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FAPAC – FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS
INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS PORTO LTDA
CURSO DE ARQUITETURA
NOME
NOME
NOME
FAST CONSTRUCTION
PORTO NACIONAL – TO
2018
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade, muitos empreendedores buscam construções mais rápidas, isso porque precisam com urgência de seus empreendimentos e para eles tempo é dinheiro. Segundo Paulo Eduardo Fonseca de Campos, diretor da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), "para esse tipo de investidor, o tempo de obra é contabilizado como prejuízo. Por isso, interessa a eles tudo o que represente uma diminuição significativa nos prazos de construção".
Nesses casos tem sido aplicado a metodologia Fast Construction, que consiste numa simplificação de processos, redução de interfaces, racionalização de etapas, tudo com uma grande economia de tempo. 
Dentre os inúmeros benefícios dessa metodologia, destacam-se: 
– Padronização, racionalização e otimização dos processos e de uso de recursos;
– Organização, foco e produtividade;
– Rapidez, eficácia e economia de escala;
– Desempenho e qualidade previsíveis;
– Precisão e confiabilidade.
Para uma construção mais rápida utilizam pré-fabricados de concreto, estruturas metálicas, painéis arquitetônicos, steel deck, tilt-up, paredes de gesso acartonado, coberturas industrializadas, vedações racionalizadas e muito mais.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 FAST CONSTRUCTION
A partir da década de 90 iniciou-se um processo de horizontalização das organizações, as empresas passaram a ter mais foco em seu core business (negócio principal) e passaram a definir as atividades de suporte como secundárias. Esse processo não se limitou à indústria, envolveu também o setor de engenharia e construção.
Essa configuração horizontal foi acelerada por imposição da pressão competitiva e, consequentemente, pela busca ao aprimoramento de processos, o que levou as empresas a optarem pela terceirização das atividades secundárias. Os principais objetivos foram: transformar custos fixos em variáveis, aumentar a eficácia operacional e, ainda, explorar o conhecimento de especialistas em todas as modalidades: projetistas, consultores, fabricantes de materiais e prestadores de serviços.
Passou-se a ser fundamental manter ênfase no gerenciamento e controle de prazos de custos e da qualidade, isso para viabilizar essa transformação na gestão da cadeia produtiva. Frente a essa abordagem mais moderna, o termo Fast Construction passou a ser compreendido como um meio de trabalhar a partir de uma rota rápida, direta, compactando e acelerando o processo construtivo. Sob essa perspectiva, Fast Construction pode ser definido como uma metodologia de gestão, que objetiva racionalizar e trabalhar concomitantemente todas as etapas do processo construtivo, desde a concepção, estudo de viabilidade, localização do terreno (ou do imóvel), projeto legal e licenciamento, planejamento, projeto e detalhamento, logística e suprimento e, ainda, o gerenciamento da execução de um empreendimento ou de um lote de ações simultâneas que fazem parte de um mesmo projeto.
Fast Construction” ou obra rápida é uma metodologia de gestão de obras com o objetivo de racionalizar etapas trabalhando simultaneamente várias áreas do projeto sempre utilizando boas práticas, gerenciando com foco em custo, prazo e controle de qualidade. O método compacta e acelera uniformemente o processo construtivo, resultando no cumprimento da data de entrega prevista em contrato.
Independentemente do tipo de sistema construtivo utilizado, os benefícios da metodologia Fast Construction são:
Padronização e racionalização dos processos de concepção e construção, evitando desorganização e sobrecarga no uso dos recursos em atividades não-essenciais ao projeto;
Rapidez, eficácia e economia de escala, gerados pela otimização dos processos e do uso dos recursos;
Desempenho e qualidade previsíveis, como consequência da padronização e racionalização, conferindo maior confiabilidade aos processos construtivos e de gestão dos empreendimentos.
