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1. Introducao

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UNIVERSIDADE DO PORTO - FLUP
ECONOMIA
Introdução
1
Baseado no material desenvolvido pelos diversos docentes de Introdução à Economia, 
FEP-UP, bem como nos materiais disponibilizados pela Prof. Lurdes Martins, EEG-UM.
Economia: Conceitos e Objeto
2
2
A Economia é uma ciência social
 Adam Smith* (1723-1790) desenvolveu a ciência
económica nos mesmos termos que alguns seus
contemporâneos criaram as fundações da maior parte
das ciências modernas:
 Lavoisier e a química;
 Newton e a física
 Mundel e a biologia
* Ensaio Sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações
(1776)
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Economia
 A Economia é o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos
escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem pelos
vários indivíduos.
 A Economia estuda como a sociedade decide empregar os seus recursos
(que são escassos) na produção de determinados bens e serviços
(escolhidos de entre outras alternativas) de modo a satisfazer as
necessidades humanas (que são ilimitadas).
 A Economia é uma ciência social - O objeto da ciência económica são os
fenómenos sociais já que:
 A Economia estuda as pessoas e as sociedades
 A Economia estuda os fenómenos sociais que envolvam escassez e
escolha
4
3
Escassez, Escolha e Eficiência
 Os recursos devem ser utilizados de forma eficiente pois os bens são
escassos mas as necessidades são ilimitadas.
 Escassez: O mundo tem recursos limitados mas as necessidades e
desejos dos indivíduos são ilimitados
 Escolha: Dadas as necessidades ilimitadas e os recursos escassos,
torna-se necessário fazer escolhas quanto aos bens a produzir e
consumir (já que não é possível produzir tudo aquilo que as pessoas
desejam ter)
 Eficiência: Como existe escassez, as escolhas devem ser feitas de
modo a assegurar a eficiência
 A economia está a produzir de forma eficiente quando o bem-estar económico
de um indivíduo não pode ser aumentado ser prejudicar o bem-estar de outro
indivíduo.
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Os 3 problemas centrais da Economia
 O que produzir
 Dada a escassez de recursos, a sociedade terá de escolher que bens
serão produzidos e as respetivas quantidades a serem fabricadas
 Como produzir
 A sociedade terá de escolher quem fará a produção, com que
recursos e recorrendo a que tecnologia
 Para quem produzir
 A sociedade terá também de decidir como serão distribuídos entre
os seus membros os bens produzidos (como é repartido o produto
nacional)
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O circuito económico
 Os agentes económicos são indivíduos, entidades e/ou
instituições que apresentam uma certa homogeneidade de
comportamentos: famílias; empresas; Estado (setor
público) e Resto do mundo (setor externo)
 Estes agentes encontram-se em permanente interação, que
corresponde ao funcionamento do sistema económico, a
qual pode ser representada de forma simplificada através
do designado “circuito económico”
 Para facilitar o raciocínio, consideremos apenas o circuito
que se estabelece entre as famílias e as empresas
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O circuito económico
Famílias Empresas
Bens e serviços
Factores de Produção
Salários, Rendas, Juros e Lucros
Despesa em bens e serviços
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Quem é o responsável pelas decisões económicas?
 3 sistemas económicos: Economias de Mercado, Economias
Planificadas e Economias Mistas
 Economia de Mercado (pura): o mercado resolve as três questões
essenciais, através funcionamento perfeito do mecanismo de
determinação de preços
 Mercado: Mecanismo pelo qual compradores e vendedores se confrontam
para determinar o preço e a quantidade de um bem ou serviço
 O que produzir: as empresas produzem apenas os bens cuja receita total não
seja inferior ao custo total
 Como produzir: determinado pela concorrência entre produtores (as empresas
têm que procurar os métodos ou técnicas de produção mais eficientes, i.e. que
minimizem os custos de produção)
 Para quem produzir: quem vai consumir e em que quantidades depende da
oferta e procura dos fatores de produção (a repartição do rendimento é
determinada pela propriedade da terra, do trabalho, do capital e do fator
empresarial e pelos preços respetivos)
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Quem é o responsável pelas decisões económicas?
 Economias Planificadas: o Estado resolve as três questões essenciais (o
que produzir, como produzir e para quem produzir)
 O Estado é o detentor dos recursos produtivos
 O Estado decide o que produzir e como produzir
 O Estado decide sobre a repartição do rendimento
 Economias Mistas: o mercado e o Estado resolvem as três questões
essenciais, com pesos distintos de cada um deles consoante o tempo e o
espaço
 Em quase todas as economias vigora um sistema misto, com a coexistência de setor
público e setor privado
 Nestas economias parte das decisões são tomadas pelo mercado, parte pelos
Governos
 Na maior parte das economias modernas as decisões de como e o que produzir são
tomadas pelo mercado, embora sob influência do Governo
 As decisões de para quem produzir são especialmente influenciadas pelo Governo
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
 A “mão invisível” (Adam Smith): O mecanismo de preços é o elemento
regulador central numa economia de mercado
 Na prossecução egoísta exclusiva do seu benefício pessoal, todos os indivíduos
são levados, como que por uma mão invisível, a promover o máximo benefício
para a sociedade
 “Cada indivíduo esforça-se para que a sua produção tenha o valor máximo.
