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Casos Concretos Direito Processual Civil IV 1 ao 16 (2)

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Casos Concretos Direito Processual Civil IV 1 ao 16
Caso Concreto 1 (Processo de Execução. Disposições Gerais para o Cumprimento da Sentença ou para a Execução por Título)
1ª Questão: Ao iniciar o cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o credor pretende que seja penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado em R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais), para pagamento de uma dívida de apenas R$ 10.000,00 (dez mil Reais). O devedor, por meio do seu patrono, peticiona ao juízo informando que possui um veículo automotor avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil Reais), valor que é mais compatível com o do débito, requerendo a substituição do bem penhorado em atenção ao princípio do menor sacrifício ao executado. Indaga-se: deve ser deferido o pleito do executado? 
R: Sim, de acordo com o art. 805 do NCPC consagra o princípio da execução menos onerosa ao executado: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”. A opção pelo meio menos gravoso pressupõe que os diversos meios considerados sejam igualmente eficazes. Assim, havendo vários meios executivos aptos à tutela adequada e efetiva do direito de crédito, escolhe-se a via menos onerosa ao executado. Portanto o pleito deve ser deferido.
Caso Concreto 2 (Partes. Responsabilidade Patrimonial. Fraude a Credores e Fraude a Execução)
1ª Questão: No curso de uma ação de indenização e antes da sentença de 1o grau, o réu vendeu seus dois únicos imóveis por R$ 100.000,00 (cem mil reais), os quais constituíam a totalidade de seu patrimônio. Julgado procedente o pedido, com sentença transitada em julgado, o autor pretende receber o valor da indenização fixado pelo Juiz, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil reais). Considerando o enunciado acima, distinga os institutos da fraude à execução e da fraude contra credores, e, num segundo momento, indique os caminhos processuais adequados para que o exequente, na prática, possa receber seu crédito. 
R: A SUM 375/STJ dispõe que o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado, o que não é o caso, pois ainda não havia a sentença e consequentemente o devedor não havia sido citado para a execução.
No caso, ocorreu a fraude contra credores conforme o art. 790, inciso VI, do NCPC. O reconhecimento da fraude contra credores, com a consequente anulação da alienação ou gravação do bem, demanda ação própria, de ampla dilação probatória insuscetível, portanto, de ser alegada exclusivamente no processo de execução ou na fase do cumprimento da sentença. A necessidade de ação própria para o reconhecimento da fraude contra credores o caput do art. 799, inciso IX, do NCPA, sugere que o credor, para realmente precaver-se contra a fraude, teria de proceder a duas averbações sucessivas. Uma da propositura da execução (art. 799, IX), outra, ato contínuo à propositura, de que a execução foi admitida pelo juiz (art. 828, caput)
Caso Concreto 3 (Competência. Título Executivo Judicial ou Extrajudicial. Liquidação de Sentença.)
1ª Questão: Adalberto ajuizou uma ação em face da Seguradora Porto Bello pleiteando o recebimento do seguro de vida realizado pelo seu tio Marcondes. Alega na inicial que a seguradora, de forma injustificada, se negou a pagar a indenização sob o argumento de que o segurado agiu de má-fé ao não informar que realizara uma cirurgia de coração 10 anos antes da assinatura do contrato. Após a instrução o juiz julgou procedente o pedido para condenar a Seguradora a pagar a respectiva indenização em valor a ser apurado em fase de liquidação. Diante do caso concreto indaga-se: 
a) Qual é a modalidade de liquidação de sentença mais adequada ao caso concreto? É possível modificar a sentença em fase de liquidação? 
R: Não, em tese caberia arbitramento para que em tese um terceiro expert no assunto indicasse o valor indenizatório, contudo, em havendo necessidade de novas provas, caberia liquidação pelo procedimento comum, com a produção de provas supervenientes a sentença. Não, a única maneira de se ver isso é pelo artigo 966 do CPC. 
b) Como deverão proceder as partes caso discordem do valor apurado na liquidação? 
R: Se as partes não concordarem com o valor fixado na sentença de liquidação cumprirá a elas ingressar com agravo de instrumento, artigo 1015, PU, CPC. 
