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Trabalho sobre SOCIEDADES ANONIMAS

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Nome: Vanessa Costa Monteiro Monsores de Azevedo
Matrícula: 2016201416 curso: Direito período: 5°
Professor: Márcio Petrillo
SOCIEDADES ANONIMAS
AÇÕES
1.2. Valor nominal
Valor nominal é o primeiro valor da ação, é obtido dividindo-se o valor do capital social pelo número de ações que a S/A possui em emissão.
Valor nominal = capital social/nº de ações emitidas pela S/A
O estatuto de uma sociedade anônima pode estabelecer que ela não terá ações em valor nominal. Neste caso, será chamado de “valor-quociente”, o resultado da mesma operação que determina o valor nominal, alterando-se, portanto, o modo de designá-lo.
A função do valor nominal é obstar, o máximo possível, a diluição patrimonial da sociedade, pois quando o estatuto prevê um valor nominal não será permitido emitir novas ações com preço inferior ao valor nominal, o que obviamente ocasionaria uma diluição patrimonial. Este limite de diluição que o valor nominal impõe traz segurança de investimento para sócios e investidores, também nos limites do risco próprio do investimento.
No caso de redução do capital social a restituição aos acionistas por cada ação cancelada terá como referência o valor nominal. Se a opção na redução do capital social for de manter o mesmo número de ações, os acionistas serão restituídos de parte do valor das ações tendo por base também o valor nominal. Se se tratar de sociedade que não emite ações em valor nominal o valor de restituição será o “valor-quociente”.
Na lei 6.404/1976, Lei das Sociedades Anônimas:
Art. 13 – É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal – infração do disposto importa em nulidade do ato ou operação e responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da ação penal cabível.
Art. 14 – Ação sem valor nominal – o preço será fixado na constituição da companhia, pelos fundadores e no aumento de capital, pela assembleia geral ou pelo conselho de administração.
É possível a formação de reserva de capital.
1.3. Valor patrimonial
É a parcela do patrimônio liquido da S/A correspondente a cada ação. Obtém-se este valor dividindo o valor em reais do patrimônio líquido pelo número de ações emitidas.
Valor patrimonial= patrimônio líquido (ativo-passivo) / número de ações emitidas pela S/A
O patrimônio líquido é obtido subtraindo o passivo, que são as obrigações devidas, do ativo da S/A, podendo ser o valor o patrimônio líquido menor ou maior que o capital social. Pode ser também maior ou menor que o valor nominal.
O valor patrimonial divide-se em contábil (histórico ou atual) e real (mensuração de reembolso do dissidente de incorporação de sociedade contratual)
Na liquidação da sociedade será calculado o patrimônio líquido, repartindo-se entre os sócios o valor patrimonial das ações que possui. Na amortização de ações (antecipação das ações em caso de liquidação) também possui como referência o valor patrimonial. Neste caso, serão indiferentes as demais valorações da ação.
1.4. Valor de negociação
Trata-se do valor da ação quando esta é negociada, vendida, comprada, adquirida no mercado de capital secundário. Os demais valores servirão de referência nas negociações, mas não são determinantes. O valor nominal, por exemplo, é indicador quanto à diluição patrimonial da sociedade, mas o fator determinante na negociação será os ganhos financeiros relacionados à compra e venda da ação. O valor da negociação pode ser maior ou menor que o valor patrimonial.
O valor de negociação também é classificado em duas categorias: valor de mercado, que deriva diretamente das companhias de capital aberto que por óbvio negociam suas ações no mercado de capital ou bolsa de valores (bursístico ou cotação) e valor de negociação privada, que se refere às companhias que não são de capital aberto.
1.5. Preço de emissão
É o valor da ação no ato da subscrição, isto é, quando o investidor (subscritor) se torna acionista subscrevendo, no mercado primário, ações recém-emitidas dispendendo de determinada quantia em dinheiro em favor da sociedade para compor o capital social. O preço de emissão é pago à sociedade emissora. Importante lembrar que o valor de negociação refere-se ao mercado secundário de compra e venda de ações.
O preço de emissão e o modo de pagamento são definidos de modo unilateral pela sociedade emissora, mais precisamente pelos fundadores, sendo que o subscritor adere às condições já estabelecidas. A sociedade anônima estabelece o preço da emissão quando da sua constituição e em possível aumento do capital social com lançamento de novas ações.
Se o estatuto da sociedade prevê o valor nominal de ações este será o parâmetro, devendo o preço de emissão ser igual ou superior ao valor nominal. No caso de estatuto que prevê o valor nominal de ações pode ocorrer reserva de capital: onde são contabilizados o ágio, diferença entre o montante que não corresponde ao capital social “necessário e previsto” para a constituição de uma S/A quando o preço da emissão foi maior que o valor nominal gerando o excedente (ágio).
O aumento de capital, por sua vez, é definido por assembleia geral que fixará o preço de emissão. Se o estatuto trazia a previsão do aumento de capital, este será deliberado pelo conselho de administração. No aumento do capital social as emissões de novas ações não podem ocasionar a diluição patrimonial da sociedade.
1.6. Classificação
As ações classificam-se de acordo com três critérios: espécie, forma e classe. O primeiro critério leva em conta a extensão dos direitos e vantagens conferidos aos acionistas e contempla três categorias: ordinárias, preferenciais e de fruição. O segundo considera o ato de transferência da titularidade do valor mobiliário e o distingue em ações normativas e escriturais. O último diz respeito à especificação dos direitos titularizados pelos acionistas, com objetivo de atrair os mais diversos interesses dos investidores atuantes no mercado, e se traduz na identificação de cada categoria por uma letra, (classe A, B, C, etc).
Espécies:
As espécies de ações estão positivadas no, art.15, 16 e 17 da Lei de Sociedade Anônima.
b) Ação Ordinária.
A ação ordinária expressa no art. 15, § 1º e art. 16, da lei 6404/73, é a que confere ao acionista os direitos de um sócio comum, ou seja, os direitos ordinários de sócio. O titular de uma ação dessa espécie  não possui nenhuma vantagem e nem se sujeita a restrição.
As ações ordinárias concedem sempre ao respectivo titular do direito de voto na assembleia geral, de modo que o acionista detentor de mais da metade das ações dessa espécie é controlador da companhia e pode, por essa razão, eleger os administradores, aprovar a maior parte das alterações estatutárias, decidir os assuntos os assuntos de natureza geral do interesse da sociedade etc. os ordinarialistas, podem ser divididos em controladores e minoritários.
 c) Ações Preferenciais
A ação preferencial atribui ao acionista uma vantagem em comparação com as ações ordinárias, a diferença é definida pelo estatuto da sociedade anônima emissora do valor mobiliário e seu fundamento encontra base no dispositivo expresso no art. 17 da LSA/1976.