Geralmente não tem intenção de promover o interesse público nem sabe
sequer em que medida o está a fomentar. Pretende unicamente a sua
segurança, apenas o seu próprio ganho. E assim prossegue, como que levado
por uma mão invisível, na consecução de um objetivo que não fazia parte das
suas intenções. Na prossecução do seu próprio interesse, promove
frequentemente o interesse da sociedade de uma forma mais efetiva do que
quando realmente o pretende fazer”.
Adam Smith, “A Riqueza das Nações”, 1776
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 O mercado (a “mão invisível”) nem sempre conduz ao
resultado mais eficiente possível.
 Nestas situações, dizemos que existem falhas de mercado.
 Justifica-se, então, a intervenção do Estado….
 Falhas de mercado: o mercado pode não permitir uma ótima 
afetação dos recursos, nomeadamente, devido a:
 Existência de concorrência imperfeita (poder de mercado)
 Presença de Externalidades
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
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 Concorrência imperfeita (poder de mercado) – quando um comprador ou
vendedor é capaz de influenciar o preço de um bem. Tal resulta em
preços superiores e quantidades transacionadas inferiores à situação
ideal de maximização do bem-estar social
 Neste contexto, cabe ao governo
 promover a concorrência nos mercados e refrear as tentativas de abuso de
posição dominante
 regulamentação de fusões e aquisições;
 regulamentação de práticas de conluio, tentando evitar a cartelização dos
mercados;
 regulamentação de preços e lucros no caso de monopólios;
 abertura dos mercados a concorrentes (nacionais ou estrangeiros)
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
 Externalidade: ocorre quando um agente económico provoca,
de forma não intencional, benefícios ou danos na esfera
económica de um outro agente fora do mercado, não sendo
estes efeitos internalizados pelo sistema de preços.
 Tipos de externalidades:
 Externalidades Positivas
 Externalidades Negativas
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
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 Externalidades Positivas: quando é gerado, de modo não
intencional, um benefício para outro agente económico – o
bem-estar social é superior ao bem-estar privado
 Exemplos: Uma propriedade vizinha bem conservada que faz subir o
valor de mercado da nossa propriedade; Um perfume agradável usado
pela pessoa sentada ao nosso lado; Estradas e jardins públicos, defesa
nacional,vacinação, investigação científica, defesa da saúde pública
 Neste caso, o governo tem de intervir por forma a estimular a
produção destes bens, diretamente (ex. RTP) ou via mercado
(ex. compra a empresas privadas)
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
 Externalidades Negativas: quando é gerado, de modo não
intencional, um custo para outro agente económico – o bem-
estar social é inferior ao bem-estar privado
 Exemplos: Poluição atmosférica, poluição das águas, poluição sonora (ex:
festas barulhentas na vizinhança); Congestionamento de trânsito numa artéria
já existente em resultado da abertura de um centro comercial; Fumo do
cigarro (fumadores passivos)
 Neste caso, o governo tem como objetivo a sua redução, 
através da regulamentação e fiscalização:
 proibindo atos com elevadas externalidades negativas;
 promovendo a internalização das externalidades por quem as produz.
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A “mão invisível” e as falhas de mercado
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As 3 funções económicas principais do Estado
 Aumentar a eficiência, nomeadamente intervindo quando existem falhas
de mercado.
 O papel do Estado consistirá na promoção da concorrência, procurando refrear
as tentativas de abuso de posição dominante e regulamentando o mercado
em questão.
 O Estado deverá ainda promover as externalidades positivas e combater as
externalidades negativas.
 Promover a equidade, redistribuindo o rendimento entre grupos
particulares, através de instrumentos como os impostos e as
transferências.
 Os mercados não produzem necessariamente uma justa repartição do
rendimento.
 A eficiência implica que a sociedade obtém o máximo possível com os seus
recursos escassos enquanto que a equidade significa que os benefícios obtidos
são distribuídos de forma justa pelos membros da sociedade
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As 3 funções económicas principais do Estado
 Promover a equidade, redistribuindo o rendimento entre grupos
particulares, através de instrumentos como os impostos e as
transferências.