Nesse sentido, a construção passa a ser gerida como uma linha de produção industrial em que, por meio da simultaneidade dos processos, da sua simplificação, padronização e repetitividade, o tempo necessário para o projeto e execução passa a ser apenas uma fração do que seria consumido em comparação a um processo convencional. Quando se fala em redução do tempo, ela pode ser realizada trabalhando-se mais rapidamente, com produtividade crescente, com elevada eficácia e sem folga de tempo entre as atividades; e por compressão do tempo, sobrepondo e integrando atividades, racionalizando processos e realizando trabalho simultâneo.
Os processos, as ferramentas e as pessoas são fatores críticos de sucesso para a eficácia da Fast Construction. Quando se trata de processos, é relevante trabalhar o seu mapeamento e redesenho, objetivando a eliminação de etapas, a simplificação e padronização. Um exemplo disso é o emprego da EAV (Engenharia e Análise de Valor), priorizando a redução de custos e a exploração de oportunidades de melhorias.
Os principais desafios do Fast Construction estão relacionados à logística de suprimentos, à forma de gerenciamento do projeto e dos recursos, e ainda, o domínio e a gestão do conhecimento técnico e também do conhecimento do cliente. Sobre esse último fator, é importante ter foco concomitante no cliente e no usuário final, buscando compreender de forma clara suas necessidades e oferecer valor à edificação ou ao empreendimento.
Muitos componentes da tecnologia da construção são as premissas da Fast Construction, considerada como modalidade de negócios e conceito construtivo pelos especialistas. Para Villela (2007) alguns exemplos que “agilizam” a Fast Construction são: o “Steel Deck”, laje composta por aço galvanizado, e que serve de forma para uma camada de concreto; o Tilt-Up, que são paredes de concreto moldadas na horizontal, perto do local em que serão utilizadas e que após a cura, são içadas e colocadas na fundação; o Turn-key (“vire a chave”, “chave na mão”, “preço fechado”, “custo global”, “porteira fechada”), que é um contrato que atribui à construtora a responsabilidade integral pela obra, desde o projeto, o fornecimento de materiais e equipamentos, a execução e até, em alguns casos, a operação e manutenção do empreendimento etc.
Ainda segundo Vilella (2007), outras metodologias de trabalho da “Fast Construction” podem ser destacadas, tais como considerar cada empreendimento como “único”, com montagem de processos e fluxos de trabalho de forma conjunta para cada tipode empreendimento. Para atingir tais objetivos, utiliza-se um software denominado BIM (Building Information Modeling), Smartphones e PDAs (Personal Digital Assistant) dentro dos canteiros de obra para comunicação instantânea com os escritórios. Sob a temática da gestão de custos, suprimentos e logísticas em obras rápidas, podemos citar a utilização de softwares de gestão que permitem a integração da área técnica da construção civil com a área administrativa e financeira, permitindo controle de informações como prazos e a situação da obra e utilização de imagens tridimensionais para o acompanhamento da obra. Com relação à “tecnologia da construção”, temos como exemplo a utilização do “Steel Frame” em construções residenciais, que são estruturas de aço galvanizado com peças unidas por para
2.1.1 Abordagem da Fast Construction
A Fast Construction pode compreender todo o ciclo de vida de um empreendimento.
Não há um modelo único de operação. Porém, o fluxo de processos e de comunicação devem ser configurados de modo que contemplem o atendimento aos objetivos estratégicos do cliente em seu segmento de negócio, além da identificação e atendimento a todas as suas necessidades.
Segundo Oliveira (2008) num processo de construção tradicional, as várias etapas ocorrem sequencialmente. No caso de um processo de construção queutiliza a metodologia de Fast Construction, é possível simplificar processos, reduzir interfaces, racionalizar e sobrepor etapas, com grande economia de tempo.