Se a vantagem do preferencialista é definida no estatuto como dividendo mínimo, a companhia, ao distribuir os lucros entre os acionistas, deve, em primeiro lugar, atribuir, a título de dividendos para os detentores de ações preferências, pelo menos o valor naquele previsto.
O art. 18 da Lei das sociedades anônimas estabelece em seu caput que o estatuto da sociedade anônima pode assegurar a uma ou mais classes de ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros dos órgãos da administração, e no parágrafo primeiro do mesmo texto normativo prevê a subordinação das alterações estatutárias à aprovação em assembléia especial, dos titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.
As ações preferenciais, portanto, atribuem ao titular umavantagem na distribuição dos lucros da sociedade entre os acionistas. A natureza e a extensão da vantagem devem ser definidas pelo estatuto, que lhes deve assegurar, por exemplo, o recebimento de um valor fixo ou mínimo, a título de dividendos, (ULHOA, 2016, p.117).
 d) Ações de Fruição
Consiste na antecipação ao acionista do valor que ele receberia, caso a sociedade anônima fosse dissolvida e liquidada. Essa amortização não pode afetar o capital social procedendo com a simulação contábil da hipótese definindo-se, em balanço de determinação de valor do patrimônio liquido da companhia no momento da amortização.
Natureza jurídica das Ações de Fruição: São apenas títulos de crédito, podem ser negociáveis. Mas como não representam parte do capital social não poderiam ser considerados como ações.
As restrições relativas às ações de fruição, se não definidas pelo estatuto, devem ser especificadas pela assembleia geral. Desse modo, um preferencialista pode ao receber ações de fruição em troca de suas preferências não votantes, adquirir o direito de voto, se essa for a prescrição constante do estatuto. Também é possível o ordinária perder esse direito, em razão da amortização total de suas ações, se assim determina a assembleia geral ao aprovar a operação.
 e) Forma
O art. 20 da LSA determina que as ações devem ser nominativas. Entendamos a vontade do legislador como sendo a de que as ações perpassam por procedimentos escriturários com foco na segurança jurídica para serem transferidas em sua titularidade. A expressão nominativa remete a ação que é transferida em sua titularidade por meio de registro escrito no livro próprio da sociedade anônima emissora. A expressão escritural remete ao procedimento de escrituração nos assentamentos da instituição financeira depositária, a débito da conta de ações do alienante e a credito do adquirente.
De certo, a forma está relacionada com a materialidade da ação, como papeis negociáveis, e títulos ao portador, bem como a forma em que esta se apresenta na transferência de propriedade e o procedimento de arquivamento.
f) Classe
A distribuição das ações em classes é um recurso da companhia para atrair investidores de diversas capacidades econômico-financeiras, conferindo mais ou menos privilégios de acordo com a classe em que aquele acionista está posicionado, e de acordo com a valoração de suas ações no enquadramento destas na classe correspondente.
As classes de ações, em uma sociedade anônima são organizadas por letras do alfabeto, e caracteriza pela isonomia de direitos e restrições dos titulares ocupantes de uma determinada classe.
1.7. Emissão
A emissão de ações tem a hipótese em que há efetivo ingresso de novos recursos no patrimônio social. O aumento será deliberado em assembleia geral extraordinária (LSA, art. 166, IV) e tem por pressuposto a realização de, pelo menos, 3/4 do capital social então existente (LSA, art. 170).
Pode, também, ser feito por deliberação da assembleia geral ou do conselho de administração, nos limites do capital autorizado (LSA, art. 166, II).
1.8. Subscrição e circulação
A sociedade anônima obtém recursos para o desenvolvimento de sua atividade por três diferentes meios: Em primeiro lugar, como qualquer outra pessoa, ela pode tomar dinheiro emprestado de alguém, em especial de uma instituição financeira. Por essa alternativa, ela parte do contrato mútuo, na condição de mutuaria, e a relação jurídica submete-se ao regime de direito contratual. 
Os outros dois mecanismos para obtenção de recursos são regulados pelo direito societário e se viabilizam pela apresentação da empresa como uma opção de investimento. Trata-se de capitalização e do autofinanciamento. Nessas duas alternativas, a sociedade anônima emite valores mobiliários que são subscritos por investidores, isto é, por pessoas que possuem disponibilidades e perspectivas de progresso e rentabilidade.
Em dois momentos proceder-se á a emissão de ações: na constituição da sociedade e no aumento do capital social destinado a obtenção de novos recursos. Em ambos, as ações têm seu preço de emissão definido pela companhia emissora e devem existir, necessariamente, pessoas interessadas em investir e se tornar acionistas ou ampliar o numero de ações que possuem. Se não apresentarem interessados para a subscrição de todas as ações emitidas, a emissão perde eficácia. 
Pressupõe a lei, corretamente, que o subscritor, ao assumir seu compromisso perante a sociedade anônima emissora, estava motivado pela perspectiva de rentabilidade oferecida pela operação vista em sua integralidade. Isto é, para que frutifiquem os lucros estimados, senão, a princípio, necessários todos os recursos previstos para a formação do capital social ou seu aumento. Se a sociedade não consegue captar a totalidade desses recursos, porque não se apresentam interessados na subscrição de parte dos compromissos assumidos pelo ato de subscrição.
Por essa razão, a lei estabelece como condição indispensável para constituição de uma sociedade anônima a subscrição de todo o capital social por pelo menos duas pessoas. Art. 80, l da Lei 6404/76.e dispõe sobre as sobras das ações não subscritas, na hipótese de aumento de capital social, estabelecido a obrigatoriedade de seu rateio na companhia fechada, e a possibilidade de venda em bolsa de valores para a companhia aberta, art. 17, l, §§ 7º e 8º.
A subscrição é ato unilateral de vontade da pessoa interessada em se tornar titular da ação emitida. Por meio dele, o subscritor adere às condições estabelecidas pela sociedade emissora, isto é, manifesta que sua concordância com o preço de emissão, condições de pagamento, datas de vencimento e a sua concordância com o preço. Quando trata de ingresso de novo investidor no quadro de acionistas, o ato de subscrição também tem o sentido de adesão as regras do estatuto da sociedade emissora.
A subscrição é ato irrevogável, quer dizer que a partir da assinatura do instrumento correspondente, o subscritor não pode mais se liberar dos compromissos assumidos.
A emissão e a subscrição são operações do mercado primário de ações, onde a relação de bilateralidade se dá entre sociedade anônima e o investidor, a primeira na condição de credora do preço da emissão e o segundo como interessado em se tornar o titular da ação, devedor desse preço. A ação, no entanto,, também é objeto de operação no mercado secundário no caso do acionista vender sua participação societária, deixando de ser titular das ações correspondentes.
Neste caso, a operação envolve dois investidores, sendo um vendedor e outro comprador. No mercado secundário, dá se, portanto, a circulação da ação.
FORMAÇÃO DA S/A
2.1. Formação do Capital Social
O capital social na sociedade anônima pode ser subscrito ou integralizado. O capital social subscrito é a parcela em que o sócio se compromete no futuro restituir para a formação da sociedade. O capital social integralizado é a parcela total restituída para o patrimônio social.
