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Prof. Dr. Humberto Gabriel Técnicas em microscopia óptica O olho humano tem poder de resolução de aproximadamente 0,1 mm ou 100 m. Isto significa que se você olhar dois pontos separados por uma distância menor que 100 m, esses pontos aparecerão como um ponto único. Para distinguir estruturas separadas uma das outras por menos de 100 m, há necessidade de instrumentos ópticos que tenham poder de resolução aumentada. É importante salientar a diferença entre poder de resolução e poder de aumento. Se você ampliar várias vezes uma mesma fotografia comum, a imagem aumenta, mas os pontos separados por menos de 100 m continuarão a aparecer como um ponto só,borrado. É possível, portanto, aumentar a ampliação, sem contudo melhorar a resolução.Os microscópios permitiram ao homem observar estruturas com ampliação maior e maior resolução. O limite de resolução dos microscópios ópticos, que são aqueles que utilizam a luz para iluminar o objeto que está sendo analisado, é de cerca de 0,2 m (ou 200 nm ou 2 000 Aº ); é melhor que o olho humano cerca de 500 vezes. Não se consegue construir microscópios ópticos com desempenho melhor que este, pois o fator limitante é o comprimento de onda da luz. Para estudar um objeto ao microscópio de luz é necessário que o estudante saiba os princípios básicos de seu funcionamento. A letra de jornal é amplamente empregada no treinamento prpatico com microscópio, facilitando o conhecimento das etapas necessárias à focalização, uma vez que o objeto da imagem é conhecido. Material por equipe Microscópio de luz, óleo de imersão, solução de álcool:éter (3:1), lâminas, Lamínulas, tesoura, pinça, papel absorvente, conta-gotas ou pipeta, recipiente com água e folha de jornal. Metodologia Recortar uma letra pequena de jornal e colocar uma gota de água sobre a lâmina, com auxílio de uma conta-gotas ou pipeta. Em seguida colocar a letra de jornal (na posição de leitura) sobre a gota de água e depois a colocar a lamínula em posição de 45°, com relação à lâmina, para evitar a formação de bolhas de ar. Caso haja excesso de líquido, retirar com papel absorvente, para manter a lamínula fixa; 1. Seguir as etapas de focalização do material em estudo: a. Colocar a lâmina pronta (com a lamínula voltada para cima) sobre a platina do microscópio, e fixá-la com a pinça; b. Centralizar a letra de jornal sobre o orifício na platina, utilizando o charriot; c. Iniciar a observação do material com a objetiva de menor aumento, 4x; d. Levantar a platina na sua altura máxima, girando o parafuso macrométrico; e. Ligar o microscópio e verificar se a luz atravessa o orifício na platina, caso contrário abrir o diafragma-íris; Prática 1 Objetivo: Treinar o uso do microscópio de luz e compreender as etapas necessárias para a focalização do material de observação. Prof. Dr. Humberto Gabriel f. Olhar através das oculares e abaixar lentamente a platina, com o parafuso macrométrico, até que a letra de jornal apareça focalizada; g. Proceder a focalização final com ajustes no parafuso micrométrico; h. Ajustar a distância inter-pupilar, segurando nas bordas laterais da parte deslizante no tubo, obtendo-se assim, um único campo visual; i. Regular o feixe luminoso, utilizando os controles de variação da intensidade de luz e o diafragma-íris que melhoram a nitidez da imagem; j. Analisar todo o material preparado, movimentando a lâmina com o charriot e escolher um campo de interesse para os esquemas a serem realizados; k. Transferir para a objetiva de 10x, girando o revólver. Normalmente ajustar o foco da imagem, com os parafusos macrométrico e micrométrico, e regular o feixe luminoso, se necessário; l. Transferir para a objetiva 40x, ajustar o foco da imagem utilizando somente o parafuso micrométrico, e novamente regular o feixe luminoso, se necessário; m. Analisar a letra de jornal na objetiva de imersão, 100x. neste caso, deslocar a objetiva de 40x até a metade da distância entre esta objetiva e a de 100x. Pingar uma gota de óleo de imersão sobre a lamínula e encaixar a objetiva de 100x. Ajustar delicadamente o foco da imagem utilizando o parafuso micrométrico, e regular o feixe luminoso. 2. Esquematizar a letra, a olho nu e em cada aumento analisado; 3. Ao terminar as observações proceder a retirada do material analisado: a. Desligar a luz do microscópio; b. Transferir para a objetiva de menor aumento; c. Abaixar a platina e retirar a lâmina; d. Limpar a objetiva de imersão com um lenço de papel ou gaze, umedecida com pequena quantidade da solução de álcool e éter; e. Retirar o fio do microscópio da tomada e colocar sobre a mesa. 4. Observar 1. Posição da letra de jornal a olho nu e ao microscópio de luz. 2. Tamanho da imagem da letra de jornais nas diferentes objetivas. 3. Textura do papel nos aumentos sucessivos. Resultados Prof. Dr. Humberto Gabriel Tecido epitelial Objetivos: Conceituar tecido epitelial, considerando as suas características diferenciais em relação aos demais tipos de tecidos animais; Caracterizar tecido epitelial de revestimento, salientando origem embrionária, funções, características morfológicas, localizações e funções; Diferenciar os tecidos epiteliais de revestimento, segundo critérios morfológicos de classificação; Justificar a importância dos elementos de coesão entre as células epiteliais, determinando a estrutura e ocorrência de cada elemento; Justificar a importância do tecido epitelial de revestimento na constituição da pele, que delimita o organismo e o mantêm em contato com o meio externo; Estabelecer relação morfológica e funcional de cílios, estereocílios, microvilosidades e pregas basais nas células epiteliais de revestimento. OBJETIVO DO ESTUDO PRÁTICO Identificar os epitélios, observando-os ao microscópio óptico (MO) e nas fotomicrografias eletrônicas (ME), classificando-os de acordo com os seguintes critérios: número de camadas celulares, forma das células superficiais e especializações de membrana; Representar, através de desenhos esquemáticos, os diferentes tecidos epiteliais de revestimento, vistos ao microscópio óptico. Material por equipe Microscópio de luz, óleo