 Mesmo que os mercados funcionem de forma perfeita, pode existir uma
injusta repartição do rendimento (níveis inaceitáveis de desigualdade)
 Existirá um papel para o Estado se for entendido não ser socialmente aceitável
e eticamente correta uma determinada distribuição de rendimentos entre os
membros da comunidade
 Alguns instrumentos disponíveis para promover uma mais justa distribuição da
riqueza e do rendimento:
 impostos progressivos - exemplo do IRS: quanto maior o rendimento, maior a taxa
média de imposto
 transferências - subsídios de desemprego, abonos de família, pensões, bolsas de
estudo, rendimento mínimo, etc.
 subsídios ao consumo (programas de apoio ao rendimento dos mais necessitados) -
subsídios de renda, senhas de alimentos, etc.
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As 3 funções económicas principais do Estado
 Promover a estabilidade macroeconómica e o crescimento
“sustentado” da economia, através do uso da política
macroeconómica (orçamental, monetária, cambial)
 Estas políticas visam atenuar a inflação e o desemprego e ao mesmo
tempo promover o crescimento económico e a produtividade
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Economia: Conceitos e Metodologia
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A Análise Económica
 A análise dos fenómenos económicos como resultado de
escolhas em escassez
 “Não há almoços grátis!” – As pessoas quando escolhem enfrentam
um trade-off, isto é, para obterem uma coisa têm geralmente de
sacrificar outra
 É necessário comparar os custos e benefícios das várias
alternativas: a análise custo-benefício é central em Economia
 Os conceitos de racionalidade e equilíbrio são relevantes na
escolha económica.
 Custo de oportunidade: representa o valor da melhor alternativa
disponível quando um agente económico tem que escolher entre
duas opções mutuamente exclusivas.
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Custo de Oportunidade
 Custo absoluto vs. Custo relativo
 Custo absoluto de um bem – custo de se produzir uma 
unidade de um bem (medido, por exemplo, em unidades 
monetárias (€) ou em horas de trabalho)
 Custo relativo de um bem – custo do bem expresso em 
termos de outro bem, i.e., o rácio de 2 custos.
 Custo relativo do bem X (em relação ao bem Y) = Cx /Cy
 Exemplo 1: Um iphone tem um custo de produção de 300€ e um HTC tem 
um custo de produção de 100€.
 Custo absoluto do iphone = 300€
 Custo relativo do iphone (em relação ao HTC) = 300€/100€ = 3 → 1 
iphone 3 HTC
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Custo de Oportunidade
 O Custo de oportunidade é um custo relativo – traduz o 
número de unidades do outro bem que têm de ser 
sacrificadas para se poder produzir uma unidade adicional do 
bem em questão.
 Custo de oportunidade do bem X = Cx /Cy
 No caso do exemplo, o custo de oportunidade do iphone é 
igual a 3 – para se produzir um iphone adicional torna-se 
necessário sacrificar a produção de 3 HTC (note-se que o 
custo de produção de um iphone é de 300€ e que o custo de 
produção de 3 HTC é de 100€+100€+100€ = 300€)
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Custo de Oportunidade
 Exemplo 2: O custo de produção de um sofá é de 150€ e o 
custo de produção de uma cadeira é de 50€. 
 Custo (absoluto) do sofá = 150€
 Custo (absoluto) da cadeira = 50€
 Custo de oportunidade (custo relaƟvo) do sofá = 150€/50€ = 3 → por 
forma a produzir um sofá adicional torna-se necessário prescindir da 
produção de 3 cadeiras.
 Custo de oportunidade (custo relativo) da cadeira = 50€/150€ = 1/3 
= 0,3(3) → por forma a produzir uma cadeira adicional torna-se 
necessário prescindir da produção de 0,3(3) sofás.
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Custo de Oportunidade
 O conceito de custo de oportunidade é extensível a diversas áreas da 
economia…
 O custo de oportunidade representa o valor da melhor alternativa 
disponível quando um agente económico tem que escolher entre duas 
opções mutuamente exclusivas.
 Exemplo 3: Suponhamos que um aluno dispõe de 1h30m nas quais 
pode (i) assistir a uma aula ou (ii) dormir. O custo de oportunidade de ir 
assistir à aula corresponde ao valor da 1h30m de sono perdido.
 Exemplo 4: Suponhamos que um estudante tem disponíveis 10€ e pode 
optar por comprar um CD ou um livro. O custo de oportunidade do CD 
traduz-se no livro que deixa de ser adquirido e o custo de oportunidade 
do livro traduz-se no CD que não foi comprado.
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Custo de Oportunidade
Exercícios:
1. Considere que o custo de produção de um automóvel é de 5000€ e o custo 
de produção de uma mota é de 2500€. Determine o custo de oportunidade 
de cada bem e indique o seu significado.
