle mediante o uso das ferramentas. 
A seleção de materiais simples, de fácil aquisição, deve-se ficar atento aos materiais que dependa de energia elétrica. Os documentos também é um aspecto importante na preparação do DRP. Desta maneira, assegurar-se-á que os resultados estejam bem documentados e acessíveis, tanto para a equipe do DRP como para os grupos de interesse da comunidade.
Passo 6: Programação e convocatória
O DRP requer uma boa programação e preparação para assegurar uma maior participação dos membros da comunidade.
Neste sentido, é importante levar em consideração as temporadas de muito trabalho ou a 
demanda de mão-de-obra e os ciclos agrícolas.
Com o objetivo de garantir uma boa participação, é essencial acordar o dia e horário das 
oficinas, levando em consideração as responsabilidades de trabalho e as atividades domésticas dos participantes.
Ferramentas do DRP
Caminhada transversal 
A Caminhada Transversal consiste em percorrer uma determinada área, acompanhado de informantes locais e que conheçam bem a região. Normalmente se elege um percurso que inicie no ponto mais alto e termine no ponto mais baixo do terreno. Feito isso, o grupo deve fazer um desenho em corte transversal da paisagem percorrida, demonstrando problemas, cultivos, pontos positivos, entre outros. A travessia permite obter informação sobre os diversos componentes dos recursos naturais, a vida econômica, as moradias, as características de solos, etc. 
Ao longo da caminhada se anotam todos os aspectos que surgem pela observação dos participantes em cada uma das diferentes zonas que se cruzam. Posteriormente se elabora um diagrama da travessia. Um gravador pode ser utilizado para que os técnicos não se preocupem muito com as anotações e as informações sejam mais fidedignas. 
 Figura 1 - Caminhada transversal 
Mapa da comunidade
Criar uma concepção compartilhada sobre a situação atual da comunidade em relação a seus potenciais e suas limitações no âmbito produtivo, social, sanitário, etc.
Levanta informações sobre as condições de vida, como podem ser o acesso à água potável, energia elétrica, qualidade de moradia. Além disso, visualiza a estrutura social da comunidade número de lares, o tipo de ocupação de seus habitantes, etc.
 Figura 2 - Mapa da Comunidade
Mapa de propriedade
Mostra todos os detalhes produtivos e de infra-estrutura social de uma propriedade. Em geral são feitos vários mapas de propriedade ou dos diferentes tipos de propriedade na zona ou de vários parecidos, para se obter uma melhor visão global. Serve para analisar e entender a organização produtiva em nível de propriedade. Permite ver detalhes que normalmente os mapas de recursos naturais ou da comunidade não oferecem, já que estes são feitos em maior escala.
Costuma-se começar o desenho com a casa do agricultor e estende-se o mapa das áreas ou terras mais próximas até as mais distantes.
 
 Figura 3 - Mapa da propriedade.
Mapa de fluxos econômicos 
Apresenta as relações entre os diferentes elementos dos sistemas produtivos dentro e fora da comunidade. Representa como se inter-relacionam os diferentes elementos do sistema produtivo (agrícola, pecuário, florestal, irrigação, serviços, comercialização, etc.). Deve-se iniciar com a formação de um grupo e explicar o objetivo e os elementos do mapa de fluxo. Desenhar os elementos produtivos internos da comunidade no centro (plantações, porções de terras, gado/pastagem, outros animais, unidades de beneficiamento, mercearias, moradias, ônibus, etc.), depois os desenhar os elementos econômicos externos ao redor da comunidade, por exemplo: centros de comercialização, lugares de compra de insumos, produtos, (alimentos).
 Figura 4 - Mapa de fluxos econômicos 
Mapa dos sistemas produtivos da propriedade (Agroecosistemas) 
O agroecossistema é composto por um conjunto de subsistemas de produção que se relacionam de alguma maneira. Os subsistemas são, por exemplo, a roça, a capineira, o pasto, o galinheiro, o engenho e tudo aquilo que gera produtos, sejam eles para a família e para o mercado ou produtos que servem de insumos para outros subsistemas. São técnicas visuais de fácil aplicação e nos auxiliam no entendimento dos agroecossistemas como um todo. 
