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NOTAS TRADUZIDAS DO LIVRO MACROECONOMICS DE WENDY CARLIN E DAVID SOSKICE – OXFORD UNIVERSITY PRESS, 2006 1 MOTIVAÇÃO PARA MODELOS MACROECONOMICOS 1. PRODUTO DESEMPREGO E INFLAÇÃO O objetivo desta seção juntamente com os capítulos 2 e 4 é estabelecer um modelo macroeconômico do curto e médio prazo que seja razoavelmente simples e realista. Tem que ser realista se quiser prover um esquema para analisar o mundo real dos problemas macroeconômicos. O modelo é uma versão simples do modelo Novo Keynesiano que é usado pelos bancos centrais contemporâneos e na moderna macroeconomia monetária. Este chamado modelo de três equações consiste de uma curva IS que modela a demanda agregada, a PC ou curva de Phillips que representa a oferta de competição imperfeita, e a MR ou regra monetária que captura o comportamento de um banco central que tem meta inflação. O modelo que estabelecemos nesta seção e nos três capítulos seguintes permitirá que se responda as seguintes questões: • como uma mudança na confiança do consumidor devido a um colapso no mercado de capitais afeta a economia? • Qual é o impacto sobre o produto e inflação de mudanças da política do governo tal como mudanças nos impostos, ou nos gastos do governo, ou uma mudança na política monetária, ou na regulação do emprego? • Se a internet e a globalização afetam o mercado produtor o que se espera do impacto macroeconômico? • Como as instituições como sindicatos ou um banco central independente afetam inflação e desemprêgo? Nosso modelo básico deve oferecer os meios de respondermos as seguintes questões: 1 Questão 1. Como o nível atual de produto e emprego na economia são determinados? Questão 2. O que determina o nível de emprego na economia na qual a inflação é estável. Nós chamamos este de nível de emprego de equilíbrio de médio prazo. Questão 3. Como e porque a economia tende a ajustar a sua posição corrente em direção ao equilíbrio de médio prazo e que fatores influenciam a velocidade e suavidade do ajustamento? Hipóteses e terminologia Em macroeconomia, a oferta agregada se refere a oferta de bens e serviços. O lado da oferta consiste de: • os fatores de produção que são trabalho e capital. A oferta e demanda por trabalho e capital são parte do lado da oferta. • a tecnologia através da qual os insumos de trabalho e capital são transformados em produto. • a forma pela qual as rendas (salários e lucros) que os trabalhadores e empresas recebem são determinados. O lado da demanda agregada se refere a demanda agregada ou da economia como um todo por bens e serviços. A demanda agregada por bens e serviços consiste de: • demanda de consumo • demanda de investimento • demanda que advém das compras do governo. Nós pensamos o curto prazo como o período durante o qual produto e emprego podem mudar antes das mudanças em preços e salários responderem a mudanças no produto e emprego. É um aspecto familiar do mundo em que salários e preços sejam ajustados periódicamente, isto é uma vez ou duas vezes ao ano, em vez de responderem a mudanças na demanda. Podemos portanto 2 concentrar toda a nossa atenção no curto prazo a analise dos determinantes do nível de demanda agregada, produto e emprego, supondo que salários e preços sejam dados. Quando nós dizemos que preços e salários são dados estamos nos referindo a duas situações de curto prazo. Mais diretamente, significa que preços e salários são fixos; os termos rígidos e viscosos são usados alternativamente como fixos. Supor que preços e salários são dados pode também se referir a situações em que preços e salários estão crescendo a uma taxa constante cada ano, por exemplo 2% ao ano. Em ambos os casos, a hipótese básica é que no curto prazo o nível dos salários e preços ou a taxa de mudança dos salários e preços não responde a mudanças no nível do produto. Esta hipótese significa que na análise de curto prazo é a demanda agregada que determina o nível do produto e emprego. O curto prazo deve ser pensado em termos de meses em vez de anos. Nós pensamos no médio prazo como o período durante o qual salários e preços podem responder a mudanças no produto e emprego e no qual o lado da oferta da economia se ajusta para estabelecer um equilíbrio de médio prazo no qual a inflação é constante novamente. Na maior parte, nós continuamos a assumir que o estoque de capital da economia e a força