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ENERGIA DAS ONDAS DO MAR no âmbito da SUSTENTABILIDADE

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FACULDADE METROPOLITANA DAGRANDE FORTALEZA
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ALEX DA ROCHA ABREU
DAVI DA SILVA LIMA
FABIAN OLIVEIRA PALOMBELLA
JOSE FERNANDO SOUZADA COSTA
JOSENÉAS SAMPAIO DE ALMEIDA FREITAS
RAYANNE DE PAULA RIBEIRO
RUY VICTOR DE AQUINO LOPES
THIAGO DE CASTRO LIMA
		WALLISON MONTEIRO GOMES
A ENERGIA DAS ONDAS DO MAR NO ÂMBITO DA SUSTENTABILIDADE
FORTALEZA
2017
ALEX DA ROCHA ABREU
DAVI DA SILVA LIMA
FABIAN OLIVEIRA PALOMBELLA
JOSE FERNANDO SOUZADA COSTA
JOSENÉAS SAMPAIO DE ALMEIDA FREITAS
RAYANNE DE PAULA RIBEIRO
RUY VICTOR DE AQUINO LOPES
THIAGO DE CASTRO LIMA
WALLISON MONTEIRO GOMES
A ENERGIA DAS ONDAS DO MAR NO ÂMBITO DA SUSTENTABILIDADE
Artigo cientifico apresentado aos cursos de Engenharia Civil e Produção da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza – FAMETRO – como requisito para obtenção da nota da APS, sob orientação do prof.ͣ Eliezer Abdala
FORTALEZA
2017
ALEX DA ROCHA ABREU
DAVI DA SILVA LIMA
FABIAN OLIVEIRA PALOMBELLA
JOSE FERNANDO SOUZADA COSTA
JOSENÉAS SAMPAIO DE ALMEIDA FREITAS
RAYANNE DE PAULA RIBEIRO
RUY VICTOR DE AQUINO LOPES
THIAGO DE CASTRO LIMA
WALLISON MONTEIRO GOMES
A ENERGIA DAS ONDAS DO MAR NO ÂMBITO DA SUSTENTABILIDADE
Este artigo científico foi apresentado no dia 02 de outubro de 2017 como requisito para obtenção da nota da APS, em Ciências Ambientais da Faculdade metropolitana da Grande Fortaleza – FAMETRO – tendo sido a provada pela banca examinadora composta pelo professor abaixo:
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Eliezer Abdala
Orientador – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza
A ENERGIA DAS ONDAS DO MAR NO ÂMBITO DA SUSTENTABILIDADE
ALEX DA ROCHA ABREU
DAVI DA SILVA LIMA
FABIAN OLIVEIRA PALOMBELLA
JOSE FERNANDO SOUZADA COSTA
JOSENÉAS SAMPAIO DE ALMEIDA FREITAS
RAYANNE DE PAULA RIBEIRO
RUY VICTOR DE AQUINO LOPES
THIAGO DE CASTRO LIMA
WALLISON MONTEIRO GOMES
RESUMO
A necessidade pela procura de formas e energia renováveis, para obtenção de energias mais limpas para que a humanidade tenha um campo maior da sustentabilidade, a energia das marés é uma das formas de energia limpa. Tendo esse fato em vista este trabalho apresenta a história da energia e sua busca por outras formas de energia, principalmente energia limpa e sustentável como a Energia Maremotriz onde o foco desse trabalho é visando sua criação, desenvolvimento, formas de utilização dessa energia limpa no âmbito da sustentabilidade.
Palavra - chave: Energia, Sustentabilidade, Energia limpa, Maremotriz.
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................................... 6
Marés ........................................................................................................................... 7
Energia Maremotriz.................................................................................................... 8
3.1 Energia Cinética ................................................................................................... 8
Aproveitamento da Energia Maremotriz na Malha Energética e seus impactos..15
Aspectos Ambientais ............................................................................................ 15
Aspectos Econômicos ........................................................................................... 17
Conclusão .................................................................................................................... 19
Referências .................................................................................................................. 21
INTRODUÇÃO
Os Marés e oceanos podem ser fontes de energias para iluminarem nossas casas e empresas, as energias providas de ondas e marés são energias naturais não poluidora e renováveis, esse tipo de energia teve início no século XI, mais o primeiro grande projeto de aproveitamento das marés foi construído no rio Rance, no Norte da França onde a média anual de variação das marés é de 8,4 metros de desnível, esse projeto consistiu na construção de uma barragem de 710 metros de comprimento.