A formação desse capital social, de como será a parcela de  cada sócio, como entrará na sociedade esses recursos, valor das ações, valor nominal, ágio, prazo para  o capital subscrito, e outras decisões relativas ao patrimônio social da pessoa jurídica, será deliberado entre os sócios. Há três formas de integralizar o capital social em uma sociedade anônima: dinheiro; bens ou crédito.
O mais usado e menos complexo é o dinheiro, o sócio manifesta sua vontade em pagar à companhia, à vista ou nos prazos determinado, a emissão   de ações. 
Para a integralização de bens (móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos), é necessário uma avaliação desses bens, dentro das formalidades legais, com uma votação em assembléia geral, de laudo técnico feito por empresa especializada ou três peritos.
Para a formação pela cessão de créditos, o sócio acionista transfere à sociedade os direitos de crédito que possui perante terceiros, por nota promissória, duplicata, contratos ou qualqueroutro título, executivo ou não, para a sociedade. Essa forma de capitalização depende da concordância da companhia, o sócio subscritor responde pela existência do crédito e pela solvência do devedor, e enquanto não cessar essa obrigação, a companhia está proibida de expedir o certificado da ação correspondente.
2.2. Reserva de Capital
A reserva de capital são as receitas que, em virtude da Lei n° 6.404176, não passam pelo resultado do exercício. São ganhos obtidos sem compensação na forma de bens ou serviços. Os valores que aumentarão o capital não poderão ser incluídos sem que haja alterações no estatuto em assembléia de acionistas.
Os valores registrados com reserva são destinados ao aumento do capital, e eventualmente, como compensação de prejuízos e dividendos.
A lei das sociedades por ações estabelece que as reservas são: ágio na emissão de ações, o produto da alienação de partes beneficiarias e bônus de subscrição, o prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e subvenções para investimento.
A lei das S/A prevê como reserva de capital a correção monetária do capital social realizado, mas a mesma foi declarada nula pela lei 9.249/95.
O regulamento do Imposto de Renda determina que não serão incluídas no cálculo do imposto os subsídios concedidos pelo poder público, para investimento, mesmo com a isenção e redução de impostos para estimular os empreendimentos, e também as doações recebidas.
2.3. Aumento de Capital
As sociedades anônimas podem captar recursos junto a investidores (autofinanciamento) em busca de alternativas atraentes de investimento, assim, a S.A livra-se dos custos de financiamentos bancários que, muitas vezes tornam-se inviáveis devido à relação custo X benefício. 
Quando a sociedade se financia através da emissão de debêntures ou commercial papers e compromete-se pelo pagamento futuro da importância negociada com os devidos acréscimos remuneratórios têm-se o autofinanciamento por securitização. Por sua vez, quando o autofinanciamento ocorre por meio da emissão de novas ações não vinculadas a obrigação de restituir aos investidores pelos recursos prestados temos o autofinanciamento por capitalização.
A sociedade anônima necessita de mais recursos para o financiamento ou ampliação de suas atividades e identifica a possibilidade de obtê-los apresentando-se, no mercado de capitais ou em particular, como uma alternativa de investimento. Emite, para viabilizar a operação, novas ações, e a integralização destas proporcionará a captação dos recursos pretendidos.
Através de alteração no estatuto é que normalmente se dá o aumento do capital social. Depois de aprovado por uma assembléia geral extraordinária as novas ações são oferecidas aos acionistas preferenciais e, as ações não subscritas pelos acionistas são oferecidas a outras pessoas: quando a emissão é pública, aos investidores como um todo; quando a emissão é privada, ou quando a companhia é fechada, aos investidores especialmente procurados para essa finalidade. Caso ocorram ainda ações não subscritas, a operação tornou-se comprometida a tal ponto de a sociedade dever cancelar as novas ações restituindo as importâncias recebidas aos subscritores e, através de nova assembléia geral formalizar a repristinação do capital social anterior a elevação. Não há outra possibilidade, pois se busca proteger o direito dos subscritores. 
A lei, porém, estabelece alguns meios de se evitar que ocorram sobras, quais sejam: quando da emissão particular de ações por companhia aberta, aquelas não subscritas podem ser vendidas em bolsa ou rateadas entre os subscritores que solicitarem reservas de sobras. Quando companhia fechada é obrigatória o rateio entre os subscritores interessados nas sobras, mas caso ainda restarem ações restantes após este dispositivo o processo será revertido.
2.4. Redução de capital
A redução do capital social está previsto no art. 174, da Lei 6.404/1976, a redução normalmente é evitada, tendo em vista a negatividade que provoca para os seus credores. 
Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a publicação da ata da assembléia geral que a tiver deliberado. 
§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação da ata poderão, mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio da sede da companhia, opor-se à redução do capital; decairão desse direito os credores que o não exercerem dentro do prazo. 
§ 2º Findo o prazo, a ata da assembléia geral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova do pagamento do seu crédito ou do depósito judicial da importância respectiva. 
§ 3º Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembléia especial. 
Segundo os ensinamentos de Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Comercial, 2.012, p. 199): “Note-se que a redução do capital social, em razão de sua excessividade, com restituição proporcional aos acionistas dos recursos correspondentes ( ou diminuição do valor das ações às parcelas já integralizadas ) tem a sua eficácia condicionada, na lei, à não oposição de credores. Se, nos 60 dias seguintes à publicação da ata da assembléia geral que aprovou a redução, um ou mais credores quirografários manifestarem discordância, a deliberação assemblear não poderá não poderá ser definitivamente arquivada pela Junta. Essa oposição apenas deixará de representar obstáculo à completa eficácia da redução do capital social se a sociedade pagar o credor ou depositar o valor em juízo. Além disso, se a companhia tiver emitido debêntures conversíveis em ações, também a aprovação da redução pela assembléia de debenturistas será condição de eficácia do ato.”
Esclarece José Edwaldo Tavares Borba, Direito Societário, 2.003, p. 447/8: “Convém notar que não cabe reduzir o valor das ações não integralizadas, posto que, se assim procedesse, a sociedade passaria a ter ações de valores nominais diferentes, resultado incompatível com a sistemática legal. A deliberação no caso, diz respeito, na verdade, à redução de determinado aumento de capital, ainda não integralizado, por conveniência da sociedade (excesso de capital), à parcela já realizada, reduzindo-se o número de ações com a conseqüente distribuições das entradas recebidas, por um bloco menor de ações que, de imediato, e por força dos recursos já transferidos à sociedade, resultaria integralizado.”
2.5. Constituição por subscrição pública
A subscrição pública depende de prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição das ações somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira. O pedido de registro de emissão obedecerá a normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e será instruído com:
a) o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento;
b) o projeto do estatuto social;
c) o prospecto, organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária.
