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* PARALISIA BRAQUIAL OBSTÉTRICA * INTRODUÇÃO O mecanismo do parto é de extrema importância na gênese desse traumatismo, sobretudo no parto pélvico e cefálico. * HISTÓRICO O primeiro tipo de plexoterapia foi descrito por Smellie em 1764, no entanto o termo PBO só foi instituído em 1872 por Duchenne de Boulogne; Thornburn, 1903 foi o primeiro a afirmar que a lesão era o resultado de excessivo estiramento ou ruptura do plexo braquial durante o parto. Século XX início de técnicas cirúrgicas; No geral associa-se a partos complicados causando tração/compressão dos nervos (tocotraumatismo); OBSERVAÇAO: Lesões do PB, traumáticas, envolvendo adultos, mais de 90% dos pacientes são do sexo masculino. (FERRERIA, 2001). * NERVO ESPINHAL NERVO ESPINHAL= raízes ventrais (motoras) + raízes dorsais (sensitivas) [várias radículas] * * ANATOMIA DO PB (SEGMENTO) Raízes do nervo espinhal que se unem com o plexo braquial * PLEXO BRAQUIAL Plexo BRAQUIAL: UNIÃO DOS RAMOS PRIMÁRIOS ANTERIORES Intervalo que compreende as raízes cervicais de C5, C6, C7, C8 a T1; A união dos ramos primários anteriores = TRONCOS (distais aos mm. Escalenos, no triângulo cervical posterior, acima da clavícula) * PLEXO BRAQUIAL Dos TRONCOS surgem os FASCÍCULOS e destes emergem os NERVOS PB ►►É FORMADO PELAS RAÍZES VENTRAIS DOS NERVOS ESPINHAIS DE C5 A T1 TRONCO SUPERIOR: C5 e C6 TRONCO MÉDIO:C7 TRONCO INFERIOR:C8 e T1 * * OBS 1: cada tronco possuí uma divisão anterior e posterior OBS 2: a partir da divisão dos troncos são formados os cordões * * C5 C6 C7 C8 T1 TRONCO SUPERIOR TRONCO INFERIOR TRONCO MÉDIO DIVISÃO POSTERIOR DIVISÃO ANTERIOR DIVISÃO ANTERIOR DIVISÃO POSTERIOR DIVISÃO POSTERIOR DIVISÃO ANTERIOR CORDÃO POSTERIOR CORDÃO MEDIAL CORDÃO LATERAL * * * * OS CORDÕES... Componentes mais longos do plexo braquial; Localizam-se abaixo da clavícula até a região axilar; Os nervos periféricos originam-se dos diversos segmentos do plexo braquial; Exceção: n. escapular dorsal e n. torácico longo = originam-se diretamente dos ramos primários anteriores. * * * FISIOPATOLOGIA Seddon (1975) Segundo Gabriel (2001), as lesões nervosas são classificadas em três grupos, que indicam seu nível de gravidade: N E U R O P R A X I A A X O N O T M E S E N E U R O T M E S E. * NEUROPRAXIA Ocorre bloqueio fisiológico de condução nervosa (alteração da mielina), sem que haja interrupção anatômica do nervo (s/degeneração nervosa). Quando o bebê apresenta neuropraxia, pode se recuperar espontaneamente em torno de 4 a 6 semanas sem incapacidade residual. * * AXONOTMESE Consiste na interrupção anatômica do axônio. A axonotmese é mais grave que a neuropraxia, onde o nervo já apresenta interrupções tanto na mielina quanto no axônio. Nesse caso, a recuperação é mais lenta, pois o axônio leva até 4 semanas para começar sua recuperação * * NEUROTMESE Consiste na completa destruição anatômica (ruptura do nervo por secção ou avulsamento dele). É um dos tipos de lesão mais graves, sem nenhuma chance de se recuperar espontaneamente, sendo necessário tratamento cirúrgico. * * * PARALISIA BRAQUIAL OBSTÉTRICA 3.1 DEFINIÇÃO 3.2 INCIDÊNCIA 3.3 MECANISMO DE AÇÃO 3.4 FATORES DE RISCO 3.5 LESÕES ASSOCIADAS 3.6 DIAGNÓSTICO CLÍNICO E CIRÚRGICO 3.7 EXAMES COMPLEMENTARES 3.8 TRATAMENTO CIRÚRGICO 3.9 PROGNÓSTICO * 3.1 DEFINIÇÃO PBO é o resultado de parto laborioso onde há