2. Suponha que tem disponíveis 20€. Pode optar por um uma ida a um 
jogo de futebol, cujo bilhete tem um preço de 20€, ou por ir a uma 
peça de teatro, cujo bilhete tem um preço de 10€. Determine o custo 
de oportunidade da ida ao jogo de futebol. Interprete o valor obtido.
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A Análise Económica
 É necessário comparar os custos e benefícios das várias
alternativas - análise custo-benefício
 Tomar decisões com base em custos e benefícios:
 Vou à aula de Economia ou fico a dormir em casa?
 Fico aqui na Universidade uns anos a tirar o curso ou vou já
trabalhar?
 …
 Custos marginais e benefícios marginais: as decisões
económicas devem ser tomadas tendo em conta o acréscimo
de custos e benefícios, ignorando os custos passados e não
recuperáveis (custos afundados ou sunk costs)
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A Análise Económica
 Exercício:
O Sr. Paulo é dono de uma padaria e paga mensalmente uma renda de
2000€. As previsões feitas pelo Sr. Paulo para o mês de Outubro mostram
que se ele mantiver a padaria aberta terá receitas no valor de 4000€ e custos
de 3000€. Se o Sr. Paulo optar por fechar a padaria não terá receitas ou
custos adicionais. Sabe-se ainda que o Sr. Paulo já pagou a renda de Outubro
e que esta não pode ser reembolsada nem a padaria pode ser usada para
qualquer outro fim.
O Sr. Paulo pretende obter o máximo lucro possível, sendo o lucro a
diferença entreas receitas e os custos. Deverá o Sr. Paulo manter a padaria
aberta no mês de Outubro ou, pelo contrário, deve fechá-la?
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Metodologia da Economia
 O processo científico em Economia passa essencialmente
pela construção de modelos com vista à interpretação das
relações entre variáveis:
 Observação dos acontecimentos económicos
 Construção de estatísticas e registos históricos
 Análise teórica
 Construção de modelos teóricos que permitam racionalizar os fenómenos
observados
 Análise Empírica
 Utilizações de técnicas estatísticas para com os dados recolhidos testar os
modelos teóricos
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Economia: Outros Conceitos Relevantes
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Classificação dos bens e serviços
 Bens versus serviços
 Os bens são objetos materiais, tangíveis (tais como sapatos, livros, canetas,
automóveis, iPads) ou intangíveis (tais como os bens digitais: aplicações para
telemóveis, música,…)
 Os serviços são atividades fornecidas por várias pessoas, tais como advogados,
dentistas, cabeleireiros ou explicações de inglês.
 Bens de consumo versus bens de capital
 Os bens de consumo são bens que se destinam à satisfação de necessidades
humanas. Podem ser bens duradouros (como os automóveis, os móveis ou os
eletrodomésticos) ou bens não duradouros (como os alimentos, os perfumes ou os
combustíveis).
 Os bens de capital são bens que permitem produzir outros bens. É o caso das
máquinas, dos equipamentos, das instalações fabris, etc.
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Classificação dos bens e serviços
 Relação com outros bens
 Bens Substitutos: bens com caraterísticas semelhantes, que os consumidores percecionam
como comparáveis ou similares. O aumento do preço de um bem tenderá a fazer
aumentar a quantidade procurada do outro bem.
 Exemplos: O café e o chá podem ser bens substitutos; A Coca-Cola e a Pepsi constitui outro
exemplo de bens substitutos, tal como o carro e o autocarro.
 Bens Complementares: bens que são normalmente usados em conjunto para satisfazer o
fim a que se destinam. O aumento do preço de um bem tenderá a fazer diminuir a
quantidade procurada do outro bem.
 Exemplos: O automóvel e o correspondente combustível são bens complementares; também o café
e o açúcar o são; as impressoras e os correspondentes tinteiros são bens complementares
 Bens Independentes: bens que não estão relacionados entre si, não sendo substitutos
nem complementares. O aumento do preço de um bem tenderá a não ter qualquer efeito
na quantidade procurada do outro bem.
 Exemplos: o pão e o automóvel podem ser bens independentes, tal como o computador e os
gelados; também uma camisa e um croissant poderão ser bens independentes
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Vantagem absoluta e vantagem relativa ou comparativa
 Conceitos particularmente úteis quando discutimos os custos de produção 
dos bens e qual é o produtor mais eficiente (i.e., com custos mais baixos) 
na produção de um bem.
 Vantagem absoluta: um produtor tem vantagem absoluta na produção de 
um bem se consegue produzir esse bem com um custo (absoluto) mais 
baixo que outro produtor.
 Vantagem relativa (ou vantagem comparativa): um produtor tem vantagem 
relativa (ou comparativa) na produção de um bem se consegue produzir 
esse bem com um custo relativo (custo de oportunidade) mais baixo que 
outro produtor.