Energia de maremotriz, pode ser utilizada na produção de energia elétrica através das usinas elétricas de maré, podendo obter dois tipos de energia cinética das correntes devido ás marés e energia potencial pela diferencia de altura entre as marés alta e baixa.
A ideia de extrair a energia acumulada nos oceanos, utilizando a diferença da maré alta e da maré baixa, até que não é nova. Já no século XII havia na Europa moinhos submarinos, que eram instalados na entrada de estreitas baías, o fluxo e o refluxo das águas moviam as pedras de moer. Mas os pioneiros da exploração moderna das marés foram os habitantes de Husum, pequena ilha alemã no mar do Norte
MARÉS
A Lei gravitacional de Newton explica a força que gera as marés. O fenômeno das marés é resultado da interação da rotação da terra com os campos gravitacionais dos astros, principalmente da lua e do sol, e pode ser entendido como a recuperação da energia cinética da terra. As Maré são as variações periódicas do nível do mar associada às correntes. A dinâmica dos oceanos engloba três tipos de movimentos: as correntes marinhas, as marés e as ondas.
As correntes, Conforme Tukerian (1988), são as interações da energia solar com a superfície da Terra. Os ventos, gerados na atmosfera pelo aquecimento diferencial, combinam-se com as camadas superficiais dos oceanos para produzir um sistema de circulação dirigido; e A evaporação e refrigeração produzem variações na densidade causando reajustes no campo gravitacional terrestre pelo movimento das massas de água; este movimento dirige a circulação oceânica de profundidade e é chamado sistema de circulação. Em Engel (1972), encontramos que a circulação das águas superficiais e profundas é o resultado do aquecimento pela radiação solar de forma diferenciada nas diversas latitudes, além do Efeito de Coriolis, fruto da rotação do planeta em torno de si mesmo.
As Ondas, conforme Leinz & Amaral (1998) são o resultado da força de atrito do vento em contato com a superfície do mar, e dependem da intensidade dos ventos e da profundidade da água.
É observando esta dinâmica que são desenvolvidos engenhos para captação desta energia transformando-a em eletricidade.
ENERGIA MAREMOTRIZ
É uma forma de produção de energia proveniente da movimentação das águas dos oceanos, por meio da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às correntes marinhas, as marés e as ondas.
Estas podem ser de 2 tipos: Energia potencial e Energia cinética. Conforme tecnologia utilizada, esta energia possui limitações de aspectos técnicos relevantes: 
Energia potencial: 
Necessita de uma costa apropriada para a construção do respectivo reservatório; para viável sistema são necessárias marés e correntes apropriadas; é necessário um desnível entre baixa e alta maré de pelo menos 5,5 metros. 
Energia cinética: 
Normalmente alocadas em profundidades baixas e geralmente próximas da costa; Estrutura robusta, de pequeno porte e baixa manutenção. Segundo Graw, a velocidade da corrente, ideal para implantação de sistemas maremotriz cinética, deve ser da ordem de 3 m/s.
Energia Cinética
No que diz respeito às centrais que aproveitam energia cinética das marés, estas exploram a energia cinética das massas de água em movimento.
O sistema hidráulico é análoga a eólica. Tal como no caso da energia eólica, a localização é fundamental para as turbinas de energia das marés. Estes sistemas devem situar-se em áreas com correntes rápidas, com fluxos naturais. Portanto, comparando a densidade da água com a densidade do ar, verificamos que a densidade da água é ordem de 832 vezes maior. Por isso que para valores baixos de fluxo do fluido motriz, o gerador proporciona valoressignificativos de rendimento. Essa caraterística também contribui na dimensão da turbina (diâmetro), visto que para uma mesma capacidade produtiva admite-se turbinas de muito menor diâmetro.
A energia maremotriz não é constante nem controlável, porém é previsível até mesmo a longo prazo. 
Os sistemas de instalação e projetos por Energia cinética são os mais variáveis, mas utilizam o mesmo princípio. Princípio do fluido em movimento seja por correte marinha natural ou enchente e vazante principalmente os com acentuados desníveis.
Exemplo de sistema por energia cinética
Fonte: Wikipédia, 2013.
O funcionamento é da seguinte forma: as comportas permanecem abertas para permitir a entrada da água na bacia durante a maré-alta e são fechadas depois para impedir a saída da água quando a maré é vazante, forçando a água a sair pelas turbinas para, e assim gerar eletricidade. 