Caso Concreto 4 (Cumprimento de Sentença por Quantia Certa contra Devedor Solvente Fundada em Título Executivo Judicial)
1ª Questão: Juca Cipó ingressa em juízo com ação de cobrança em desfavor de Sinhozinho Malta, que, citado pelo correio, quedou-se inerte, vindo, em consequência, o pedido autoral a ser julgado procedente, com a condenação do réu ao pagamento de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Iniciado por Juca Cipó o cumprimento de sentença, após a segurança do juízo, Sinhozinho Malta oferece impugnação, na qual alega a nulidade de sua citação na fase cognitiva. O juiz, então, acata a impugnação de Sinhozinho Malta. Qual seria o recurso cabível contra esta decisão judicial? 
R: Caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias na liquidação, no cumprimento de sentença, na execução e no inventário são atacadas via agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, parágrafo único, do NCPC.
Caso Concreto 5 (Execução por Quantia Certa contra Devedor Solvente fundada em Título Executivo Extrajudicial. Embargo de Devedor)
1ª Questão: Repelidos Embargos de Devedor com fundamento em sua intempestividade, apresenta o Executado petição avulsa, intitulando- a como Objeção de Não Executividade (também conhecida como Exceção de Pré-executividade), denunciando a nulidade do título. Deve tal pleito, inobstante a rejeição dos Embargos, ser admitido ao exame do órgão judicial? Se admissível a referida peça, teria a apresentação da mesma efeito suspensivo? 
R: Com base no art. 914, § 1°, do NCPC, o executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Conforme o art. 919, do NCPC, os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
Caso Concreto 6 (Etapa comum ao Cumprimento de Sentença / Execução por Quantia Certa contra Devedor Solvente I: Penhora)
1ª Questão: Determinado credor instaurou processo de execução, lastreado em título executivo extrajudicial, em face de um incapaz, que se encontra regularmente representado nos autos. A penhora recaiu sobre um determinado bem e não foram oferecidos embargos à execução. Como o exequente não manifestou interesse na adjudicação, o magistrado determinou a expropriação por alienação em leilão judicial. No segundo leilão, o bem constricto recebeu um lance equivalente a 75% do valor da avaliação, o que gerou a assinatura no auto de arrematação. Imediatamente, o executado peticionou ao juízo, postulando o reconhecimento da ineficácia da arrematação, uma vez que o bem foi expropriado por preço vil. Já o credor, por sua vez, ponderou que, de acordo com o art. 891, parágrafo único, do C PC, a arrematação teria sido perfeitamente válida. Indaga-se: como deve decidir o magistrado? 
R: Deve o magistrado decidir na forma do art. 896, do CPC, que dispõe sobre imóvel de incapaz que não alcança pelo menos 80% da avaliação, onde o juiz confiará o bem à guarda e administração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1 ano. Portanto, a arrematação não foi válida. 
Caso Concreto 7 (Do Processamento da Recuperação Judicial. Do Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Da Convolação da Recuperação Judicial em Falência)
1ª Questão: Após a vigência do CPC, Rodolfo promove execução em face de Matheus e Lucas, objetivando o recebimento de determinada quantia. A citação de ambos foi realizada regularmente e não foram localizados bens passíveis de penhora. Diantedesta situação, o magistrado suspendeu o processo pelo prazo de um ano. Findo este período e, também tendo sido ultrapassado o prazo prescricional da obrigação, os executados peticionam ao juízo requerendo o desarquivamento do processo e a pronúncia da prescrição intercorrente. Devidamente intimado, o exequente se posiciona em sentido contrário, ao argumento de que esta suspensão deveria permanecer sine die, ou seja, indefinidamente, até que sejam localizados bens passíveis de constrição judicial. Como deverá se posicionar o magistrado quanto ao tema? 
R: Quando o executado não possuir bens penhoráveis, suspende-se a execução na forma do art. 921, III, do CPC, pelo prazo de 1 (um) ano conforme o art. 921, § 1°, do CPC. Passado 1 ano, e não for encontrado bens penhoráveis de acordo com art.921, § 2°, do CPC , o juiz ordenará o arquivamento dos autos, que serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo for encontrado bens penhoráveis como versa o art.921,§ 3°, do CPC. Passado 1 (um) ano sem a manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente na forma do art. 921,§4°, do CPC que é,aquela que se opera mesmo na fluência do procedimento jurisdicional, nos casos de inércia do titular do direito nos termos dos artigos 921, §4º, combinado com art. 924, V, ambos do CPC. Trata-se de uma sentença com resolução de mérito de acordo com o art.487,I, do CPC.
