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trabalho uva daniel grande

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FAEF- Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça
Sociedade Cultural e Educacional de Garça
TRABALHO SOBRE A CULTURA DA UVA (Vitis sp.)
Discentes: DANIEL GRANDE
Garça/SP; Novembro 2014
1. INTRODUÇÃO
A classificação botânica dos vegetais, como o caso da videira, agrupa as plantas dentro de um sistema baseando-se em suas características morfológicas, suas relações genéticas e semelhanças. Sua classificação fica:
 ORDEM: Ramnidea
 FAMÍLIA: Vitacea
 SUBFAMÍLIA: Ampelidea
 GÊNERO: Vitis
 SUBGÊNERO: Euvitis
 ESPÉCIES: Vitis vinifera, V. rupestris, V. aestivalis, V. labrusca, V.riparia, V. cinérea.
A videira ainda pode ser mais detalhadamente classificada como: 
Angiosperma: planta com semente dentro do fruto, dotada de flores, que pertencem ao grupo das: 
Cormófitas: plantas com raiz, talo e folha; 
Divisão espermatófito: planta com flor e semente, cuja reprodução é feita por sementes; 
Classe das dicotiledôneas: plantas com dois cotilédones, que originam as primeiras folhas; 
Ordem Ramnales: plantas lenhosas com um ciclo de estames situados dentro das pétalas
Família das Vitáceas: plantas dicotiledôneas que possuem flores com corola de pétalas soldadas na parte superior e de prefloração valvar, com cálice pouco desenvolvido, gineceu bicarpelar (órgão feminino com carpelos, , ou tecidos concrescidos que forma o fruto) e bilocular (possui duas cavidades), com fruto tipo baga.
A morfologia vegetal estuda a forma e estrutura das plantas, congrega o estudo de partes e órgãos e suas funções.
O sistema radicular tem como funções a fixação da planta ao solo e criação de reservas, função essa mecânica, desempenhado, sobretudo, pelas raízes grossas, é através destas que a água e os nutrientes são encaminhados para a parte aérea da planta, já a captação da água e nutrientes é feita pelas raízes finas, que quanto mais profundas estiverem, maior é a capacidade das videiras para resistir à seca, o que contribui para uma maior produção e qualidade das uvas.
A parte aérea da videira é constituída por. Tronco, que é o principal suporte da parte aérea da planta, acumula reservas e permite o transporte da seiva bruta e elaborada a todas as partes da planta. Braços que são formados a partir do tronco e assim como o tronco serve de suporte e condução de nutrientes. Folhas que são compostas pelo pecíolo e pelo limbo, que contém as nervuras. São responsáveis pela fotossíntese, na qual a planta transforma dióxido de carbono em oxigênio. Regulam a temperatura da planta pela respiração e transpiração. Absorvem nutrientes e água provenientes de adubações foliares. Gavinhas tem a função de agarrar ramos, galhos, folhas, ou qualquer outro objeto que sirva de apoio para a planta em crescimento. Flores na videira é hermafrodita formada essencialmente por pedúnculo, vaso onde circula a seiva bruta e elaborada. Sua floração envolve a libertação da corola e a extrusão dos estames. Cacho é composto de um esqueleto (engaço) dando origem ao fruto (bago). Sementes ou gavinhas servem para a propagação da videira.
2.DESENVOLVIMENTO
Após plantio e enxerto, tutora-se a planta para que cheguem em perfeita condição a latada (arame superior), usando-se para tanto tutores d madeira, amarrando a planta neste tutor a cada 20cm. Quando a planta atinge o arame superior recurva-o abaixo da latada para seguir o lado escolhido de condução. Já em cima do arame superior, conduz a planta até ela atingir o comprimento ideal e desponta o ramo para formar as saídas laterais, despontando-os posteriormente para formar os ramos produtivos, em n° de 3 por saída. Em variedades como a Festival e a Thompson, despontam-se estes ramos para se formar os netos, os quais são férteis para produção.
Poda de formação:
Tem a função de voltar e renovar os ramos para uma futura produção. Realizando da seguinte forma: podam-se as saídas com aproximadamente 30-40 cm, faz-se a torção e aplicação da Cianamida Hidrogenada para quebrar a dormência e facilitar a brotação uniforme. Nestas saídas, após a brotação, com 10-20 cm, realiza-se o desbroto, deixando de 3-4 varas por saída, sendo uma delas o esporão para o ciclo seguinte. Nestes brotos, sua condução é direcionada para frente, realizando o amarrio verde, com mesmo espaçamento, para não causar embuxamento destes ramos. Após estes se encontrarem com os ramos da planta a sua frente, deve-se despontá-lo para não causar gasto de energia e obter controle de sombreamento.