de imersão, solução de álcool:éter (3:1), lâminas com cortes histológicos. Lâmina 51- Corte de pele Palmar- Coloração: H-E. Focalize a preparação em menor aumento, para uma observação geral do corte histológico e depois, em médio aumento, observe o tecido conjuntivo, corado em róseo, subjacente ao epitélio (T.E.R. estratificado pavimentoso queratinizado). Em maior aumento, identifique, no tecido conjuntivo, estruturas arroxeadas, esféricas, ovóides ou alongadas, que correspondem aos núcleos de várias células do tecido conjuntivo. Nesta preparação, os fibrócitos podem ser diagnosticados pelos núcleos fuciformes, com cromatina condensada ( intensamente basófilos). O citoplasma é acidófilo, porém, a sua identificação é dificultada pela abundância de fibras colágenas, que também são acidófilas e se encontram presentes entre as células. Prática 2 Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 57- Corte de esôfago- Coloração: H-E. Focalize o corte, como nas lâminas anteriores. Em menor e médio aumento, observe que o órgão apresenta lume e, no revestimento interno, o epitélio é constituído por várias camadas celulares, cuja forma varia desde prismático, com núcleos alongados nas células da camada basal; poliédrico com núcleos arredondados, nas células das camadas subseqüentes, até que adquire um aspecto pavimentoso, com núcleos alongados e densos, na camada superficial. Identifique, ainda, o tecido conjuntivo adjacente, corado em róseo.Neste epitélio não ocorre a camada de queratina, sendo classificado como: tecido epitelial de revestimento estratificado, pavimentoso, não queratinizado. Compare o epitélio desta lâmina com aquele da lâmina 51. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 62: Corte de jejuno-íleo-Coloração: H-E Inicie seu estudo focalizando o corte em pequeno aumento, para uma visualização panorâmica. Depois passe para o médio aumento, selecione uma área do corte histológico; identifique projeções digitiformes num dos lados do corte (são as vilosidades intestinais). Observe o epitélio de revestimento, camada periférica, basófila, e o tecido conjuntivo subjacente, levemente acidófilo. Verifique, em maior aumento, que as células epiteliais se dispõem em uma camada, são altas, prismáticas (altura maior que largura), com núcleos ovóides ou alongados, próximos da região basal; observe, na porção apical destas células, uma linha mais corada, a borda estriada, que corresponde às microvilosidades, longas e numerosas, presentes nas células absortivas e só individualizadas à microscopia eletrônica. Localize entre estas células prismáticas absortivas, as células caliciformes, cujo núcleo, basal, pode ser confundido com o das células prismáticas. O citoplasma das células caliciformes é dilatado, semelhante a um cálice, e é preenchido por substância que, geralmente, não se coram pela hematoxilina-eosina. Este epitélio é classificado como: tecido epitelial de revestimento simples prismático, com borda estriada e com células caliciformes. Lâmina 73- Corte de traquéia- Coloração: H-E. Focalize o corte como na lâmina anterior e localize o epitélio, camada basófila que reveste o lume (luz) da traquéia e o tecido conjuntivo, região levemente acidófila, adjacente ao epitélio. Observe bem o epitélio e relembre que uma de suas características é a proximidade de suas células e, portanto, de seus núcleos. Em maior aumento, identifique, no epitélio, três tipos de células: células basais, que não atingem a superfície livre do epitélio e cujos núcleos formam fileiras na região basal; células prismáticas, ciliadas, com núcleos em várias posições, aparentando estratificação. Observe ainda células caliciformes, já descritas na lâmina 62. De acordo com tais características, este epitélio é classificado como: tecido epitelial de revestimento prismático, pseudo-estratificado, ciliado e com células caliciformes. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâminas 41, 42 e 43- Cortes de vasos sanguíneos. Coloração: HE. Focalize esta preparação em pequeno aumento e observe que os vasos sanguíneos são estruturas tubulares que aparecem, em corte transversal, como grandes anéis. Em médio aumento, selecione alguns vasos sanguíneos de parede espessa e localize o epitélio que reveste o lume ( cavidade central regular, que ás vezes se apresenta clara na preparação). Passe para o maior aumento e observe que o epitélio é constituído de uma única camada de células pavimentosas, cujos núcleos são alongados e densos e se projetam para o lume. Alguns destes núcleos estão cortados transversalmente, aparecendo, portanto, arredondados. È difícil de identificar o citoplasma em corte transversal. Este epitélio é classificado como: tecido epitelial de revestimento simples pavimentos. Artéria Prof. Dr. Humberto Gabriel Veia Lâmina 77- Corte de bexiga- coloração H-E. Inicie seu estudo, como nas vezes anteriores, e focalize a preparação em menor e depois em médio aumento. Identifique: o epitélio, ligeiramente basófilo, revestimento a cavidade da bexiga e o tecido conjuntivo, acidófilo, adjacente ao epitélio. Observe que este epitélio aparentemente apresenta várias camadas, e seus núcleos estão em várias posições. Suas células mais superficiais apresentam-se arredondadas dependendo do estado funcional do órgão. Este epitélio é classificado como: epitélio de transição. Compare os diversos tipos de epitélio; recorde quais os que apresentam especializações de membrana; reveja a correlação morfológica entre núcleo e citoplasma das células epiteliais. