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8. Mercado de Fatores

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1
UNIVERSIDADE DO PORTO - FLUP
ECONOMIA
Mercado de Fatores
1
Slides desenvolvidos com base em materiais de apoio das disciplinas de Macroeconomia, 
FEP-UP, bem como nas transparências de aula da Professora Ester Silva
A Empresa
 A empresa é o agente económico que utiliza fatores de
produção para produzir bens.
 Exemplo: Uma empresa têxtil utiliza mão de obra, máquinas e
matérias primas para produzir peças de vestuário.
 Existem diversos fatores de produção, como por exemplo o
trabalho, o capital, a terra,…
 Terra: representa todos os recursos naturais, o que os nossos processos
produtivos recebem da natureza
 Trabalho: trabalho humano utilizado na produção
 Capital: representa os bens duradouros que são produzidos com vista a
produzir outros bens (ex: edifícios, máquinas, ferramentas, equipamento
produtivo,…)
2
Joana Costa
Nota
Desemprego que ocorre no mercado de trabalhonullnullPara estudar o desemprego temos que estudar o mercado de fator trabalho
Joana Costa
Nota
Fatores de produção: Capital, terra, trabalho (vamos analisar)nullnull1.º terra e capital e por mim trabalho
2
A Empresa
 Vamos agora estudar os diversos fatores de produção,
procurando analisar como é determinada a quantidade a
utilizar de cada um dos fatores, bem como o seu preço de
mercado.
 A análise tem semelhanças com o Modelo da Oferta e da
Procura, onde analisámos o mercado dos bens.
 Agora a análise centra-se no mercado dos fatores de produção…
 Vamos analisar a procura dos diversos fatores de produção e
de seguida veremos a oferta de cada um dos fatores de
produção.
3
A Procura de um Fator de Produção
 As empresas procuram fatores de produção para produzirem bens e serviços de
forma a obterem lucro.
 As empresas procurarão um fator de produção enquanto o benefício que têm com
uma unidade adicional desse fator for superior ao custo que têm de suportar com
essa unidade.
 O benefício que a empresa tem na aquisição de uma unidade adicional de fator de
produção consiste no facto de, ceteris paribus, essa unidade permite aumentar a
sua produção e, assim, permitir que a empresa venda unidades adicionais do seu
produto.
 Ao acréscimo de produção que se verifica com a utilização de uma unidade
adicional do fator, ceteris paribus, dá-se o nome de Produtividade Marginal do
fator de produção, Pmg (por exemplo, produtividade marginal do trabalho,
produtividade marginal do capital, etc).
4
Joana Costa
Nota
analisar o mercado de cada fator de produção ( oferta e procura desse fator de produção)nullnull
Joana Costa
Nota
as empresas são as responsáveis pela procura de fatores de produção nullnulla procura é assegurada pelas empresas (não estamos a falar de uma unica emprsas nem de um unico fator de produçao)nullnulleles procuram porque eles acreditam que isso lhe vai trazer um beneficio para a empresanullnullquando as empresas tem mais um trabalho consideram que irão produzir mais (PRODUTIVIDADE MARGINAL)
3
A Procura de um Fator de Produção
 O benefício que a empresa tem com uma unidade adicional de fator de produção
é designado por Valor da Produtividade Marginal (VPmg) do Fator de Produção e
é dado pelo preço do produto vendido pela empresa (P) multiplicado pela
Produtividade Marginal do fator de produção (Pmg).
 Exemplos:
 A aquisição de uma máquina adicional permite, ceteris paribus, a produção adicional de
10 unidades de produto, o qual tem um preço unitário de 5€. O benefício que a empresa
terá, isto é, o Valor da Produtividade Marginal do Capital, é de VPmgK = 10*5=50€.
 A contratação de um trabalhador adicional permite, ceteris paribus, a produção adicional
de 20 unidades de produto, o qual tem um preço unitário de 2€. O benefício que a
empresa terá, isto é, o Valor da Produtividade Marginal do Trabalho, é de VPmgL =
20*2=40€.
 A empresa irá aumentar a utilização de um fator de produção enquanto o
benefício associado a esse fator compensar o custo que a empresa tem com o
fator de produção (que é dado pelo preço do fator de produção).