A Comissão de Valores Mobiliários poderá condicionar o registro a alterações no estatuto ou no prospecto e denegá-lo por inviabilidade, temeridade do empreendimento, ou ainda inidoneidade dos fundadores.
O projeto de estatuto deverá satisfazer aos requisitos exigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral e aos peculiares às companhias, e deverá conter as normas pelas quais será regida a companhia.
O prospecto deve mencionar, com clareza e precisão, as bases e os motivos que justifiquem a expectativa de sucesso do empreendimento, e em particular:
a) o valordo capital social a ser subscrito, e a forma de sua realização bem como a existência ou não de autorização para aumento futuro;
b) a parte do capital formada por bens e sua discriminação assim como o valor atribuído a eles;
c) o número, as espécies e classes de ações em que se dividirá o capital; o valor nominal das ações e o preço da emissão das ações;
d) a valor da entrada a ser realizada no ato da subscrição;
e) as obrigações assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da futura companhia e as quantias já despendidas e por despender;
f) as vantagens particulares a que farão jus os fundadores ou terceiros, e o dispositivo no projeto do estatuto que as regula;
g) se necessário, a autorização governamental para que se constitua a companhia;
h) as datas de início e término da subscrição e as instituições autorizadas a receber as entradas, bem como a solução prevista no caso de subscrição em excesso;
i) o prazo dentro do qual deverá realizar-se a assembléia de constituição da companhia, ou a preliminar para avaliação dos bens, se for o caso;
j) o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a firma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o número e espécie de ações que cada um houver subscrito;
l) a instituição financeira intermediadora do lançamento, onde ficarão depositados os originais do prospecto e do projeto de estatuto, com os documento a que fizerem menção, para exame dos interessados.
No ato da subscrição das ações a serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e assinará a lista ou o boletim individual autenticados pela instituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se pelo nome, nacionalidade, residência, estado civil, profissão e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica, pela firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo especificar o número das ações subscritas, a sua espécie e classe, caso haja mais de uma, e o total da entrada. A subscrição poderá ser feita, nas condições previstas no prospecto, mediante carta à instituição e o pagamento da entrada.
Encerrada a subscrição e havendo sido subscrito todo o capital social, os fundadores convocarão a assembléia geral que deverá promover a avaliação dos bens, se necessário e deliberar sobre a constituição da companhia.
a) - Nos anúncios de convocação que deverão ser publicados no mesmo jornal em que foi publicada a oferta de subscrição, deverá constar a hora, dia e local da reunião.
b) - A assembléia de constituição será instalada, em primeira convocação, com a presença de subscritores que representem, no mínimo, 1/2 (metade) do capital social, e, em segunda convocação, com qualquer número.
c) - Presidida por um dos fundadores e secretariada por um subscritor, na assembléia, será lido o recibo de depósito bem como debatido e votado o projeto de estatuto.
d) - Cada ação, independente da espécie ou classe, dará direito a um voto;
e) - Verificadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representam mais da metade do capital social, o presidente declarará constituída a companhia.
f) - Lavrada em duplicata, a ata da reunião, depois de lida e aprovada pela assembléia, será assinada por todos os subscritores presentes, ou por quantos bastem à validade das deliberações; um exemplar ficará em poder da companhia e o outro será destinado ao registro do comércio.
2.6. Constituição por subscrição particular
A constituição por subscrição particular do capital pode ser feita por deliberação dos subscritores em assembléia geral ou por escritura pública, sendo considerados fundadores, todos os subscritores. Na forma de assembléia geral, deverão ser entregues à assembléia o projeto do estatuto, assinado em duplicata por todos os subscritores, e as listas ou boletins de subscrição de todas as ações.
Encerrada a subscrição e havendo sido subscrito todo o capital social, os fundadores convocarão a assembléia geral que deverá promover a avaliação dos bens, se for o caso e deliberar sobre a constituição da companhia.
a) - Nos anúncios de convocação que deverão ser publicados no mesmo jornal em que foi publicada a oferta de subscrição, deverá constar a hora, dia e local da reunião.
b) - A assembléia de constituição será instalada, em primeira convocação, com a presença de subscritores que representem, no mínimo, 1/2 (metade) do capital social, e, em segunda convocação, com qualquer número.
c) - Presidida por um dos fundadores e secretariada por um subscritor, na assembléia, será lido o recibo de depósito bem como debatido e votado o projeto de estatuto.
d) - Cada ação, independente da espécie ou classe, dará direito a um voto;
e) - Verificadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representam mais da metade do capital social, o presidente declarará constituída a companhia.
f) - Lavrada em duplicata, a ata da reunião, depois de lida e aprovada pela assembléia, será assinada por todos os subscritores presentes, ou por quantos bastem à validade das deliberações; um exemplar ficará em poder da companhia e o outro será destinado ao registro do comércio.
Se a companhia houver sido constituída por deliberação em assembléia geral, deverão ser arquivados no registro do comércio do lugar da sede:
I - um exemplar do estatuto social, assinado por todos os subscritores ou, se a subscrição houver sido pública, os originais do estatuto e do prospecto, assinados pelos fundadores, bem como do jornal em que tiverem sido publicados;
II - a relação completa, autenticada pelos fundadores ou pelo presidente da assembléia, dos subscritores do capital social, com a qualificação, número das ações e o total da entrada de cada subscritor;
III - o recibo do depósito;
IV - duplicata das atas das assembléias realizadas para a avaliação de bens, se for o caso;
V - duplicata da ata da assembléia geral dos subscritores que houver deliberado a constituição da companhia.
Se a companhia tiver sido constituída por escritura pública, o arquivamento da certidão do instrumento será o suficiente.
Cabe ao registro do comércio examinar se as prescrições legais foram observadas na constituição da companhia, assim como se no estatuto existem cláusulas em desacordo com a legislação.
Se por inobservância de prescrição, exigência legal ou irregularidade verificada na constituição da companhia for negado o arquivamento, os primeiros administradores deverão convocar imediatamente a assembléia geral para corrigir a falta ou irregularidade, ou autorizar as providências que se fizerem necessárias. A instalação e funcionamento da assembléia obedecerá as mesmas formalidades da primeira assembléia de fundação, devendo a deliberação ser tomada por acionistas que representem, no mínimo, ½ (metade) do capital social. Se a negativa for proveniente de falha no estatuto, a mesma assembléia poderá saná-lo e poderá ainda deliberar sobre a responsabilização civil dos fundadores.
Com a segunda via da ata da assembléia e a prova de ter sido sanada a falha ou irregularidade, o registro do comércio procederá ao arquivamento dos atos constitutivos da companhia.
Uma vez arquivados os documentos constitutivos da companhia, seus administradores deverão providenciar, nos 30 (trinta) dias seguintes, a publicação dos mesmos, bem como da certidão de arquivamento, em órgão oficial do local de sua sede.