Controle de sombreamento:
Esta prática é realizada em parreirais que produzem uma vez por ano. Tem o objetivo de conter a dominância apical da videira, a qual tem crescimentos vegetativos interno, facilitando sua aeração e insolação no parreiral, prevenindo e controlando o aparecimento de doenças. Esta prática consiste em despontar os ramos secundários, deixando-se uma abertura no meio da latada em média de 50 cm. Em uvas apirênicas, despontam-se os ramos e os netos terminais, deixando de 4-5 netos por vara com 2-3 gemas cada um, e se necessário desponta-se o bisneto com duas gemas.
Amarração de brotos:
Tem o objetivo de evitar sua quebra pela ação dos ventos e ou evitar entrelaçamento, forçando uma boa arquitetura, favorecendo a ação fotossintética. Estes ramos ficam dispostos de 20-30 cm um do outro. Quando ocorre a quebra de alguma rama por ação de ventos, faz-se fechamento com ramos de outra saída para que o sol não entre com muita intensidade e prejudique os futuros cachos. Esta atividade pode ser repetida de 2 a 3 vezes de acordo com seu crescimento.
Desponto de netos:
Esta prática é realizada com a finalidade de retardar o crescimento dos netos mais vigorosos, proporcionando o seu amadurecimento. A prática se desenvolve com o desponte após a segunda gema, assim que emitirem o primeiro bisneto.
Irrigação:
Irrigação é uma técnica utilizada na agricultura que tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da plantação. Complementa a precipitação natural, e em certos casos, enriquece o solo com a deposição de elementos fertilizantes.
Adubação de plantio:
Este processo consta da incorporação de esterco, macro elementos e microelementos, bagaço de coco e ou capim nos sulcos feitos pelo implemento agrícola.
Implantação do sistema de latada:
A estrutura do sistema de sustentação é formada pela posteação e pelo aramado. A posteação compreende as cantoneiras, postes externos, rabichos, postes internos e tutores; o aramado é formado pelos fios e cordões.
Pragas e doenças da videira:
Sobre a videira, já foram relatadas aproximadamente 160 espécies de insetos que se alimentam da planta, porém, poucas atingem a situação de praga exigindo a adoção de medidas de controle.
Para o programa de Produção Integrado de Frutas, o monitoramento de pragas e doenças é uma ferramenta imprescindível.
Assim são realizadas inspeções periódicas na área para detectar alguma praga ou doença e evitar sua disseminação.
A uva ela é originária da Ásia, é uma das frutas mais antigas utilizadas na alimentação humana e a sua produção ocorre por todo o Mundo. A sua origem é de 6.000 AC. No Brasil o cultivo da mesma começou por volta de 1535, na capitania de São Vicente trazida pelos portugueses. A uva é uma das frutas mais exportadas e também mais importadas pelo Brasil.
As uvas crescem em cachos de 15 a 300 frutos, e podem ser vermelhos, pretas, azul-escuros, amarelas, verdes, laranjas e rosas. "Uvas brancas" são naturalmente de cor verde, e são evolutivamente derivados da uva roxa. Mutações em dois genes reguladores de uvas brancas desativam a produção de antocianinas, que são responsáveis ​​pela cor púrpura das uvas. As antocianinas e outros polifenóis são responsáveis ​​pelo vários tons, que variam de roxo a vermelho.
Os frutos também podem ser usados ​​na fabricação de vários produtos, como geleias, sucos, sorvetes e refrigerantes, e sua casca pode ser usada para fabricar panetone.No que concerne a produção de uvas, constata-se que os países emergentes, Egito, Peru, Brasil e Bolívia, aumentaram a sua produção na ordem dos 5%, com destaque para a Índia, cuja produção de uvas aumentou de 40% para 120%, nos últimos 5 anos. Neste mesmo período (2000-2014), a Europa que representava 52,9% deste mercado decresceu para os 41,6%, enquanto a Ásia foi o continente que registou o maior incremento, já representa 28,7%, com destaque para a China e a Oceania que cresceu 1% em termos percentuais (de 2% para 3%). A Europa manteve-se estável em termos da produção enquanto na Oceânia se verificou uma diminuição.
A produção brasileira de uva foi da ordem de 1,42 milhões de t, destacando-se a região Sul como a maior produtora, participando com 936,7 mil t (66,0%) da produção brasileira de uva, enquanto a participação da região Nordeste foi de 18,8% (267,1 mil t), seguida da região Sudeste com 207,2 mil t ou 14,6%. Muito embora a região Sul apresente-se como a maior produtora de uva do País, vale ressaltar que a uva produzida nessa região destina-se, principalmente, à produção de vinho, enquanto nas regiões Nordeste e Sudeste predominam a produção de uvas de mesa. Em 2008, a produção brasileira de uva destinada ao consumo in natura representou 691,2 mil t, correspondendo a 49,4% da produção nacional, tendo a região Nordeste contribuindo com 37,7%.