de trabalho são fixas. Isto significa que o total de maquinaria e equipamento e também o nível de tecnologia são constantes. Não investigaremos mudanças no crescimento da população ou migração. Isto significa que o componente central do lado da oferta será o mercado de trabalho, isto é, o emprego da força de trabalho com o capital existente na economia. Na análise de médio prazo nossa atenção é focada no comportamento do salário e dos determinantes de preços: a que nível do produto e emprego o salário e os que determinam os preços estarão em equilíbrio no sentido de que não há uma pressão para cima ou para baixo nos salários ou preços. Veremos que é razoável incorporar no médio prazo análise e estudo das consequências de mudanças na tecnologia sobre mudanças no crescimento da produtividade. Mas para investigar as causas do crescimento da produtividade e porque pode mudar, precisamos estender a análise para o longo prazo. Na análise de longo prazo permitimos o crescimento da população, do estoque de capital 3 físico (maquinaria e equipamento), capital humano e melhorias da tecnologia. 1. 2 Flutuações do produto e emprego Fig. 1.1 mostra a taxa de crescimento trimestral do produto dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Expansões com forte crescimento do produto e recessões com contrações fortes são evidentes: a mudança do pico ao vale e de volta novamente é chamada de ciclo econômico. A figura mostra também a comparação das taxas de crescimento do produto dos Estados Unidos e da França de 1981 a 2003. Um padrão similar de expansões e recessões é revelado para ambos os países, mas fica claro que os picos e os vales dos ciclos econômicos nem sempre coincidem para essas duas economias. No curto prazo, o nível de produto da economia depende do nível da demanda agregada por bens e serviços. O modelo típico IS/LM é um instrumento útil para começar a entender os fatores que influenciam o nível da demanda agregada e portanto o nível do produto e emprego no curto prazo. É razoável assumir que os preços e salários são dados no curto prazo. Isto significa que podemos concentrar em como quantidades se ajustam a mudanças na demanda por bens e serviços. Como observado acima é conveniente num modelo macro olhar os fatores que determinam o consumo agregado e o investimento agregado. O governo é uma fonte direta de demanda agregada através de suas compras de bens e serviços. As autoridades governamentais tem uma influencia indireta sobre o nível de demanda agregada pela sua escolha de impostos e taxas de juros. 4 1.3 Desemprego, comparações internacionais Economistas e os que fazem política econômica estão preocupados com os fatores que determinam produto e emprego, não apenas no curto prazo, mas, em prazos mais longos também. Focamos no último olhando às tendências apresentadas na Fig. 1.2. Duas questões surgem imediatamente: porque países diferentes parecem ter taxas de desemprego diferentes e porque há tendências persistentes de desemprego em alguns países? O painel superior da Fig. 1.2 mostra as taxas mensais de desemprego para os Estados Unidos de 1948 a 2003. O painel inferior mostra a taxa anual de desemprego dos Estados Unidos e a médiadas quatro maiores economias européias (Alemanha, França, UK e Itália) de 1960 até 2003. Tem havido uma tendência de desemprego crescente de 1970 a 1990 na Europa, que está refletida pelos dados das quatro grandes economias européias. Há uma diferença forte entre a evolução do desemprego europeu e americano. A idéia de uma taxa de 5 Figura 1.1. Crescimento Trimestral do PIB EUA, 1945 a 2003 e crescimento anual PIB da França e EUA, 1981 a 2003 desemprego de equilíbrio mais ou menos constante parece mais plausivel para os Estados Unidos do que para a Europa. Nos Estados Unidos, o desemprego flutua muito mas parece ter flutuado em torno de uma taxa de cerca de 6% desde 1960. O desemprego europeu estava bem abaixo do desemprego dos Estados Unidos até os anos 1980. A Fig 1.3 mostra as taxas de desemprego da França, Alemanha, Itália, Japão, Suécia, UK e EUA para o mesmo período de tempo (usando EUA como uma referencia para comparação em cada figura). Todas essas economias exibiram variablilidade significante em sua experiência de desemprego nas ultimas quatro décadas. Essas figuras mostram mudanças de desemprego que persistem ao longo do tempo e grandes diferenças entre países. Isto serve de motivação para a noção de uma taxa de desemprego de médio prazo, na qual mudanças ao longo do tempo e diferenças entre países são associados à variações na estrutura no lado da oferta. 