5
A Procura de um Fator de Produção
 A empresa irá aumentar a utilização de um fator de produção enquanto o
benefício associado a esse fator compensar o custo que a empresa tem com o
fator de produção (que é dado pelo preço do fator de produção, PFator):
 Se o valor da produtividade marginal do fator de produção for superior ao preço do fator de
produção, a empresa aumenta a quantidade utilizada de fator de produção.
 Se o valor da produtividade marginal do fator de produção for inferior ao preço do fator de
produção, a empresa diminui a quantidade utilizada de fator de produção.
 Exemplo: o valor da produtividade marginal do trabalho é de 50€. Se a contratação de um
trabalhador adicional custar à empresa 30€, a empresa opta por contratar esse trabalhador.
Mas se o preço do fator de produção for de 60€, a empresa prefere não contratar este
trabalhador adicional.
 Quando é que a empresa atinge o equilíbrio na utilização de cada fator de
produção? Quando o valor da produtividade marginal do fator de produção for
igual ao preço do fator de produção:
𝑉𝑃𝑚𝑔ி௔௧௢௥ = 𝑃ி௔௧௢௥
6
Joana Costa
Nota
ver capanullnull
Joana Costa
Nota
beneficia porque pode vender maisnullnullno entanto, não há só benefícios mas também têm custos nullnullcustos que as empresas tem com um unidade adicional de fator de produçãonullnullcustos com o salário nulltêm de comprar o beneficio de contratar (valor da pmg do fator de produção) e o custo (preço do fator de produção)nullnullver capa 
Joana Costa
Nota
Vpmg (fator) > P (fator) --> deve contratarnullVpmg (fator) < P (fator) --> não deve contratarnullVpmg (fator) = P (fator) --> situação de equilíbrio
4
Exercícios
1. Uma empresa pondera utilizar uma nova máquina para a sua unidade de produção.
Sabe-se que, ceteris paribus, a nova máquina permitirá um acréscimo de produção de
20 unidades de produto por dia, o qual é vendido a 10€ a unidade.
a) Indique a produtividade marginal do capital.
b) Qual é o preço máximo por dia que a empresa estará disposta a pagar para utilizar
a nova máquina? Justifique adequadamente a sua resposta.
2. Uma empresa tem a possibilidade de recrutar um trabalhador. Sabe-se que a
produtividade marginal do trabalho é de 40 unidades por semana e que a empresa
vende o seu produto a um preço unitário de 20€.
a) Explique o significado da produtividade marginal.
b) Se o salário semanal a pagar ao trabalhador for de 500€, considera que a empresa
deverá contratar o trabalhador? E se o referido salário for de 1000€? Justifique
adequadamente a sua resposta.
7
A Procura de um Fator de Produção
 Quando é que a empresa atinge o equilíbrio na utilização de cada fator de
produção?
 Quando o valor da produtividade marginal do fator de produção for igual ao preço
do fator de produção:
𝑉𝑃𝑚𝑔ி௔௧௢௥ = 𝑃ி௔௧௢௥
8
Preço do 
Fator de 
Produção
Quantidade do Fator de Produção
Curva da Procura do Fator de Produção 
 Tipicamente, a curva da procura do fator de
produção é negativamente inclinada
5
A Oferta de um Fator de Produção
 A oferta de um fator de produção vai depender do fator de produção que
estamos a considerar.
 Há fatores de produção cuja oferta é fixa e outros cuja oferta é variável, isto é, depende
do preço do fator.
 O princípio básico do equilíbrio de mercado que vimos para o mercado de
bens aplica-se também aqui: em equilíbrio, as quantidade procuradas de
fator de produção são iguais às quantidades oferecidas de fator de
produção.
 Vamos ver agora o mercado de alguns dos principais fatores de produção
das empresas: terra, capital e trabalho.
9
O Fator Terra
10
6
O Fator Terra
 O fator de produção terra engloba um conjunto heterogéneo de
elementos que têm em comum o facto de pré-existirem à atividade
humana e de se apresentarem comouma dotação.
 Exemplos: matérias-primas de variada ordem, incluindo minérios, frutos,
pesca, caça, fontes de energia, …
 Uma caraterística relevante deste fator de produção é o facto de a
quantidade oferecida de fator ser sempre a mesma, independentemente
do preço de mercado em vigor.