A aplicação do conceito Fast Construction requer processos de gestão de projetos - considerando como projeto o empreendimento como um todo - precisos e confiáveis. Nesse aspecto é importantíssimo que se tenha uma linha de referência das boas práticas de gestão, consolidadas pelo PMI(R) (Project Management Institute), órgão internacional que tem por objetivo reunir, disseminar e zelar pelo conjunto de conhecimentos em gestão de projetos. O PMBOK(R) (Project Management Body of Knowledge) traz o agrupamento desses conhecimentos, processos, metodologias e ferramentas em nove áreas de conhecimento: escopo, riscos, qualidade, comunicação, tempo, RH (Recursos Humanos), custos, aquisições e integração.
Independentemente da metodologia, o processo de gestão de projetos deve ser criterioso, identificando todas as partes interessadas - consultores e assessores do cliente, fornecedores, órgãos regulamentadores, usuários finais etc. - e as suas necessidades, acordando entre todos objetivos realistas, e indicadores e metas para aferir seu cumprimento.
São fundamentais para o sucesso das ações o uso de ferramentas competentes de gestão integrada e o trabalho em ambiente colaborativo. Sendo assim, torna-se necessário um sistema eficaz de compartilhamento de informações em tempo real e de comunicação eficiente. Unindo, por exemplo, o uso de PDA's (computadores de mão) em obras com um sistema informatizado de gestão de projetos, é possível a integração obra-escritório-interfaces-cliente, agilizando a consulta a informações e ao acervo técnico remotamente. Isso permite muita segurança e rapidez na tomada de decisões, além de importantes ganhos de produtividade.
Para Oliveira (2008) deve-se operar, ainda, sob um sistema rígido de garantia da qualidade (por exemplo, o ISO 9001:2000) evitando o retrabalho, bem como os seus custos correspondentes, e garantindo a implementação do ciclo PDCA - Plan (planeje), Do (faça), Check (verifique), Act (haja) - que inclui a verificação dos resultados e a aplicação de ações corretivas e preventivas para proporcionar a melhoria contínua dos processos.
2.1.2 Gestão logística
Considerando a característica desse tipo de negócio - atuação em grande volume de ações concomitantes e com grande abrangência geográfica - passa a ser um dos fatores críticos de sucesso a boa gestão da logística, tornando o fluxo de suprimentos mais ágil e enxuto. A excelência dos processos de logística depende da aplicação constante de processos de recrutamento, seleção e treinamento de gestores, e na avaliação, qualificação e homologação de fornecedores e de prestadores de serviços. Por isso, a logística deve ser vista como parte da estratégia deste tipo de atividade.
Conceitos como o "lote econômico" e a "logística reversa" são algumas das fontes de vantagem competitiva dentro da Fast Construction, aliadas às parcerias estratégicas com fornecedores e prestadores de serviços e à sincronização da cadeia produtiva. Semelhante a um processo industrial, um projeto de Fast Construction deve levar em consideração questões relacionadas à produção (logística interna) ou à cadeia de suprimentos (logística externa).
Para Neto (2008), a evolução do papel da logística e da produção em uma organização pode ser dividido em quatro etapas:
Pré-logística e produção tradicional:
 Nessa fase, não há visão integrada das operações e a logística é vista como geradora de custos. Do lado produtivo, a velocidade e flexibilidade para adaptação a mudanças são baixas em decorrência de altos volumes de estoque e visão de produção "empurrada";
Logística com foco operacional e empresa operando just-in-time: 
Já começa a haver certa integração entre os processos, e a logística é vista como facilitadora operacional, reduzindo custos internos de transação (de informações e materiais). Produtivamente, há o interesse na manutenção de baixos estoques, com melhoria na flexibilidade, há mudanças e foco em redução de custos fixos;
Logística estratégica e produção enxuta: 
Nessa etapa, a integração passa a ser feita interna e externamente à organização, por meio de parcerias. O foco torna-se sistêmico, e a logística é prevista como geradora de receita, e não apenas redutora de custos. Na visão da produtividade, aprofunda-se na questão da agilidade e flexibilidade e redução de estoques, mas agora com uma perspectiva de agregação de valor a toda a cadeia produtiva;
Logística como estratégia de negócio e produção enxuta com just-in-time II: 
A integração nesse ponto transcende as parcerias estratégias, com atuação de equipes multidisciplinares entre as empresas parceiras. O enfoque logístico está na sincronização da cadeia e aumento da visibilidade de todos os seus elos para contrabalancear o nível de complexidade das operações. A logística torna-se fonte de lucratividade e vantagem competitiva da empresa e passa a ser considerada na definição das estratégias de negócios. Em termos de produção, observa-se a ênfase ainda mais profunda na redução de estoques em lotes unitários, de modo a permitir a customização máxima de produtos, possibilidade de entregas rápidas por meio das parcerias com fornecedores e geração de lucro.