 Figura 5 - Mapa dos sistemas produtivos da propriedade
Devemos desenhar os subsistemas (cada produção) do agroecossistema em questão: a casa da família (no centro), parcelas cultivadas, pasto, roça, horta, galinheiros, galpão, curral, etc. 
Uma vez terminado o desenho, teremos a estrutura do agroecossistema.
A partir desta representação esquemática, devemos gerar com o grupo alguns fluxogramas (diagramas de fluxo) que nos permitam entender o funcionamento do agroecossistema, para, a partir disso, propor as inovações. Tipos de Fluxograma:
Fluxograma de insumo e produção
A partir do esquema desenhado anteriormente, começamos a analisar os subsistemas, indicando todos os produtos e insumos que entram e saem e analisando de onde vêm e para onde vão, dentro e fora do agroecossistema.Como no exemplo, do “pasto” saem os produtos leite e carne, que são vendidos no mercado e consumidos pela família. Do mesmo subsistema “pasto” sai o insumo “esterco”, que vai para o “composto” (subsistema e mediador). O subsistema “pasto”, por sua vez, recebe nutriente (insumos) do subsistema “adubação verde”.
 Figura 6 - Fluxograma de insumo e produção
Fluxograma de renda ou “Entra e Sai”
Ainda com base na estrutura do agroecossistema, devemos indicar, com flechas, todas as rendas geradas no agroecossistema, sejam elas monetárias, não-monetárias e não-agrícolas. É importante levar em conta que a flecha que representa a renda monetária sempre deve vir do mercado para a família, assinalando, através de numeração, qual o subsistema que origina a renda representada. A flecha que representa a origem da renda não-monetária parte sempre dos subsistemas em direção à família (casa), pois representam os produtos que são produzidos para o autoconsumo.
Finalmente, para representar a renda não-agrícola, utilizamos flechas que saem de outros serviços realizados pela família, dentro ou fora do agroecossistema. Devem ser representadas, também, as rendas provenientes de todas as outras fontes. Essa é uma ferramenta que permite a coleta de informações de dados econômicos da família ou comunidade.
 Figura 7 - Fluxograma de renda ou “Entra e Sai”
Os calendários 
Permitem analisar todos os aspectos relacionados ao tempo. Podem ser destacadas as atividades que mais tempo ocupam e as épocas dos diferentes cultivos e seus respectivos trabalhos num período agrícola. Podem ser cobertos processos longos num calendário histórico ou a distribuição do tempo num dia habitual de trabalho.
Quando utilizá-los: em geral são utilizados na primeira fase de pesquisa do DRP. Os calendários costumam ser realizados depois dos mapas iniciais e da travessia.
Calendário Agrícola
Mostra informação sobre as estações agrícolas e atividades produtivas da comunidade. Refere-se ao tipo de cultivo, ao tipo de criação, ao tempo adequado para cultivá-lo e às atividades agrícolas realizadas.
Identificar os produtos que são cultivados na comunidade e em que tempo são realizados. Permite revisar se os produtos estão sendo cultivados no tempo adequado ou se é necessário identificar técnicas mais adequadas. Também mostra a rotação de cultivos nas diferentes épocas do ano.
Como é feito: Deve-se formar um grupo e explicar o objetivo e os elementos do calendário agrícola. Inicia-se definindo a escala de tempo (semanas, meses, estações, etc.). Costuma-se começar com o cultivo mais importante, o segundo mais importante e assim sucessivamente. Deixar os/as agricultores/as desenharem sozinhos e somente intervir para esclarecimentos ou perguntas. Definir as atividades agrícolas e pecuárias para cada cultivo ou animal e em que momento do ano é realizado a limpeza da terra plantação, colheita, limpeza, poda, comercialização, etc.
 Figura 8 - Calendário Agrícola
Calendário sazonal 
 
Auxilia o grupo a entender melhor os tempos de plantio, colheita, poda, parto e acasalamento dos animais, melhor data de comercialização e outros elementos importantes que tenham períodos e datas específicas, como, por exemplo, a disponibilidade de forragens para animais de produção. 
Serve para relacionar diferentes ciclos que influem ou fazem parte da comunidade e discutir as influências de um ciclo em relação aos outros.