 Ou seja, a curva da oferta do fator de produção Terra é, tipicamente, vertical.
 A implicação é que o comportamento da procura do fator Terra condicionará o
preço de mercado praticado, mas não a quantidade de equilíbrio. De facto, o preço
do fator Terra deriva inteiramente do comportamento da procura e não da oferta.
11
O Fator Terra: Representação Gráfica
 A representação gráfica é feita
considerando a quantidade de fator
no eixo horizontal e o seu preço no
eixo vertical.
 Em equilíbrio, a quantidade
procurada do fator de produção
terra é igual à quantidade oferecida
deste fator de produção.
 Tal como no mercado de bens
analisado anteriormente, podemos
analisar o impacto da alteração de
uma variável no equilíbrio de
mercado…
12
Fonte: Samuelson e Nordhaus (2010)
7
Exercício
Suponha que determinados terrenos podem apenas ser utilizados para
produzir milho. Admita agora que os consumidores alteram as suas
preferências, passando a procurar mais milho do que anteriormente. Por
este motivo, as empresas aumentarão a procura de terrenos, de forma a
aumentarem a produção e venda de milho aos consumidores.
Qual é o impacto desta situação sobre o mercado dos terrenos? Justifique
adequadamente a sua resposta, recorrendo a um gráfico apropriado.
13
O Fator Capital
14
8
O Fator Capital
 O fator de produção capital pode incluir, nomeadamente:
 O capital físico: bens produzidos e duráveis que são, por sua vez,
usados como fatores produtivos na produção de outros bens.
 São exemplos os imóveis (como edifícios fabris e habitações) e os
equipamentos (automóveis, computadores, …)
 O capital intangível: bens imateriais utilizados pelas empresas
 São exemplos o software, as patentes e as marcas
 O capital financeiro: constituído por dinheiro e títulos (Ativos
financeiros)
 São exemplos os depósitos, as ações ou as obrigações.
15
A Procura e a Oferta de Capital
 As empresas procuram capital para, em conjunto com os restantes fatores
de produção, produzirem bens e serviços de forma a obterem lucro.
 A procura de capital, em equilíbrio, é tal que 𝑉𝑃𝑚𝑔௄ = 𝑃௄.
 Tipicamente, chama-se taxa de rentabilidade do capital ao preço do capital.
 Tal como vimos anteriormente, esta condição dá origem a uma curva da procura do
fator de produção capital que é negativamente inclinada.
 A oferta de capital é realizada pelas famílias (através da sua poupança),
que sacrificam o consumo atual, colocando à disposição de quem
interessar os seus aforros.
 O sistema financeiro (bancos…) assume aqui um relevante papel de intermediário.
16
9
A Oferta de Capital
 Um bem de capital tem como caraterística essencial o facto de custar um
montante hoje e fornecer, em troca, uma sequência de ganhos no futuro:
 Uma máquina dá lucros, a partir da venda da sua produção
 Uma ação dá dividendos (lucros das empresas distribuídos aos acionistas)
 Um depósito ou obrigação dá juros.
 Todo o capital gera um rendimento. O rendimento anual de um tipo de capital
dividido pelo valor desse capital dá a taxa (percentual) de rentabilidade do capital.
 Um capital de 1000€ que gerou um rendimento de 10€ está associado a uma taxa de
rentabilidade de 1%.
 A oferta de capital, que representa a vontade de poupar das famílias, será tanto
maior quanto maior for a taxa de rentabilidade do capital, ceteris paribus.
17
O Mercado de Capital: Oferta e Procura
18
Taxa de 
rentabilidade 
do capital (ou 
seja, o Preço do 
Capital)
Quantidade de Capital
Oferta de 
capital (S)
Procura de Capital (D)
Equilíbrio
10
Exercício
Admita que, num determinado país, o Governo decide aumentar os impostos
sobre o rendimento das famílias, bem como diminuir os seus salários, de tal
modo que as famílias verificam que o seu rendimento se reduziu
significativamente. Deste modo, as famílias têm agora menor possibilidade
de realizar poupanças, uma vez que o seu rendimento disponível diminuiu.