Este é um sistema de apenas um sentido. É possível sistemas de aproveitamento em ambos os sentidos, a fim de compensar a intermitência das marés. Esta intermitência da força motriz é a principal barreira tecnológica e desafio dos futuros projetos. Esta por sua vez produz grandes picos de energia e se faz necessário estar ligado a sistemas que absorvam a energia em picos sem problema.
Uma forma de obter uma produção mais contínua, amenizando as variações das marés como um todo, seria recorrendo a uma central com dois reservatórios. Um enchido até ao seu nível máximo a cada maré-alta enquanto o outro seria esvaziado a cada maré-baixa. Alocando também turbinas entre os reservatórios gerando assim eletricidade de forma mais continua pois se produz altas e baixas em tempos adversos aos das marés.
Como os locais ideais para este tipo de instalações são escassos, se comparando a demanda, estuda-se também a criação de lagos artificial interligadas ao mar para projetos de geração de energia de simples efeito (produz num só sentido).
Outros exemplos de sistema hidráulico
 	Este utiliza as correntes marinhas como força motriz absorvendo energia cinética das massas de água movimento (tidal current energy) e transformando em energia.
Wikipédia, 2013. 
O Kobolt é um sistema que utiliza turbina de eixo vertical que também aproveita a corrente marítima. O Sistema é construído com um rotor de eixo vertical ligado a um alternador. Uma característica importante do Kobolt é que a direção de rotação do rotor é independente da direção da corrente, diferentemente dos sistemas de sistemas horizontais.
O Tocardo é um sistema que consiste numa turbina de eixo horizontal e foi desenvolvida para atuar nas comportas das diversas barragens que existem principalmente nos Países Baixos para conter o mar.
Fonte: torcado site.
A Central de Ondas de Pico utiliza a tecnologia da coluna de água oscilante associada a uma turbina do tipo Wells e ligada à uma rede de distribuição. A turbina Wells trabalha girando sempre na mesma direção independentemente da direção do fluxo de ar que o atravessa, pois, suas pás são fólios. Porém possui baixo rendimento e exige instalação de motores de arranque. 
(AERO, 2017)
O Pelamis é um dispositivo flexível flutuante e semi-submerso, constituído de módulos cilíndricos, com dimensão longitudinal proporcionais ao comprimento de onda do meio onde instalado, e disposto no sentido de propagação da onda, de modo a gerar um efeito de bombeamento progressivo. O movimento ondulatório das ondas incidentes provoca a oscilação dos módulos cilíndricos em torno das articulações que são ligadas a pistões hidráulicos que bombeiam o óleo que acionará motores hidráulicos, interligados a geradores elétricos.
Fonte: Wind prospect site
O Archimedes Wave Swing O projeto baseia-se no princípio de Arquimedes (diz que quando um objeto é submerso em um fluido, uma força atua sobre este objeto, forçando-o para cima, conhecida como força de empuxo, e é igual ao peso do fluido deslocado pelo volume do objeto submerso). O sistema é um cilindro submerso em forma de boia, ancorado no fundo do mar.
Fonte: Wikipédia, 2013
O sistema de funcionamento baseia-se na ação das ondas que movem o flutuador para cima e para baixo, gerando um movimento alternativo. Quando recebe a influência das cristas das ondas, ocorre a pressão na parte superior da boia, que empurra o mecanismo dentro do cilindro para baixo, comprimindo o gás no interior do cilindro. Quando a cava de onda passa sobre o flutuador, o processo inverso ocorre, movendo-se para cima a boia e ocorre a descompressão do gás no interior do cilindro. Esse movimento alternado gerado pelo flutuador é convertido em energia elétrica por meio de um sistema hidráulico ou de um conjunto de motor-gerador.
O Mighty Wale É uma espécie de balsa dividida internamente em três compartimentos contendo ar. O balanço das ondas gera uma pressão no interior dos compartimentos, acionando uma turbina gerando eletricidade. O dispositivo mostra inviável eficiência em locais de baixa densidade de energia das ondas, assim sendo inferior ao limiar necessário para atingir a viabilidade econômica
Fonte: zaidan site
O wave dragon é composto basicamente de dois braços refletores que direcionam as ondas incidentes para uma rampa inclinada que ao transpor este obstáculo com a amplitude de seus picos armazena a água em um reservatório que alimenta, por queda livre, o fluxo de agua que aciona uma turbina gerando energia.