Caso Concreto 8 (Cumprimento de Sentença por Obrigação de Fazer, Não Fazer ou para Entrega de Coisa. Meios Executivos)
1ª Questão: Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para compelir o devedor a cumprir obrigação de entrega de coisa, o que não ocorreu no prazo estabelecido. Levando em consideração que o valor acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) e que o conteúdo econômico discutido no processo é de no máximo R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a redução do valor retroativamente. Ocorre que a exequente, por seu turno, sustenta que este montante de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) já integra o seu patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado percebe, na ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento inconclusivo quanto ao tema astreintes. Em determinada norma, por exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou mesmo excluir o valor das multas, mas apenas para aquelas vince ndas (art. 537, par. 1º), o que contraria entendimento jurisprudencial. Por outro lado, em outro momento, deixa o tema um tanto vago (art. 806, par. 1º), nada dispondo se a revisão do valor pode ser realizada em caráter retroativo. Indaga-se: Como decidir? O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc? E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa funcionar como fator coercitivo? 
1) Como decidir? R: Trata-se de questão controvertida. 
Existem duas correntes; 1ª Corrente: O Valor da multa pode ser reduzido, mas a eficácia dessa decisão será ex nunc, pois o valor acumulado já integra o patrimônio do credor da prestação. 2ª Corrente: Entende que a decisão pode ter caráter retroativo, ex tunc, pois se assim decidiu é porque o juiz percebeu que este mecanismo executivo estava sendo ineficiente para atingir os seus fins. Para resolver a questão dos valores que vão se acumulando em razão da multa diária ou semanal poderia o juiz fixar Astreintes de incidência única o que não resultaria obrigatoriamente em valor menor, pelo contrário, poderia ser ainda mais expressivo. 
2) O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc? R: NÃO. Conforme considera a 1ª corrente.
3) E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa funcionar como fator coercitivo? R: SIM. Com o descumprimento, os autos iriam conclusos ao magistrado que poderia mudar o meio executivo ou insistir no mesmo, mas agora estabelecendo um valor ainda maior.
Caso Concreto 9 (Execução de Título Executivo Extrajudicial por Obrigação de Fazer, Não Fazer ou para Entrega de Coisa) 
1ª Questão. Maurício promove execução por título extrajudicial em face da Fazenda Pública, para cumprimento de obrigação de fazer, observando o disposto entre o art. 815 e art. 821 do CPC. Esta, ao ser citada, aduz em sua defesa que há error in procedendo, eis que tem a prerrogativa de ser executada por modelo próprio estatuído no art. 910 do NCPC. A quem assiste razão? 
R: Assiste razão a Maurício. O procedimento previsto no art.910 do NCPC refere -se apenas para obrigações de pagar, eis que a Fazenda Pública possui bens impenhoráveis e deve realizar o cumprimento por uma sistemática própria (precatório ou requisição de pequeno valor). Para obrigação de fazer, não fazer ou mesmo para entrega de coisa a Fazenda Pública deverá ser executada nos mesmos moldes das regras estatuídas para a execução entre particulares.
Caso Concreto 10 (Execução contra a Fazenda Pública por Obrigação de Pagar, fundada em Título Executivo Judicial ou Extrajudicial)
1ª Questão: Geisa, servidora pública estadual, promove demanda em face da Fazenda Pública que se encontra vinculada, pleiteando o pagamento de determinada importância em dinheiro, que lhe foi indevidamente descontada em sua remuneração. A demanda se processa regularmente, tendo sido proferida sentença favorável condenando a ré ao pagamento. Na etapa de cumprimento e, diante da demora na executada em liquidar a sua obrigação sujeita a pagamento por meio de precatório, a exequente peticiona ao juízo requerendo que seja aplicada a multa de 10%, prevista no art. 523, parágrafo 1º, do CPC. 
Este pleito deve ser deferido? R: O pleito deverá ser NEGADO. NÃO cabe a multa de 10% contra a Fazenda Pública, conforme art. 534, § 2º do CPC. Por este motivo, o pagamento deve ser realizado apenas por precatório ou por RPV (requisição de pequeno valor), dependendo dos valores envolvidos. Por este motivo, ainda que a Fazenda Pública queira liquidar a obrigação, ela está impedida por ter que obrigatoriamente observar este procedimento. Por este motivo, aliás, é que o CPC expressamente proibiu a aplicação desta multa de 10% nos casos em que a Fazenda Pública estiver sendo executada.