Ceteris Paribus, qual é o impacto esperado de tal situação no mercado do
fator capital?
19
O Fator Trabalho
20
11
Procura de Trabalho
 O fator de produção trabalho engloba o conjunto de atividades
económicas, intelectuais e manuais, organizadas e coordenadas por
homens, com vista à produção de bens e serviços.
 A procura de trabalho pelas empresas, em equilíbrio, é tal que 𝑉𝑃𝑚𝑔௅ =
𝑃௅.
 Tipicamente, chama-se salário ao preço do trabalho e representa-se pela letra
𝑤.
 Assim, a condição pode ser reescrita como 𝑉𝑃𝑚𝑔௅ = 𝑤, ou seja, o preço
do produto vendido pela empresa (P) multiplicado pela produtividade
marginal do trabalho (PmgL) deve igualar o salário que a empresa paga ao
trabalhador: 𝑃 ∗ 𝑃𝑚𝑔௅ = 𝑤.
 Os trabalhadores são remunerados de acordo com o valor da sua
produtividade marginal.
21
Procura de Trabalho
 A procura de trabalho pelas empresas traduz a seguinte relação:
𝑉𝑃𝑚𝑔௅ = 𝑤 𝑜𝑢 𝑃 ∗ 𝑃𝑚𝑔௅ = 𝑤.
 Tal como vimos anteriormente, esta condição dá origem a uma curva da
procura do fator de produção trabalho que é negativamente inclinada.
 Fatores que influenciam a produtividade marginal do trabalho:
- qualidade do fator de produção trabalho;
- quantidade e qualidade dos restantes fatores de produção.;
- nível e utilização de conhecimentos técnicos e tecnológicos.
22
12
Oferta de Trabalho
 Oferta do fator de produção trabalho: Corresponde ao número de horas
que a população deseja trabalhar em atividades remuneradas nas
atividade produtivas (agricultura, indústria, serviços,…).
 Entre outros, são determinantes da oferta de trabalho:
 A dimensão populacional: ceteris paribus, uma maior população traduz-se numa
maior oferta de trabalho
 Composição da população: ceteris paribus, uma população com mais indivíduos
entre os 18 e os 65 anos tenderá a oferecer maiores quantidades de trabalho
 Escolha individual entre trabalho e lazer: cada indivíduo dedica o seu dia a trabalho
e lazer, com exceção das horas dedicadas ao seu sono. Um maior número de horas
de trabalho ou lazer dependerão, por um lado, das preferências do indivíduo, e, por
outro lado, do salário a que o indivíduo será remunerado.
23
Oferta de trabalho
 A oferta de trabalho individual (de um indivíduo) dependerá da
distribuição que cada indivíduo faz entre horas de trabalho e horas de
lazer.
 Se se verificar um aumento do salário pago ao trabalhador, há a
considerar dois efeitos:
 Efeito substituição: a atratividade relativa do trabalho aumenta, visto que agora o
salário é maior, pelo que o trabalhador quererá aumentar o número de horas de
trabalho e diminuir o número de horas de lazer.
 Efeito rendimento: como o salário recebido pelo trabalhador é mais elevado, o
trabalhador não precisa de trabalhar tantas horas para obter o mesmo rendimento
pelo que tenderá a diminuir o número de horas de trabalho e a aumentar o número
de horas de lazer.
 Os dois efeitos têm sentidos opostos e tipicamente o efeito de substituição é mais
forte para salários mais baixos, sendo o efeito rendimento mais significativo para
salários mais elevados
24
13
Oferta individual de trabalho
25
Salário
Quantidade 
de trabalho
Oferta 
individual de 
trabalho
Efeito Rendimento
> 
Efeito substituição 
Efeito Substituição
>
Efeito rendimento
Exercício
A Doutora Sónia dedica, por dia, 10 horas a trabalho e 6 horas a lazer,
dormindo 8 horas por dia. Sabe-se que a Doutora Sónia aufere um salário de
50€ por hora na empresa ABC.
A empresa ABC aprecia muitoo empenho e dedicação da Doutora Sónia e,
de forma a incentivar mais a Doutora Sónia a trabalhar e contribuir para o
aumento do luro da empresa, pondera aumentar o salário da Doutora Sónia
para 60€ por hora.
