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DIREITO EMPRESARIAL I PROFª MARIA ELCI MOREIRA GALVÃO elcigalvao@hotmail.com Introdução ao Direito A história do direito é a história da própria vida. Onde está o homem está o direito. Os romanos, que foram os maiores juristas da antigüidade, diziam “Ubi societas, ibi jus”, o que quer dizer: “onde houver sociedade aí haverá o direito” Direito - Moral - Ética A ação do homem é sempre submetida a forma de controle: •Individual = ética •Grupo social = moral •Estado = Direito positivo DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO "o interesse protegido pela lei, mediante o recolhimento da vontade individual." (Ilhering). DIREITO SUBJETIVO "o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em vigor no país, numa dada época" (José Cretella Júnior) DIREITO OBJETIVO CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO POSITIVO DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO Relações do Direito Empresarial com outros ramos do Direito e com a economia. Direito Civil – São inúmeras as relações, a começar pelo compartilhamento do Código Civil, que reservou dispositivos dedicados à matéria comercial, seja sobre títulos de crédito, empresa, empresário, registro de empresa, e outros. Relações com outros ramos do Direito Direito Público - relaciona-se na parte relativa à sociedade anônima, aos transportes marítimos, aeronáuticos e terrestres. Direito Econômico - relaciona-se as atividades comerciais quando limita o preço de mercadorias, proibi a comercialização de certos produtos importados, interferindo assim na vontade das partes. Relações com outros ramos do Direito Direito Tributário – lançamentos da contabilidade mercantil e seus efeitos quanto à incidência dos tributos à circulação de mercadorias. A responsabilização dos administradores obrigações da sociedade de natureza tributária, ( art. 135, III, CTN,) ou da imposição de algumas espécies de livros fiscais aos empresários. Relações com outros ramos do Direito Direito do Trabalho –nas relações entre os empregados e os empregadores (empresários individuais e sociedades ). Causas trabalhistas sendo decididas no âmbito da Justiça do Trabalho, para, em seguida, habilitarem-se no Quadro Geral de Credores admitidos na falência. Relações com outros ramos do Direito Direito Penal e Processual - relaciona-se nesses ramos do direito, com referencia aos crimes falimentares e concorrência desleal. Direito Internacional – Para inserção das normas em nosso Ordenamento Jurídico, utilizam-se procedimentos relacionados ao Direito Internacional, nas relações internacionais. AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL Para ter autonomia o direito precisa ter: • Normas próprias- Simplicidade das normas; Internacionalidade; Elasticidade dos Princípios; Dinamismo; Onerosidade dos atos; Proteção à aparência e boa-fé, Inclinação à uniformização • Princípios próprios - Institutos próprios - Sociedade; Responsabilidade Limitada; Firma; Razão ou Denominação Social; Escrituração; Livros; Títulos de crédito; Falência; Concordata e Recuperação AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL Para ter autonomia o direito precisa ter: Didática - é a separação do estudo da matéria; Legislativa - É da lei que surgem os direitos e obrigações, é a lei que institui direitos e deveres. Substancial ou cientifica : se refere ao conjunto orgânico do ramo do direito (Princípios e institutos específicos de um corpo destacado de normas). Doutrina - É o conjunto de investigações e reflexões teóricas e princípios metodicamente expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis AUTONOMIA DO DIREITO EMPRESARIAL É assegurada pela Constituição Federal, no art. 22, I, que ao tratar da competência privativa da União em legislar sobre diversas matérias, explicitou dentre elas distintamente o Direito Civil e o Direito Comercial, que atualmente é melhor chamado de Direito Empresarial, pois a preocupação da disciplina também se refere à prestação de serviços. FONTE MATERIAL FONTES DO DIREITO FONTE FORMAL FONTE IMEDIATA A LEI FONTE MEDIATA COSTUMES Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso I: soberania nacional O princípio a soberania nacional que reza esse inciso não tem o mesmo sentido daquele valor explicitado no art. 1º, I, CRFB/88. Trata-se aqui do poder que o Estado tem, através de seus instrumentos (lei, ato administrativo e sentença), de fazer valer sua vontade e comandar a ordem econômica, naquilo que for essencial. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso II: propriedade privada Esse princípio assegura aos trabalhadores, empresários, investidores etc. que a propriedade privada deles é da ingerência dos mesmos, não devendo o Estado interferir sem motivos relevantes naquilo que é a mola propulsora da atividade econômica Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso III: função social da propriedade No prisma da ordem econômica, esse princípio reza que a propriedade deve cumprir sua função econômica, ou seja, deve ser usada para gerar riquezas, garantir o trabalho, sustentar o Estado através de tributos justos e promover o desenvolvimento econômico. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso IV: livre concorrência A atividade empresarial possui a garantia de concorrer livremente entre si, sem intervenção estatal desnecessária. O Estado deve promover incentivos (sobretudo fiscais) encorajando aos empresários e sociedades empresarias que estejam cumprindo requisitos legais, atuando em áreas de manutenção da sobrevivência humana. A liberdade de concorrência é que garante o fornecimento, ao mercado, de produtos ou serviços, com qualidade crescente e preços decrescentes. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso V: defesa do consumidor Princípio de suma importância nos dias de hoje, sobretudo pela grande eficácia social do CDC, esse princípio reza que a atividade econômica deve proteger a parte mais fraca, o consumidor. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso VI : defesa do meio ambiente Esse princípio foi alterado pela Emenda Constitucional 42, que trouxe uma inovação ao princípio. Além de ter a obrigação de proteger o meio ambiente, merece tratamento diferenciado, por parte do Estado, conforme o impacto que o agente econômico causar. O Estado deve incentivar aquele que se preocupa com o meio ambiente, e penalizar aquele que o depreda. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso VII : redução das desigualdades regionais e sociais Um dos objetivos do Estado é reduzir as desigualdades sociais e regionais, conforme o art. 3º, III. Os agentes financeiros devem, através de suas atividades, ir de encontro às desigualdades para tentar minimiza-las. Deve a lei dizer ostensivamente os locais e áreas sociais a serem preenchidos pelos agentescom a produção e circulação de seus bens e serviços. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso VIII : busca do pleno emprego Esse inciso versa sobre o aproveitamento máximo do capital, da mão-de-obra, da tecnologia e dos insumos da produção e circulação de bens e serviços. Segundo José Afonso da Silva, esse princípio tem por objeto proporcionar trabalho a todos que estejam em condições se exercer atividade produtiva. O poder público deve propiciar, o aproveitamento da força de trabalho existente na sociedade pelo mercado, de modo que as políticas do Estado tenham de contribuir para o desenvolvimento do País. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Inciso IX: tratamento favorecido para empresas que cumpram certos requisitos Esse inciso foi modificado pela Emenda Constitucional 123, que instituiu o Estado da ME e da EPP o qual traz normas gerais acerca do tratamento diferenciado e favorecido a ser aplicado a tais empresas. Esse tratamento diferenciado prevê menores encargos sociais, obrigações, maior apoio do poder público, são as que empregam mais mão-de-obra no País, valorizando o trabalho humano. Princípios Constitucionais norteadores da Ordem Econômica – art. 170 da CF/88) Parágrafo único: a liberdade de exercício de atividade econômica É assegurado um outro aspecto da liberdade, o livre exercício de atividades econômicas, sem a necessidade de autorização estatal. Essa liberdade não pode, evidentemente, ser absoluta, devendo a lei ordinária especificar quais atividades necessitam de autorização legal. Apenas a lei pode realizar esse controle, pois ela é fruto de deliberação de órgão representativo dos cidadãos do país, e meio ideal de controlar o exercício de direitos constitucionais. 