TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS DE LOCALIZAÇÃO GREICE IRARRAZABAL 2017

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SUMÁRIO
Introdução.....................................................................................................................3
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS DE LOCALIZAÇÃO................................................................................4
Método de Clark ..........................................................................................................................4
1.1.1 Indicação do Método.........................................................................................................................5
1.1.2 Procedimentos...................................................................................................................................5
1.1.3 Princípio da Paralaxe.........................................................................................................................5
1.2 Método de Le Master....................................................................................................................7
1.2.1 Indicação do Método.........................................................................................................................7
1.2.2 Procedimentos...................................................................................................................................8
1.3 Técnica de Miller Winter...............................................................................................................9
1.3.1 Indicação do Método.........................................................................................................................9
1.3.2 Procedimentos...................................................................................................................................9
1.4 Método de Donovan.....................................................................................................................11
1.4.1 Indicação do Método.........................................................................................................................11
1.4.2 Procedimentos...................................................................................................................................11
1.5 Método de Parma.........................................................................................................................12
1.5.1 Indicação do Método.........................................................................................................................13
1.5.2 Procedimentos...................................................................................................................................13
CONCLUSÃO.......................................................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................................15
 
 
Introdução
 
 O presente trabalho discorre sobre métodos radiográficos de localização para diagnóstico por imagem. São técnicas de fácil execução e possíveis de serem realizadas no consultório, proporcionando a localização radiográfica de corpos estranhos, dentes não irrompidos, localização de pontos de reparos anatômicos, dissociação de condutos radiográficos, cistos, tumores, entre outros.
 Apesar de existirem técnicas de identificação mais recentes e inovadoras como tomografia computadorizada e ressonância magnética nuclear, estas fornecem uma imagem bidimencional de uma estrutura tridimensional, na qual há ausência de profundidade e ocorrendo sobreposição das imagens radiográficas de estruturas contíguas. Portanto, os métodos radiográficos de localização são técnicas eficazes e precisas no auxílio do diagnóstico por imagem e suprem essa lacuna.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS DE LOCALIZAÇÃO
 O exame radiográfico convencional é o método de diagnóstico por imagem mais utilizado na prática odontológica, apesar de existirem técnicas de identificação mais recentes e inovadoras como tomografias computadorizadas (TC) e ressonância magnética nuclear (RMN). Entretanto, fornece uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional, com ausência da profundidade e ocorrendo sobreposição das imagens radiográficas de estruturas contíguas. Para solucionar essa adversidade, foram elaboradas técnicas especiais, de fácil execução, que podem ser realizadas no próprio consultório pelo próprio CD clínico geral.
 Os referidos procedimentos auxiliarão principalmente na endodontia e na cirurgia, superando a sobreposição das imagens de raízes e condutos radiculares e localizando radiograficamente nas três dimensões, estruturas cuja remoção tornou-se necessária. A escolha de tais métodos de diagnóstico por imagem, estão atreladas por vezes ao nível de complexidade do exame e a dose de radiação exposta ao paciente. Apesar da variabilidade de meios de diagnósticos de localização, serão abordados os mais praticados, adequados e acessíveis ao CD clínico.
