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Estrutura das membranas Transporte através das membranas Roteiro de aula: • Parte 1: Estrutura da membrana – A membrana plasmá4ca; – Histórico; – Modelo sanduiche; – Modelo do mosaico fluído; – Composição lipídica; – Composição proteica. Um dos conceitos mais importantes da Biologia Celular: • Todos os seres vivos são formados por células; • Todas as células são limitadas por uma membrana; • Então, vamos começar pela MEMBRANA. A membrana plasmática O que sabemos sobre ela? • A membrana plasmática é formada por uma bicamada de lipídeos e proteínas nela inseridos; • A membrana plasmática é fluida; • A membrana plasmática possui permeabilidade seletiva; • A membrana plasmática define e separa o meio intra e extracelular; • A membrana é um mosaico fluido. O Modelo do Mosaico Fluido Como se chegou até ele? Evolução do modelo de membrana: • A história da membrana começa com a química; • Observações sobre o corpo em contato com a água (Plínio, o Velho); • O óleo sobre a água – Benjamin Franklin (1774), Lord Raleigh (1890) e Agnes Pockels (1891). Filme fino e brilhante; • Charles Overton – natureza lipídica da membrana e permeabilidade seletiva; • Irving Langmuir (1917): bandeja de langmuir, monocamada de ácidos graxo; • Gorter e Grendel (1925): membrana de hemácias, bicamada. A bandeja de Langmuir e seus experimentos foram cruciais Os lipídeos formam monocamadas quando em contato com a água e o óleo. Proposta inicial de Langmuir (1917) Água Óleo Proposta de Gorter e Grendel (1925) “As hemácias são cobertas por uma camada espessa de substâncias gordurosas” O Modelo de Danielli e Davson (1935) MODELO DO SANDUICHE - As proteínas podem ser adsorvidas em gotículas de lipídeo; - Modelo biologicamente inviável, porque seria impermeável e muito rígido. Neste modelo, a membrana é formada por uma bicamada de fosfolipídeos e as proteínas estão inseridas nesta bicamada, podendo atravessá- la totalmente (proteínas integrais), levando a abertura de verdadeiros poros que permitem a passagem de moléculas ou ligadas a esta bicamada através de outras proteínas (proteínas periféricas). Mas como se chegou a este modelo? Edidin. Nat Rev Mol Cell Biol v.4, 2003. • Histórias e técnicas a parte… • O que compõe a membrana mesmo? • LÍPIDEOS E PROTEÍNAS • Ah ta…. E como eles se organizam? A evolução do modelo do mosaico fluido Figure 10-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Singer & Nicolson, 1972 Os lipídeos não são todos iguais Colesterol Glicolipídeos Mas nem todos os fosfolipídeos são iguais… Fosfolipídeos Os fosfolipídeos Figure 10-2 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Existem diferentes tipos de fosfolipídeos Figure 10-3 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Table 10-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Alguns fatos importantes: • O fosfatidilinositol é o fosfolipídeo minoritário, mas tem função importante; • A fosfatidilserina é carregada negativamente e em situações normais está voltada para o meio citoplasmático; • Os fosfolipídeos não se distribuem igualmente pelos dois folhetos da membrana plasmática; • Em eritrócitos, por exemplo, PC e esfingomielina se distribuem apenas no folheto externo, enquanto PS e PE apenas no folheto interno; • Os glicolipídeos estão sempre voltados para o meio extracelular. Por que será? Esteróis de membrana: o colesterol Figure 10-4 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O colesterol se intercala entre os fosfolipídeos Região mais fluida Anéis esteróides rígidos Cabeça polar (hidrofílica) Figure 10-5 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Aumenta a interação da região hidrofóbica da bicamada! Não se esqueça: • O colesterol diminui a fluidez da membrana, no entanto ele protege a membrana da cristalização em baixas temperaturas