lesão neuronal por tração ou avulsão das fibras do PB durante manobras (obstétricas). Em geral as fibras superiores do PB são as mais acometidas. É uma paralisia flácida parcial ou total que acomete o membro superior decorrente de uma lesão do plexo braquial, causada no momento do parto. * 3.2 INCIDÊNCIA Vem declinando gradativamente com a melhora dos cuidados obstétricos; A incidência varia de 1:4000 nascidos vivos até 2/1000; São acometidos indivíduos de ambos os sexos 1:1; As lesões geralmente são unilaterais e o MSD sofre maior n°. de lesões que o MSE (posição occiptoanterior esquerda propicia que o ombro direito fique preso sob o púbis) – Distócia de ombro. * 3.3 MECANISMO DE AÇÃO Qualquer força capaz de modificar as relações normais entre o pescoço, cintura escapular e úmero pode causar lesão do PB. A lesão é provocada por um TRACIONAMENTO sobre a porção supraclavicular do PB e em geral está relacionada com um parto difícil. Fatores como a intensidade da lesão e o local determinam o prognóstico. * A PORÇÃO SUPERIOR (C5, C6 - C7) pode ser lesada pelo desvio lateral da cabeça, acompanhado pelo abaixamento da cintura escapular que provoca distensão dos nervos, comprimindo-os contra as primeiras costelas, lesando a PORÇÃO SUPERIOR do PB. * Distócia de ombro – 50% PBO Necessidade de manobras além da suave tração para o desprendimento dos ombros no momento do parto; Intervalo maior que 6º segundos entre a saída da cabeça e dos ombros durante o parto; 0,2 – 3% nos partos vaginais (emergência obstétrica) * * A PORÇÃO INFERIOR (C8-T1) pode ser lesada pela abdução exagerada do ombro, quando acompanhada de tração sobre os braços, esta manobra provoca distensão e compressão dos nervos sob o processo coracóide. Pelve Canal do parto * Recém-Nascido > de 4 kg. Apresentações fetais anormais; Parto prolongado (laborioso); Baixa estatura materna; Mãe obesa (aumento de mais de 12 kg)/ diabética / muito sedada Líquido amniótico diminuído (amniodrâmio); Crânio volumoso (macrossomia) . Durante o parto (uso de fórceps, vácuo-extrator) Apresentação pélvica (bilateral); Gestação gemelar, Mal posicionamento do RN; Hipotonia do RN, dentre outros 3.4 FATORES DE RISCO * * 3.5 PREVENÇÃO Informações do pré-natal e peso na gestação; RN macrossômicos (grandes), através da US, facilita a decisão de indução precoce do trabalho de parto ou a indicação de cesariana para os casos de alto risco. * 3.6.1 PB ALTA (C5/C6) SUPERIOR OU DE ERB-DUCHENNE I Corresponde a 80 a 90% dos casos. A criança não consegue elevar (abduzir) o ombro, flexionar o cotovelo, ou RE; Preservação da força do antebraço e da capacidade de preensão da mão; Possibilidade de deficiência sensorial na face externa do braço, antebraço, polegar e indicador; Ocorrerá paralisia flácida de todos os músculos inervados por essas raízes: deltóide, rombóide, elevador da escapula, serrátil anterior, supinador do antebraço, braquial, braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso e bíceps. * * TIPO ERB-DUCHENNE / C5 – C6 / C7 * * * 3.6.2 - PARALISIA BRAQUIAL ALTA (C5/C6/C7) SUPERIOR OU DE ERB-DUCHENNE II Bom prognóstico p/ recuperação da mão, mas 60% apresentaram déficit ombro/cotovelo. (PARALISIA DO OMBRO, COTOVELO COMPROEMTIMENTO DOS FLEXORES DOS DEDOS E DOS EXTENSORES DO PUNHO) * Flexão do cotovelo e supinação do antebraço. Acometimento dos músculos da mão com ausência do reflexo de preensão palmar. Reflexo bicipital e radial presentes. 