2.1.3 Benefícios e vantagens da Fast Construction em comparação aos métodos tradicionais de construção
A redução de ociosidade, de riscos de implementação do projeto devido ao aumento de eficácia e confiabilidade dos processos construtivos, além da redução de imprevisibilidade, geram, em seu conjunto, um aumento da produtividade;
A possibilidade de execução de projetos de maior nível de complexidade, a simplificação dos processos que resulta em menor necessidade de planos de contingência e a redução de desperdícios, somados ao aumento na eficiência dos processos do cliente, resultam na melhoria da qualidade do produto final, com menos retrabalho.
A compreensão do valor dessas vantagens pelo cliente está vinculada à sua satisfação, já que permitem o alcance dos objetivos e metas estratégicos para seu negócio.
A importância desse novo conceito de Fast Construction pode ainda ser vislumbrada pela perspectiva do contexto brasileiro, um país de dimensões continentais, com 8,5 milhões de km2. Com um cenário econômico mais favorável, as principais redes varejistas, em todos os setores de atividades, têm no cerne de suas estratégias projetos de expansão agressivos não somente nas principais capitais, mas buscando a pulverização e a conquista de espaço em cidades de médio e também de pequeno porte. A velocidade imposta por esse processo de expansão é elevada, e as redes têm necessidade de transferir de forma adequada os seus padrões e identidade visual para essas novas lojas, agências e pontos de atendimento, com a certeza do cumprimento de seus orçamentos, de prazos muito curtos para a inauguração e do escopo contratado. Dentro desse contexto, as soluções propostas pela Fast Construction são muito apropriadas, garantindo vantagens expressivas sobre as metodologias convencionais.
Segundo Tadashi (2003), as construtoras precisam ter foco nos resultados, muito planejamento, além da aplicação intensiva de engenharia e tecnologia, ressalta As fast track são obras com projeto dinâmico, com muitas adaptações e alterações durante a execução, exigindo dos construtores muita flexibilidade para assimilar rapidamente as mudanças. "São obras que testam o limite da capacidade de gerenciamento das construtoras", TADASHI (2003).
Segundo VILLELA (2007), “Para as empresas que utilizam a Fast Construction algumas palavras-chave, para os não especialistas, que caracterizam este processo de trabalho são: industrialização, maior visibilidade, racionalização produtiva, flexibilidade, trabalho sob pressão, customização, robustez e estanqueidade, etc”.
2.1.4 Industrialização
Para Medeiros (2003), do ponto de vista macroeconômico, o que impulsionou o uso mais intensivo dos sistemas industrializadosno Brasil foi a internacionalização da economia. Nos últimos anos, com a chegada de empreendedores estrangeiros, habituados à utilização dos pré-fabricados e a obras rápidas, a demanda cresceu muito. 
Isso ocorreu notadamente no ramo hoteleiro, de shoppings e hipermercados. 