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 54- Corte de lábio- Coloração: azul de toluidina. Focalize o corte em menor e depois em médio aumento. Obeserve, mo tecido conjuntivo, a presença de mastócitos, células grandes, ovóides ou esféricas. Em maior aumento, observe a imagem negativa de seu núcleo (que é central, esférico ou ovóide) e o citoplasma, preenchido por grÂnulos que, por conterem heparina, apresentam metacromasia (capacidade que algumas substâncias possuem, como a heparina, de modificar a cor do corante. Por exemplo: com azul de toluidina, aparecem vermelh-arroxeadas). Porém, a luz fluorescente, utilizada neste laboratório, não permite a transmissão correta do espectro e alguns grânulos metacromáticos aparecem em azul e não em vermelho arroxeado Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO EPITELIAL GLANDULAR Objetivo do estudo teórico Caracterizar o tecido epitelial glandular, considerando presença de ductos, localização e natureza das substâncias sintetizadas pelas células secretoras; Classificar as glândulas exócrinas , de acordo com os seguintes critérios: número de ductos , forma e aspecto histológico dos adenômeros e mecanismo de secreção; Estabelecer as diferenças morfológicas e fisilógicas entre as glândulas endócrinas foliculares e cordonais, exemplificando-as; Justificar a importância do tecido glandular endócrino, analizando sua atuação no controle de secreções à distância; Comparar a organização hitológica entre glândulas exócrinas e endócrinas. OBJETIVO DO ESTUDO PRÁTICO Identificar os epitélios glandulares, observando-os ao microscópio óptico (MO) e nas fotomicrografias eletrônicas (ME), classificando-as de acordo com diversos critérios. Representar, através de desenhos esquemáticos, os diferentes tecidos epiteliais glandulares, vistos ao microscópio óptico. Lâmina 65- Corte de glândula parótica- Coloração H-E. Focalize a preparação em menor aumento e verifique que esta glândula é um órgão constituído de tecido epitelial glandular, com ductos e adenômeros e de tecido conjuntivo envolvendo a glândula e constituindo a sustenção entre os componentes epiteliais. Observe, em médio aumento, que a glândula é composta, ou seja, possui um grande número de ductos, ramificados e de vários calibres, cortados transversal e/ou obliquamente. A maioria dos ductos apresenta uma só camada de células cúbicas, com citoplasma acidófilo e núcleo esférico, basófilo, situando no terço médio da célula. O lume é visível e bem delimitado. Observe que os adenômeros aparecem como estruturas ora arredondadas, ora polimórficas, em decorrência de suas ramificações; suas células apresentam-se piramidais. Em menor aumento, identifique os adenômeros, que quanto a forma, são classificados como acinosos, por serem arredondados, independentemente do plano de corte. Quanto ao aspecto histológico, estes acinos são serosos, suas células são piramidais, com citoplasma bem corado, acidófilo. O núcleo é esférico ou ovóide, situado no terço basal da célula. O lume destes adenômeros não é bem evidenciados. Esta glândula é classificada como: glândula exócrina, composta, acinosa, serosa. Prática 3 Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 66- corte de glândula submandibular-coloração: tricrômico de gamori. Identifique, em menor e médio aumento, os adênomeros, os ductos e o tecido conjuntivo, este corado em verde, entre os elementos epiteliais. Em maior aumento, observe que a glândula é composta, ouseja, os ductos são ramificados, com diâmetro de vários calibres. Suas células sãocuboidais ou cilíndricas, com citoplasma clalro e com nécleo esférico, situado no terço basal das células. O lume é amplo e regular. Quanto a forma dos adenômeros, a glândula é classificada como tubuloacinosa: possui adenômeros em forma acinosa (arredondada), tubulosa (alongada) e tubuluacinosa (túbulos que se continuam com ácinos). Quanto ao aspecto histológico, a glândula apresenta adenômeros serosos e mistos (seromucosos). Os adenômeros serosos possuem células piramidais, acidófilas, com frânulos de secreção bem evidentes, em tom avermelhado, núcleos arredondados e claros, lume pouco visível. Os adômeros mistos são formados por células mucosas, piramidais altas, pouco coradas, com núcleos esféricos, ovóides ou alongados, situado-os no terço basal da célula e por células serosas, dispostas em pequenos grupos, formamando semiluas na porção terminal dos túbulo-ácinos. Esta glândula é classificada como: glândula exócrina composta, tubuloacinosa, mista. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 68- Corte de pâncreas- Coloração hematixilina alúmen crônica de Gomori e floxina. Focalize a preparação em menor e em médio aumento e observe que a glândula, apresenta uma porção exócrina, onde são encontrados ductos ramificados e adenômeros acinosos serosos, além da porção endócrina, representada por pequenos aglomerados de células em cordões, denominados ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langherans), situadas entre os elementos exócrinos. Em maior aumento, identifiquem, nas ilhotas pancreáticas, células acidófilas (vermelhas) e células basófilas (azuis). Por apresentar funções endócrinas, esta glândula recebe a seguinte classificação histológica: glândulas anfícrina ou mista. A parte exócrina é classificada como glândula exócrina composta acinosas serosa e a parte endócrina cordonal. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 79- corte de supra-renal- Coloração H-E. Focalize a preparação em menor e depois em médio aumento e identifique o tecido epitelial glandular, constituído de células epiteliais dispostas em fileiras ou cordões irregulares. Observe que estas células, em sua maioria poliédricas, às vezes representam citoplasma intensamente corado, conforme a região do corte. Observe a proximidade das células, característica de células epiteliais. Observe ainda os núcleos que, geralmente, são arredondados, com cromatina pouco condensada e de posição central nas células. Entre os cordões celulares ocorre tecido conjuntivo, com pequenos vasos sanguíneos (de difícil identificação). Nesta glândula não há ductos e o produto de secreção (hormônio) é lançado diretamente nos vasos sanguíneos. A classificação correta desta glândula é: glândula endócrina cordomal. Lâmina 80- corte de tireóide- Coloração: H-E. Focalize esta preparação em pequeno e depois em médio aumento e observe o tecido epitelial glandular, constituído de vários folículos ou vesículas, com dimensões variadas. O tecido conjuntivo, ricamente vascularizado, é visto entre os elemntos epiteliais. Em maior aumento, identifique as células epiteliais em camada única, formando os folículos; estas células são cuboidais, com núcleo central, arredondado, e delimitam cavidades foliculares