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RESUMO MARX

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RESUMO SOBRE MARXISMO
Uma das grandes críticas que a Sociologia do Trabalho tece ao mundo moderno e ao modo capitalista de produção é de fato a alienação do trabalhador em relação à sua atividade. Esse conceito de alienação do trabalho mostra de fato como o trabalhador está posto como um mero vendedor de sua força de trabalho, estando muitas vezes colocado à parte da função de sua atividade e do produto final de seu esforço. Mais do que isso, na esmagadora maioria das vezes a remuneração auferida por esse trabalhador não é suficiente para que ele possa ter igual acesso àquilo que produziu.
Essa critica refere-se a um sistema de produção fragmentado, onde cada vez mais o trabalhador encontra-se forçosamente distanciado do produto de seu trabalho. Distancia-se por estar cada vez mais desenvolvendo uma atividade mínima, especializada e repetitiva, onde muitas vezes desconhece o produto final do qual resulta a junção de tantas pequenas tarefas. E distancia-se também pelo fato de muitas vezes a remuneração por ele auferida ser insuficiente para ter acesso àquilo que é produto de seu próprio trabalho.
Outro conceito importantíssimo para se compreender a organização dos modos de produção capitalista e suas formas de apropriação do trabalho é aquilo que Marx denominou como Mais-valia. Esse termo é utilizado para referir-se à diferença existente entre o valor da mercadoria produzida, a soma do valor de seus meios de produção e o valor do trabalho, que se apresenta como a base de lucro no sistema capitalista.
Este, no entanto não é um conceito tão simples quanto possa parecer à primeira vista, isso porque o próprio Marx, aos poucos, foi percebendo que muitos destes valores não eram grandezas concretas e absolutas, mas sim passiveis de muita variabilidade indo de uma sociedade para a outra.
Por exemplo, foi possível constatar que os valores do trabalho não eram reduzidos ao valor de sobrevivência, mas que em cada sociedade ele agregava valores de costumes e culturais, dessa forma, na França, por exemplo, esse valor levava em conta que era algo impraticável esperar que os operários contentassem-se em viver sem seu vinho.
Sabe-se no entanto que, invariavelmente, os valores atribuídos ao trabalho e mesmo a todo processo de produção eram absurdamente inferiores ao valor cobrado pelo produto final, gerando dessa forma lucros exorbitantes para o capitalista, o dono dos meios de produção. E assim é até hoje, fazendo com que não seja difícil perceber, mais uma vez, a alienação do trabalho. Os honorários obtidos por um trabalhador de linha de montagem de automóveis pode sim suprir suas necessidades de sobrevivência, no entanto, dificilmente dará a esse operário acesso pleno ao produto final de seu trabalho.
Alem de todos esses fatores, Marx conseguiu perceber outras formas adotadas pelo capitalistas para ampliarem suas margens de lucro. Uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, não raro são os casos em que eles valem-se de estratégia como ampliação da jornada de trabalho, mantendo, no entanto o valor pago numa constante invariável, embora a produção seja aumentada. A isso Marx chamou mais-valia-absoluta.
Existem também os casos em que ampliava-se a produtividade física do trabalho através da mecanização dos modos de produção, ampliando assim os números e os lucros. Através desses moldes foi possível notar-se que o lucro, no sistema capitalista, não eram resíduos, e sim montantes passiveis de serem aumentados através dessas estratégias dos próprios capitalistas, que visavam o aumento da produtividade e conseqüentemente dos lucros, sem aumentar os gastos com a força de trabalho.
	Para compreender com clareza a estrutura de trabalho é necessário também entender a divisão de classes, para perceber a real diferença entre aqueles que são donos dos meios de produção e aqueles que fazem parte do proletariado. 
As classes sociais são um grupo social que não tem uma existência oficial. Elas são caracterizadas pela vaga no sistema produtivo. As classes sociais transformam a organização econômica e social e possuem basicamente três critérios:
– O grupo social se define pela possessão de um meio de produção. Os indivíduos que pertencem à mesma classe social têm de ter uma posição social similar.
– Indivíduos que compartilham uma classe social têm de ter uma consciência de classe, ou seja, devem compartilhar interesses, estilos de vida, gostos. Os indivíduos têm consciência de pertencer a uma classe especifica e ter interesses em comum. Existe um sentimento de pertencer ao mesmo grupo. Karl Marx fala que uma classe social tem consciência dela somente se ela sabe que está em luta contra outras classes.
– Uma classe social compartilha a luta de classe, ou seja, os indivíduos lutam pelos mesmos interesses. Então, eles se confrontam com conflitos que são mais ou menos violentos.
Segundo Karl Marx a história da sociedade até os dias atuais baseia-se na luta de classes, que é vista por ele como única forma de melhorar a situação dos oprimidos. Tal luta, entretanto, não é necessariamente violenta, porém, para que uma classe possa existir, o grupo deve ter consciência se si mesmo e de suas necessidades e fazer com que as demais classes saibam de sua existência e atendam suas demandas.

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