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EPIGENETICA • O termo “epigenética” já existe a mais de 100 anos. • A melhor definição surgiu em 1942 por Conrad H. Waddington: • “Epigenética é um campo da biologia que estuda as interações causais entre genes e seus produtos que são responsáveis pela produção do fenótipo”. • O termo epigenética se originou do prefixo grego epi, que significa “acima ou sobre algo”. • Estuda que nem tudo está predestinado. Atos como alimentação, exercícios físicos e comportamento podem influenciar na maneira como se organizam nossos genes. • FENÔMENO EPIGENÉTICO • Qualquer atividade reguladora de genes que não envolve mudanças na sequência de DNA e pode persistir para as seguintes gerações. • Busca informações adicionais no genoma, investiga as informações contidas no DNA, qual é transmitida na divisão celular, mas não constitui parte da sequência do DNA. • EPIGENÉTICA X MUTAÇÃO GÊNICA • Mutação Gênica: A mutação é qualquer mudança na sequência do DNA no genoma. Ex: deleções e inserções • Epigenética: Não altera a sequência de DNA, os nucleotídeos propriamente ditos. • Hoje se sabe que enquanto o genoma é o mesmo em todas as nossas células, o epigenoma é diferente em cada um dos 250 tipos de células diferentes que formam o ser humano e os outros animais • Cada célula vai se expressar de uma diferente maneira • Um exemplo: São os hepatócitos em que gene da proteína responsável pela produção de esperma está inativo, pois não há necessidade de funcionar naquele órgão. Mas ele existe! • As mudanças epigenéticas são influenciadas pelas alterações do ambiente, isso envolve desde ataques de patógenos e mudanças alimentares, principalmente com ingestão de substâncias que possam acarretar na mudança química e física do DNA, é uma disseminadora de fenótipos • Acredita-se que a Epigenética está fortemente relacionada com a evolução! • Descobriu-se fenômenos que afetam diretamente os genes, não afetam diretamente a sequência, mas que variam a sua expressão. • Fenômenos: metilação do DNA, remodelagem de proteínas associadas à cromatina, ação de RNAS não codificadores. • Cada um desses fenômenos atua como sinal de regulação e modificação da expressão genica. • Existem três mecanismos principais de alterações epigenéticas: metilação do DNA, • modificações de histonas e ação de RNAs não codificadores. Os padrões de metilação de DNA • são os mais estudados e melhor entendidos dentre estes mecanismos, embora modificações • de histonas também sejam bastante discutidas. • A metilação do DNA está relacionada normalmente ao silenciamento de genes. Ela • ocorre em 70 a 80% nas ilhas CpG que estão associadas aos promotores gênicos. A • conformação da cromatina relaciona-se com a metilação, ou seja, regiões altamente metiladas • estão associadas à heterocromatização. • As modificações de histonas melhor estudadas são as acetilações, fosforilações e • ubiquitinações, formando o que chamamos de código de histonas determinando a conformação • dá cromatina. Já a ação de RNAs não codificadores está relacionada ao silencimento pós • transcricional de genes através do mecanismo de RNA de interferência onde ocorre o bloqueio • da tradução ou degradação do RNAm alvo. Além, da ação bloqueadora da transcrição, os • siRNA podem ser associados à metilação de seqüências de DNA. • LAMARCK X DARWIN X EPIGENÉTICA • As descobertas da genética do séc XX dão suporte a apenas uma das teorias. • E a de Darwin estava certa, pois o DNA, não sofre alterações dependentes do meio, apenas estocásticas como radiação solar ... •, mas a epigenética abre o sistema, pois reconhece que os seres vivos, mesmo possuindo uma base genética, dependem também do contexto ambiental. O contexto onde aquele genoma está vai refletir em leituras distintas daquela informação. • LAMARCK X DARWIN X EPIGENÉTICA • Para Darwin, as condições ambientais atuariam como uma peneira sobre os seres vivos em perpétua transformação, favorecendo algumas características surgidas e descartando outras. •, mas os estudos em epigenética têm mostrado que, além de selecionar modificações em organismos, os fatores ambientais têm o poder de causá-las. • LAMARCK X DARWIN X EPIGENÉTICA • com o advento da genética Mendeliano e a posterior descoberta do DNA, as ideias de Lamarck foram abandonadas inteiramente. As pesquisas em epigenética, sugere que as características adquiridas podem ser herdadas e que, no fim das contas, Lamarck não estava de todo errado. • A hiper- estabilidade do DNA (em comparação com proteínas e RNA) e os mecanismos celulares para proteger células de mutações danosas acabam matando a idéia de um Lamarckismo acontecendo no código genético. •, mas nem todas as características hereditárias são transmitidas pela seqüência do DNA. Algumas coisas, como escolha de alelos, ou redução da expressão, são transmitidas por outros mecanismos. E estes mecanismos tem um potencial gigantesco de responder ao ambiente, se encaixando com a ideia de Lamarck. • LAMARCK X DARWIN X EPIGENÉTICA • Assim, a evolução pode se dar tanta via Darwin, quando a reação é modificada por um processo estocástico, quanto via Lamarck, quando a reação é modificada via uns fatores ambientais. • A conclusão depois de tudo isso é a de que vai se chegar um modelo onde o darwinismo age sobre o DNA (molécula ultraestável), e uma mistura de darwinismo e lamarckismo age sobre as histonas e os micros RNAs, (moléculas mais instáveis). • Chegando ao fim da velha batalha nurture vs. nature (ambiente vs. genética) onde o resultado é um empate técnico, mostrando que os dois importam, afinal de contas, são tempos emocionantes para a ciência.
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