contendo colóide, produto de secreção armazenado e corado em rósseo. Entre os folículos tireoideanos observam-se células claras, com núcleos esféricos, as células parafoliculares ou células C. Não é necessário identificá-las. Esta glândula recebe a seguinte classificação: glândula endócrina folicular ou vesicular. Prof. Dr. Humberto Gabriel Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 69, 70- corte de Fígado- Coloração: H-E. O fígado é constituído principalmente de células hepáticas, ou hepatócitos. Em cortes histológicamente preparados, pode-se observar unidades estruturais chamadas lóbulos hepáticos. Em humanos, os lóbulos estão em íntimo contato, o que dificulta a sua observção. Na periferia dos lóbulos, existe uma massa de tecido conjuntivo rico em ductos biliares, vasos biliares, nervos e vasos biliares. Assim, entre cada lóbulo, existe uma área chamada de espaço porta. Em cada um deles existe um ramo da artéria hepática, um ducto (que se liga ao ducto biliar) e um ramo da veia porta. Os ductos biliares são revestidos por um epitélio cubóide, e transporta, até a vesícula biliar, passando pelo ducto hepático, a bile, sintetizada pelos hepatócitos.Os hepatócitos estão dispostos ao redor dos lóbulos hepáticos, formando placas celulares; estas placas possuem capilares, chamados de sinusóides, que se caracterizam pelas suas dilatações irregulares. As células endoteliais desses capilares estão separados dos hepatócitos apenas por uma lâmina basal. Portanto, o sangue passa pelos capilares, e os seus metabólitos atravessam rapidamente as células endoteliais, chegando rapidamente aos hepatócitos, devido ao seu íntimo contato. Esta rápida troca metabólica é importante não somente para a absorção de nutrientes provenientes da dieta, mas também para a secreção de metabólitos sintetizados nos hepatócitos.Os sinusóides possuem macrófagos, denominados Células de Kupfer, encontrados na luz dos capilares. Essas células atuam metabolizando hemáceas velhas, digerindo suas hemoglobinas, secretando imunosubstâncias e destruindo possíveis bactérias que tenham penetrado pelo sistema porta. Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD) Objetivo do estudo teórico Caracterizar o TCPD , sua matriz e células Classificar o TCPD em frou e denso e suas subclassificações. Estabelecer as diferenças morfológicas e fisilógicas entre cada TCPD Justificar a importância do TCPD , analizando sua atuação e funções. Comparar a organização hitológica entre TCPD frouxo e denso. OBJETIVO DO ESTUDO PRÁTICO IdentificarTCPD, observando-os ao microscópio óptico (MO) e nas fotomicrografias eletrônicas (ME), classificando-as de acordo com diversos critérios. Representar, através de desenhos esquemáticos, os diferentes tecidos conjuntivos, vistos ao microscópio óptico. Lâmina 51- Corte de pele- Coloração: H-E. Focalize a preparação em menor aumento, para uma observação geral do corte histológico e depois, em médio aumento, observe o tecido conjuntivo, corado em róseo, subjacente ao epitélio (T.E.R. estratificado pavimentoso queratinizado). Em maior aumento, identifique, respectivamente, o tecido conjuntivo propriamente dito frouxo e o tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado. Prática 4 Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 21- Corte de tendão- Coloração: H-E. Focalize a preparação em menor e depois em médio aumento e observe fibras colágenas espessas dispostas em uma só direção, paralelas uma às outras. Em maior aumento, identifique os núcleos de fibroblastos e fibrócitos, alongados, dispostos em fileiras entre as fibras colágenas. A substância fundamental amorfa é escassa. Pela predominância e disposição regular das fibras colágenas, este tecido é classificado como: tecido conjuntivo denso ordenado. Compare a concentração e disposição morfológica dos elementos celulares e intercelulares dos tecidos conjuntivos frouxo, denso desordenado e denso ordenado. Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADE ESPECIAL ADIPOSO Objetivos do estudo teórico relacionar o tecido diposo ao armazenamento de energia e manutenção térmica caracterizar os tecidos adiposos quanto a origem embrionária e aspectos morfológicos das células. distinguir osdois tipos de tecido adiposo, considerando as diferenças morfológicas, funcionais e de distribuição; descrever o mecanismo de armazenamento de lipídios relacionar o desenvolvimento do tecido unilocular para o adulto. discutir as possibilidades de hiperplasia e hipertrofia. Objetivo do estudo prático distinguir, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, os dois tipos de tecido adiposo, observando: morfologia de cada tipo celular, forma e distribuição de seus núcleos e presença dos elementos citoplasmáticos. representar esquematicamente, através de desenho, os dois tipos de células adiposas, com as suas respectivas características estruturais; Lâmina 19- Corte de tecido adiposo unilocular- Coloração histoquímica: tetróxido de ósmio. Focalize esta preparação em menor, médio e grande aumento. Identifique os adipócitos uniloculares, células volumosas que apresentam, no citoplasma, uma grande gota de lípide, corada em preto pelo tetróxido de ósmio. O núcleo não foi corado. Como algumas células não se “coram” pelo tetróxido de ósmio, observa-se então a imagem negativa da gota lipídica (única), ocupando quase todo o citoplasma, empurrando o núcleo para a periferia. Prática 5 Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 18- Corte de tecido adiposo multilocular- Coloração: H-E. Focalize a preparação em menor, médio e grande aumento e identifique: adiposos multiloculares, células poliédricas, cujo citoplasma apresenta vários vacúolos, correspondendo àimagem negativa das várias gotículas de lípides. O núcleo é esférico e central ou ligeiramente excêntrico. Observe, ainda, os adipócitos uniloculares presentes nesta preparação. Compare os dois tipos de adipócitos Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADE ESPECIAL CARTILAGINOSO Objetivos do estudo teórico Justificar a importância do tecido cartilaginoso como um dos responsáveis pela sustentação do organismo e ´proteção de