Na verdade, o mercado brasileiro dispõe de sistemas industrializados desde a década de 1980, sobretudo pré-fabricados de concreto. Daquela época até hoje, porém, muita coisa mudou. Além da qualidade e diversidade de produtos, é outra a maneira de empregar os pré-fabricados.Hoje a pré-fabricação é aberta: está presente nos empreendimentos como sistema completo ou em partes da obra, como subsistema ou componente.
Para Medeiros (2003), oOs pré-fabricados de concreto, por outro lado, deixaram de ser commodities, peças prontas de prateleira à espera de compradores. Os fabricantes adaptam-se a cada projeto, fornecendo o sistema mais adequado às necessidades de cada obra. Essa customização mostra que o foco mudou em direção ao cliente. Numa analogia com a indústria automobilística, a construção pré-fabricada, antes, seguia a linha fordista; hoje é kanban, com uma concepção flexibilizada, voltada para o usuário.
2.1.5 Maior visibilidade
Com a divulgação dos sistemas rápidos acabou também a lenda de que os pré-fabricados são cinzentos e geram edifícios todos iguais. Cores, formatos, curvas, texturas e volumetria ganharam diferenciais. 
As próprias unidades industriais, pioneiras no uso de pré-fabricados, também mudaram. Estão mais coloridas, com fachadas diferenciadas e chamam a atenção das pessoas. Não é à-toa. E nem por acaso. Preocupadas com sua imagem corporativa, componente importante do marketing, as empresas começam a recorrer a escritórios importantes de arquitetura para projetar suas sedes ou ampliar a área de produção. 
2.1.6 Racionalização produtiva
Obrigadas a concentrar suas operações em um só espaço físico, procurando municípios que oferecem incentivos fiscais, as empresas recorrem cada vez mais à racionalização. Para Medeiros (2003), tudo isso está ligado ao processo de globalização, que prioriza a racionalização da produção, a competitividade, a profissionalização das empresas e a redução de custos. 
Outro ponto importante é o fato de o arquiteto precisar primeiro entender o processo industrial - como funciona a linha de produção de seu cliente -, para oferecer o projeto e a solução construtiva mais adequada. 
2.1.7 Conceito flexível
Segundo Hallack (2003), fast construction é menos o método construtivo e mais a solução adequada no prazo exigido pelo cliente, e este tem um perfil de alguém que precisa de obras padronizadas, seriadas em escala, são empresas que estão expandindo sua rede física em diversas regiões ou Estados, como de postos de gasolina, agências bancárias.
O gerenciamento em fast construction, por sua vez, é fundamental. Para Hallack (2003) o principal é conseguir desenhar a cadeia para ter a visão do todo, e não se utilizam apenas sistemas construtivos de alta tecnologia, mas as soluções que apresentarem o melhor custo e estiverem disponíveis na ocasião em determinada região.
A área de fast construction cresce bastante porque, de acordo com Hallack (2003), se propõe a dar um apoio de engenharia para clientes cujo negócio principal não é engenharia.
2.1.8 Trabalho sob pressão
O segmento da Fast Construction demanda o emprego de técnicas sofisticadas de gerenciamento. É indispensável, além do domínio em engenharia civil, conhecer muito bem elétrica, mecânica, logística e planejamento. Outro ponto importante é contar com mão-de-obra muito bem preparada.
Nem sempre é adequado ou economicamente viável utilizar tecnologia industrializada em obras rápidas. Isso depende da disposição da tecnologia no local da construção.
Todo o processo é sob pressão, pois tudo precisa ser feito com mais pressa, e para oferecer um serviço de qualidade nessas condições a pressão é intensa.
2.1.9 Robustez e estanqueidade
Para Paulo Sérgio Cordeiro (2003), há um movimento mercadológico que imprime maior velocidade às construções. Além disso o cliente quer, segundo ele, a durabilidade e a garantia do controle da qualidade dos pré-fabricados e custos reduzidos de manutenção. Robustez e estanqueidade também são requisitos levados em conta, como é o caso do Master Distribuition Center, centro de distribuição da BSH Continental Eletrodomésticos, inaugurado em agosto, em Jundiaí-SP. Com 32 mil m2 de área construída, a estrutura foi concluída em 100 dias e a obra consumiu apenas seis meses. 