6 1.4 Modelando o desemprego no médio prazo Nós começamos contrastando como o lado da oferta agregada é apresentado em modelos competitivos e em modelos mais gerais com imperfeições de mercado. Muitos leitores são familiares com modelos competitivos de seu conhecimento de microeconomia. Isto significa que o salário real se ajusta tal que a demanda por trabalho pelas empresas é igual a oferta de trabalho pelos indivíduos. No nível de salário de equilíbrio de mercado ( “market clearing”) , as firmas estão em equilíbrio no sentido de que ao nível de salário real prevalecente não seria lucrativo para elas empregar mais trabalho. Ao contrário se elas empregassem menos trabalho, poderiam aumentar os seus lucros aumentando o emprego. Ao salário de “market clearing” há também um equilíbrio do ponto de vista dos trabalhadores. Ao salário vigente mais trabalho não será ofertado igualmente se menos trabalho fosse ofertado os trabalhadores estariam melhores se pudessem ofertar mais. O único tipo de desemprego que existe em equilíbrio competitivo é desemprego voluntário. Se os trabalhadores obtém mais utilidade se estiverem desempregados 7 Figura 1.2 Taxa de desemprego mensal para os EUA 1948 a 2003 e comparação das taxas de desemprego para os EUA e Europa, 1960 a 2003 dado o nível de salário real existente eles estariam melhores se eles escolhem não trabalhar e este é desemprego voluntário. O desempregado iria preferir o lazer e não o salário comparado com a alternativa de trabalhar e receber o salário real vigente. Podemos chamar a taxa de desemprego que corresponde ao “market clearing “ de emprego como a taxa de desemprego de equilíbrio competitivo. 1.4.1 Modelo de concorrência imperfeita Em contraste ao modelo competitivo nós usamos um modelo mais geral no qual o equilíbrio no mercado de trabalho não necessariamente coincide com o “market clearing”. Uma consequência importante é que pode existir desemprego involuntário mesmo em equilíbrio. No modelo competitivo, salários e preços emergem através do processo de “market clearing”. Por exemplo, em um mercado perfeitamente competitivo, cada firma se defronta com o preço de mercado e escolhe seu nível de produto em que o custo marginal é igual ao “market clearing”. 8 Figura 1.3 Taxas de Desemprego para algumas das principais economias da OCDE Por contraste, no modelo de concorrência imperfeita podemos falar de determinadores de salários e de preços. Se há concorrência imperfeita no mercado do produto, isto significa que os preços são estabelecidos pelas firmas e as firmas ganham lucros sobrenormais porque elas tem poder de mercado. Isto significa que o preço é estabelecido pela firma acima do nível de seu custo marginal: a diferença entre o preço e o custo marginal é o lucro que a firma faz. Com concorrência imperfeita no mercado de trabalho, salários monetários serão estabelecidos pelos empregadores ou pelos sindicatos ou por ambos através de negociações. A importância dos sindicatos no estabelecimento dos salários na OCDE é demonstrado na Tabela 1.1. Entre 30 países que pertencem a OCDE, a média percentual dos empregados com salários coberto por acordos coletivos é 60%. Claramente os EUA são atípicos no papel limitado desempenhado pela negociação coletiva no estabelecimento dos salários. Como a tabela ilustra, a influencia da barganha coletiva nos salários é muitas vezes consideravelmente mais forte do que as taxas de participação nos sindicatos. O salário real para um indivíduo dependerá do resultado da determinação do salário e do resultado da determinação dos preços ao longo da economia. A qualquer nível de emprego, o salário real consistente com o comportamento do estabelecimento do salário num mercado de trabalho não perfeitamente competitivo será tipicamente mais elevado do que num mercado competitivo. Por que isto acontece? Uma explicação é que em um mercado sindicalizado, o poder de barganha coletiva dos empregados resultará normalmente em salários mais elevados do que o mínimo que um empregado estaria preparado a aceitar. O que significa equilíbrio no mercado de trabalho com competição imperfeita? Significa que o determinadores de salário e preço estão em equilíbrio, no