órgãos vitais; Caracterizar o tecido cartilaginoso, destacando: origem embrionária. Organização estrutural dos componentes intercelulares, morfologia e funções das células constituintes; Descrever a importância morfológica do pericôndrio, sua relação funcional com o tecido cartilaginoso; Determinar as diferenças morfológicas e funcionais entre os tipos de cartilagens Descrever os aspectos histofisiológicos envolvidos na osteogênese. Objetivos do estudo prático Identificar, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, as células e componentes intercelulares do tecido cartilaginoso; Reproduzir, através de desenhos esquemáticos. A morfologia e localização das células do tecido cartilaginoso; Reconhecer, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, as diferenças histológicas entre a cartilagem hialina, fibrosa e elástica. . Lâmina 22- Corte de traquéia- Cartilagem hialina- Coloração: H- E. Focalize a preparação em menor aumento para ter uma visão panorâmica do corte histológico; depois, em médio aumento, focalize epitélio de revestimento e tecido conjuntivo denso desordenado. Identifique, mais internamente, a cartilagem de hialina, intensamente basófila. Em maior aumento, observe: pericôndrio, tecido conjuntivo denso ordenado, que reveste a cartilagem; condroblastos, células alongadas, com citoplasma pouco corado, núcleo com cromatina pouco condensada, localizados na periferia da cartilage, junto ao pericôndrio; matriz cartilaginosa, material intercelular basófilo (rico em ácido hialurônico e proteoglicanas) e homogêneo (fibrilas e fibras colágenas finas, com índice de refração igual ao dasubstância amorfa); condrócitos, células arredondadas, observadas isoladas ou em ninhos de até 8 células (grupos isógenos), situados em lacunas (espaços claros) na matriz cartilaginosa. O material intercelular próximo aos condrócitos Prática 6 Prof. Dr. Humberto Gabriel tem menos fibrilas colágenas, é mais basófilo e é denominado matriz territorial ou capsular. A região mais afastada dos condrócitos é denominada matriz interterritórial. Lâmina 23- Corte de epiglote- Cartilagem elástica- Coloração: Verhoeff Corte de epiglote evidenciando a porção central da peça, composta por cartilagem elástica contendo a matriz cartilaginosa bem corada, pela técnica de Weigert, na cor púrpura, devido a riqueza de glicoproteínas e fibras de elastina presentes na matriz deste tipo de cartilagem. Na matriz se identificam condrócitos iseridos em lacunas Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina Cartilagem fibrosa - Corte discos intervertebrais. Coloração: H.E. A cartilagem fibrosa, também denominada fibrocartilagem, é formada por condrócitos dispostos em fila entre fibras colágenas bastante espessas.Pode-se imaginar muito bem que este tipo de cartilagem, reunindo fibras colágenas e componentes da matriz extracelular cartilaginosa, tenha uma grande capacidade de resistência à pressão mecânica, torção e tensão. É, portanto, uma estrutura bastante forte, o que explica a sua localização em locais muito sujeitos a forças físicas: discos intervertebrais, sínfise pubiana, inserção de tendões em ossos, na articulação têmporo-mandibular e na articulação coxo-femural. Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADE ESPECIAL ÓSSEO Objetivos do estudo teórico Justificar a importância do tecido ósseo como um dos tecidos responsáveis pela sustentação do organismo e ´proteção de órgãos vitais; Caracterizar o tecido ósseo, destacando: origem embrionária. Organização estrutural dos componentes intercelulares, morfologia e funções das células constituintes; Descrever a importância morfológica do periósteo, sua relação funcional com o tecido ósseo; Determinar as diferenças morfológicas e funcionais entre tecido ósseo primário e secundário, esponjoso e compacto; Descrever os aspectos histofisiológicos envolvidos na osteogênese: ossificação intramembranosa e ossificação endocondral; Justificar a importância dos fatores nutricionais, hormonais e da reserva de cálcio durante o crescimento e na manutenção da integridade do tecido ósseo. Objetivos do estudo prático Identificar, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, as células e componentes intercelulares do tecido ósseo, bem como a sua disposição no tecido ósseo primário e secundário; Reproduzir, através de desenhos esquemáticos. A morfologia e localização das células do tecido ósseo; Reconhecer, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, as diferenças histológicas entre os ossos esponjosos e compactos; Distinguir, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, a organização dos sistemas haversianos, intermediário e circunferenciais externo e interno, no osso compacto. Diferenciar, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, os processos de osteogênese nos ossos chatos e na diáfise, epífase e disco epifisátio dos ossos longos. Lâmina 25- Corte de osso lamelar- Preparação: descalcificação, seguida de coloração em H-E. Focalize o corte em menor e depois em médio aumento e observe: periósteo, bainha de tecido conjuntivo denso ordenado, que recobre externamente a peça óssea; internamente, identifique traves ou trabéculas ósseas, acidófilas, circundadas pelo endósteo; endósteo, bainha de tecido conjuntivo frouxo, contendo células ósseas: osteoblastos em repouso, osteoblastos ativos, células osteogênicas; espaços medulares, espaços entre as trabéculas, ocupados por tecido mesenquimal ou por tecido mielóide. Em maior aumento, localize, nas trabéculas ósseas, a matriz orgânica acidófila, ricas em fibras colágenas. Os osteoblastos em repouso, células do endósteo, tem aparênciaachatada, Prática 7 Prof. Dr. Humberto Gabriel citoplasma pouco evidente, comnúcleo denso e alongado, justapostas à supefície ósseas em formação; osteoblastos, células gigantes, multinucleadas, acidófilas, que se localizam sobre superfícies ósseas em reabsorção; osteócitos, células de forma elíptica, envolvidas pela matriz, cujo corpo ocupa as lacunas e os prolongamentos ocupam os canalículos ósseos. Observe que os osteócitos, grandes e muito numerosos, apresentam disposição irregular; também as fibras