3.6.3 - PB BAIXA (C8/T1) TIPO KLUMPKE TRONCO INFERIOR (EM 5% DOS CASOS) * Acomete primariamente mão As PO: causam pouca alteração sensitiva Comprometimento motor grave Prazo de maior recuperação: até 1 ano de vida 3.6.3 - PB BAIXA (C8/T1) TIPO KLUMPKE TRONCO INFERIOR * TIPO KLUMPKE C8 E T1 * * * 3.7 LESÕES ASSOCIADAS FRATURA DA CLAVÍCULA FRATURA DO ÚMERO SUBLUXAÇÃO DO OMBRO TORCICOLO PARALISIA DO DIAFRAGMA PARALISIA DO NERVO FACIAL LESÕES CEREBRAIS * 3.8 DIAGNÓSTICO CLÍNICO EXAME CLÍNICO; REGISTROS ELETROMIOGRÁFICOS (nos primeiros três meses de vida); RADIOGRAFIAS (observar se há fraturas das costelas, cintura escapular, etc). * 3.10 TRATAMENTO CLÍNICO O tratamento da PBO deve ter início o mais precocemente possível. O tratamento é realizado por imobilização no berçário do RN pelo prazo de 1 a 2 semanas, com o objetivo de possibilitar a reabsorção da hemorragia e do edema, diminuir a dor. Então, indica-se fisioterapia suave para prevenir as retrações musculares e deformidades osteoarticulares. * * PROGNÓSTICO Não havendo ruptura grave de raízes, espera-se melhora importante dentro dos 3 (três) primeiros meses e recuperação entre o 6º e 12º mês (75% a 80% dos casos). A Contração do bíceps antes de seis meses é sinal de bom prognóstico. * PROGNÓSTICO Se não se observa qualquer sinal de melhora nos primeiros seis meses: Evoluirá com paralisia persistente; Atrofia muscular; Contraturas articulares com considerável prejuízo da função; Dificuldades e/ou incapacidade para a realização de determinadas atividades. * IV. INTERVENÇÃO FISIOTERAPEUTICA NA PBO AVALIAÇÃO TRATAMENTO * O DÉFICIT DE INERVAÇÃO DÁ LUGAR À DEFORMIDADES POR CONTRAÇÕES MUSCULARES ALTERADAS DURANTE O DESENVOLVIMENTO * Escala de Mallet * braço antebraço metacarpo Fita métrica Prega do cotovelo 5 cm 5 cm medida de circunferência (trofismo) metacarpo Medidas bilaterais Medidas bilaterais MEDIDAS COMPARATIVAS MENSURAÇÃO OU PERIMETRIA MMSS: COMPRIMENTO P/ SEGMENTO E TOTAL; CIRCUNFERÊNCIA (TROFISMO). PARALISA OBSTÉTRICA * 4.2 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO O tratamento da criança com PBO deve ter início o mais precocemente possível. Mesmo com dias de vida já é possível iniciar movimentos passivos suaves e orientações quanto ao posicionamento da criança. * PRINCIPIOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: O tratamento fisioterapêutico baseia-se: Na promoção das melhores condições possíveis para a recuperação da capacidade funcional, Em proporcionar condições ambientais necessárias para os músculos poderem assumir a função, logo após a regeneração das estruturas nervosas, Em treinar o controle motor mediante exercícios. * OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Evitar contraturas e deformidades Manter ou aumentar a amplitude do movimento Promover estimulação Motora Promover estimulação sensorial Criar melhores condições para a recuperação da capacidade funcional Orientar e conscientizar os pais sobre a importância da continuidade do tratamento domiciliar mediante a realização de exercícios orientados pelo fisioterapeuta. * Incentivar a função Incentivar o DNPM da criança Proporcionar condições para uma melhor recuperação funcional. Evitar posturas viciosas e incentivar a autoimagem do membro, etc. OBJETIVOS DO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO * UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS / RECURSOS Cinesioterapia clássica Estimulação precoce Eletroestimulação (*) Estímulos Proprioceptivos Conceito Bobath Técnica de Kabat Técnica de Rood Hidroterapia Integração sensório-motora (objetos lúdicos) Mecanoterapia Utilização de órteses. * Posicionamento Quando a criança estiver deitada, é importante que o membro superior comprometido se mantenha em discreta abdução (afastado do corpo). A criança pode também ser colocada deitada sobre o lado envolvido, sendo esta posição benéfica em termos de estimulação sensorial. * Posicionamento Caso a criança demonstre tendência em ficar com a face voltada para o lado contrário ao membro comprometido, deve-se posicioná-la também com a face voltada para o outro lado e estimulá-la com brinquedos para que ela vire ativamente a cabeça para ambos os lados. * Mobilização passiva suave A família pode ser orientada e treinada para a realização de exercícios passivos de maneira suave e cuidadosa para manter as amplitudes articulares livres. Caso a criança mostre-se pouco cooperativa, ela poderá está sentindo dor. Os exercícios devem então ser realizados mais lentamente. * Mobilização ativa Feita inicialmente através do posicionamento da criança em decúbito dorsal, de lado, e abdome para baixo, associado a estímulos para alcançar brinquedos leves e coloridos, em todas as direções. * Movimento ativo À medida que a criança for se desenvolvendo, deve-se oferecer brinquedos de diferentes formas e tamanhos para estimular a preensão e os movimentos do braço em todas as posições, inclusive quando estiver sentada. Brincadeiras com água, na banheira, estimulam os movimentos ativos. * Proteção para evitar maiores estiramentos Através do uso de um alfinete de proteção prendendo a manga do membro superior comprometido à blusa, mantendo o braço em adução de ombro (junto ao corpo) e flexão de cotovelo. Utilizada apenas quando a criança for sair de casa, para evitar movimentos bruscos do braço flácido e com poucos movimentos. * Estimulação sensorial Através de estímulos utilizando materiais diferentes em contato com a pele do membro envolvido (como por exemplo espuma, toalha, algodão e escova de bebê). Pode ser colocada também pulseirinhas no punho do lado acometido para que a criança toque- as com a outra mão estimulando a percepção do membro. * Estimulação do desenvolvimento motor Estimulação das etapas do desenvolvimento (rolar, sentar, engatinhar). Todas as crianças com PBO adquirem a marcha e, se esta aquisição for alcançada um pouco mais tarde, melhor será a estimulação dos membros superiores. * Estimulação do desenvolvimento motor criança deve ser incentivada a engatinhar para que ela apóie e movimente o membro superior envolvido e a família deve ser orientada a não estimular a marcha precocemente. Na posição sentada deve ser estimulado o apoio do membro superior acometido no chão através do alcance de brinquedos oferecidos à outra mão. * Hidroterapia Os exercícios da hidroterapia são indicados para a criança com PBO, pois com atividades recreativas ela poderá movimentar todos os músculos que tiverem alguma função. * Órteses Se, durante o tratamento, forem verificados encurtamentos nos músculos flexores dos dedos da mão, há indicação para o uso de órtese quando a criança estiver dormindo e assim não comprometer a função durante as atividades. * Tratamento * *