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Vantagem absoluta e vantagem relativa ou comparativa
 Exemplo 1: Suponhamos que a produção de modems e monitores pode 
ser feita por uma empresa de Portugal ou de Espanha:
 Um modem tem um custo de produção de 15€ em Portugal e de 20€ em Espanha
 Um monitor tem um custo de produção de 60€ em Portugal e de 40€ em Espanha
 Vantagem absoluta: Portugal tem vantagem absoluta na produção de Modems e 
Espanha tem vantagem absoluta na produção de Monitores
 Vantagem comparativa: 
 O custo de oportunidade do Modem é de 15/60 = 0,25 em Portugal e de 20/40 = 0,5 
em Espanha. Portugal tem vantagem comparativa na produção de Modems.
 O custo de oportunidade do Monitor é de 60/15 = 4 em Portugal e de 40/20 = 2 em 
Espanha. Espanha tem vantagem comparativa na produção de Monitores.
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Custo de produção de um Modem e de um Monitor
Modem Monitor
Portugal 15 60
Espanha 20 40
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Vantagem absoluta e vantagem relativa ou comparativa
 Exemplo 2: Admita que a produção de máquinas de lavar roupa e de secar 
roupa pode ser assegurada por duas empresas: a Siemens e a AEG. Os 
custos de produção, expressos em horas de trabalho necessárias para a 
produção de uma unidade do bem, estão definidos na tabela seguinte: 
 Vantagem absoluta: AEG tem vantagem absoluta na produção de Máquinas de lavar 
e Siemens tem vantagem absoluta na produção de Máquinas de secar
 Vantagem comparativa: 
 O custo de oportunidade da Máquina de lavar é de 10/12 = 0,83(3) para a Siemens e 
de 7/14 = 0,5 para a AEG, pelo que a AEG tem vantagem comparativa.
 O custo de oportunidade da Máquina de secar é de 12/10 = 1,2 para a Siemens e de 
14/7 = 2 para a AEG, pelo que a Siemens tem vantagem comparativa.
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Custo de produção de uma máquina de lavar e secar
Máq. Lavar Máq. Secar
Siemens 10 12
AEG 7 14
Vantagem absoluta e vantagem relativa ou comparativa
 As vantagens absoluta e relativa nem sempre coincidem…
 Exemplo 3: Admita que a produção de 1 litro de sumo de laranja e de 
pêssego pode ser feita por duas empresas, a Compal e a Parmalat, com os 
seguintes custos:
 Vantagem absoluta: A Parmalat tem vantagem absoluta na produção dos dois bens.
 Vantagem comparativa: 
 O custo de oportunidade do sumo de Laranja é de 0,5/0,6 = 0,83(3) para a Compal e de 
0,4/0,5 = 0,8 para a Parmalat, pelo que a Parmalat tem vantagem comparativa.
 O custo de oportunidade do sumo de Pêssego é de 0,6/0,5 = 12/10 = 1,2 para a Compal 
e de 0,5/0,4 = 1,25 para a Parmalat, pelo que a Compal tem vantagem comparativa.
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Custo de produção de um sumo (em €)
Sumo Laranja Sumo Pêssego
Compal 0,50€ 0,60€
Parmalat 0,40€ 0,50€
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Vantagem absoluta e vantagem relativa ou comparativa
Exercício:
Suponha que a produção de pasta e escova dos dentes pode ser feita por 
duas empresas, a Colgate e a Aquafresh, com os seguintes custos de 
produção:
Determine, justificadamente, qual é a empresa que tem vantagem absoluta 
e vantagem comparativa na produção de cada bem.
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Custo de produção de uma unidade (em €)
Pasta dentes Escova dentes
Colgate 0,70€ 0,90€
Aquafresh 0,80€ 0,80€
A Condição Ceteris Paribus
 Expressão latina que significa “mantendo tudo o resto
constante”
 A condição Ceteris Paribus é essencial na análise económica
 Quando se analisa o impacto de uma variável económica é
necessário manter tudo o resto constante
 Exemplo:
 Geralmente esperaremos que a quantidade procurada de um bem
diminua com aumento do preço do bem. Tal poderá ser verdade
ceteris paribus, ou seja, mantendo tudo o resto constante
 Se o rendimento dos consumidores aumentar, por exemplo, é possível que
a quantidade procurada do bem aumente mesmo com um aumento do
preço!
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A Condição Ceteris Paribus
 Exercício:
Há vários anos atrás, a BSE (vulgarmente apelidada de “doença das vacas
loucas”) afetou as quantidades de carne de vaca vendida em Portugal. As
pessoas que consumissem carne de vaca podiam ficar infetadas, o que
provocou uma diminuição significativa do consumo deste tipo de carne.
Deste modo, verificou-se que, mesmo com um aumento considerável dos
preços das carnes de frango e de porco, o consumo destas carnes aumentou
significativamente.