Fonte: power of wave’s site
Projeto Brasileiro do Porto do Pecém
Projeto genuinamente brasileiro instalado no Porto do Pecém em Fortaleza. É baseado no princípio de armazenamento de água sob alta pressão numa câmara hiperbárica ou acumulador de pressão, através de bombeamento. Uma válvula reguladora de vazão, conectada à esta câmara, é responsável pela saída do jato de água em regime constante para o acionamento da turbina.
Funciona da seguinte forma: Os flutuadores acionados pelas ondas se movimentam atuando como braços de alavanca, que multiplicam as forças de lá proveniente acionar bombas hidráulicas alternativas. Estas bombas aspiram e comprimem um fluido em sistema fechado abastecendo a câmara hiperbárica e mantendo sua pressão elevada. A água proveniente da câmara hiperbárica é liberada na forma de jato pelos nozzels acionando uma turbina tipo Pelton, que transmite a rotação para um alternador gerando eletricidade. A vazão é controlada por uma válvula controladora.
Alguns pontos do planeta com potencial para construção de centrais de Energia cinéticas: 
Cook Inlet no Alasca; Pentland Firth na Escócia; Dee estuary em Gales ;Pembrokeshire em Gales ;Solway estuary (Morecambe Bay) em Inglaterra ;Humber estuary em Inglaterra ;Mersey river em Inglaterra ;Channel Islands in the English Channel, off the French coast ;Cook Strait na Nova Zelandia ;Estreito de Gibraltar ;Bosporus na Turquia ;Bass Strait na Australia ;Torres Strait na Australia ;Estreito de Malacca entre a Indonésia e Singapura ;Bay of Fundy no Canada ;East River em Nova Iorque ;Ilha de Vancouver no Canada ;Estreito de Magalhães a sul do Chile ;Golden Gate na baía de S. Francisco.
APROVEITAMENTO DA ENERGIA MAREMOTRIZ NA MALHA ENERGÉTICA E SEUS IMPACTOS 
A Energia Maremotriz é considerada uma ótima alternativa para a produção de eletricidade, visto que a energia das marés é uma fonte limpa e renovável. Estima-se que o potencial energético global seja da ordem de 500 a 1000 Twh/ano (Tecnogera). Mesmo com números bem significativos, e diante da crescente busca de meios de obtenção de energia limpa, é preciso destacar que poucas localidades apresentam características favoráveis para a obtenção desse tipo de energia, considerando que o desnível das marés deve ser superior a 7 metros. Outros fatores limitantes são os altos investimentos e o baixo aproveitamento energético.
Entre os locais com potencial para a produção de energia das marés estão a baía de Fundy (Canadá) e a baía Mont-Saint-Michel (França), ambas com mais de 15 metros de desnível. No Brasil, podemos destacar o estuáriodo Rio Bacanga, em São Luís (MA), com marés de até 7 metros, e, principalmente, a ilha de Macapá (AP), com marés que atingem até 11 metros.
Uma das principais formas de exploração da energia maremotriz é através do uso de turbinas instaladas em barragens. Desta forma, as marés criam um desnível elevado o suficiente entre os lados da barragem, a fim de que as turbinas sejam acionadas. Resumindo: trata-se do mesmo princípio básico utilizado em usinas hidrelétricas convencionais. 
Além da limitação por conta da necessidade de grandes amplitudes das marés, é preciso que exista condições geográficas favoráveis para o represamento da água, criando-se um reservatório. Regiões de estuários, como na costa brasileira, são bons exemplos de locais adequados sob este aspecto. 
4.1 Aspectos Ambientais
A construção de uma barragem para a exploração da energia maremotriz em um estuário pode resultar em efeitos diretos sobre o ecossistema local, por isso, é importante ressaltar que tais efeitos devem ser considerados tanto no projeto e construção, quanto na operação da usina.
Mesmo não produzindo nenhuma poluição direta ao meio ambiente, vale ressaltar que os efeitos da construção e operação de uma usina maremotriz devem ser cuidadosamente avaliados, pois a sua instalação pode modificar algumas características naturais do local e podem provocar possíveis alterações nas atividades humanas locais.
Um dos pontos que devem ser analisados é a possível alteração na qualidade da água. Alterações nas características químicas da água, tais como oxigenação e salinização; além da própria morfologia do estuário, que pode ser alterada devido às possíveis modificações nos regimes de sedimentação e erosão.