colágenas da matriz óssea se dispõem irregularmente, caracterizando este tecido como tecido ósseo primário ou imaturo.No tecido ósseo secundário ou maduro, os osteócitos, menos numerosos, apresentam-se dispostos regularmente entre as fibras colágenas, organizadas em lamelas, e a matriz apresenta-se mais mineralizada. No corte histológico desta lâmina, o tecido ósseo, por estra em processo de amadurecimento, não apresenta, às vezes, as caractrísticas do tecido ósseo secundário típico. Lâmina 26- Corte de osso compacto lamelar . Preparação: descalcificação, seguida de tratamento pela técnica de Schmorl. Focalize a preparação em menor aumento e observe o corte transversal da diáfise em um osso longo. Nesta preparação, as células e o períosteo não foram preservados. Em médio e maior aumento, identifique: matriz orgânica corada em pardo; lacunas, espaços corados em preto, ocupados pelos osteócitos (não preservados nesta preparação); canaliculos: contêm os prolongamentos dos osteócitos e se apresentam como pequenos traços que se irradiam de cada lacuna e se anastomosam entre si, atravessando as lamelas ósseas; lamelas ósseas, camadas paralelas de fibras colágenas da matriz óssea, entremeadas por fileiras de lacunas; canais de Havers, espaços longos, cilíndricos, paralelos ao maior eixo da díafise, revestidos por endósteo, contendo vasos sanguíneos e nervos. É envolto por lamelas ósseas concêntricas e por fileiras de lacunas, formando o sistema Havers. Canais de Volkmann, canais transversais ou oblíquos, através dos quais os canais de Havers se comunicam uns com os outros, ou com o canal medular e/ou com a superfície externa. As lamelas ósseas, justapostas, formam, no osso compacto, os seguintes sistemas: sistema circunferencial interno=lamelas ósseas concêntricas em torno do canal medular; sistema de Havers ou osteônico=conjunto formado pelas lamelas concêntricas e por fileiras de lacunas em torno do canal de Havers; sistema intermediário=fragmentos de osteônios parcialmente reabsorvidos, situados entre os sistemas de Havers; sistema circunferencil externo=lamelas ósseas concêntricas, próximas à superfície externa da diáfise, internamente ao periósteo. Compare o tecido ósseo presente nos corte histológicos das lâminas 25 e 26. Reveja a distribuição de lacunas e a proporcionalidade das mesmas em relação à matriz. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina - Corte de osso não-lamelar Este tipo está presente na figura superior, que é de uma pequena trave óssea. Repare que os osteócitos parecem estar "desarrumados", sem nenhum padrão de organização. Esta é a característica principal deste tipo de tecido ósseo. Além disso, a matriz óssea é heterogênea e aparece manchada com estrias basófilas delgadas. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina – Disco epifisário Disco epifisário ou cartilagem de crescimento é, portanto, a estrutura responsável pelo crescimento longitudinal de ossos longos. A partir desta página serão apresentados os pormenores de sua estrutura e o mecanismo de crescimento. Na figura ao lado, a epífise está em cima e a diáfise embaixo. O disco epifisário é formado por cinco regiões ou zonas. Apesar de serem vistas nos cortes como faixas, as zonas têm forma de disco. Elas se continuam uma com a outra e seus limites não são muito bem definidos. As quatro primeiras zonas são formadas somente de tecido cartilaginoso e a última zona é onde ocorre produção de tecido ósseo (ossificação). Coloque o cursor sobre a imagem e observe com cuidado cada uma daszonas do disco epifisário: 1 - Zona de cartilagem em repouso. Esta região é adjacente ao osso epifisário que constitui a epífise. Este pode ser reconhecido pela presença de osteócitos em uma matriz acidófila. Por outro lado, a cartilagem em repouso tem um aspecto típico de uma cartilagem hialina com matriz basófila (azulada) semelhante à encontrada em outras partes do corpo. 2 - Zona de cartilagem seriada. Os condrócitos se dividem por mitose e se organizam em fileiras, como pilhas de moedas. 3 - Zona de cartilagem hipertrófica. As células cartilaginosas gradativamente aumentam de volume tornando-se hipertrofiadas. 4 - Zona de cartilagem calcificada. Há deposição de cálcio na matriz extracelular que envolve os condrócitos hipertrofiados. 5 - Zona de ossificação. Osteoblastos originados do mesênquima iniciam o processo de ossificação. Prof. Dr. Humberto Gabriel TECIDO MUSCULAR Objetivos do estudo teórico relacionar o tecido muscular aos movimentos corporais; caracterizar os tecidos musculares quanto a origem embrionária e aspectos morfológicos dos três tipos de fibras musculares: estriada esquelética, estriada cardíaca e muscular lisa; descrever a composição química e a organização estrutural dos filamentos contráteis das fibras musculares estriadas esqueléticas; citar os envoltórios conjuntivos do músculo estriado esquelético; distinguir os três tipos de tecido muscular, considerando as diferenças morfológicas, funcionais e de distribuição; descrever o mecanismo de contração do tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco e tecido muscular liso; diferenciar as três variedades de fibras musculares estriadas esqueléticas sob o ponto de vista morfológico, fisiológico e de gasto energético; relacionar o desenvolvimento e a atividade muscular a ação trófica exercida pelo sistema nervoso; discutir as possibilidades de regeneração dos três tipos de fibras musculares e as suas implicações funcionais. Objetivo do estudo prático distinguir, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, os três tipos de tecido muscular, observando: morfologia de cada tipo celular, forma e distribuição de seus núcleos e presença dos elementos citoplasmáticos envolvidos no mecanismo de contração; identificar, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, os discos intercalares do tecido muscular estriado cardíaco; representar esquematicamente, através de desenho, os três tipos de fibras musculares, com as suas respectivas características estruturais; identificar, ao MO e nas fotomicrografias eletrônicas, os envoltórios de tecido conjuntivo do músculo. Prática 8 Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 31- Corte de músculo estriado esquelético. Coloração: H-E. Focalize , em menor aumento, o músculo estriado esquelético, cortado longitudinalmente, e observe suas fibras (células), cilindrícas, multinucleadas, apresentando estriação transversal. Em médio e maior aumento, identifique, nas fibras musculares estriadas esqueléticas: núcleos, numerosos e ovóidesm, situados logo abaixo do sarcolema (membrana plasmática); citoplasma, corado em róseo, apresentando estriação longitudinal delicada, devido a disposição paralela das miofibrilas. Estas são estuturas cilíndricas, que apresentam estriação transversal em consequência da disposição dos miofilamentos que constituem os sarcômeros. Identifique, ainda, os envoltórios de tecido conjuntivo: epimísio, tecido conjuntivo denso, que envolve todo o músculo; perimísio, tecido conjuntivo frouxo que envolve feixes de fibras musculares estriadas esqueléticas; endomísio,tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra muscular estriada esquelética. Como o endomísio é rico em fibras reticulares e substâncias fundamental amorfa, que não se coram bem em HE, este envoltório mostra-se em imagem negativa, envolvendo as fibras. Focalize, ainda, o músculo em corte transversal e identifique as fibras musculares estriadas esqueléticas, com seus núcleos periféricos e citoplasma pontilhado, correspondente as miofibrilas; endomísio, perimísio e epimísio (cujas características já foram descritas). Lâmina 32- Corte de coração- Coloração: H-E. Focalize a preparação em menor aumento e observe que o corte histológico tem uma das bordas mais ou menos convexa, que é a parte mais externa do coração (epicárdio). A sua camada média e mais espessa (miocárdio) é constituída de tecido muscular estriado cardíaco e a camada interna (endócardio) apresenta constituída de tecido epitelial de revestimento simples pavimentoso e tecido conjuntivo frouxo subjacente. Em médio e maior aumento, identifique as fibras musculares estriadas cardíacas comuns, cortadas longitudinalmente, e observe que são alongadas, ramificadas, constituídas por células musculares que se unem em suas extremidades, formando as estrias escalariformes ou discos intercalares (linhas verticais qubradas, coradas em tom arroxeado). Nesta células, observe o citoplasma acidófilo, com estriação transversal e 1 ou 2 núcleos, geralmente centrais.As fibras de Purkinje, pertencentes ao sistema de condução do impulso cardíaco, estão localizadas no tecido conjuntivo subendocárdiaco, e são constituídas por células menores, que apresentam menor quantidade de miofibrilas dispostas perifericamente e sarcoplasma abundamente. Prof. Dr. Humberto Gabriel A área central clara circunjacente ao núcleo, observada nestas células, corresponde ao acúmulo de glicogênio, que existe em maior quantidade e se dissolve durante a preparação histológica, deixando uma aparência vazia nas fibras (imagem negativa). Lâmina 30- Corte de músculo liso- Coloração: H-E. Focalize o corte em menor aumento e observe que há fibras musculares lisas cortadas longitudinal, transversal e obliquamente. Identifique, em médio e maior aumento, o músculo cortado longitudinalmente e observe: fibra muscular lisa, célula alongada, geralmente fusiforme, com citoplasma acidófilo e homogêneo. O núcleo é único, vesiculoso, central ou ligeiramente excêntrico, com extremidades rombas e nucleólos evidentes; tecido conjuntivo frouxo, que aparece em imagem negativa, envolvendo os fascículos de fibras musculares lisas. Em corte transversal, observe que as fibras musculares lisas possuem núcleo arredondado, central, embora a maioria dos cortes não passe pelo núcleo. Nestes casos o citoplasma aparece homogeneamente acidófilo Prof. Dr. Humberto Gabriel Tecido Neural O sistema nervoso é dividido em duas partes principais: 1) o sistema nervoso central (SNC) que compreende o encéfalo e a medula espinhal e, 2) o sistema nervoso periférico (SNP) formado por nervos, que ligam o SNP a outros tecidos, e por gânglios que são agregados de células nervosas (neurônios) localizados fora do SNC. No SNC, os corpos celulares dos neurônios têm tendência a agregarem-se. Este fato, confere a determinadas regiões do encéfalo e medula uma cor acinzentada, quando vistos macroscopicamente a olho nu. Estas regiões são denominadas substância cinzenta. Além dos corpos celulares a substância cinzenta contém os dendritos e as células neurogliais que se associam a estas estruturas. A substância branca, por sua vez, constitui as regiões do SNC destituídas de corpos celulares dos neurônios contendo apenas os seus axônios e células da glia. Estas regiões apresentam uma coloração branca, vistas macroscopicamente. A integração e análise das informações recebidas ou enviadas a partir dos meios externo e interno do organismo são efetuadas pelo SNC. A recepção do estímulo enviado, assim como a transmissão da resposta para o órgão efetor são funções do SNP. Convém ressaltar, entretanto, que estes dois sistemas são perfeitamente integrados, não havendo uma separação física entre eles. Lâmina 33- Corte de medula espinhal- Coloração: Tricõmico Gomori A medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro. Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo). Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Prática 9 Prof. Dr. Humberto Gabriel Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura. Lâmina 33- Corte de medula espinhal- Substãncia cinzenta- Coloração: Tricõmico Gomori Substância cinzenta é um importante componente do sistema nervoso central, consistindo de corpos de células nervosas, células da glia (astroglia e oligodendrócitos), capilares, axônios e dendritos. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 33- Corte de medula espinhal- Substãncia branca- Coloração: Tricõmico Gomori A substância branca é um dos dois principais componentes sólidos do sistema nervoso central. Localiza-se nessa região Fibra mielínica , Mielina e Axônios. Lâmina 33- Meninges- Coloração: Tricõmico Gomori São três revestimentos meníngeos concêntricos. Membranas de tecido conjuntivo fibroso. Tipos: Dura-máter Aracnóide, Pia-máter. Espaços entre as meninges: Epidural (extra-dural) Entre a duramáter e o periósteo do canal central vertebral contém gorduras e vasos sanguíneos. Sub-dural. Entre a dura máter e aracnóide (pouco líquido). Subaracnóideo: Entre a aracnóide e a pia- máter (contém líquido cérebro-espinhal - Líquor); mais importante - explorado clinicamente na região lombar (punções, medida de pressão, anestesias raquidianas, mielografias). Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 36- Corte de nervo- Transversal - Coloração: Gomori As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é envolvidopor uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal. Quando partem do encéfalo, são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam raquidianos. Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser: - sensitivos ou aferentes: quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores até o sistema nervoso central; - motores ou eferentes: quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores; - mistos: quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. São os mais comuns no organismo. Lâmina 36- Corte de nervo- Longitudinal - Coloração: Gomori Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 33- Corte de gãnglio espinhal- Coloração: Tricõmico Gomori Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos celulares de neurônios encontrado fora do sistema nervoso central (dentro do sistema nervoso central, estes aglomerados são conhecidos como núcleos. Lâmina 38 e 39 – Células Gliais.- Astrócitos e micróglia- Coloração Golgi-lavínia e Del Rio Hortega respectivamente. As células da glia, geralmente chamadas neuróglia, nevróglia ou simplesmente glia (grego para "cola"), são células não neuronais do sistema nervoso central que proporcionam suporte e nutrição aos neurónios. Geralmente arredondadas, no cérebro humano as células da glia são cerca de 10 vezes mais numerosas que os neurônios. Ao contrário do neurônio, que é amitótico, nas células gliais ocorre a mitose. Há a micróglia: Micróglia consiste em macrófagos especializados, capazes de fagocitar, que protegem os neurônios. Já a macróglia, derivados do tubo neural (neuroectoderme) , é compostos por astrócitos, oligodendrócitos, células de Schwan e ependimárias. Prof. Dr. Humberto Gabriel Lâmina 36- Corte de Cerebelo- Coloração: H.E. O córtex cerebelar de mamíferos, incluindo humanos, possui uma citoarquitetura caracterizada por três camadas: a camada molecular, a camada das células de Purkinje e a camada granular. O cerebelo é alvo de muitos estudos devido à regularidade de seus neurônios, sua organização e seus circuitos. A camada molecular contém células estreladas localizadas superficialmente e dendritos de células de Purkinje. A camada de células de Purkinje contém células em forma de cesto, chamadas de células piriformes do cerebelo ou células de Purkinje, que ocorrem exclusivamente no cerebelo. As células de Purkinje são os elementos dominantes no processamento da informação cerebelar e são os únicos neurônios que enviam seus axônios para fora do córtex cerebelar e utilizam o GABA como neurotransmissor. A camada granular contém pequenas células granulares e glomérulos em ratos adultos. Os neurônios granulares correspondem a aproximadamente 95% das células do cerebelo maduro. Lâmina 34- Corte de Cérebro- Coloração: H.E. O córtex cerebral (telencéfalo) é o responsável pelos processos psicológicos superiores tais a percepção, a representação, o raciocínio abstrato, a linguagem, a tomada de decisão, o planejamento e a execução de ações voluntárias. O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais. Separados incompletamente pela fissura longitudinal do cérebro; o seu assoalho é formado pelo corpo caloso. Principal meio de comunicação entre os hemisférios. Apresenta os ventrículos laterais que confluem para um 3° ventrículo pelos forames interventriculados. Os sulcos e giros permitiram um aumento na superfície cortical, acomodando um número maior de neurônios e consequente complexidade maior do processamento nervoso. O córtex cerebral está organizado em 6 camadas, numeradas da superfície externa (pia-máter) para o centro branco medular: Camada I: chamada camada molecular (acelular) Camada II: camada externa chamada de células granulares (esféricas ou estelares); Camada III: camada externa chamada de células piramidais; Camada IV: camada interna de células granulares; Camada V: camada interna de células piramidais; Camada VI: camada polimórfica ou multiforme Prof. Dr. Humberto Gabriel Prof. Dr. Humberto Gabriel Referências Bibliografia Básica JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 558p. GARTNER, Leslie P.; HIATT, James L. Tratado de histologia: em cores. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 456p. DI FIORE, Mariano S. H. Atlas de Histologia. Tradução de Bruno Alípio LOBO. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 229p. Bibliografia Complementar CARLSON, Bruce M. Embriologia Humana e Biologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Revinter, 1996. 408p. LOPES, Sônia Godoy Bueno de Carvalho. Bio: volume 1: introdução à biologia e origem da vida: citologia: reprodução e embriologia: histologia. São Paulo: Saraiva, 2005. 430p. KÜHNEL, Wolfgang. Citologia, histologia e anatomia microscópica: Texto e atlas. Tradução de Paulo OLIVEIRA. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 535p. WELSCH, Ulrich. Sobotta histologia: atlas colorido de citologia, histologia e anatomia microscópica humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 258p. Sites da internet Histologia:Texto, atlas e roteiro de aulas práticas,, Disponível em: < http://www.ufrgs.br/livrodehisto >. Acesso em: 12 feb.. 2018. Atlas de histologia médica, Disponível em: < http://antares.ucpel.tche.br/atlas/>. Acesso em: 12 feb.. 2018. Atlas de histologia, Disponível em: < http://www.icb.ufg.br/histologia/incapa.htm>. Acesso em: 12 feb.. 2018. Atlas eletrônico de histologia, Disponível em: < http://www.danielbranco.com.br/atlasi/atlas.html>. Acesso em: 12 feb.. 2018.
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