Método de Clark 
 Conhecido como método do princípio da paralaxe, técnica do deslizamento, técnica do deslocamento horizontal do tubo, consiste na realização de duas incidências radiográficas periapicais, modificando apenas a angulação horizontal do feixe de raios X em uma delas. Para melhor compreensão, a imagem à seguir ilustra o método de Clark, com a realização de duas exposições radiográficas pela técnica periapical, sendo uma ortorradial e outra mésio/disto radial.
Fig. 01 – Posicionamento do paciente e do cilindro localizador. Distorradial à esquerda e Ortorradial a direita.
Fig. 02 - Primeira imagem à direita foi tomada com feixe de raio X ortorradial. A segunda radiografia à esquerda com feixe deslocado para a distal.
Indicação do método
 Localização radiográfica de dentes não irrompidos, corpos estranhos e processos patológicos da maxila.
Localização de pontos de reparo anatômico (forame incisivo e mentual) distinguindo-se de alterações Periapicais.
Dissociação de raízes e condutos radiculares.
Procedimentos
Em sua concepção, Clark se baseou no princípio da paralaxe, portanto em suma:
1.1.3 Princípio da Paralaxe
Se observarmos dois objetos semelhantes em linha reta, o objeto mais próximo encobrirá o mais distante.
Se o observador se desloca para a direita ou para a esquerda, dissociaremos os objetos: Um dos objetos acompanhará o deslocamento, enquanto o outro se movimentará em sentido contrário ao deslocamento
Podemos concluir: 
O objeto mais próximo sempre se desloca em sentido contrário ao do observador 
O objeto mais distante sempre acompanha o deslocamento do observador
O princípio da paralaxe pode ser observado e explanado através da figura a seguir: 
Fig. 03 - Princípio da Paralaxe, representado pelos dedos da mão.
 Observando-se o dedo indicador e médio em linha reta, o indicador encobre o dedo médio. Porém quando deslocado para a direita, observa-se os dois, no entanto o dedo médio mais distante acompanha o deslocamento do observador. Quando ocorre o deslocamento para esquerda, o dedo médio é visto à nossa esquerda. Quando ocorre deslocamento para a direita, dedo médio a direita e dedo indicador a esquerda. Para explicar o raciocínio de Clark, será substituído o objeto (dedos) por uma estrutura a ser examinada radiograficamente (dente não irrompido, corpo estranho) por exemplo, e o observador como sendo o tubo de raio X.
 Produzem-se duas radiografias periapicais da região requerida: a projeção ortorradial e a excêntrica. Uma primeira radiografia é tomada de maneira convencional da região requerida. A seguir, é tomada uma segunda, mantendo-se o filme radiográfico na mesma posição, porém com deslocamento da direção da incidência do feixe de raio X,para mesial ou distal, ou uma projeção excêntrica. Comparando ambas, conclui-se que a imagem alvo que estiver deslocada no mesmo sentido do deslocamento do feixe, então, ela está localizada por palatino/lingual. No entanto, se o deslocamento ocorrer no sentido contrário do deslocamento do feixe, então a imagem alvo estará mais para o lado da vestibular. O ponto de referência pode ser a dentição normal ou outra estrutura anatômica.
 A técnica de Clark, pode apresentar variações tanto na direção do feixe de raios X quanto na posição da película radiográfica em relação aos elementos dentários avaliados. A figura abaixo demonstra imagens radiográficas de objetos sobrepostos de acordo com as incidências mésiorradial, ortorradial e distorradial
 Fig. 04 – Imagens radiográficas de objetos sobrepostos de acordo com as incidências Mésio, Orto e Distorradial.
 Sugere-se que durante a execução da técnica o profissional marque levemente na face colorida do filme utilizado na primeira incidência a letra “O” (ortorradial), e as letras “M” (mesiorradial) ou “D” (distorradial) para o segundo filme exposto ao raio X. Dessa forma evita-se possíveis erros de interpretação.
Método De Le Master
 A técnica de Le Master, surgiu para resolução da superposição da imagem do processo zigomático da maxila na região apical dos molares superiores. Devido a radiopacidade dessa região (maciço ósseo), via de regra pela técnica da bissetriz, prejudica a visualização dos ápices das raízes dos dentes molares superiores.
1.2.1 Indicação do Método
Sobreposição das imagens do processo zigomático da maxila e das raízes dos molares superiores.
1.2.2 Procedimentos
 Consiste na fixação de um rolete de algodão na face de exposição do filme radiográfico, visando um melhor paralelismo entre o longo do eixo do filme e do dente, o que vai mudar a angulação do feixe de raio X (quando for utilizada a técnica periapical da bissetriz), evitando a apófise zigomática da maxila sobre os ápices das raízes dos molares.
Fig.05 - Adaptação de rolete de algodão para Método Le Master.
Fig.06 - Posicionamento do filme radiográfico com o rolete de algodão
 
