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Resenha serviço social conteporâneo

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RESENHA: O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE.
Iamamoto, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional- 1ª parte – 9ª edição – São Paulo. Editora Cortez. 2005.
Em uma visão geral do livro a autora faz uma análise dos tempos atuais, focalizando o serviço social dentro deste contexto. Num primeiro ângulo demonstrando que há um momento de grandes desafios, já que estamos na era do grande capital financeiro, onde cresce o desemprego a exclusão social e o aumento das mazelas da população. Iamamoto cuida em discriminar as repercussões do mercado de trabalho do assistente social e toda sua trajetória histórica para explicar o processo de trabalho em que se insere o assistente social.
Explicita os pressupostos para uma análise da profissão nos dias de hoje, partindo de alguns pressupostos. Um deles diz que “devemos romper com a visão endógena, focalista, que visto de dentro do Serviço Social, torna-se prisioneira em seus muros”(p.20), salientando que o assistente social de hoje irá formular e participar das políticas públicas, bem com irá atuar na gestão das políticas sociais. Sendo assim, o profissional deverá romper com a rotina institucional e buscar aprender o movimento das realidades para detectar tendências e possibilidades de inovações que podem ser impulsionadas pelo assistente, enfatizando que não seremos as(os) mágicas(os) que resolveremos todos os problemas, mas sim possibilitar a solução e viabilizar os processos.
Evidencia também sobre o fatalismo histórico, onde a realidade já estaria definida na história, trazendo assim uma certa acomodação dando a profissão uma mediocridade profissional.
Implicita sua visão sobre aspectos á serem evitados como o “messianismo profissional” que mostra o assistente como o alavancador de todas as mudanças sociais, mostrando o serviço social como um tipo de trabalho na sociedade, onde a profissão irá se alavancar a partir da intervenção do estado na questão social, e suas relações com a sociedade civil incidem diretamente sobre os rumos do desenvolvimento da profissão na sociedade, onde a compreensão da questão social é de fundamental importância.
Coloca também o código de ética profissional do serviço social como de grande importância, este demonstra a riqueza do trabalho e os âmbitos dos quais podemos atuar. O código de ética deu um rumo ético-político e novos horizontes para o exercício profissional, porém é importante haver um esforço da categoria para que este seja cumprido e não se torne abstrato no cotidiano da prática.
Não podemos esquecer que o valor ético central é o compromisso com a liberdade, ou seja, autonomia, expansão e emancipação dos indivíduos sociais. Para a defesa dos direitos humanos, deve-se recusar qualquer autoritarismo ou arbítrio, pois quaisquer dos dois inviabilizam a democracia na vida social. A busca é a construção de uma cultura pública democrática, com uma sociedade capaz de propor e questionar.
Um outro pressuposto visto pela autora é “(...)tratar o serviço social como trabalho supõe privilegiar a produção e a reprodução da vida social, como determinantes na constituição da materialidade e da subjetividade das classes que vivem do trabalho(...)”(p.25).
Este pressuposto irá caracterizar as condições de trabalho nas quais estamos inseridas. A partir da possibilidade de alterar o cotidiano.
Sabemos que os homens tem suas necessidades que serão satisfeitas por meio do trabalho. “o trabalho é, pois, uma atividade que se inscreve na esfera da produção e reprodução da vida material”(p.26). Os homens precisam ter esta condição de viver para que possa fazer a história.
O serviço social tem na sua base de especialização, a questão social, onde esta é expressada pelas inúmeras desigualdades sociais da sociedade capitalista, na qual o trabalho é coletivo, mas os resultados deste são privados.
O assistente social irá trabalhar junto as questões nas mais diversas áreas da vida cotidiana. Onde demonstrada a desigualdade desenvolve-se a rebeldia.
“(...)é nesta tensão entre produção de desigualdade e produção de rebeldia que trabalham os assistentes sociais, situado neste terreno movido por interesses distintos(...)”
é um desafio para o assistente dar conta de toda essa dinâmica, e tentar ser sucinto ao revelar formas de reversão destas questões.
O cenário de atuação do Serviço Social, que está ligado ao objeto de trabalho do assistente, que é a questão social em suas novas bases de reprodução.
Essas bases sofrem uma transformação de acordo com as novas formas de acumulação do capital. Há então a implantação de serviços sociais para a reversão das crises cíclicas do capitalismo no pós-guerra. Nessas relações os Serviços Sociais encontraram-se em expansão do seu mercado de trabalho. Podemos hoje vivenciar uma terceira revolução industrial que traz consigo inúmeras transformações sociais. Entre eles o enfraquecimento dos sindicatos e o aumento do desemprego. O Estado também passa por essas mudanças através das políticas de reajuste, aderindo ao discurso do neoliberalismo, sendo este uma das grandes crises surgidas até então. Na qual temos como resultado o aumento do desemprego em massa e as privatizações. Esta política tem dois pontos principais: a de que o Estado é o causador de todos os problemas e o outro que mostra o mercado e a iniciativa privada como a grande saída. Mas numa forma geral o neoliberalismo traz consigo cada vez mais a precarização dos serviços públicos, onde o estado irá investir mais na sustentação do capital.
Temos uma sociedade submetida pelos interesses, onde há os direitos sociais para todos, mas que não são disponibilizados por causa das prioridades orçamentárias do governo. A desigualdade tem sido uma marca histórica no nosso país, por isso os profissionais devem estar atualizados sobre estas condições e se munirem de informações que possibilite detectar as questões sociais.
A realidade mostrada exige aos profissionais que se qualifiquem, pois estes estão em contato direto com estas questões sociais, podendo ser capazes de desenvolver propostas e programas que viabilizem melhorias sociais.