A certidão dos atos de constituição da companhia, passada pelo registro do comércio em que foram arquivados, será o documento hábil para transferência, por transcrição no registro público competente, dos bens com os quais o subscritor tiver contribuído para a formação do capital social. A ata da assembléia geral que aprovar a incorporação deverá identificar os bens com precisão ou descrevê-los sumariamente, desde que suplementada por declaração, assinada pelo subscritor, contendo todos os elementos necessários para a transcrição no registro público.
Osprimeiros administradores são solidariamente responsáveis por eventuais prejuízos causados pela demora em cumprir as formalidades que complementares à constituição, dessa forma, a companhia não responde por atos praticados pelos primeiros administradores antes de cumpridas todas as formalidades constitutivas, contudo, a assembléia geral poderá deliberar em contrário.
2.7. Abertura e Fechamento de Capital
As sociedades anônimas se classificam em abertas ou fechadas, conforme tenham, ou não, admitidos à negociação, na Bolsa ou no mercado de balcão, os valores mobiliários de sua emissão. O critério de identificação de uma ou outra categoria de sociedade anônima é meramente formal. Basta que a companhia tenha seus valores mobiliários admitidos à negociação na Bolsa ou mercado de balcão, para ser considerada aberta. É irrelevante se os valores mobiliários de sua emissão efetivamente são negociados nessas instituições.
Para que uma companhia tenha seus valores mobiliários admitidos à negociação na bolsa ou mercado de balcão o que permitirá maior liquidez do investimento representado por tais títulos, necessita obter do governo federal a respectiva autorização. A companhia somente pode ser aberta se autorizada nesses termos. O órgão do governo federal encarregado pela lei de conceder tal autorização é uma autarquia denominada Comissão de Valores Mobiliários. Essa autarquia foi criada pela Lei n. 6.385, de 1976, e juntamente com o Banco Central exerce a supervisão e o controle do mercado de capitais, de acordo com as diretrizes traçadas pelo Conselho Monetário Nacional.
O interesse do governo federal no acompanhamento das sociedades anônimas abertas que justifica o regime de controle específico a que estas se encontram submetidas está relacionado com a proteção ao investidor popular em especial, e com o papel que tais entidades desempenham na economia em geral. Em virtude desse interesse é que a legislação do anonimato prevê determinadas regras de aplicação restrita a uma ou a outra categoria de sociedade anônima.
A Bolsa de Valores é uma entidade privada (pode ser uma sociedade anônima, como é a BM & FBovespa, ou uma associação de corretores, que exerce o serviço público de manter o pregão dos valores mobiliários; sua criação depende de autorização do Banco Central e seu funcionamento é controlado pela CVM. Mercado de balcão compreende toda operação relativa a valores mobiliários realizada fora da Bolsa de Valores, por sociedade corretora e instituição financeira ou sociedade intermediária autorizadas.
A companhia aberta pode estar registrada na CVM para ter os seus valores mobiliários negociados somente no mercado de balcão ou neste e na Bolsa.
ORGAOS SOCIETÁRIOS
 Assembléia Geral
A assembléia geral tem competência para apreciar qualquer assunto do interesse social, mesmo os relacionados à gestão de negócios específicos. Sua natureza e funcionamento não guardam paralelo com as instâncias de organização do poder estatal.
O art. 122 e seguintes da Lei nº. 6.404/76, estabelece que certas deliberações integram a competência privativa da assembléia geral, e assim, ela é chamada a se instalar apenas quando necessária à apreciação de matérias dessa natureza.
A assembléia geral, de acordo com as matérias a apreciar, pode ser ordinária ou extraordinária. A ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no artigo 132 da Lei das Sociedades Anônimas:
 I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167). Nos demais casos a assembléia geral é extraordinária.
 Conselho da Administração
O Conselho de Administração é órgão deliberativo e fiscalizador, integrado por no mínimo 03 membros, eleitos pela assembléia geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer. O prazo de gestão não pode ser superior a 3 anos, permitida a reeleição.
Sua função é agilizar o processo de tomada de decisão, no interior da organização empresarial, dessa forma, deve ser prevista no estatuto. Em caso de organização ser composta por poucos acionistas, facilmente reunidos em assembléia geral, a formação do conselho é facultativa
 Diretoria
A Diretoria é órgão executivo da companhia, composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembléia geral, devendo o estatuto estabelecer: I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos; II - o modo de sua substituição; III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição; IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
Os membros do conselho de administração poderão ser eleitos para cargo de diretores, até o máximo de 1/3 (um terço). Além disso, o estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.
Compete aos seus membros, no plano interno, gerir a empresa, e, no externo, manifestar a vontade da pessoa jurídica, na generalidade dos seus atos e negócios que ela pratica.
 Conselho Fiscal – características e funcionamento.
O Conselho Fiscal é órgão de assessoramento da assembléia geral, na apreciação das contas dos administradores e na votação das demonstrações financeiras da sociedade anônima. 
O estatuto da companhia disporá sobre o seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido dos acionistas. O conselho fiscal é composto de no mínimo 03 (três) e no máximo 05 (cinco) membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia geral. 
A atuação do Conselho Fiscal, e dos seus membros, está sujeita a limites precisos. Sendo que de um lado, possui meramente função fiscal, por outro, possui atuação interna, exclusivamente interna, na denunciação de fraudes e irregularidades aos órgãos de administração. 
ADMINISTRAÇÃO DA COMPANHIA
4.1. Sistema de administração
Distingue dois sistemas de estrutura da sociedade anônima: o monista e o dualista. No primeiro, a fiscalização e supervisão dos executivos encarregados de organizar a empresa e representar legalmente a pessoa jurídica (no Brasil, os diretores) compete exclusivamente aos acionistas, reunidos em seu órgão próprio (a assembleia geral), como ou sem o auxilio de outro órgão, encarregado de aferir a regularidade contábil e legal dos atos objeto de administração (o conselho fiscal). Já no sistema dualista, outro órgão, por assim dizer intermediário entre a assembleia geral e a diretoria, também exercer essas funções (o conselho de administração).
É deslocar o foco do número de órgãos administrativos para o de órgãos com competência para a fiscalização e supervisão da administração: se é esta privativa da assembleia geral, o sistema é monista, se concorrente com outro órgão dualista.
O sistema monista de estrutura da administração de sociedade anônimas é o que prevê órgão único de supervisão e controle dos atos de gestão da empresa (a assembleia geral dos acionistas), ao passo que o dualista reparte essa atribuição em dois órgãos (a assembleia geral e o conselho de administração).
4.2. Regime jurídico dos diretores
	A diretoria é o órgão responsável pela representação legal da sociedade anônima e que executa as deliberações da assembleia geral e do conselho de administração.
Aos diretores compete, internamente, dirigir a empresa, e de forma externa, manifestar a vontade da pessoa jurídica, em geral, quanto aos seus atos e negócios. Portanto, a representação da sociedade é privativa dos diretores.