Caso Concreto 11 (Execução de Alimentos, fundada em Título Executivo Judicial ou Extrajudicial. Procedimentos) 
1ª Questão: O CPC prevê que, na execução por título extrajudicial por dívida alimentar, é possível oficiar o empregador do executado para que o mesmo efetue o desconto em folha de pagamento, o que coincide com o modelo do CPC-73. Contudo, o mesmo inova ao prever que o descumprimento pelo empregador gera a prática de crime de desobediência (art. 912, par. 1º). Ocorre que a lei de alimentos já possui tipo penal específico para esta situação (art. 22, parágrafo único, Lei 5.478/68), não tendo o mesmo sido revogado pelo CPC/2015, ao contrário de diversas outras normas (art. 1.072). 
Qual tipo penal deve prevalecer? R: CPC indica que a não realização do desconto por parte do empregador gera o crime de desobediência. No entanto, há lei que prevê um tipo penal específico. E em razão da especialidade, pode-se aplicar o Direito penal no sentido da aplicação do tipo previsto. De acordo com o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE deve prevalecer a norma específica, que é a Lei 5.478/1968 – Lei de Alimentos, a figura prevista no art. 22 da respectiva lei. Uma vez que não houve a revogação da Lei de Alimentos pelo art. 1.072 do CPC
Caso Concreto 12 (Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa I. Teoria Geral do Processo Coletivo. Princípios)
1ª Questão: Determinada entidade de classe impetrou mandado de segurança coletivo em defesa de interesses de seus membros, o qual foi denegado pelo órgão competente, havendo tal decisão transitada em julgado. É cabível a posterior propositura de ação, pelo procedimentocomum, individualmente, por qualquer dos membros da entidade, para pedir o reconhecimento do direito que alega e compreendido no pedido formulado no anterior mandado segurança coletivo? 
R: Sim, a propositura do MS coletivo não impede a propositura individual, pois não há identidade suficiente para caracterizar a litispendência, possuem partes diferentes e os fundamentos da decisão anterior da ação coletiva podem não se repetir na ação individual.
Caso Concreto 13 (Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa I. Teoria Geral do Processo Coletivo. Sentença Genérica)
1ª Questão: Associação de Consumidores do Estado do Paraná ingressou com uma ação coletiva em face do Hipermercado Novo Horizonte, na Comarca do referido estado, visando obter tutela específica no sentido de determinar a abstenção do mercado de comercializar leite da marca Vacaboa, fora do prazo de validade e com alto índice de formol, cumulado com pleito indenizatório por danos morais e materiais decorrentes para os consumidores que adquiriram o referido produto. O juiz deferiu tutela específica, nos termos do art. 84, §3º do Código de Defesa do Consumidor, para determinar a abstenção do réu em comercializar o produto e condenou o réu a indenizar os consumidores prejudicados pelos danos materiais e imateriais sofridos, cujo quantum será apurado em sede de liquidação de sentença. Diante do caso discuta as seguintes indagações:
1) Considerando que o Hipermercado possui diversas filiais em todo Brasil, os consumidores do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais poderão promover a liquidação da referida sentença genérica? R: NÃO. A liquidação será especifica, com base na Lei. 8.078/90, com redação que altera alguns artigos “Lei 9.008/95”.
2)Qual modalidade de liquidação de sentença poderá ser utilizada neste caso? R: A modalidade será EXECUÇÃO COLETIVA, conforme Lei 8.78/90: Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida conforme o art. 82 (legitimados a propor ação), abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado. 
3) Qual o juízo competente para promoção da execução do julgado para os consumidores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro? R: Conforme Lei 8.78/90: Art. 98, § 2° É competente para a execução o juízo: I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual; II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Caso Concreto 14 (Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa II. Juizados Especiais Cíveis Estaduais.)