Parece-lhe que será correto concluir que o aumento do preço das carnes de
frango e de porco levou ao aumento das quantidades transacionadas destes
alimentos? Justifique adequadamente a sua resposta
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O Modelo de Possibilidades de Produção
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21
Problemas económicos fundamentais O que produzir, como produzir e para quem produzir…
 Para responder a estas questões, qualquer sociedade 
tem de efetuar escolhas acerca dos fatores de produção 
e das produções
 Uma economia utiliza a tecnologia disponível na 
combinação dos fatores de produção (inputs) para gerar 
a produção de bens (output) 
Tecnologia
Recursos, ou 
fatores de 
produção
Produção
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O Modelo de Possibilidades de Produção
 É útil para analisar as possibilidades de produção de uma 
economia.
 Ilustra bem os conceitos de escassez, escolha e eficiência
 As possibilidades de produção de uma economia dependem:
 Da dotação de fatores produtivos (os recursos disponíveis)
 Terra: representa todos os recursos naturais, o que os nossos processos produtivos 
recebem da natureza
 Trabalho: trabalho humano utilizado na produção
 Capital: representa os bens duradouros que são produzidos com vista a produzir 
outros bens (ex: edifícios, máquinas, ferramentas, equipamento produtivo,…)
 Da tecnologia disponível
 Inclui conhecimentos, métodos e processos de produção
42
22
A Fronteira de Possibilidades de Produção
 Admitamos que uma
determinada economia pode
apenas produzir dois bens
durante um determinado período
de tempo: X e Y.
 A Figura ilustra a Fonteira de
Possibilidades de Produção desta
economia (a curva) e o Conjunto
de Possibilidades de Produção
(os pontos da FPP e abaixo da
FPP)
43
Figura adaptada de Lypsey & Chrystal (2011) 
Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)
 A FPP representa as quantidades máximas de produção que podem ser
obtidas por uma economia, dados os seus conhecimentos tecnológicos e
a quantidade de fatores de produção disponíveis.
 Fronteira vs. Conjunto
 A FPP representa combinações eficientes alternativas dos bens.
 Qualquer ponto fora da fronteira, mas dentro do conjunto, viola o
princípio da racionalidade – com os mesmo recursos é possível
produzir mais de ambos os bens.
 Pontos dentro da FPP traduzem a existência de recursos sub-utilizados
– existem recursos que não estão a ser utilizados (e.g., desemprego)
ou que não estão a ser utilizados da forma mais eficiente possível.
 Nota: pontos fora da FPP são inatingíveis…
44
23
FPP, escassez, escolha e eficiência
 Eficiência: quando num determinado momento do tempo a sociedade
não pode aumentar a produção de um bem sem reduzir a produção de
outro bem
 Pontos na FPP implicam que os recursos e os fatores produtivos estão a ser empregues
de forma eficiente
 Pontos no interior da FPP traduzem combinações de bens que são ineficientes
 Escassez:
 Dados os conhecimentos tecnológicos e as disponibilidades de fatores produtivos, existe
um montante máximo de cada bem que é possível produzir em cada momento
 É devido à escassez que a FPP é negativamente inclinada
 Escolha:
 Qualquer ponto da fronteira FPP indica-nos uma combinação específica dos dois bens
produzidos na economia a que corresponde uma dada afetação dos recursos disponíveis
na economia. Cada uma dessas combinações pode ser a produção da economia.
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FPP e Custo de Oportunidade
 Na FPP, o aumento de produção de um bem só é possível se
se reduzir a produção de outro bem (porque há escassez).
 O custo de oportunidade (CO) define quanto é que é
necessário sacrificar de um bem para podermos produzir uma
unidade adicional de outro bem.
 O custo de oportunidade do bem X corresponde ao declive da FPP.
 O custo de oportunidade de X refere-se ao número de unidades de 𝑌 que têm
de ser sacrificadas para se produzir uma unidade adicional de 𝑋, mantendo
tudo o resto constante
46
24
FPP e Custo de Oportunidade
 A FPP é côncava em relação à origem, o que traduz custos de
oportunidade crescentes
 Ou seja, quanto mais estivermos a produzir de um bem, mantendo os outros
recursos constantes, maior é o custo de oportunidade de produzir unidades
adicionais
 Porquê custos de oportunidade crescentes?
 Existência de vários fatores de produção com produtividades marginais
decrescentes – A lei dos rendimentos decrescentes justifica a existência de custos
de oportunidade crescentes.
 O aumento na utilização de um recurso na produção de um bem, mantendo os
outros recursos constantes, gera aumentos de produção sucessivamente menores.