Temperaturas de inverno: a videira é bastante resistente às baixas temperaturas na estação do inverno, quando se encontra em período de repouso vegetativo. Ela pode suportar, sem que haja a morte da planta, temperaturas mínimas de até -10,0°C a -20,0°C no caso da espécie Vitis vinifera L. O frio invernal é importante para a quebra de dormência das gemas, no sentido de assegurar uma brotação adequada para a videira. Em condições de pouco frio invernal, que podem ocorrer nos climas subtropicais, torna-se necessário a adoção de tratamentos e práticas culturais adequados visando garantir uma porcentagem satisfatória de brotação das videiras.
Temperaturas de primavera: de forma genérica considera-se a temperatura de 10°C como mínima para que possa haver desenvolvimento vegetativo; do final do inverno ao início da primavera, quando ocorre a brotação das videiras, temperaturas baixas podem ocasionar geadas tardias que causam a destruição dos órgãos herbáceos da planta. Assim, regiões com elevado risco de geadas durante o período vegetativo da videira devem ser evitadas. O plantio de cultivares de brotação tardia em locais com riscos baixos a moderados de geadas é prática corrente na viticultura. No período de floração da videira, temperaturas iguais ou superiores a 18°C são favoráveis, sobretudo se associadas a dias com bastante insolação e pouca umidade.
Temperaturas de verão: a maior atividade fotossintética é obtida na faixa de temperaturas que vai de 20°C a 25°C, sendo que temperaturas a partir de 35 °C são excessivas. Na estação de verão, a qual via-de-regra coincide com o período de maturação das uvas, temperaturas diurnas amenas - possibilitando um período de maturação mais lento são favoráveis à qualidade. Igualmente a ocorrência de noites relativamente frias favorece o acumulo de polifenóis, especialmente as antocianas nas cultivares tintas e a intensidade dos aromas nas cultivares branca. Condições térmicas muito quentes podem resultar na obtenção de uvas com maiores teores de açúcares, porém com baixa acidez.
Temperaturas de outono: elas afetam o comprimento do ciclo vegetativo da videira, que é importante para a maturação dos ramos e o acúmulo de reservas pela planta. A ocorrência de geadas outonais (precoces) acelera a queda das folhas e o fim do ciclo vegetativo da planta.
Insolação e radiação solar: a videira é uma planta exigente em luz, requerendo elevada insolação durante o período vegetativo, fator importante no processo da fotossíntese, bem como na definição da composição química da uva. A radiação solar recebida pela planta em determinado local é função da latitude, do período do ano, da nebulosidade, da topografia e da altitude, dentre outros. Normalmente uma maior insolação está correlacionada a um menor número de dias de chuva, o que é favorável, já que as condições brasileiras são de alta umidade no sul do Brasil.
Pluviometria: a precipitação pluviométrica é um dos elementos mais importantes do clima em viticultura. A videira é uma cultura bastante resistente à seca. Existem regiões que produzem, sem irrigação, com precipitação pluviométrica de apenas 250 mm a 350 mm no período que vai da brotação até a maturação das uvas. Existem regiões onde ela subsiste em condições ainda mais secas. A demanda hídrica da videira varia em função das diferentes fases do ciclo vegetativo. Para a determinação de suas necessidades hídricas deve-se considerar, também, o tipo de solo e a cobertura do mesmo (vegetado ou não vegetado).
Umidade relativa do ar: A umidade relativa do ar é importante para a viticultura. Climas mais áridos possuem menor umidade relativa do ar e, climas mais úmidos, como o encontrado nas condições sul-brasileiras, apresentam umidade mais elevada. Tais condições são favoráveis à ocorrência de certas doenças fúngicas. Estimulam também o desenvolvimento vegetativo da videira.
3.CONCLUSÃO
A cultura da uva Vitis sp. é uma importante cultura destacando-se como a terceira maior de produção do Brasil, com ênfase na sua importação e principalmente exportação, possui alguns cuidados como principalmente as podas e outros tratos culturais que podem acarretar uma grande e boa produtividade se levado em conta as principais causas adversas que é o clima.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasViniferasRegioesClimaTemperado/clima.html. Acesso em: 10 nov. 2014.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uva. Acesso em: 10 nov. 2014.
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/CultivodaVideira/socioeconomia.html. Acesso em: 10 nov. 2014.
http://pt.scribd.com/doc/162081035/Botanica-da-Videira. Acesso em: 12 nov. 2014.
http://pt.scribd.com/doc/128139476/2a-Morfologia-Videira. Acesso em: 11 nov. 2014.
http://www.atividaderural.com.br/artigos/4eaaa9ca19a20.pdf. Acesso em: 10 nov. 2014.
UFRGS. (2001), Relatório Consolidado. Porto Alegre: UFRGS; Bento Gonçalves: IBRAVIN. Estudo do Mercado Brasileiro do Vinho, Espumantes e Suco de Uva.
WUTKE, Elaine Bahia, TERRA, Maurilo Monteiro, PIRES, Erasmo José Paioli et al. Influência da cobertura vegetal do solo na qualidade dos frutos de videira 'Niagara Rosada'. Rev. Bras. Frutic., Dec. 2005, vol.27, no.3, p.434-439. ISSN 0100-2945.

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