Não é necessário que os diretores sejam acionistas da companhia, e serão eleitos pelo conselho de administração, se existir, ou pela assembleia geral, não existindo.
Os diretorespodem ser destituídos pelo órgão apto para a eleição, em qualquer espaço de tempo.
Segundo a lei 6.404/76, a administração das sociedades anônimas compete, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria, cabendo quando existente, ao conselho de administração eleger e destituir diretores.
A pessoa eleita para o cargo de diretor, somente estará investido da competência, após a posse, que ocorrerá no máximo 30 dias após a eleição. O administrador tomará posse por meio de assinatura de termo específico, lançado no livro de atas. Atualmente, tem se constatado, com a evolução natural do direito, certa divergência com relação ao regime jurídico no que se refere à figura do diretor da sociedade anônima, deixando pairar a dúvida relativa ao estabelecimento do vínculo estatutário ou celetista, quanto ao referido administrador.
 São várias as teorias que tem procurado explicar a natureza jurídica dos poderes de administração nas sociedades anônimas. São algumas delas: a contratualista, a institucionalista, a organicista, dentre outras. Para a teoria contratualista, a relação entre a administração e a sociedade é de natureza nitidamente convencional, expressa por mandato ou locação de serviços.
A teoria institucionalista admite a divisão e inelegibilidades de funções dos órgãos societários. A administração faz parte da própria estrutura da pessoa jurídica.
A teoria organicista é sustentada pelo direito público, uma vez que de forma similar aos aparelhos do Estado, os órgãos da administração nas sociedades anônimas têm atribuições derivadas da lei e não da Assembleia Geral.
Os diretores integram um órgão não coletivo que é a diretoria, onde o exercício dos deveres de seus integrantes é individual, não constituindo órgãos da companhia, mas representam a diretoria.
4.3. Deveres dos administradores
De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, os administradores possuem três deveres principais para com a companhia. O primeiro, chamado de dever de diligência, abordado no art. 153 da LSA, pauta-se na obrigação do administrador de gerir o negócio com a competência e o cuidado que seriam usualmente empregados por todo homem digno e de boa-fé na condução de seus próprios negócios. Deve ainda o administrador lembrar-se que atua para o bem da companhia, no atendimento dos seus interesses, nem que para isso tenha que divergir dos objetivos traçados pelos acionistas majoritários (art. 154).
Há também o dever de lealdade, que afirma, no art. 155, que é defeso ao administrador utilizar em proveito próprio ou de terceiro informações referentes aos planos e interesses da companhia, sobre os quais só teve acesso em razão do cargo que ocupa. No mesmo sentido, o artigo 156 ressalta que a inobservância do dever de lealdade pode, inclusive, caracterizar crime de concorrência desleal ao afirmar que o administrador deve abster-se de intervir em qualquer operação social em que tiver interesse pessoal e conflitante com o da sociedade que administre.
Por fim, há o dever de informar que está relacionado à necessária transparência dos negócios da sociedade anônima, devendo o administrador, sempre de forma imediata, informar o mercado sobre qualquer deliberação do órgão gestor que possa influir significativamente o comportamento dos investidores, especialmente na comercialização das ações emitidas pela sociedade (art. 157, § 4º). Cumpre ainda ao administrador informar sobre eventuais interesses que possua nos negócios sociais da companhia (art. 157, caput e § 1º).
O não cumprimento de tais deveres pode imputar ao administrador responsabilidade administrativas, civis e criminais. A má-gestão pode se dar pela falta de qualificação, dedicação ou até mesmo por não concordância com os demais diretores, o que pode gerar implicações de cunho meramente administrativo, que vão desde o rebaixamento do administrador para um cargo inferior até a sua destituição, não sendo necessário para isso nenhum processo formal. Mas, muitas vezes, a má-gestão não ocorre pela simples falta de qualificação ou dedicação do administrador, mas este pode praticar atos ilícitos, com dolo ou culpa (artigo 158, I) ou pela violação de lei ou estatuto (art. 158, II). Nesses casos, a sociedade tem o direito de pleitear uma indenização do administrador que serviria para recompor o prejuízo causado por ele à companhia. Também, no sentido de evitar conchavos internos que beneficiem administradores inescrupulosos, a LSA garante aos acionistas o direito de ajuizar o feito, caso a companhia não o faça no prazo de três meses ou decida por não promover a ação de responsabilidade (art. 159, §§ 3º e 4º).
Em alguns casos, ainda, a conduta irregular adotada pelo administrador pode caracterizar ilícito penal, como exemplos de crimes costumeiramente praticados por administradores existem os tipos definidos no art. 177 do Código Penal, relativos ao estelionato e outras fraudes contra o patrimônio.
4.4. Responsabilidade civil dos administradores.
A responsabilidade dos administradores está contida na Lei 6.404/1976, no artigo 158 e ss. define o âmbito e alcance da regra no direito brasileiro. O art. 158 estabelece que o administrador não responde pelos atos regulares de gestão praticados dentro de suas atribuições ou poderes, desde que ausentes culpa ou dolo.
O inciso I do mesmo artigo define como passíveis de responsabilização os atos que, mesmo recaindo dentro do âmbito de suas atribuições legais e estatutárias, sejam praticados com dolo ou culpa. Isso se trata, pois, da responsabilidade subjetiva clássica, cabendo ônus probatório ao demandante. Já o inciso II refere-se aos atos praticados fora das atribuições dos administradores, ou seja, quando há a violação da lei ou do estatuto, não sendo a conduta necessariamente dolosa ou culposa. Nesta abordagem há uma divisão doutrinária, mas a maioria dos doutrinadores entende que a culpa dos diretores é, neste caso, presumida, podendo ser eliminada caso estes provem que agiram de boa-fé e no interesse da companhia.
A maioria da doutrina, com base no § 6º do art. 159, da Lei das S.A., entende que a responsabilidade dos administradores é subjetiva mesmo no caso de violação da lei ou dos estatutos, apenas ocorrendo aqui a inversão do ônus da prova. De tal forma, provando o administrador que agiu de boa-fé e no interesse da companhia ele não poderá ser responsabilizado pela conduta que praticou.
Vale, por fim, ressaltar que a possibilidade de escusa com base na boa-fé e na ação por interesse da empresa alcança também o art. 158, I, porque, dentre os elementos da culpa (negligência, imprudência e imperícia) somente os dois primeiros são incompatíveis com a boa-fé, mas não a imperícia. Assim, mesmo um administrador culpado de imperícia pode se abrigar no já citado § 6º do art. 159. Sem mais, para ambas as hipóteses do artigo 158 há a necessidade de caracterização do prejuízo efetivo à companhia além do nexo de causalidade entre este e a conduta imputada.
DIREITOS DOS ACIONISTAS
Ao adquirir as ações, o acionista passa a ter uma série de direitos oriundos da participação na sociedade. 