Exemplo: terreno de cultivo, aumentando o número de trabalhadores
 Existência de recursos especializados - fatores que, pela sua natureza, são mais
ajustados à produção de certos bens do que a outros
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Expansão da FPP
 A expansão da FPP pode 
ser conseguida através:
 De um aumento dos recursos
 Por exemplo, porque houve 
crescimento populacional, 
investimento, expansão territorial
 Do progresso tecnológico
 Permite produzir mais com os 
mesmos recursos
48
Figura adaptada de Lypsey & Chrystal (2011) 
25
Economia: Considerações Finais
49
Microeconomia versus Macroeconomia
 Microeconomia
 Estuda o comportamento de entidades individuais, como as empresas, as
famílias e os mercados e analisa a tomada de decisão dos agentes económicos
na afetação de recursos escassos.
 A Microeconomia procura estudar o comportamento do consumidor, do
produtor, do trabalhador, centrando-se na análise individual de um
determinado mercado. Assim, lida com temas como a oferta e procura de
determinado bem, as escolhas de trabalho e lazer de um indivíduo, as decisões
de produção de uma empresa, a sua concorrência e os custos, receitas e lucros
correspondentes.
 Adam Smith é o “pai fundador” da Microeconomia
50
26
Microeconomia versus Macroeconomia
 Macroeconomia
 Estuda o desempenho global da economia
 É a área da economia que se foca na análise das tendências da economia do
país, lidando com temas como o produto, o crescimento económico, a
inflação, o desemprego e com as políticas (monetárias, orçamentais,…)
associadas a estas variáveis.
 Considera uma perspetiva agregada da economia, distinguindo variados
agentes económicos, nomeadamente famílias/consumidores, empresas,
Estado e Resto do Mundo.
 As raízes da Macroeconomia radicam do trabalho desenvolvido por John
Maynard Keynes (1936)
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Microeconomia versus Macroeconomia
 Não existe conflito ente a Micro e a Macro, apenas uma diferença de
perspetiva:
 A Micro analisa o comportamento de indivíduos e empresas,
assumindo que agregados como o produto nacional ou a taxa de
desemprego se mantêm constantes
 A Macro analisa o comportamento de agregados como o produto
nacional e a taxa de desemprego, ignorando (por simplificação) as
diferenças entre os indivíduos
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Curto Prazo versus Longo Prazo
 É usual efetuarmos a análise económica tendo em consideração dois
horizontes temporais distintos.
 Curto Prazo: período de tempo relativamente curto no qual algumas
variáveis podem ser ajustadas mas outras permanecem fixas
 Por exemplo, a empresa só pode alterar alguns fatores de produção (por
exemplo, o trabalho); os restantes fatores (por exemplo, capital) são fixos
 Longo prazo: período de tempo suficientemente longo para que todas
as variáveis possam ser ajustadas
 No longo prazo, todas as variáveis podem ser alteradas – por exemplo, a
empresa pode alterar todos os fatores de produção
 Também o progresso tecnológico pode ter lugar no longo prazo
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Economia Positiva versus Economia Normativa
 Economia Positiva
 Descreve os factos de uma economia e como ela funciona,
pretendendo analisar a tomada de decisão dos agentes económicos
 Também tem como objetivo a previsão de como é que a economia
reagirá perante determinadas alterações ou mudanças.
 Exemplo: O facto de o Governo providenciar cuidados de saúde a toda a população
aumenta as suas despesas.
 Economia Normativa
 Produz recomendações que envolvem juízos de valor
 Estudaquais deverão ser os objetivos de uma economia, expressando
valores ou julgamentos morais sobre a economia e quais deveriam ser
os objetivos da política económica
 Exemplo: O Governo deve providenciar cuidados básicos de saúde a toda a
população
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Exercício
Qual das afirmações seguintes pode ser classificada como economia positiva
ou economia normativa?
a) O dinheiro dos impostos devia ser aplicado no combate à pobreza.
b) Os impostos deviam incidir apenas sobre os cidadãos mais ricos do país.
c) Há uma relação negativa entre inflação e desemprego.
d) O aumento do rendimento dos consumidores faz aumentar a quantidade
procurada de automóveis.
e) A maior preocupação do governo deve ser reduzir o desemprego a zero.
f) A oferta de moeda afeta a inflação.
g) O aumento do salário mínimo faz diminuir o incentivo a trabalhar.
h) O Estado deve responsabilizar-se por assegurar uma educação gratuita
para toda a população.
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Porque discordam os economistas?
 Discordam sobretudo em questões normativas
 Exemplo: devemos ou não limitar as importações?