atuando como um “anticongelante”; • Para haver a formação de um cristal é preciso que os fosfolipídeos se aproximem muito, o que é dificultado pela presença do colesterol; • Alguns microorganismos variam a composição de lipídeos de suas membranas de acordo com a temperatura do ambiente. Não se esqueça: • A fluidez está relacionada diretamente com a movimentação dos fosfolipídeos; • Cada fosfolipídeo passa do estado líquido (fluido) para o cristalizado (gel) a uma determinada temperatura, chamada fase de transição; • As membranas não se cristalisam em temperaturas próximas as da fase de transição, porque são formadas por uma mistura de fosfolipídeos; • A mistura de fosfolipídeos é essencial, principalmente em ambientes de temperatura muito variável; • Quanto mais longas as cadeias de ácidos graxos, menos fluida é a membrana; • Quanto mais saturados forem os ácidos graxos, menos fluida será a membrana. Lipídeos diferentes se agregam formando domínios lipídicos Figure 10-13 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Plataformas (rafts) em uma membrana artificial Figure 10-14a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Fosfatidilcolina, esfingomielina e colesterol Resumidamente: • Lipídeos com ácidos graxos de comprimento semelhante tendem a se agrupar formando “ilhas” chamadas de balsas lipídicas ou lipid rafts (jangada). Nestas regiões a espessura da membrana também é diferenciada. Mas nas membranas também temos os GLICOLIPÍDEOS: Figure 10-18 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Lipídeos e proteínas contendo cadeias polissacarídicas ligadas a sua estrutura estão sempre voltados para fora da célula formando o glicocálix e atuando no reconhecimento entre células. Figure 10-28b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Formam o glicocálix: Figure 10-28a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Proteínas de membrana - Transmembrana; - Periféricas; - α-hélice; - β-barril; - Ancorada. As proteínas 7 e 8 são periféricas e não se associam covalentemente à membrana Proteínas integrais = 1-6 As proteínas conferem função a membrana: transporte, sinalização, endocitose, ligação a outras moléculas. Permeabilidade seletiva. Proteínas ancoradas São proteínas estruturais? Sim Estes tipos de âncora só são encontrados no folheto voltado para o citossol E também voltado para o meio extracelular Proteína α-hélice Como uma proteína atravessa a bicamada lipídeica na sua porção hidrofóbica? Os aminoácidos hidrofóbicos ficam voltados para fora da hélice, fazendo o contato com as cadeias hidrofóbicas da bicamada (ácidos graxos). Proteína β-barril Existem principalmente em microrganismos, mitocôndrias e cloroplastos; Formam canais hidrofílicos ou receptores Proteínas unipasso Atravessam a bicamada lipídica apenas uma vez na sua conformação de α-hélice; Presença de pontes dissulfeto entre aminoácidos sulfatadas e interações com resíduos de açúcares Proteínas multipasso atravessam a bicamada lipídica mais de uma vez Figure 10-25 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) As proteínas podem ser solubilizadas e purificadas usando detergentes • Detergentes são moléculas anfifílicas (ou anfipáticas); • São muito mais solúveis em água do que em lipídeos; • Detergentes iônicos (SDS – sodium dodecyl sulfate) e não-iônicos(Triton X-100 e NP-40); • Formam micelas. As proteínas integrais só podem ser solubilizadas por moléculas capazes de quebrar as associações hidrofóbicas Figure 10-30 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Roteiro de aula: • Parte 2: Transporte através das membranas – Permeabilidade sele4va; – Concentração de íons; – Proteínas carreadoras e canais; – Difusão simples e osmose; – Transporte passivo x transporte a4vo; – Transporte transcelular; – Bomba de Na+/K+; – Aquaporinas; – Canais iônicos. A membrana plasmá8ca