Possivelmente, um dos principais aspectos ambientais que devem ser verificados está relacionado às alterações no ecossistema do estuário. Estas alterações variam de acordo com o local, entretanto, podem ser formuladas levando-se em consideração os seguintes aspectos:
• Alterações na distribuição das espécies dentro do estuário; 
• Alterações na composição do grupo de espécies: extinção de algumas espécies, enquanto novas podem surgir; 
• Alterações nos ciclos de vida de algumas espécies: taxas de crescimento e reprodução, por exemplo.
Embora estes aspectos devam ser cuidadosamente verificados, vale destacar que a intensidade em que estes podem ocorrer, varia de um local para outro. Tomando-se como referência a usina maremotriz de La Rance (figura 1), observou-se que os impactos mais relevantes aconteceram apenas durante a sua construção, onde o fluxo natural do estuário foi interrompido através de ensecadeiras, para a construção a seco da barragem. Após esta etapa, estes impactos foram consideravelmente reduzidos. Com relação ao ecossistema do estuário de La Rance, foram observadas algumas modificações ao longo dos anos até que um novo equilíbrio ecológico tenha sido alcançado. Entretanto, estas modificações não causaram prejuízos às atividades pesqueiras na região.
Algumas medidas podem ser utilizadas para amenizar os impactos socioambientais causados pela construção e operação de uma usina maremotriz. A exemplo da construção da usina de Kislaya Guba- Rússia, a utilização de elementos pré-fabricados em terra firme para a construção da barragem foi uma solução menos ofensiva ao meio ambiente do que a utilização de ensecadeiras. Além disso, a exemplo de La Rance, a utilização de eclusas pode conciliar a usina ao tráfego de embarcações através do estuário.
Aspectos Econômicos
Para se fazer uma análise quanto a viabilidade econômica de um projeto de uma Usina Maremotriz devemos considerar alguns aspectos diretos e indiretos. Dentre os aspectos diretos estão os custos de construção, operação e manutenção da usina, além dos benefícios promovidos pela própria geração de eletricidade. Já entre os aspectos indiretos estão relacionados aos impactos ambientais e socioeconômicos associados a usina. O desenvolvimento de atividades turísticas no entorno da usina e a utilização da barragem como via de acesso rodoviário são exemplos de benefícios indiretos.
Os investimentos na construção e operação das usinas são facilmente recuperados através da economia em combustíveis, pois possuem uma fonte primária farta e de certa forma ilimitada, fazendo com que os custos associados à operação da usina sejam mínimos.
A geração maremotriz também está livre de alguns problemas tais como: emissões de gases poluidores, poluição da água, derramamentos de óleo, produção de resíduos. Embora sejam aspectos ambientais, estes fatores devem ser observados sob o ponto de vista econômico em qualquer projeto de geração de energia. Além disso, a vida útil de uma usina maremotriz pode chegar de duas a três vezes a de uma térmica ou nuclear.
A viabilidade econômica de um projeto maremotriz está bastante relacionado às demais fontes energéticas também disponíveis. Podendo ser bastante competitiva se comparada a Energia Termelétrica, porém, inferior se comparada às hidrelétricas convencionais. Logo, o custo da geração maremotriz e consequentemente a sua viabilidade, varia de um país para outro, de acordo com as condições energéticas, sociais e ambientais diversas. O Japão, por exemplo, produz eletricidade a baixos custos a partir de fontes nucleares e térmicas a gás e a óleo. Uma usina maremotriz produziria eletricidade a um custo de 3 a 4 vezes maior, o que a tornaria não-atrativa (Neto, 2011).
Vantagens e Desvantagens para a utilização da energia das marés (TECNOGERA, 2016)
	Vantagens
	Desvantagens
	Trata-se de uma fonte de energia renovável e limpa;
	Só é possível instalar centrais de captação de energia das marés em locais que atendam 100% das exigências geomorfológicas.
	Mesmo provocando mudanças no ecossistema local, os riscos ao meio ambiente são mínimos;
	É necessário um alto investimento para instalação dos equipamentos para geração da energia maremotriz;
	O volume de água do mar é grandioso, o que permite a geração de uma grande quantidade de energia elétrica;
	Necessidade de instalações reforçadas para suportar tempestades;
	Depois de instalados, a manutenção dos equipamentos geradores de energia não exige muitos investimentos.
	Eventualmente, pode oferecer algum risco de poluição por materiais poluentes.