Surpreendentemente, o aumento de salário fez com que a Doutora Sónia
passasse a querer trabalhar 8 horas por dia em vez das 10 horas que
anteriormente trabalhava.
Consegue pensar numa situação que explique o comportamento da Dra.
Sónia?
26
14
Procura e Oferta de trabalho
 A oferta agregada de trabalho corresponde à soma (agregação) da oferta dos
vários indivíduos e, tipicamente, é positivamente inclinada
 Considerando diferentes indivíduos, o efeito rendimento predomina sobre o efeito
substituição a diferentes salários pelo que a agregação da oferta de trabalho de todos os
indivíduos conduz a uma curva positivamente inclinada.
 Equilíbrio no mercado de trabalho:
27
Salário (w)
Quantidade de trabalho (L)
Oferta de 
trabalho (S)
Procura de trabalho (D)
Equilíbrio
A explicação das diferenças salariais
 Nem todos os trabalhadores auferem o mesmo salário. Porquê? Várias
razões, em particular:
 Diferenciais de compensação salarial: Profissões menos atrativas têm que pagar
salários mais elevados para que haja pessoas dispostas a exercê-las. Pelo contrário,
empregos especialmente agradáveis ou psicologicamente compensadores tenderão
a possuir salários mais moderados.
 Diferenças na qualidade do trabalho: Diferenças nas capacidades físicas e mentais,
de instrução, formação profissional e experiência. Traduzem-se em produtividades
marginais do trabalho mais elevadas e, consequentemente, numa maior
capacidade para contribuir para o lucro.
 O trabalho é fator muito heterogéneo, pelo que, na realidade, existem
vários “sub-mercados”, com procuras e ofertas distintas, que determinam
condições de emprego e de salários muito diferentes.
28
15
Desemprego: Conceitos
 Desempregado: indivíduo que, ao longo de um período de
referência, se encontra simultaneamente nas situações
seguintes:
 não possui emprego
 procura ativamente emprego
 está imediatamente apto/disponível a trabalhar
 População ativa (NS): conjunto de indivíduos que, num
período de referência, constituem a mão-de-obra disponível
para a produção de bens e serviços que entram no circuito
económico; inclui aqueles indivíduos que se encontram
empregados (E) ou desempregados (U): NS = E + U
29
Desemprego: Conceitos
 População inativa: conjunto de indivíduos que, no período
de referência, não podem ser considerados economicamente
ativos (isto é, não estão empregados nem desempregados)
 Taxa de atividade: percentagem da população que tem ou
procura emprego; corresponde ao rácio entre a população
ativa e a população total (NS/Q)
 Taxa de desemprego: percentagem da população ativa que
procura mas não consegue obter emprego; corresponde ao
rácio entre população desempregada e população ativa
(u=U/NS)
30
16
Taxa de desemprego e taxa de atividade (%) em Portugal
Fo
nt
e:
 I
N
E,
 P
O
RD
AT
A
31
┴ 54,0
┴ 56,0
┴ 58,0
┴ 60,0
┴ 62,0
┴ 64,0
┴ 66,0
Taxa de Atividade
┴ 0,0
┴ 2,0
┴ 4,0
┴ 6,0
┴ 8,0
┴ 10,0
┴ 12,0
┴ 14,0
┴ 16,0
┴ 18,0
Taxa de Desemprego
Exercício 
Suponha que num determinado país, a população
total ascende a 350 mil habitantes, dos quais 50 mil
são inativos, 100 mil são desempregados e 200 mil
são empregados.
a) Determine a taxa de atividade.
b) Determine a taxa de desemprego.
32
17
Exercícios – Verdadeiro ou Falso?
1. Se, num dado país, a população total é de 100 mil habitantes, dos quais 20
mil são inativos e 5 mil são desempregados, a taxa de desemprego é igual a
6,25%.
2. Se, num dado país, a população total é de 100 mil habitantes, dos quais 20
mil são inativos e 50 mil são empregados, a taxa de atividade é igual a 80%.
3. Se, num dado país, a população total é de 80 mil habitantes, dos quais 20
mil são inativos e 40 mil são empregados, a taxa de desemprego é maior que
30%.