e a permeabilidade sele8va: • É uma barreira para a passagem de moléculas e trocas entre os meios extracelular e intracelular; • Essa barreira faz com que a célula mantenha uma concentração de solutos no citosol diferente do meio extracelular; • As células desenvolveram diferentes maneiras de transferir moléculas específicas e íons através da membrana plasmá4ca; • As células u4lizam proteínas transmembrana para transportar íons inorgânicos e pequenas moléculas solúveis em água através da bicamada lipídica; • 15 a 30% das proteínas transmembrana estão envolvidas no transporte através da membrana plasmá4ca. Alguns conceitos importantes: • Transportadores: proteínas envolvidas no transporte de moléculas específicas; • Canais: formam poros hidroflicos através da membrana; • Alguns processos estão acoplados a uma fonte de energia; • As membranas celulares podem estocar energia através da formação de um gradiente eletroquímico. Comparando a concentração de íons do meio extracelular com o meio intracelular FICA CLARO QUE A MEMBRANA PLASMÁTICA É UMA BARREIRA SELETIVA! Table 11-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) A permeabilidade sele8va está vinculada à natureza lipídica da membrana plasmá8ca e as caracterís8cas Ssico-químicas das moléculas. • Tamanho: quanto menor molécula, mais facilmente ela atravessará a bicamada lipídica; • Polaridade: as moléculas apolares tem mais facilidade de atravessar a bicamada lipídica; • Carga: moléculas dotadas de carga, como os íons, não atravessam a bicamada lipídica; • Concentração: a diferença de concentração entre os os dois lados da membrana também é importante. A permeabilidade sele8va da MP: Figure 11-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Existem duas classes de proteínas envolvidas com transporte através da membrana: TODAS ESTUDADAS ATÉ AGORA SÃO PROTEÍNAS MULTIPASSO Também denominadas de PROTEÍNAS CARREADORAS ou permeases. TRANSPORTADOR Formam verdadeiros poros hidroSlicos (aquoso) que permitem a passagem rapidamente de um grande número de moléculas, geralmente íons. PROTEÍNA CANAL Difusão simples e Osmose: • É justamente a passagem de substâncias através da membrana plasmá4ca. • A troca de gases entre os seres vivos é um exemplo de difusão simples; • Se a molécula a ser transportada é a H2O, ela recebe o nome de OSMOSE; • Conceitos importantes: soluções hipertônica, isotônica e hipotônica. Na osmose, a H2O se move para dentro ou para fora de acordo com o gradiente de concentração + conc. - conc. Transporte passivo x Transporte a8vo • O transporte passivo ou difusão facilitada ocorre a favor do gradiente de concentração, tanto por proteínas do 4po canal quanto por proteínas carreadoras; • Este transporte pode ser de moléculas carregadas, neste caso formará um GRADIENTE ELETROQUÍMICO através da membrana; • Mas ainda existe o transporte a8vo, que é contra o gradiente de concentração e requer energia para acontecer. A DIFUSÃO SIMPLES não depende de uma proteína transportadora ou canal. TRANSPORTE PASSIVO TRANSPORTE ATIVO Proteínas carreadoras O transporte a4vo através de proteínas carreadoras pode estar associado a três fontes dis4ntas de energia: Figure 11-7 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) TRANSPORTE ACOPLADO TRANSPORTE DIRECIONADO POR ATP TRANSPORTE DIRECIONADO POR LUZ As proteínas carreadoras podem mediar movimentos em ambas as direções: uniporte, simporte e an8porte. Figure 11-8 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) UNIPORTE SIMPORTE ANTIPORTE Transporte de glicose acoplado ao transporte de Na+ - TRANSPORTE ATIVO SECUNDÁRIO – co-transporte de Glicose e Na+, que depende diretamente da concentração de Na+ no meio extracelular; - TRANSPORTE ATIVO PRIMÁRIO – bomba de Na+/K+, dependente de ATP e que mantém a concentração de Na+ extracelular alta. Existem três classes