CONCLUSÃO
Quando o tema é energia elétrica e suas fontes de geração, esse é um assunto complexo que envolve vários fatores e meios de geração. As fontes de energias convencionais são à base de derivados do petróleo e têm demonstrado que se paga um alto preço alto em conservação ambiental. Termelétricas poluem rios e o ar, as hidroelétricas provocam danos também irreparáveis ao meio ambiente, por precisarem de uma área em que envolve centenas de quilômetros quadrados, e que por sua vez este grande volume d’água altera o meio ambiente e toda a fauna e flora em seu redor. As usinas geradoras nuclear são mais perigosas, trabalhando com materiais radiativos, provoca a atenção e medo a todos que a rodeiam, é uma tecnologia ainda nova, seu maior problema também é seu lixo radiativo.
Analisando as disponibilidades de reservas de combustíveis fósseis, verifica-se facilmente que estas estão em ficando a cada dia mais escassas, além de estarem centralizadas em poder de poucos países. O perigo da maioria dos países do mundo de enfrentar restrições para a sua obtenção é cada vez mais presente. Por outro lado, as interações climáticas são mais um agente que coagi a sociedade pela busca de fontes energéticas renováveis e limpas.
No presente trabalho pode-se concluir que o aproveitamento da energia dos oceanos, compreendendo energia das ondas, das marés, do gradiente vertical de temperatura e das correntes marítimas, é uma boa alternativa para diversificação da matriz energética do Brasil e em especial no distrito de Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, Estado do Ceará, além de outros países, pelo potencial de geração e impactos ambientais reduzidos. Deve-se ressaltar, no entanto,que as tecnologias apresentadas neste trabalho são, em geral, implementadas primeiramente em protótipos e plantas experimentais, com o objetivo de resolver questões técnicas e conhecer melhor esse tipo de aproveitamento energético e ainda como toda atividade humana que altera o meio, a energia maremotriz apresenta impactos ambientais que precisam ser mapeados e mensurados, a fim de que qualquer projeto que venha a ser implantado não prejudique o equilíbrio dos ecossistemas existentes em sua área de influência, e somente após todo detalhamento de risco, custo e benefícios, esses são postos em prática.
A análise demonstra que no Pecém, há uma boa disponibilidade de energia proveniente da maré a ser explorada em diferentes escalas, podendo atingir famílias individuais ou comunidades isoladas localizadas próximas aos locais de desenvolvimento do projeto. Contudo um dos principais obstáculos encontrados neste tipo de aproveitamento é a dificuldade de se investir neste novo tipo de fonte alternativa devido à tecnologia ainda estar em fase de desenvolvimento. Com relação à análise de custos, observa-se que existem algumas incertezas quanto aos custos e benefícios que esta energia pode proporcionar, pois a economia de uma central maremotriz está intrinsicamente relacionada a cada local de implantação, e dependem essencialmente da topografia, geologia, clima para que seja um recurso viável.
A Energia das Ondas pode ser uma oportunidade para o distrito de Pecém na era pós-eólica das renováveis, e assim não nos limitaríamos, uma vez mais, ao papel de simples importadores de equipamentos e de utilizadores de tecnologia alheia.
REFERÊNCIAS
AERO, 2017. Mini. Energia das marés. Disponível em: <http://aero-mini.blogspot.com.br/p/energias.html>.
BRIGHT, 2017. Hub. Wave Power: Archimedes Wave Swing Machines. Disponível em: <http://www.brighthub.com/environment/renewable-energy/articles/40548.aspx#>.
ENGEL, L. O mar. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1972.
LEINZ, V., DO AMARAL, S. E. Geologia geral. 13 ed. São Paulo: Nacional, 1998. 
NETO, PEDRO - Exploração de energia maremotriz para geração de eletricidade, 2011, Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-33052011000200007>.
PLANETA COPPE - UFRJ. As múltiplas ofertas do mar. 2004. Disponível em: <http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=1088>.
TECNOGERA – Vantagens e desvantagens da Energia Maremotriz, 2016 Disponível em: <http://www.tecnogera.com/blog/confira-as-vantagens-e-desvantagens-da-energia-das-mares/>
TUREKIAN, K. K. Oceanos. Série de textos básicos de Geociência. São Paulo: Edgard Blücher, 1988.
YOUTUBE. Usina de ondas do Pecém. 2012. Disponível em: <http://www.you tube.com/watch?v=hWcuuQWybWg>.
WIKIPEDIA. Central de Ondas de Pico. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Central_de_Ondas_do_Pico.

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