De acordo com Cordeiro (2003), em uma construção desse porte não se admitem vazamentos pois, nesses locais, estão armazenados produtos de alto valor. Do ponto de vista do autor, outros aspectos importantes são a redução de custos e a previsibilidade dos desembolsos. Ainda segundo Cordeiro, até os valores do seguro são mais baixos para as construções com pré-fabricados de concreto, comparando com outros sistemas, por estarem menos expostas a riscos. 
2.2 APLICAÇÃO DO FAST CONSTRUCTION
2.2.1 Supermercado Comprebem, Santo André-SP
A unidade do supermercado Comprebem, do Grupo Pão de Açúcar, em Santo André-SP, foi construída por uma empresa chamada Hoga em apenas 90 dias, desde a escolha do terreno, demolição do antigo prédio, construção e acabamento. Situado em um terreno de 3.600 m², o supermercado tem área construída de 2.112 m² e dois pavimentos, além de 60 vagas de estacionamento. No momento em que fechou o contrato, a Hoga iniciou a demolição, que durou apenas três dias, e especificou o tipo de fundação, enquanto o projeto estrutural estava sendo concluído. As fundações foram executadas com tubulões e, logo após, a construtora começou a levantar as estruturas. "Optamos por pilares e vigas in loco, pois os custos dos pré-fabricados, nesse caso, não compensavam. Porém, racionalizamos todo o processo", revela João Paulo Patrício, diretor da empresa.
As lajes escolhidas eram pré-moldadas e a cobertura metálica, incluindo a estrutura, veio pronta de fábrica. O fechamento, de alvenaria de blocos de concreto, na fase de acabamento, recebeu pintura, eliminando as etapas de emboço e reboco. "Apesar da simplicidade da solução, o efeito estético é muito bonito", acrescenta Patrício.
O sistema de fôrmas industrializado, com três jogos, permitia a reutilização a cada dois dias, o que acelerou os trabalhos de concretagem da estrutura. Assim que ficou pronta, o cronograma já previa a chegada da cobertura e sua estrutura. Em outras frentes, a alvenaria era levantada e os acabamentos entraram em seguida. Para Patrício, a construção da nova loja do Comprebem em Santo André constitui o principal case do portfólio de obras rápidas da Hoga. De acordo com ele, executar uma obra desse porte, no prazo em que foi entregue, exige muito da construtora.
2.2.2 McDonald’s pela Geofix Modular
A Geofix Modular, empresa que oferece tecnologia para produção de unidades modulares prontas para restaurantes, não é apenas um exemplo de fast construction, mas de construção feita inteiramente dentro da fábrica. Já forneceu 38 unidades para a rede McDonald's, nos mais variados tamanhos, das quais, cinco com dois pavimentos. A "fabricação" do restaurante demora aproximadamente 30 dias, além de mais dez dias para a execução dos acabamentos finais, que são feitos no local de instalação, ou seja, no canteiro de obras.
Os banheiros, cozinha, pisos, esquadrias, portas, paredes divisórias, instalações elétricas e hidráulicas e até os móveis, que são fixos, já vêm instalados no módulo que sai da fábrica e é transportado por carreta.
Segundo o engenheiro Renato Manrubia, da Geofix, o início do processo é desenvolver um projeto modular, a partir dos projetos de arquitetura fornecidos pelo cliente, que atenda às suas necessidades e, ao mesmo tempo, minimize a quantidade de serviços no canteiro. Depois disso, inicia-se na fábrica a montagem da estrutura metálica (steel light frame), a colocação do contrapiso (em placas de fibrocimento), das paredes de gesso acartonado,a execução das instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado, dos acabamentos, forros, caixilhos, fechamento (placas cimentícias) e fixação de equipamentos e mobiliários fixos. As unidades possuem tratamento termoacústico na cobertura, com lã de rocha aluminizada em ambas as faces e termotelhas preenchidas com poliestireno ou poliuretano.