4. Se, num dado país, a população total é de 800 mil habitantes, dos quais
200 mil são inativos e 80 mil são desempregados, a taxa de atividade é igual
a 50%.
33
 O desemprego é um problema económico porque representa o
desperdício de recursos valiosos.
 Quando a taxa de desemprego aumenta, a economia está de facto a
desperdiçar os bens e os serviços que os desempregados podiam ter
produzido
 O desemprego é um problema social importante porque causa enorme
sofrimento aos desempregados que se debatem com menores
rendimentos.
 O custo económico do desemprego é certamente elevado, mas não
há valor monetário que possa traduzir adequadamente o custo
humano e psicológico do desemprego involuntário persistente.
34
Custos do desemprego
18
Custos do desemprego
35
O desemprego traduz-se igualmente em custos para os
empregados, devido ao facto de usualmente implicar mais
contribuições (Estado social) e mais insegurança (laboral,
tensão social, criminalidade).
 Para além disso, coloca em causa o bem-estar das
gerações atuais e futuras, pois significa que estão a
produzir-se menos bens e serviços do que seria possível
tendo em conta os recursos disponíveis
Empregados, Desempregados e Inativos
36
19
Desemprego efetivo: Decomposição
 A taxa de desemprego observada (efetiva) pode ser decomposta em taxa
de desemprego cíclico, desemprego estrutural e desemprego friccional.
 As duas primeiras componentes representam desemprego involuntário,
enquanto que o desemprego friccional representa desemprego
voluntário.
 Desemprego cíclico (ou conjuntural): é causado por recessões ou por
fraco crescimento económico, traduzindo o desvio no curto prazo da
taxa de desemprego observada em relação à taxa natural de
desemprego
 Desemprego natural: nível de desemprego de equilíbrio, quando
há estabilidade da taxa de desemprego; nível de desemprego
quando a economia funciona em condições “normais”
 O Desemprego natural inclui o desemprego estrutural e o
desemprego friccional.
37
A Lei de Okun
 Lei de Okun: regularidade empírica que estabelece uma
relação negativa entre o desemprego e o produto da
economia:
 O crescimento do produto acima do normal provoca uma
redução da taxa de desemprego; o crescimento do
produto abaixo do normal leva a um aumento da taxa de
desemprego
 Ou seja, níveis de desemprego cíclico positivos estão
associados a produtos efetivos inferiores ao produto
potencial da economia
38
20
A Lei de Okun em Portugal
Fonte:PORDATA
39
┴ - 5,0
┴ 0,0
┴ 5,0
┴ 10,0
┴ 15,0
Taxa de desemprego (%) Taxa de crescimento real do PIB
Desemprego estrutural
 Desemprego estrutural:
 Resulta do desfasamento entre as aptidões requeridas pelas
empresas e as disponibilizadas pelos desempregados => tende a ser
de longa duração
 O desfasamento pode dever-se a variadas razões: avanços
tecnológicos, alterações significativas nos preços de certos recursos,
alterações relevantes na procura doméstica ou internacional, etc.
 A chave para a sua redução não se encontra no aumento da procura,
mas na redução de barreiras à mobilidade do trabalho, através da
educação e formação profissional, orientação profissional, maior
nível de informação sobre a situação do mercado de trabalho, etc.
40
21
Desemprego friccional
 Desemprego friccional: resulta do normal funcionamento e do
dinamismo inerente ao mercado de trabalho, ocorrendo porque demora
tempo para que haja ajustamento entre um trabalhador que procura um
emprego e a existência de um posto de trabalho que necessita ser
preenchido
 Em qualquer economia, há constantemente empregos a ser criados e
destruídos em simultâneo: indivíduos que estão a mudar de emprego, a
procurar o primeiro emprego, a esperar pela melhoroferta. Neste
processo de transição, são considerados desempregados  este
desemprego é tipicamente de curto prazo e constitui um elemento
natural do funcionamento de uma economia saudável
41
Algumas políticas de redução do desemprego
42
 Políticas de redução do desemprego friccional:
 Apoiar a formação e mobilidade do trabalhador através de
subsídios e isenções fiscais
 Reformar o sistema de proteção ao desemprego: reforçar os
incentivos à procura de emprego
 Disseminação de informação sobre o mercado de trabalho:
desenvolvimento de centros de emprego, websites ...