A Lei nº. 6.404/76, em seu art. 109, classifica como direitos essenciais dos acionistas: direito de participação nos lucros e no acervo em caso de liquidação, direito de fiscalização, direito de preferência na subscrição de ações e certos valores mobiliários e direito de retirada. Tais direitos não poderão ser suprimidos nem pela assembléia geral, nem pelo estatuto da sociedade.
5.1, Direito de Participação nos Lucros e no Acervo em Caso de Liquidação
A participação nos lucros de uma sociedade anônima se dá, em regra, por meio do pagamento de dividendos periodicamente. O pagamento das parcelas dos lucros se dá pelo menos uma vez em cada exercício da sociedade, conforme exigência estabelecida pela lei.
A participação no acervo como regra, se dá em caso de liquidação da sociedade. Liquidação é o processo de apuração de ativo e pagamento do passivo da sociedade,visando sua extinção. Durante esse processo, o acionista tem direito de receber a parte que lhe cabe por rateio e também o de exercício de voto nas assembléias gerais, independente da natureza das ações que possuir.
5.2. Direito de Fiscalização da Sociedade
Em qualquer sociedade incumbe ao administrador prestar contas de sua administração, informando o andamento dos trabalhos aos sócios. Sendo o acionista pertencente ao grupo de sócios da sociedade, cabe a qualquer acionista o direito de fiscalizar a gestão dos negócios.
 
5.3. Direito de Preferência na Subscrição de novas ações
Visa principalmente à conservação da posição do acionista no quadro social em relação aos demais sócios.
Explica Ricardo Negrão: [...] o possuidor de vinte por cento das ações de uma companhia que não seja consultado sobre a emissão de grande número de debêntures conversíveis em ações poder perder sua participação acionária se não exercer o direito de aquisição. Essas debêntures posteriormente convertidas em ações podem corresponder, por exemplo, a um aumento de cem por cento do capital social. Para conservar sua posição, esse acionista deveria ter adquirido vinte por cento dessas debêntures (e por conseqüência dessas novas ações), sob pena de ver sua proporção cair de vinte para dez por cento do capital social.
5.4. Direito de Retirada
A Lei nº. 6.404/76 arrola inúmeras hipóteses que amparam o direito de retirada. 
Hipóteses previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 em que cabe a retirada nas sociedades anônimas:
I - criação de ações preferenciais ou aumento das classes existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo estatuto;
II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de novo classe mais favorecida;
III - redução do dividendo obrigatório;
IV – fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
V – participação em grupo de sociedade (art. 265);
VI – mudança do objeto da companhia;
IX – cisão da companhia;
Ainda, algumas hipóteses nos seguintes artigos:
Art. 221 – A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade.
Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao direito de retirada no caso de transformação em companhia.
Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembléia-geral das companhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos:... 
IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes.
Art. 236...
Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica de direito público adquirir, por desapropriação, o controle de companhia em funcionamento, os acionistas terão direito de pedir, dentro de 60 (sessenta) dias da publicação da primeira ata da assembléia-geral realizada após a aquisição do controle, o reembolso das suas ações; salvo se a companhia já se achava sob o controle, direto ou indireto, de outra pessoa jurídica de direito público, ou no caso de concessionária de serviço público.
5,5. Direito de Voto
O direito de voto é um dos mais importantes direitos conferidos ao acionista, sendo regra que a cada ação ordinária cabe um voto nas deliberações da assembleia geral. O direito de voto pode ser suprimido pelo estatuto em algumas hipóteses. 
A Lei nº. 6.404/76, art. 110 e seguintes, estabelece parâmetros para a limitação através do estatuto. O estatuto pode limitar o número de voto de cada acionista; pode deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos conferidos às ações ordinárias; pode, inclusive, retirar o direito de voto às ações preferenciais ou conferi-lo com certas restrições exceto às de retirar do acionista os direitos essenciais anteriormente listados.
Retirado o direito de voto às ações preferenciais, estas o adquirirão se a companhia, no prazo previsto no estatuto, não superior a 03 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos a que fizerem jus, conservando esse direito até o pagamento, inclusive de atrasados, se os dividendos forem cumulativos.
O art. 112 da mesma Lei estabelece que “somente titulares de ações nominativas endossáveis e escriturais poderão exercer o direito de voto”. Tal dispositivo acabou gerando grande controvérsia diante da possibilidade de a companhia emitir ações preferenciais nominativas sem direito a voto, além de um grande número de ações ao portador, as quais, não teriam direito ao voto, o que ensejaria, ao ser fundada a sociedade, deixar o controle da mesma em mãos de um reduzido número de prestadores de capital. A Lei das Sociedades Anônimas, em seu art. 115 e seguintes, proíbe o voto irregular. Há duas espécies de voto irregular: voto abusivo: voto exercido com a intenção de causar dano à sociedade ou a outros acionistas; voto conflitante: voto emitido por acionista que tem um interesse pessoal incompatível com o interesse da sociedade. Nas duas hipóteses, o acionista responderá pelos danos causados e será obrigado a transferir para a companhia as vantagens que houver auferido.
RESULTADOS SOCIAIS
6.1. Demonstrações financeiras
Demonstrações financeiras são documentos contábeis destinados a retratar diversos aspectos do seu desenvolvimento (patrimônio, resultados positivos ou negativos etc.) que deveram ser providenciados ao termino  do exercício social, onde deveram  demonstrar  as finanças da companhia.  A preocupação mais importante da legislação  societária é definir a periodicidade da distribuição dos lucros entre os acionistas, o exercício social é o lapso de um ano, com datas fixadas  em estatuto.
Podemos definir cinco demonstrações financeiras exigidas pela  Lei de Sociedades Anônimas-LSA: balanço patrimonial, demonstração de resultados do exercício, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração dos fluxos de caixa e demonstração dos valores adicionados.
                                                                                                                                                   
6.2. Destinação dos resultados sociais. 
                                                                                      
            A sociedade Anônima não é inteiramente livre para decidir sobre o destino dos seus ganhos, é determinado por lei que  uma parte deverá ser repartida  entre os acionistas e que outra parte deverá permanecer em seu patrimônio, sendo que a companhia decidirá sobre os rendimentos dos seus ganhos somente após atendimento dessas destinações forçadas.
            O resultado social consta no instrumento contábil respectivo, que a diretoria deve mandar elaborar assim que encerrado o exercício, trata-se  da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, peça que partindo da receita bruta  da companhia detalha os lançamentos contábeis pertinentes, como por exemplo: deduções, abatimentos, custos, receitas e despesas não operacionais etc.).
6.3. Participação Dos Acionistas Nos Lucros
            Todos os acionistas são titulares do direito essencial  de participar dos lucros da companhia, embora todos tenham direitos a parcelas nos lucros, não o tem em igual de condições. É possível em certos casos, que alguns recebam, por ação, dividendo maior que outros, ou também que uma parte dos acionistas deixe de receber dividendo em determinado exercício, porque o pago aos demais consome a totalidade do lucro liquido destinado aos sócios. 
