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2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO GABRIEL LYRA RODRIGUES INTERVENÇÃO DA ONU NA VENEZUELA BOA VISTA - RR 2017 A crescente instabilidade política e econômica que assola a Venezuela salta aos olhos da comunidade internacional. À vista disso, racionalizar eventual intervenção das Organizações das Nações Unidas porta-se como medida necessária para busca do restabelecimento das características compatíveis com Estado Democrático de Direito. Conquanto, tal medida exige uma reflexão jurídica quanto da efetiva viabilidade, vez que a transgressão da soberania de Estado internacional é providência onerosa, devendo possuir caráter ultima ratio. A Constituição Cidadã, em seus primeiros dispositivos, traz diretrizes a serem acossados pela República Federativa nas relações internacionais, são esses meras orientações e limites de condutas que nortearam o Estado brasileiro na atuação internacional, senão vejamos: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Ora, inúmeros dispositivos do artigo supercite evitam ao máximo que a República Federativa do Brasil adentre questões de ordem internas dos demais Estados soberanos. A Constituição vigente, de caráter republicano, entende que princípios estruturantes dos Estados ficam mais resguardados e protegidos quando é devidamente observado a independência nacional, a autodeterminação dos povos e outras medidas que asseguram o pleno funcionamento dos entes internacionais. À vista disso, intervenções em outros países acabaria por criar empecilhos para aformoseamento de um Estado Brasileiro democrático no plano internacional.[1: Princípio Republicano, Princípio Federativo e Princípio do Estado Democrático de Direito.] Entretanto, no atual quadro venezuelano, a manutenção deste modelo político e econômico, que há muito já rompeu com as características do Estado Democrático de Direito, ofende princípios balizares do Direito Internacional, principalmente no que pese aos Direitos Humanos. Criou-se em torno da política venezuelana um modelo totalitário de estado, que cria normas facetadas de democráticas para a permanência do Partido Socialista Unido de Venezuela – PSUV. Somado a isso, inexiste na Venezuela o devido respeito à democracia, tal como é inobservado o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, valor supremo não só da CF, bem como de todo o ordenamento internacional. Dessa forma, a fim de resguardar o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e restabelecer no país vizinho características inerentes a um Estado Democrático de Direito, entendo que já se pauta como tardia uma intervenção da ONU.
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