 Para além disso, políticas de formação e requalificação dos
desempregados podem contribuir para a redução do desemprego
estrutural
22
Exercícios – Verdadeiro ou Falso?
1. O desemprego é um fenómeno exclusivamente económico na
medida em que representa um desperdício de recursos.
2. Um indivíduo que transite da condição de inativo para
desempregado passa a ser incluído na população ativa.
3. A taxa de desemprego observada (efetiva) pode ser decomposta
em taxa de desemprego cíclico, desemprego temporal e desemprego
normal.
4. O desemprego friccional resulta do desfasamento entre as aptidões
requeridas pelas empresas e as disponibilizadas pelos desempregados
e tende a ser desemprego de longa duração.
43
O Equilíbrio no Mercado de Trabalho com apenas 
Desemprego Voluntário
44
Oferta
Procura
Salário
Quantidade 
de trabalho
Pop. ativaEmprego
Salário 
de eq.
Desemprego 
voluntário
23
O Equilíbrio no Mercado de Trabalho com apenas 
Desemprego Voluntário
 Algumas explicações para a existência de desemprego
voluntário:
 Trabalhadores desempregados preferem o lazer ou outras atividades,
em vez de trabalhar ao nível salarial corrente.
 Estão desempregados friccionalmente.
 São trabalhadores de fraca produtividade que preferem a segurança
social ou o subsídio de desemprego a trabalhos de baixa remuneração.
45
O Equilíbrio no Mercado de Trabalho com Desemprego 
Voluntário e Desemprego Involuntário
46
Oferta
Procura
Salário
Quantidade 
de trabalho
Pop. ativaEmprego
Salário 
de eq.
Desemprego 
involuntário
Desemprego 
voluntário
24
O Equilíbrio no Mercado de Trabalho com Desemprego 
Voluntário e Desemprego Involuntário
 A existência de desemprego involuntário deve-se, nomeadamente,
à rigidez de salários, que impede o regresso à situação de equilíbrio
de mercado.
 Por exemplo, a existência de salários mínimos ou a negociação
coletiva através dos sindicatos pode justificar esta situação.
 Independentemente da justa causa que poderá motivar a
introdução destes mecanismos no mercado, é gerado desemprego
involuntário que pode persistir durante significativos períodos de
tempo.
47
Sindicatos
 Os sindicatos são organizações formadas com o objetivo de defender os
interesses dos trabalhadores relativamente a remunerações, direitos e
condições de trabalho em geral.
 O aparecimento dos sindicatos tem em consideração o facto de os
trabalhadores terem um poder individual desproporcionadamente fraco
na negociação com a empresa.
 Como as empresas têm dificuldade em observar a produtividade marginal de
cada trabalhador, tendem a negociar com cada trabalhador individualmente
usando a sua posição de vantagem negocial, tentando minimizar a
probabilidade de ficarem prejudicadas no estabelecimento das condições
laborais.
 Os sindicatos refletem, portanto, a procura pelos trabalhadores de uma maior
paridade de poder negocial entre empregador e empregado.
48
25
Sindicatos e interesses dos Trabalhadores
 Trabalhadores sindicalizados/empregados como insiders e não
sindicalizados como outsiders…
 Preferências dos sindicatos podem ser vistas no plano da escolha entre
salário e nível de emprego. Os insiders privilegiam o nível de salário,
enquanto os outsiders privilegiam o nível de emprego (estariam dispostos
a aceitar níveis de salário mais baixos se lhes permitissem aceder a
emprego remunerado).
 Tipicamente, as preferências dos sindicatos estão enviesadas em favor da
estabilidade (ou crescimento) do salário e em desfavor da redução do
desemprego.
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O Efeito dos Sindicatos no Equilíbrio de Mercado de 
Trabalho
 Assim, o salário é
determinado com base
na oferta coletiva de
trabalho (curva “com
sindicato”) e não pela
curva da oferta de
trabalho original;
 Tal gera desemprego,
que na ótica das
organizações sindicais
pode ser visto como
voluntário, mas que é
involuntário na ótica do
trabalhador individual.