Cada acionista participa dos lucros  de acordo com a espécie, classe e quantidade de ações que titulariza, sendo que o seu direito de participação nos lucros da sociedade estão condicionados a existência de resultados  positivos distribuíveis. Podemos ainda dizer que trata- se de investimento de risco, pois poderá o mesmo nunca ter retorno.6.4. Dividendo Obrigatório
            Foi desenvolvida pelo direito Norte-Americano, a partir de casos, por exemplo, dos “irmãos Dodge contra a companhia Ford Motor” no ano de 1919, nos Estados Unidos.  De acordo com o art. 202 da LSA, devem ser destinados ao pagamento de dividendos o percentual dos lucros estabelecidos em cláusula estatutária; omisso o estatuto, os dividendos obrigatórios serão de metade do lucro liquido ajustado,  sendo que também é obrigatória a distribuição de dividendos quando os recursos de reserva de lucros a realizar tiverem se realizado em dinheiro. 
Integra-se também aos dividendos obrigatórios  a parcela dos resultados sociais que não for apropriado em reserva de lucro ou destinado a capitalização da companhia. A lei proíbe que a sociedade retenha em suas mãos qualquer parcela dos resultados sem uma clara justificação para tanto.
6.5. Dividendo Preferencial
O dividendo preferencial ou também conhecido como prioritário, é o dispositivo estatutário que delimita a vantagem conferida particularmente a uma ou mais classes de ações preferenciais no exercício do direito de participação nos lucros  da sociedade. Definiu-se como preferencial aquela que atribui ao seu titular determinadas vantagens como tratamento diferenciado e privilegio na distribuição dos resultados sociais relativamente aos demais acionistas, delineada pelo estatuto da companhia.
6.6. Dividendo Fixo
            Quando o estatuto estipula, como vantagem conferida pela ação preferencial ao seu titular, a garantia do dividendo fixo no termino do exercício, a administração da companhia, ao preparar a proposta da destinação do resultado, deve determinar que seja feito o calculo da importância necessária ao atendimento desse dispositivo estatutário.
6.7. Dividendo Mínimo
            Os cálculos relacionados ao item anterior são relacionados a mensuração do dividendo prioritário fixo, se contudo, a garantia estatutária concedida aos preferencialistas diz respeito a dividendo mínimo, além daquelas contas relacionadas ao dividendo fixo, deverá ser feita mais uma operação: comparar os valores atribuídos a cada espécie de ação. 
 	A diferença entre ambos é que o mínimo podem ser inferiores aos atribuídos às ações ordinárias.
6.8. Cumulatividade
            Os dividendos fixos ou mínimos podem ser cumulativos ou não. No primeiro caso, a cumulatividade garante ao preferencialista o recebimento, em exercício ou exercício futuro, do valor eventualmente não pago pela companhia, por não dispor de meios para honrar o compromisso dos dividendos prioritários. A não cumulatividade é o inverso desta que acabamos de citar.
6.9. Dividendo Preferencial no Mercado de Capitais
            As ações preferenciais se definem como as que asseguram aos seus titulares uma vantagem em relação aos das ações ordinárias. A vantagem é definida pelo estatuto. Autoriza a lei por outro lado, que as preferenciais não concedam aos seus titulares o direito do voto, ou a concedam de forma limitada. Se a ação preferencial emitida pela sociedade anônima aberta  confere o voto ao seu titular  sem nenhuma restrição, ela pode admitir a negociação no mercado de capitais, mesmo que a vantagem referida no estatuto não seja econômica, ou sendo, não atendida  as condições mínimas mencionadas na lei.
6.10. Juros Sobre o Capital Social
            O direito tributário, disciplina a incidência dos impostos sobre o pagamento de juros sobre o capital próprio, autorizando a sociedade anônima, sujeita ao regime de lucro real,a deduzir da base de calculo do lucro os juros pagos ou creditados ao titular, sócio ou acionista, como remuneração do capital próprio. Esses juros são calculados sobre as contas do patrimônio liquido, observando o limite de variação pro rata dia, da taxa de juros  de longo prazo.
6.11. Juros Sobre o Capital Não São Dividendos
            Parte da Doutrina tem afirmado que os juros sobre o capital devem ser considerado uma espécie de dividendo, sendo que o entendimento que atendemos é de forma contraria, onde os juros sobre o capital não podem  ser considerados espécies de dividendos. Se os primeiros podem ser imputados aos últimos, como prevê a lei, então isso já demonstra tratar-se de institutos diversos. 
Além do mais, as diferenças tributárias impedem que sejam considerados pagamentos do mesmo tipo em vista do principio constitucional da igualdade.
6.12. Imputação dos Juros aos Dividendos
            A lei tributária autoriza  a imputação aos dividendos obrigatórios do montante pago  a títulos de juros sobre o capital, e também, como a base de calculo para os dividendos obrigatórios, reservas, participações  de não acionistas ou a imputação aos dividendos prioritários. 
A imputação dos juros pelo valor liquida do IR aos dividendos obrigatórios não dependem de cláusula estatutária, já a imputação aos prioritários depende, tendo em vista a lacuna da lei e mais o fato de ser o estatuto o instrumento para a delimitação da vantagem do preferencialista.
6.13. A Deliberação n. 207 da CVM
            Os juros sobre o capital próprio, por seu regime tributário, devem ser considerados “despesa”, da companhia. Isso, contudo, leva a problemas na órbita do direito societário, relativos as participações  de não acionistas nos lucros da companhia, não previstas pela lei tributária. 
Na tentativa de contorná-los, o CVM disciplinou os juros como se fosse participação no “resultado”. Sua norma, em razão dessa ambiguidade, é inconstitucional.
6.14. Reserva De Lucro
            As reservas de lucro são  a parte dos resultados sociais que a companhia  deve por força de lei ou do estatuto, ou ainda, por deliberação da assembleia geral manter em seu patrimônio. Podemos elencar cinco: reserva legal; estatutária; para contingências; de retenção de lucros;  de lucros a realizar.
Referência Bibliográfica:
COELHO, Ulhôa Fabio. Curso de Direito Comercial – Direito de Empresa. Sociedades. São Paulo, Editora Saraiva, 2011. Volume 2. 15º ed.
GONÇALVES, Maria Gabriela Venturoti Perrotta Rios. Direito comercial: direito de empresa e sociedades empresárias. 3ª. ed. Reform. – São Paulo: Saraiva, 2010. – (Coleção sinopses jurídicas, v.21).
MAGANO, Otavio Bueno. Manual de Direito individual do trabalho. São Paulo: Saraiva, 1999.
MARANHÃO, Délio. Curso de direito do trabalho. São Paulo: Atlas, 1996.
RUSOMANO, Mozart. Direito individual do trabalho. São Paulo: Revista Ltr, 1995.

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