"Vencidas essas etapas, os módulos são separados uns dos outros, em pontos pré-determinados em projeto, colocados em carretas-prancha, com o auxílio de guindastes hidráulicos, para serem transportados até o local de instalação", conta Manrubia. Na obra, devem estar prontas as fundações e os pontos de conexão dos sistemas hidráulico e elétrico. O dimensionamento das fundações é feito da mesma maneira que nas construções convencionais, dependendo das características do solo e do peso do sistema modular desenvolvido.
Para Manrubia, as principais vantagens do sistema são a padronização dos serviços e da mão-de-obra, que tem de ser qualificada, e a montagem feita em fábrica, que não está sujeita a variações climáticas. "Mas o prazo de construção do empreendimento é o item mais importante, pois resulta em ganho de meses de operação para o cliente", ressalta. 
Os módulos podem ser fabricados nas mais variadas dimensões, limitando-se apenas às condições exigidas pelos órgãos de trânsito, tais como de altura ou excesso lateral. O custo/m² do sistema da Geofix, comparado à construção convencional, varia conforme os acabamentos. "Considerada uma produção em escala média, o custo, incluindo o transporte, fica de 6% a 12% mais caro que a construção convencional", calcula Manrubia. Para a fabricação dos módulos, a Geofix estabeleceu parceria com uma empresa Argentina, onde adquiriu a tecnologia. 
O processo, no entanto, foi desenvolvido na Inglaterra.
3 CONCLUSÃO
Através do presente trabalho podemos perceber que o Fast Construction é um conceito aplicado para atender uma demanda crescente e imposta pelo mercado, que consiste na gestão simultânea de grande volume de ações em prazos curtos, que podem apresentar ainda grande dispersão geográfica entre si. 
Essa metodologia satisfaz as necessidades das atividades de expansão e construção das grandes redes de varejo, por exemplo, e de empreendimentos especiais, que buscam uma redução de custos em suas construções, principalmente por meio da racionalização de tempo.
O atendimento a essa demanda requer a máxima eficácia em gestão, obtida por um planejamento confiável e um controle de ações preciso. Empregam-se, para isso, boas práticas em gerenciamento de projetos que conciliam o atendimento de prazo e custo, apoiadas por um sistema adequado de garantia e controle de qualidade.
São fundamentais a excelência na gestão da logística de suprimentos e a utilização de ferramentas tais como dispositivos móveis e sistemas de informação que facilitem a integração de todos os processos, disponibilizando dados, relatórios e informações sobre as ações em tempo real.
Fast Construction ainda é um termo recente, em constante mudanças, e por esse modo ainda há pouca literatura disponível a respeito, mas já é o suficiente para vermos que é uma metodologia benéfica e que vai crescer ainda mais. 
BIBLIOGRAFIA
MEDEIROS, Heloísa. Quebre recordes, seja fast. Téchne, Outubro de 2003. Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/79/artigo287278-1.aspx>. Acesso em: 27/03/2018.
Construção Mercado. Edição 82 – Maio/2008. Disponível em: <http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/82/gestao-282906-1.aspx>.
VILLELA, Fabio Fernandes. O Admirável Mundo Novo Do Trabalho Na Indústria Da Construção Civil. UNICAMP, Campinas, 2008. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/rhs/article/view/140/133>.
LEITE, Antonio. A Construção De Moradias Térreas Populares No Brasil: Inovações Tecnológicas E Manufatura Responsiva. UNIP, São Paulo, 2013. Disponível em: <https://www.unip.br/presencial/ensino/pos_graduacao/strictosensu/eng_producao/download/eng_antoniorenedepaulaleite.pdf>.

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