 Fig. 07 - Radiografia periapical, método de Le Master
1.3 Técnica de Miller Winter
 O método de Miller Winter foi idealizado devido as diferenças anatômicas da maxila e mandíbula. O método permite a localização radiográfica de estruturas mandibulares nas três dimensões.
1.3.1Indicação
Localização radiográfica de dentes irrompidos (geralmente o terceiro molar inferior).
Corpos estranhos
Processos patológicos na mandíbula
1.3.2 Procedimentos
 Técnica do ângulo reto ou da dupla incidência, utilizando dois filmes radiográficos. A primeira radiografia periapical é a convencional para a região, na localização de terceiro molar inferior não irrompido por exemplo. A radiografia deve registrar a imagem por inteiro do dente referido. Essa incidência fornecerá a posição do dente em altura e largura (sentido mesio-distal). 
Fig. 08 - Periapical Convencional – Primeira Radiografia
 Porém, para a profundidade (posição vestíbulo-lingual), será obtida por uma segunda radiografia, que é tomada colocando-se o filme radiográfico periapical como se fosse uma radiografia oclusal parcial de mandíbula. O filme irá repousar sobre a superfície oclusal dos molares inferiores mais para distal possível, mantido em posição com leve fechamento da boca. O picote deve estar voltado para vestibular, para facilitar a interpretação radiográfica. O paciente deve inclinar a cabeça para trás, com o seu plano sagital mediano perpendicular ao plano horizontal, dessa forma o feixe de raio X irá incidir perpendicular ao plano do filme. O tempo de exposição de raio X será maior na radiografia oclusal, devido a quantidade de estruturas a serem atravessadas pelos raios X.
Fig. 09 - Segunda radiografia – Método de Miller – Winter
 Fig. 10 - Paciente ocluindo o filme, para mantê-lo em posição durante incidência oclusal.
Fig. 11 - Posicionamento do paciente e do cilindro localizador durante a incidência oclusal
 A técnica de Miller - Winter não se limita a localização de terceiro molares não irrompidos, o procedimento se aplica também na localização de corpos estranhos, processos patológicos e dentes não irrompidos em outras regiões da mandíbula.
1.4 Método de Donovan
 Donovan alterou, modificou a técnica periapical convencional, o posicionamento do filme radiográfico e consequentemente a incidência do raio X. Quando a técnica de Miller-Winter não registra inteiramente o terceiro molar inferior não irrompido (ramo da mandíbula limita o posicionamento do filme mais para distal) é indicada para visualização o método de Donovan. 
 O exame radiográfico deve sempre mostrar todo o órgão dentário, pois anomalias radiculares ou coronárias presentes e não observadas dificultam a remoção cirúrgica, levando ao insucesso. Donovam solucionou tal impasse.
1.4.1 Indicações: 
 
 Quando a radiografia oclusal do método de Miller Winter não registra inteiramente o terceiro molar inferior não irrompido.
1.4.2 Procedimento
 Essa técnica deve ser utilizada para avaliarmos a região dos terceiros molares inferiores, e é considerada uma modificação da técnica de Miller- Winter, para que possamos verificar a região do Trígono retromolar. O filme radiográfico periapical é posicionado sobre o bordo anterior do ramo ascendente da mandíbula. O paciente deve inclinar a cabeça para o lado oposto (feixe principal de raio X dirigido ao ângulo da mandíbula e ápice nasal). 
Fig. 12 – Posicionamento do filme radiográfico durante a execução da técnica de Donovan.
 Fig.13 – Posicionamento do paciente e cilindro localizador durante a execução da técnica de Donovan.
1.5 Método de Parma 
 Parma modificou o posicionamento do filme periapical com o intuito de acompanhar a inclinação do dente incluso. Isso é possível após a tomada de uma primeira radiografia periapical ou até pela visualização em uma radiografia panorâmica. 
1.5.1 Indicação
 Esta técnica é indicada quando a radiografia periapical convencional não registra inteiramente de terceiros molares inferiores (não irrompidos).
1.5.2 Procedimentos
 Parma sugere que o filme seja inclinado, deixando sua borda disto inferior próxima do assoalho bucal, formando um ângulo entre o longo eixo do filme e o plano oclusal. Se a borda disto inferior do filme causar desconforto ao paciente na região do assoalho bucal, deve-se dobrá-lo para a lingual. O tempo de exposição é o mesmo de uma radiografia periapical convencional.
Fig. 14 - Posicionamento do filme durante a execução da técnica de Parma. Nota-se a borda inferior dobrada para a lingual
 Para localização radiográfica de um terceiro molar inferior não irrompido utiliza-se o método de Miller – Winter. Caso a radiografia periapical não mostre inteiramente o dente, utiliza-se o método de Parma. Porém se o mesmo impasse ocorrer com a técnica de Miller – Winter (oclusal) o impasse será solucionado com a técnica de Donovan.
Fig. 15 - Na primeira incidência a esquerda, não observa-se as raízes do terceiro molar inferior. Inclinando-se o filme radiográfico (á direita), o problema é resolvido.
Conclusão
 As radiografias odontológicas são realizadas através de diferentes técnicas para vizualização de áreas específicas. É de suma importância que o CD detenha conhecimentos dos métodos de localização radiográficos, correta aplicação e interpretação precisa, pois são ferramentas fundamentais para um tratamento odontológico de qualidade.
Referências Bibliográficas
Fenyo Pereira,Marlene. Radiologia Odontológica e Imaginologia. 2ª Ed. Santos, Livraria e Editora; 2015
Carvalho Watanabe, G. Marlívia. Imaginologia e radiologia odontológiva. 2ª Ed. Elsevier Editora; 2013