1ª Questão: O Juizado Especial Cível decidiu ação, recorrendo o vencido, tendo a turma Recursal própria mantido a sentença, que rejeitou arguição de incompetência absoluta daquele Órgão Julgador, em razão do valor em discussão superior ao atribuído, legalmente, à competência dos Juizados Especiais. Contra essa decisão da Turma impetrou o interessado Mandado de Segurança, perante o Tribunal de Justiça, repisando a alegação de incompetência absoluta, vindo o órgão da Justiça comum a denegar a ordem, afirmando a incompetência do Tribunal de Justiça para rever decisões prolatadas por Juizados Especiais e respectivas Turmas Recursais. Pergunta-se: Justificar as respostas. 
1) Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça? R: O recurso cabível é o Recurso Ordinário, nos termos do Art.1027, II, a CPC 15, devendo o órgão competente para julgar este recurso, no caso o STJ, atuar como Tribunais de segundo grau de jurisdição, não aplicando se as restrições imanentes ao exercício de sua competência recursal, sendo possível a apreciação por este Tribunal Superior em relação ao reexame de provas e apreciação de normas de ordem pública. 
2) O que deve decidir o órgão competente para apreciar esse recurso? R: O STJ vem admitindo, em caráter excepcional, que o Tribunal de Justiça pode exercer o controle sobre a competência dos processos que observam a Lei nº 9.099/95, caso venha a ser impetrado mandado de segurança perante a Corte inferior. Devendo o órgão dizer que cabe a impetração de MS de ato da Turma Recursal. 
Caso Concreto 15 (Encerramento da Falência)
1ª Questão: Consumidor promove demanda em face da EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos) e da empresa Rodsoft Informática, perante um Juizado Especial Federal. Argumenta, em sua petição inicial, que comprou um determinado produto no site da segunda, para que o mesmo fosse entregue pela primeira em seu endereço residencial, o que não ocorreu em razão de extravio. Também aduz que não foi ressarcido, o que justificaria a instauração do presente processo em face de ambas, objetivando o recebimento de danos materiais e morais. Ocorre que a empresa Rodsoft já encerrou suas atividades, embora tenha ficado evidente nos autos que a mesma vinha sendo utilizada por seus sócios para a prática de diversos ilícitos civis. Diante desta situação, o autor pleiteia que, no Juizado Especial Federal, seja autorizada a desconsideração da personalidade jurídica. Ocorre que este requerimento foi indeferido pelo magistrado, ao argumento de que o CPC trata deste incidente como uma modalidade de intervenção de terceiros (art. 132 ? art. 137), o que é vedado no sistema dos Juizados Especiais (art. 10, Lei nº 9.099/95). Esta decisão foi objeto de posterior mandado de segurança impetrado perante a Turma Recursal Federal, com o intuito de reformá-la. Indaga-se: os magistrados lotados no órgão revisor, analisando as normas constantes no CPC, deverão conceder ou negar a segurança? Por quais fundamentos? 
R: Deverão conceder o Mandado de Segurança, tendo em vista a ressalva realizada no CPC/15 em seu Art.1062 c/c Art.10 da Lei 9.099/95. 
Ademais, o INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, previsto no Arts. 133 aos 137 do CPC/15, NÃO terá sua aplicação ipsis litteris, pois temos que observar o procedimento do JEC, tendo como base os princípios da CELERIDADE PROCESSUAL e a SIMPLICIDADE nos autos. 
Caso Concreto 16 (Revisão)
1ª Questão: Max ingressou com uma ação indenizatória em face do Banco X visando obter reparação pelos danos decorrentes de negativação indevida de seu nome. O feito tramitou perante o juízo cível da Comarca de Duque de Caxias e após a instrução o réu foi condenado a pagar a quantia de R$ 150.000,00. Transitada em julgado a decisão, o exequente promove a execução do julgado, devidamente atualizado, cujo valor perfaz a quantia de R$ 195.000,00. O devedor discorda do valor exequendo e pretende se defender alegando excesso de execução. Diante do caso Indaga-se: 
 A) Qual meio de defesa deverá ser utilizado pelo devedor e em que prazo? R: Cabe EMBARGOS À EXECUÇÃO, com base no art. 917, III do CPC (excesso de execução ou cumulação indevida de execuções), no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. 
B) A defesa apresentada pelo devedor acarretará a suspensão da execução do julgado? R: NÃO. Conforme art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. SALVO: § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficiente.C) Caso a alegação do devedor seja acolhida qual o recurso cabível para impugnar a respectiva decisão e em qual prazo? R: Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme o (art. 1015, PU do CPC), no prazo de 5 dias.

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