de bombas dependentes de ATP, também conhecidas por ATPases transportadoras F-type = ATP sintases V-type (vacuolar) = bombeam H+ às custas da hidrólise de ATP em organelas como lisossomos, vesículas sináp4cas e alguns vacúolos de diferentes naturezas. P-type = se auto-fosforilam A bomba de Na+/K+ • A concentração de K+ é 10 a 30 vezes maior dentro da célula, enquanto que a de Na+ é o oposto; • A bomba de Na+/K+, que é um an4porte, mantém estas concentrações; • Tudo isso com hidrólise de ATP, sendo assim pertencente a família das ATPases do 4po P; • É esta bomba que mantém o gradiente de Na+ essencial para dirigir o transporte de glicose nas células animais e também para regular o pH citosólico. Figure 11-14 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Modo de funcionamento da Bomba de Na+/K+ Figure 11-15 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) AQUAPORINAS • São canais proteicos especializados para transportar água; • Estão presentes especialmente em células que precisam rapidamente transportar água, como é o caso das células epiteliais do rim; • Transportam 109 moléculas de água por segundo; • As aquaporinas impedem o colapso de gradientes iônicos formados através da membrana; • Peter Agre e Roderick MacKinnon – Prêmio Nobel de Medicina de 2003. A estrutura das aquaporinas monômero Na membrana, as aquaporinas formam tetrâmeros; Aminoácidos hidroflicos, fazem pontes de hidrogênio com a água. Canais iônicos • São poros hidroflicos altamente sele4vos que podem se abrir e fechar rapidamente; • 100 milhões de íons por segundo podem passar através de um canal aberto; • O transporte através dos canais iônicos será sempre do ?po passivo; • Em geral são específicos para determinados íons inorgânicos tais como Na+, K+, Ca2+e Cl-, sempre a favor do gradiente de concentração. Ora aberto, ora fechado… Figure 11-20 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Poro hidrofílico que atravessa a bicamada lipídica! Diferentes estmulos podem abrir os canais iônicos: Figure 11-21 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Mais de 100 4pos de canais iônicos já foram descritos! neurotransmissor nucleotídeo O potencial de membrana e os canais vazantes de K+ • A passagem de íons através de transporte passivo é o principal fator que contribui para o potencial elétrico da membrana plasmá4ca; • A membrana plasmá4ca das células animais é levemente mais nega4va do lado de dentro e posi4va do lado de fora; • Isso é man4do pelo bombeamento de 2K+ para dentro da célula, mas também porque o K+ pode entrar ou sair da célula através de canais vazantes; Numa membrana em repouso Membrana polarizada – ação de canais vazantes de K+ e também da bomba de Na+/K+ - Neurônios e músculos são células excitáveis, que necessitam responder rapidamente a estmulos; - Em resposta a um estmulo, abrem rapidamente canais que permitem a passagem de grandes quan4dadesde íons em um espaço de tempo curto. ALTERAÇÃO DE POTENCIAL DE MEMBRANA Potencial de ação (ou impulso nervoso) é uma onda de excitação elétrica que se propaga de uma ponta de um neurônio até outro sem interrupção a velocidades de 100 m/seg ou mais Canais iônicos dependentes de voltagem FICAM UM TEMPO FECHADO - REFRATÁRIO A propagação do potencial de ação (estmulo nervoso) ao longo do axônio de um neurônio Canais de K+ dependentes de voltagem atuam para repolarizar a membrana após a passagem do estmulo nervoso - São muito importantes nas sinapses químicas: impulso nervoso terminal nervoso ace4lcolina CANAL IÔNICO DEPENDENTE DE ACETILCOLINA CANAL DE Na+ DEPENDENTE DE VOLTAGEM CANAL DE Ca2+ DEPENDENTE DE VOLTAGEM CANAL DE Ca2+ - DEPENDENTE DE Ca2+ membrana plasmá4ca retculo sarcoplasmá4co REPOUSO ATIVADO Figure 11-39 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008)
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