Hoje em dia um dos grandes desafios do assistente social tem sido a falta de renda que tem afetado a sociedade, paralelo á um estado que esta com as suas verbas retraídas e seus serviços defasados, onde a responsabilidade social sai do governo e passa para a sociedade civil. Outro ponto citado é o trabalho das Organizações não Governamentais – ONG´s que é amplo e diversificado, porém precisa ser melhor qualificado, para tanto, faz-se necessário trato mais rigoroso da questão social. Fica evidenciado claramente que as privatizações se deram em detrimento dos direitos sociais, onde temos a reforma da previdência onde o governo tem transferido á iniciativa privada os investimentos do campo de seguros sociais.
Tendo em vista que o Estado tem responsabilidade pelo atendimento dos setores mais pauperizados e excluídos da sociedade, as privatizações também causam a desregulamentação das relações de trabalho e dos direitos sociais, e fazem com que custo da mão-de-obra no Brasil esteja entre os mais baixos do mundo. A argumentação governamental sobre as privatizações funde elementos distintos como sendo idênticos, confundindo a sociedade.
Diante de todo este processo de privatizações o assistente social está tendo sua colocação dentro das empresas com as políticas de RH, com a controladoria da qualidade total estimulando o trabalhador a sempre ser o melhor em tudo. O assistente social é chamado pelas empresas para eliminar focos de tensões sociais que é gerado nas relações trabalhistas.
O Serviço Social de hoje sintetiza o desafio de decifrar os novos tempos para que deles se possa ser contemporâneo. Para isso é necessário um novo perfil do profissional; que deve ser afinado com a análise dos processos sociais, criativo, inventivo, capaz de entender o tempo presente, os homens, a vida contribuindo para moldar os rumos de sua história.
A proposta da autora éexplicar a questão social a partir da gênese das desigualdades sociais, fundada nas crises causadas pelo capitalismo e que causa a violência e as mais diversas formas de pobreza.
“(...)decifrar a questão social é também demonstrar as particulares formas de luta, de resistência material(...)pelos indivíduos sociais a questão social(...)”p.59
O Serviço Social deve ser visto como uma especialização do trabalho, parte de um processo de trabalho. Para isso, deve-se conectar a prática profissional à prática da sociedade. O assistente social não viabiliza apenas bens materiais, está inserido no mundo do trabalho e este permite interligá-lo a prática da assistência dentro da sociedade, sendo ima uma categoria de trabalho, pois através das atividades praticas que realiza é capaz de promover mudanças tanto na matéria quanto nos sujeitos.
Iamamoto é bastante sucinta ao esclarecer que o assitente social “Tem também efeitos na sociedade como um profissional que incide no campo do conhecimento, dos valores dos comportamentos, da cultura que, por sua vez, têm efeitos reais interferindo na vida dos sujeitos”p.68. Logo, o profissional tem objetividade social e não material. Deve-se ter em mente que a sociedade precisa criar consensos de classes base para construir uma hegemonia na vida social, um consenso em torno dos interesses das classes fundamentais. 
O desafio de hoje é o de atualizar a prática, visando a questão social na atualidade, buscando ser solidários com o modo de vida dos que a vivenciam. A categoria estava muito preocupada com as políticas sociais e pouco preocupada com a vida dos indivíduos sociais, que eram pouco estudados e conhecidos. Isso permite redefinição e ampliação das bases de reconhecimento da profissão.
Deve ficar claro que, desvendar as condições de vida dos indivíduos, grupos e coletividades é decifrar as diversas formas de lutas articuladas pelas classes subalternas. O assistente social pode envolver-se com a população atendida, para tanto, deve captar os reais interesses e necessidades das classes populares e supor conhecimento crítico do universo cultural de tais classes. O profissional também deve estar atento para não parecer um “estranho” ao que a comunidade vive. Também devemos salientar que na relação entre o público e o privado, o profissional deve estar preocupado com a qualidade dos serviços prestados, com o respeito aos usuários e com o zelo pela eficácia dos serviços prestados.
Pode-se então, juntamente com a autora, concluir que o serviço social é considerado como uma especialização do trabalho e a atuação do assistente social é a demonstração de seu trabalho que está inserido no âmbito de produção e reprodução das relações sociais, buscando sempre a igualdade entre os envolvidos nesta esfera.
Através da obra lida, concluímos que o objetivo da autora é mostrar através da história, focalizando os anos contemporâneos, que os desafios do serviço social estão centrados a partir das questões que envolvem a sociedade atual.
Podemos conhecer um pouco sobre o mercado de trabalho e podemos abrir nossas mentes para fato de sermos profissionais flexíveis, disponíveis a mudanças, através de uma base teórica para uma análise da profissão, que são de fundamental importância para um futuro amadurecimento como profissionais cientes de que não somos mágicos mas sim que somos agentes capacitadores capazes de impulsionar as mudanças sociais. Onde devemos ser cautelosos e disponíveis ao novo.
A leitura do texto é indicada a todos aqueles que estão começando a se inserir na profissão, ou que se interessem em saber sobre a trajetória e objetivos do Serviço Social e que já tenham uma pequena base teórica de história social e do capitalismo como economia regente. A autora não dá a receita pronta para formar assistentes sociais, mas gera todo um embasamento para a profissão, que é dinâmica e que detém todo um currículo acadêmico para a formação deixando bem claro que serão as vivências e experiências os capacitadores de bons profissionais e de que as dificuldades são inúmeras, pórem a busca pela igualdade social não pode deixar de existir pois são os impulsionadores da profissão.
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