sentido de que ao nível do salário real corrente e do emprego, eles não tem incentivo em modificar seu comportamento. Há um nível de emprego e taxa de desemprego que tanto os determinadores de salário quanto de preços aceitam o salário real vigente. Esta é a taxa de desemprego de equilíbrio de um mercado não competitivo. Nós veremos que as imperfeições no mercado de trabalho ou produto tem o efeito de aumentar a taxa de desemprego acima da taxa de desemprego num equilíbrio competitivo. Embora isto seja consistente com a queda no 9 desemprego do Reino Unido dos anos 1980 na medida em que o poder dos sindicatos declinaram e os mercados se tornaram mais competitivos não é consistente com o baixo desemprego na Suécia que é altamente sindicalizada. Será preciso enriquecer o modelo para enquadrar com os fatos. 1.5 Inflação Imagine uma economia que tem uma inflação constante. Conforme a nossa discussão anterior esta economia estaria num equilíbrio de médio prazo, que nós chamaremos de taxa de desemprego de equilíbrio ou ERU (ou TDE). Os estabelecedores de salário e preços estão satisfeitos com o salário real prevalecente e não há pressão de qualquer lado para ajustar salário ou aumentos de preços: a inflação é portanto constante. Se agora supusermos que a demanda agregada cresça, produção e emprego irão aumentar no curto prazo e o desemprego será empurrado para abaixo do ERU (TDE). 10 Nós iremos esperar que os que determinam salários e preços vão reagir a isto. Isto porque com menos trabalhadores desempregados disponíveis, trabalhadores estarão em uma posição mais forte de barganha no mercado de trabalho e os salários reais irão aumentar para satisfazer suas aspirações. Então, o salário real corrente na economia é agora mais baixo do que o salário real com o qual os estabelecedores de salário estarão satisfeitos. Como resultado, os controladores de salário aumentarão os salários nominais numa tentativa de obterem salários reais esperados mais elevados. Mas se os salários sobem, então os controladoresde preços não estarão em equilíbrio. Salários mais altos aumentam os custos das empresas. Para manter seus lucros, as empresas tendem a aumentar os preços. Um aumento na demanda agregada que expande o produto e o emprego acima do nível de equilíbrio leva a um aumento da inflação. Isto imediatamente levanta a questão quanto a haver um “trade off” permanente entre inflação e desemprego: pode menor desemprego e inflação mais elevada ser sustentada pela política do governo que tenha este objetivo? A discussão do mercado de trabalho sugere que isto é pouco provável. O fato de que não há um efeito permanente não depende do mercado de trabalho ser ou não competitivo. Em um mercado competitivo, se o emprego for maior do que o nível que a oferta de trabalho e a demanda são iguais, o salário real estará ou muito baixo para manter este nível de emprego dado pelo lado da oferta de trabalho ou muito alto para este emprego ser lucrativo pelas empresas (i.e. do lado da demanda de trabalho). Com agentes estabelecendo salários e preços, há um resultado paralelo. Podemos ver isto estendendo nosso exemplo anterior. Desemprego abaixo do ERU leva a uma subida da inflação. Será que os controladores de salários e de preços estão em equilíbrio? Eles não estão: na medida em que a inflação subiu o padrão de vida dos trabalhadores (i.e. seus salários reais) foram reduzidos abaixo do nível que eles aceitariam nas condições de um mercado de trabalho apertado. Na próxima ocasião os controladores de salários irão aumentar os salários nominais mais do que a inflação. A Fig. 1.4 mostra a taxa de inflação para a França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, e os EUA. O primeiro painel mostra as séries mensais de mudanças no 11 índice de preços do consumidor para os EUA cobrindo a maior parte do século XX. Um elemento particularmente interessante é a relativa suavidade das séries depois de 1950 comparado com os longos episódios de inflação e deflação no período pré guerra. Como com os dados de desemprego, existem notórias diferenças entre os países e também padrões interessantes ao longo do tempo. Um aspecto que aparece claramente nas comparações pós 1960 é geralmente o nível baixo da inflação alemã quando comparada tanto com os Estados Unidos como com a Itália. Especialmente na Itália, mas também nos EUA, França e Reino Unido, havia duas eras de