Como é feito: formar um grupo de homens e mulheres e explicar a ferramenta. Deve-se começar pela escala, preferivelmente em meses. Para apoiar o processo de elaboração do calendário, a mediação pode intervir com perguntas, como: "Qual é o mês quando há mais trabalho? Quais são os trabalhos nessa época? Qual é o outro mês de muito trabalho?”. 
 Figura 9 - Calendário sazonal 
Calendário Histórico
Representa as sucessões históricas, com as mudanças que estes causaram no sistema de produção e ambiente num tempo predeterminado. Visualizar fatos, experiências e mudanças que influíram de forma decisiva sobre o desenvolvimento comunitário e o uso de recursos naturais. Deve-se formar um grupo de homens e mulheres que possam descrever as sucessões que ocorreram na comunidade no passado. Explicar o objetivo da ferramenta. Definir uma escala de tempo desde a criação da comunidade até a atualidade (primeira coluna). Discutir os assuntos a serem tratados e introduzi-los na primeira linha. Também podem ser definidos os símbolos que serão utilizados para identificar os assuntos. Continuar discutindo os fatos, as experiências e as mudanças mais importantes e introduzi-los na segunda coluna (sucessões históricas). Os/as participantes desenham as respostas das mudanças nos diferentes assuntos, por exemplo: a chuva, o sol, os ventos, a água, o solo, o bosque, a família, os peixes, animais silvestres. 
 Figura 10 - Calendário Histórico
Os diagramas 
Permitem analisar de maneira acessível todos os aspectos complexos e inter-relacionados. Podem ser visualizadas tanto as relações causa-efeito (com a árvore de problemas), como a intensidade e importância das relações institucionais (diagrama de Venn), comerciais ou de produção (fluxogramas de comércio e produção).
Árvore de Problemas
Trata-se de analisar a relação causa-efeito de vários aspectos de um problema previamente determinado, por exemplo, no mapa da comunidade ou corte transversal ou outras em outras ferramentas. As raízes da árvore simbolizam as causas do problema; o próprio problema se encontra no tronco; e os galhos e as folhas representam os efeitos.
Objetivo: a intenção é identificar e analisar um problema com a finalidade de estabelecer as causas primárias. Estas causas primárias serão o ponto de partida para a busca de soluções.
Como é feito: formar um grupo e explicar a técnica. Inicia-se desenhando uma árvore e 
colocando o problema identificado previamente no tronco da árvore. Na discussão vão sendo preenchidas tarjetas com possíveis causas (raízes) e efeitos (galhos) do problema, estes vão sendo colocados na árvore. 
Uma vez selecionados todos os elementos, se discute se verdadeiramente são causa ou efeito, e, se for necessário, trocam-se da raiz aos galhos ou o inverso. Quando o grupo estiver de acordo com a colocação das tarjetas, estes são fixados na árvore. No debate final se discute quais das causas podem ser eliminadas ou controladas por atividades da comunidade.
 Figura 11 - Árvore de Problemas
Diagrama de Venn
A técnica consiste na discussão com o grupo ou a comunidade sobre os órgãos e entidades que, direta ou indiretamente, estão envolvidas no cotidiano. Após o levantamento de todas as entidades, as pessoas começam a discutir sua importância e sua presença física na comunidade. Em seqüência, desenha-se um círculo maior que representa a comunidade, sendo que as “bolas” das entidades devem ser desenhadas pelos participantes, ao redor ou dentro deste grande círculo. A distância das bolas irá representar a atuação dessas entidades, ou seja, quanto mais perto do circulo que representa a comunidade as entidades aparecem, maior sua. O tamanho da bola significa a importância da entidade para o desenvolvimento do assentamento.
 Figura 12 - Diagrama de Venn
Matriz de Organização Comunitária - "FOFA" = Fortalezas, Debilidades, Oportunidades e Ameaças.
Objetivos: identificar, analisar e visualizar a situação atual dos grupos para conseguir um fortalecimento organizativo.
Para sua execução deve-se reunir um grupo de homens e mulheres da comunidade que participam regularmente dos diferentes grupos. Explicar a ferramenta e seus objetivos. Realizar uma chuva de idéias sobre os grupos organizados da comunidade e colocá-los na primeira coluna. Começar a discutir as fortalezas, debilidades,

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