50
Salário
Trabalho
Oferta coletiva
de trabalho
Oferta de 
trabalho
Procura de 
trabalho
w0
w1
L0L1 Ls
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Exercícios
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Exercícios – Escolha múltipla
1. Uma empresa contratou um trabalhador cujo salário diário é de 30€.
a) A produtividade marginal do trabalho é igual ou superior a 30€.
b) O valor da produtividade marginal do trabalho é igual ou superior a 30€.
c) O preço unitário do produto vendido pela empresa é igual ou superior a 30€.
d) Duas das opções anteriores estão corretas.
2. Relativamente ao mercado do fator Terra, podemos afirmar que:
a) A curva da procura do fator Terra é positivamente inclinada.
b) A curva da oferta do fator Terra é horizontal.
c) Uma alteração da curva da procura do fator Terra altera o preço do fator mas não a
quantidade de equilíbrio.
d) Uma alteração da curva da procura do fator Terra altera a quantidade
transacionada do fator mas não o preço de equilíbrio.
52
27
Exercícios – Escolha múltipla
3. Relativamente ao mercado do fator capital, é correto afirmar que:
a) O capital financeiro inclui as patentes, software e marcas de uma empresa.
b) Se a taxa de rentabilidade dos depósitos aumentar de 5% para 10%, ceteris paribus, as
famílias estarão disponíveis para oferecer mais capital.
c) A procura de capital é realizada pelas famílias, sendo a curva da procura de capital
negativamente inclinada.
d) Nenhuma das opções anteriores está correta.
4. Relativamente ao mercado do fator trabalho, podemos afirmar que:
a) Os trabalhadores têm um salário igual à sua produtividade marginal.
b) A dimensão populacional e a composição da população são alguns dos fatores que
influenciam a oferta de trabalho.
c) Se o efeito substituição for dominante, um aumento do salário levará, ceteris paribus, ao
aumento do número de horas trabalhadas.
d) Duas das opções anteriores estão corretas.
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Exercícios – Escolha múltipla
5. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) O fator trabalho é um fator muito heterogéneo.
b) Uma das explicações para a existência de diferenças salariais consiste no facto de
os trabalhadores terem diferentes produtividades marginais.
c) Ceteris paribus, profissões menos atrativas tendem a pagar salários mais elevados.
d) Todas as opções anteriores estão corretas.
6. Suponha que num determinado país, a população total ascende a 10 milhões de
habitantes, dos quais 4 milhões são inativos e 1 milhão são desempregados.
a) Existem 4 milhões de empregados nesta economia.
b) A taxa de atividade é de 60%.
c) A população ativa é de 5 milhões.
d) A taxa de desemprego é de 30%.
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Exercícios – Escolha múltipla
7. Os desencorajados são indivíduos que:
a) Passam de uma situação de desempregados para uma situação de inativos.
b) Passam de uma situação de empregados para uma situação de desempregados.
c) Passam de uma situação de empregados para uma situação de inativos.
d) Passam de uma situação de inativos para uma situação de empregados.
8. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) O desemprego natural inclui o desemprego cíclico e o desemprego friccional.
b) O desemprego natural inclui o desemprego estrutural e o desemprego friccional.
c) O desemprego estruturalinclui o desemprego cíclico e o desemprego friccional.
d) O desemprego friccional inclui o desemprego cíclico e o desemprego estrutural.
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Exercícios – Escolha múltipla
9. A Lei de Okun estabelece:
a) Uma relação negativa entre o produto e o desemprego da economia.
b) Uma relação positiva entre o produto e o desemprego da economia.
c) Uma relação negativa entre o produto e a inflação da economia.
d) Uma relação positiva entre o produto e a inflação da economia.
10. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) Uma possível explicação do desemprego involuntário consiste no facto de trabalhadores
desempregados preferirem o lazer ou outras atividades, em vez de trabalhar ao nível salarial
corrente.
b) O desemprego voluntário deve-se, nomeadamente, à rigidez de salários, que impede o
regresso do salário ao seu valor de equilíbrio.
c) Tipicamente, as preferências dos sindicatos estão enviesadas em favor da estabilidade do
emprego e em desfavor do aumento do salário.
d) Face à situação de equilíbrio de mercado, a ação dos sindicatos tende a aumentar o salário e a
diminuir o emprego.
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