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Técnicas para construir estradas no Brasil estão defasadas em 40 anos
País não leva em conta os diferentes tipos de terreno e de clima. No Brasil, 90% dos passageiros e 60% das cargas passam por rodovias.
24/08/2017 22h35 - Atualizado em 24/08/2017 22h36
A Confederação Nacional do Transporte divulgou a conclusão de um levantamento sobre as condições das estradas e rodovias brasileiras. E, mais uma vez, a constatação é de que a pavimentação é péssima em milhares e milhares de quilômetros.
A crítica é generalizada. Quem nunca reclamou do asfalto das estradas brasileiras?
Por onde se anda o cenário é o mesmo. Buracos, remendos mal feitos, um perigo constante num país em que 90% dos passageiros e 60% das cargas passam pelas rodovias.
Guilherme perdeu dois caminhões para as estradas esburacas; um capotou em São Paulo; o outro caiu num rio, no Amazonas.
“Um levantamento que a gente já fez aqui, cerca de 12% do valor direto do frete é gasto com manutenção”, disse Guilherme Ávila, dono da transportadora.
As deficiências das estradas brasileiras vão muito além do que a gente vê e sente quando dirige um carro. Os problemas começam na base, na metodologia adotada para fazer projetos e preparar a terra para receber o asfalto.
A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) constatou que o Brasil adota técnicas antigas, ultrapassadas há 40 anos em comparação com o que fazem hoje em países como Estados Unidos, Japão e Portugal.
O método usado no Brasil foi criado pelos militares americanos na década de 1960, mas abandonado pelos Estados Unidos porque ficou defasado.
O problema não está na espessura do asfalto. Ele é apenas a cereja do bolo. O segredo está no recheio. Antes de colocar o asfalto, é preciso trabalhar o pavimento em cinco camadas.
O Brasil não leva em conta os diferentes tipos de subleito, o terreno da base, nem o surgimento de novos materiais para preparar as camadas do pavimento. Não considera também o aumento da capacidade de carga dos caminhões de 40 anos para cá.
“Naquela época se transportavam dez, 12 toneladas. Hoje tem composições de caminhão que podem levar até 91 toneladas”, explicou Bruno Batista, diretor-executivo da da CNT.
Outro problema é que o Brasil só considera um tipo de clima ao preparar o solo para receber o asfalto. As mesmas normas valem para o Norte quente e úmido, para o Centro-Oeste de clima seco e para o Sul de temperaturas mais frias.
Portugal, que é menor do que o estado de Pernambuco, considera três variações climáticas na preparação do solo.
“Vai ser preciso melhorar a etapa de planejamento, atualizar as normas, melhorar a fiscalização, o controle do processo de execução das sobras rodoviárias e, por fim, fiscalizar, mesmo depois de a obra ter sido entregue”, afirmou Bruno Batista.
O DNIT, que é responsável pelas rodovias federais, questionou o resultado da pesquisa. Afirmou que, nos últimos 13 anos, houve uma considerável melhora no pavimento das rodovias - e que usa a mesma metodologia construtiva e de manutenção dos países desenvolvidos. O DNIT negou que as diferenças regionais sejam ignoradas.

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