baixa inflação no inicio e no final do período dos quarenta anos. Entre esses períodos há mais de uma década de inflação elevada e variável, com a inflação italiana atingindo taxas de 20% ao ano em meados dos anos 1970 e novamente no início dos anos 1980. A gente é levada imediatamente a perguntar porque a era de elevada inflação foi tão mais pronunciada na Itália do que na Alemanha, porque a inflação aumentou tanto, e o que fez com que ela caísse dos meados de 1980 e sua convergência com a inflação alemã pelo final dos anos 1990. O Japão apresenta um desafio igualmente fascinante quando se pergunta as razões econômicas por trás de sua experiência de inflação, que atingiu nível acima de 20% ao ano nos anos 1970 e valores negativos em anos recentes. 12 1.6 Inflação e Política Monetária Política monetária é estabelecida em várias formas. Em alguns países e períodos históricos, política monetária foi dirigida para reduzir desemprego; em outros, foi orientada para uma meta de inflação. Países também tem trocado de regimes cambiais entre fixos e flexíveis implicando em mudanças no regime de política monetária. Aqui vamos considerar o comportamento dos Bancos Centrais hoje para ilustrar a relação entre os lados da demanda e oferta agregadas. Vamos supor que a política do banco central está centrada no estabelecimento de uma taxa de juros de forma a guiar a economia para uma meta de inflação baixa. Em resposta a uma elevação da inflação , nós esperaríamos que a taxa de juros seja elevada. Isto iria produzir uma queda na demanda agregada na medida em que os gastos em investimento respondem a elevação da taxa de juros . O corte no investimento iria levar a seu turno a uma redução na demanda agregada e a uma queda do produto. Desemprego iria se elevar e a pressão inflacionária iria diminuir. 13 Figura 1.4 Inflação de preços ao consumidor mensal nos EUA, 1913 a 2003 e anualmene em algumas economias da OCDE, 1960 a 2003 Fig. 1.5 oferece uma visão esquemática de um modelo macro de curto e médio prazo. No lado esquerdo, o papel da demanda agregada e da oferta agregada são resumidos. Os componentes da demanda agregada determinam o nível do produto e emprego no curto prazo. As características estruturais da economia no lado da oferta determinam a taxa de desemprego de equilíbrio de médio prazo (ERU). No terceiro painel, as implicações para a inflação são mostradas: se o desemprego atual é igual ao ERU, então a inflação permanecerá constante e o banco central não faria nada. Com desemprego abaixo de ERU, a inflação está crescendo e vice versa para o desemprego acima de ERU. Um crescimento da inflação acima da meta do banco central irá provocar um aumento na taxa de juros; uma queda na inflação irá desencadear um afrouxamento da política monetária com uma redução da taxa de juros. No lado direito do painel, a reação do banco central ao aumento da inflação acima ou caindo abaixo da meta de inflação é mostrada. As setas mostram a retroalimentação da regra de política monetária a demanda agregada. Isto ilustra como o banco central usa a regra de política monetária para controlar a inflação a uma meta baixa. Uma olhadela na Fig. 1.4, entretanto, nos induz a refletir porque os episódios de elevada e baixa inflação ocorreram. 14 Figura 1.5 Visão esquemática do modelo de curto e médio prazo 1.7 Sumário: Nós podemos resumir os resultados principais que vamos derivar nos três próximos capítulos como segue: 1. Níveis de emprego e produto são determinados no curto prazo pelo nível da demanda agregada na economia. 2. Há um equilíbrio único de desemprego de médio prazo no qual a inflação é constante (o ERU). A esta taxa de desemprego, o salário real esperado que surge das decisões de determinação de salário é igual aos resultados do salário real determinado pelo estabelecimento dos preços das firmas. 3. Em geral, há desemprego involuntário na taxa de equilíbrio de desemprego no sentido que há trabalhadores preparados para trabalhar ao salário real existente e não conseguem encontrar trabalhos. 4. Se o nível de demanda agregada gera uma taxa de desemprego abaixo do ERU a inflação estará aumentando. 5. Veremos que se os tomadores de decisão perseguem uma meta de inflação, então a economia retornará ao desemprego de equilíbrio depois de um aumento ou uma queda inesperada na demanda agregada. 15
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