01. Sobre a autonomia do Direito Empresarial, assinale a afirmativa correta: a)( ) com a unificação da matéria empresarial no Novo Código Civil, é fato que o Direito Empresarial perdeu sua autonomia, sendo um ramo, portanto, do Direito Civil; b)( ) o Direito Empresarial, mesmo após a entrada em vigor do Novo Código Civil, continua sendo uma matéria autônoma, pois ainda assim continua em vigor o Código Comercial em quase toda sua totalidade; c)( ) O Direito Empresarial, mesmo após a entrada em vigor do Novo Código Civil, continua sendo uma matéria autônoma, mesmo a Constituição Federal prevendo de modo diverso; d)( ) O Direito Empresarial, mesmo após a entrada em vigor do Novo Código Civil, continua sendo uma matéria autônoma, uma vez que existem diversas legislações esparsas específicas, livros doutrinários específicos, bem como previsão constitucional separando a matéria civil da comercial (art.22,I). EXERCÍCIO 02- No direito brasileiro são consideradas como fonte subsidiárias do direito comercial: a) ( ) os usos e costumes que não devem se opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. b) ( ) os usos e costumes que não são aceitos pelos comerciantes c) ( ) os usos e costumes que contrariam a moral ou os bons hábitos, d)( ) os usos e costumes que são eivados de má-fé. EXERCÍCIO 03- (CESPE – 2012 –STJ) Consoante a doutrina predominante, por constituírem fonte subsidiária, os usos e costumes somente se aplicam aos casos em que se verifique lacuna na lei mercantil. Os usos e costumes contra legem, portanto, não são considerados como fonte e carecem de qualquer eficácia. Certo ( ) Errado ( ) EXERCÍCIO 04- Cumprindo o papel de fonte formal do direito, o conjunto uniforme e constante de decisões judiciais dos Tribunais sobre determinadas matérias é chamado de: a)( ) Costumes b)( ) Legislação; c)( ) Doutrina d) ( )Jurisprudência. EXERCÍCIO 05- A prática continuada de certos atos, aceitos por todos os comerciantes como regras obrigatórias e que vigoram quando a lei não possui normas expressas para regular o assunto, devendo ser registrado na Junta Comercial, constitui: a)( ) a fonte primária b)( ) A jurisprudência; c)( ) Os princípios Gerais do Direito d)( ) Os usos e costumes . 06- Com o advento do Código Civil, os usos e costumes não são mais considerados fontes do Direito Empresarial. Verdadeiro ( ) Falso ( ) EXERCÍCIO 07- O art. 170 da CF/88, Assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. No entanto, como qualquer princípio, a livre iniciativa não pode ser considerada absoluta uma vez que há restrições que a própria ordem econômica, refletida em lei, impõe sobre ela. Verdadeiro ( ) Falso ( ) EXERCÍCIO 08- É mediante a ---------------------- que se melhoram as condições de competitividade das empresas, forçando-as a um constante aprimoramento dos seus métodos tecnológicos, dos seus custos, da procura constante de criação de condições mais favoráveis ao consumidor. a)( ) propriedade privada; b)( ) função social da propriedade; c)( ) livre concorrência; d)( ) defesa do consumidor EXERCÍCIO 09- O desenvolvimento das atividades econômicas, necessita da utilização de bens de produção privados, os quais, no entanto, não poderão ser utilizados para fins meramente particulares. Devem, atender ao interesse público, de forma a propiciar existência digna a todos, conforme ordenado pela Constituição Federal, a)( ) propriedade privada; b)( ) função social da propriedade; c)( ) livre concorrência; d)( ) defesa do consumidor EXERCÍCIO 10- O direito comercial provém das práticas tradicionais e do direito consuetudinário utilizados pelos antigos comerciantes medievais. Por isso, ainda hoje, mantém-se o prestígio dos usos e costumes entre suas normas. Marque a opção incorreta: a)( ) Os usos e costumes comerciais são regras subsidiárias do direito comercial e não se devem opor a dispositivos legais imperativos ou de ordem pública. b)( ) Os usos e costumes comerciais devem ter teor e vigência provados por quem os invoca em juízo, se assim determinar o juiz. c)( )Deve o juiz comunicar à junta comercial da região os costumes comerciais invocados e aplicados em juízo, para fins de registro em livro próprio. d)( x ) Seguir ordem uniforme de contabilidade e escrituração não é obrigação comercial regida pelo direito comercial; no entanto, é obrigação exigível dos comerciantes por força do direito tributário. EXERCÍCIO Sugestão de FILMES 1- “Julgamento em Nuremberg 2- HISTÓRIA DO BRASIL – VISCONDE DE MAUÁ- O IMPERADOR E O REI 3- Contrato de Risco” Trata-se de um contrato de compra de uma empresa por outra. 4- O Lobo de Wall Street ( trata-se de uma S.A)
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