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RESPONSABILIDADE POR FATO DE OUTREM

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Izabela Portolan - FAG
Aulas c/c Programa de Responsabilidade Civil – Sergio Cavalieri Filho.
1
RESPONSABILIDADE POR FATO DE OUTREM
Relativamente à responsabilidade, em regra, quem deve responder pelos atos danosos é a pessoa que causa o dano. Entretanto, há possibilidade de que alguém venha a responder pelos atos de outra pessoa. Art. 933, CC.
Por que existe a responsabilidade indireta? – Há um vínculo / dever jurídico anterior entre as pessoas na responsabilidade indireta. Há um dever de vigilância de uma das partes, um dever de cuidado. Com a responsabilidade indireta, se diz que há uma responsabilidade direta por omissão. Há essa responsabilidade para propiciar a vítima a ter o ressarcimento do dano cometido. 
Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores – art. 932, I, CC. O objetivo é aumentar a possibilidade da vítima vir a receber, dado o fato de que o menor em regra não possui o suficiente para ressarcir. Quanto a expressão “sob sua autoridade e em sua companhia”: não basta ser filho para ser responsabilizado. No caso de pais separados, “a mera separação não isenta o cônjuge, com o qual os filhos não residem, da responsabilidade em relação aos atos praticados pelos menores, pois permanece o dever de criação e orientação, especialmente se o poder familiar é exercido conjuntamente. Ademais, não pode ser acolhida a tese dos recorrentes quanto a exclusão da responsabilidade da mãe, ao argumento de que houve separação e, portanto, exercício unilateral do poder familiar pelo pai, pois tal implica o revolvimento do conjunto fático probatório, o que é defeso em sede de recurso especial. Incidência da súmula 7, STJ”. (REsp 1.074.937/MA). 
Filho que fica em poder de terceiro – os filhos que ficam em poder de outra pessoa que não os pais, como por exemplo os avós, tornam estes responsáveis, visto que são eles quem detém maior tempo junto ao menor e transmitem o que é certo e o que é errado. Solidariamente, todos respondem, tanto os pais quanto os terceiros. 
Filho que sai de casa – nesse caso, quem responde ainda são os pais, pois estes confiaram que o filho tinha responsabilidade suficiente para morar sozinho e arcar com suas responsabilidades. 
Filho na escola – a escola é responsável, pois é esta que está no dever/poder de vigilância do menor. Salvo se notado que o menor possui uma índole que vai além dela, como por exemplo aquele que bate em colegas. Neste caso, quem responde são os pais, se a escola já tiver dado advertências e comunicado do que vinha ocorrendo. 
Filho que já trabalha – o empregador responde pelos danos causados durante o desempenho da atividade de trabalho.
Menor ao volante – se coincidir na mesma pessoa, os pais e o dono do veículo, os pais respondem; se o veículo pertencer a outra pessoa, quem responde são os pais e o proprietário do veículo, de forma solidária, podendo o dono do veículo entrar com regresso na própria ação. 
Menor condenado a ressarcir solidariamente com seus responsáveis – pode ocorrer essa hipótese, quando o menor for emancipado judicialmente, como por exemplo no caso do menor contrair matrimônio, este passa a ser emancipado e responder pelos seus atos judicialmente. No caso de emancipação voluntária, quem responde continua sendo os pais. 
Art. 928 x 932, I e II x 942, parágrafo único, CC – prevalece a regra da especialidade no art. 928, pois este art. Trata de apenas um caso em específico. Subsidiariamente. 
Responsabilidade dos tutores e curadores – tutor: art. 1.728, CC, curador: art. 1.767, CC. A responsabilidade destes é igual a dos pais com relação aos filhos. 
Responsabilidade do empregador ou comitente – art. 932, III. A responsabilidade do empregador será objetiva desde que o seu empregado ou preposto tenha atuado com culpa. Na responsabilidade pelo fato de outrem há o concurso de duas responsabilidades: a do patrão e a do empregado ou preposto. A do primeiro é objetiva e a do segundo é subjetiva. A responsabilidade do empregador é facilmente justificada pela teoria do risco-proveito. Assim sendo, o art. 933, CC optou pela responsabilidade objetiva. Essa responsabilidade tem por fundamento vínculo jurídico contratual, o contrato de trabalho, de preposição, etc., do qual resulta para o empregador ou preponente o dever de segurança em relação àqueles que lhe prestam serviços. 
- Exoneração da responsabilidade do patrão – em caso de abuso ou desvio das atribuições, há obrigação do patrão em indenizar. Em caso de divulgação de obra em sítio eletrônico da empregadora por parte do empregado, quem responde é a empregadora. É possível responsabilizar as empresas seguradoras de saúde por erro médico (Informativo nº 0494/2012).
Dano causado por padre – Resp 1.393.699/PR. 
Responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, hotéis e similares – art. 932, IV. Responsabilidade dos estabelecimentos por danos causados aos hóspedes, e responsabilidade dos estabelecimentos por danos causados pelos hóspedes. Quando se tratar de danos aos hóspedes, aplica-se o art. 14, CDC. Em danos causados pelos hóspedes, aplica-se o art. 932, IV, CC. 
Participação gratuita no produto de crime – art. 932, V, CC. Aplica-se aos que houverem participado gratuitamente no produto do crime. Estes, a rigor, não terão que indenizar, apenas estão obrigados a devolver a quantia ou valor correspondente ao recebido. Porque, independentemente do dolo ou culpa, ninguém pode locupletar-se com o alheio. 
Ação de regresso – art. 934, CC. Não é possível ação de regressão contra absoluta ou relativamente incapaz, bem como contra descendente. Pode o empregador reaver de seu empregado aquilo que pagou em seu lugar ao terceiro que sofreu dano. Quanto aos tutores e curatelados, embora não haja vedação expressa no dispositivo em exame, na prática a resposta será negativa em face do art. 928. O incapaz, tem responsabilidade subsidiária mitigada; só responde pelos prejuízos que causar se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes, e, ainda assim, sem se privar do necessário para o sustento próprio ou das pessoas que dele dependem.

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