 A Economia Positiva explica-nos as implicações disso: teremos preços mais
elevados dos bens importados, menos unidades consumidas e
eventualmente maior produção e emprego locais
 As dúvidas surgem quando é necessário decidir se devemos sacrificar o
bem-estar de uns agentes económicos para favorecer outros agentes
económicos (por exemplo, consumidores versus produtores)
 Mas também discordam em questões positivistas
 Porque utilizam modelos diferentes para descrever a economia, seja
por diferente medida seja por diferentes conceções teóricas
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Exercícios
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Exercícios – Escolha múltipla
1. Uma das definições mais comuns de economia parte da ideia de que:
a) os recursos são escassos face às necessidades da sociedade que são limitadas
b) os recursos são escassos face às necessidades da sociedade que são ilimitadas
c) todos os recursos são limitados menos o recurso tempo que é ilimitado
d) os agentes económicos têm acesso a recursos ilimitados
2. Qual das seguintes afirmações representa uma análise normativa?
a) O preço da carne deveria ser de 10€/kg para assegurar que os produtores têm boas
condições de vida.
b) Quando o preço das bananas aumenta, a quantidade procurada pelos
consumidores diminui.
c) Quando o desemprego aumenta, o poder de compra das famílias diminui
d) Nenhuma das alíneas anteriores está correta.
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Exercícios – Escolha múltipla
3. O custo de oportunidade é:
a) o valor da melhor alternativa sacrificada quando fazemos uma determinada opção
b) o número de escolhas possíveis para gastar o rendimento disponível
c) uma medida do número de oportunidades existentes para aplicar o rendimento
d) As opções b) e c) estão corretas.
4. Mesmo as políticas públicas têm "custos de oportunidade" o que significa que:
a) será sempre necessário aumentar os impostos
b) devemos gastar todo o orçamento disponível
c) há sempre uma alternativa sacrificada quando se opta por uma certa medida de
política
d) a ação do governo é habitualmente ineficiente
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Exercícios – Escolha múltipla
5. A Economia positiva:
a) estuda a atividade económica e afirma, por exemplo: a taxa de juro subiu 1% e as
pessoas pouparam mais 0.9%.
b) descreve o funcionamento da economia, por exemplo: a taxa de poupança baixou
de 20% para 15% do rendimento
c) emite juízos de valor, por exemplo: o Estado deve tomar medidas de proteção para
com os trabalhadores do Leste a residir em Portugal
d) as alternativas a) e b) estão corretas
6. Relativamente à Microeconomia e à Macroeconomia:
a) A análise dos preços do pão praticados no Porto é feita pela Macroeconomia
b) A análise do desemprego e das políticas económicas necessárias para o diminuir é
feita pela Macroeconomia
c) A Microeconomia estuda o país como um todo, preocupando-se com a dívida
pública, o défice, a inflação e o emprego.
d) Nenhuma das opções anteriores está correta.
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Exercícios – Escolha múltipla
7. Admita que, em determinada economia, a taxa de natalidade vem sendo sempre
significativamente superior à taxa de mortalidade e que os restantes recursos
produtivos permanecem constantes. Nestas condições, poderemos esperar, ao longo
do tempo:
a) Uma deslocação da FPP para a direita
b) Uma deslocação da FPP para a esquerda
c) A FPP não vai ter nenhuma alteração face à situação inicial.
d) Uma alteração ao longo da FPP
8. A condição ceteris paribus:
a) Implica que a análise do impacto de uma variável deve ser feita assumindo que
todas as restantes variáveis permanecem constantes
b) Impede a análise económica, já que na realidade há várias variáveis que se
alteram.
c) Só é aplicável na análise microeconómica e não à macroeconomia.
d) As alíneas a) e c) estão corretas.
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Exercícios – Escolha múltipla
9. Relativamente às externalidades, podemos afirmar que:
a) Existe uma externalidade positiva quando é gerado, de modo intencional, um
benefício para outro agente económico.
b) Existe uma externalidade negativa quando é gerado, de modo intencional, um
benefício para outro agente económico.
c) Existe uma externalidade positiva quando é gerado, de modo não intencional, um
custo para outro agente económico.
d) Existe uma externalidade negativa quando é gerado, de modo não intencional, um
custo para outro agente económico.
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Exercícios – Escolha múltipla
10. Quais dos seguintes bens são bens substitutos?
a) Impressora HP e papel para impressora
b) Hambúrguer da McDonald’s e Hambúrguer da Burger King
c) Um automóvel Audi e um sumo Compal
d) Nenhuma das anteriores está correta.
11. A Joana inscreveu-se num curso de informática. O curso é composto por 10 aulas, cada uma
das quais com um custo de 10€. No início de cada aula, a Joana paga o custo dessa aula. A Joana
frequentou 3 aulas, mas percebeu que o curso nada lhe trazia de positivo e que as restantes
aulas também não iam ser relevantes. Mas, dado que já tinha “investido” 30€ nas 3 primeiras
aulas, a Joana não quis “perder o dinheiro” e acabou por fazer as 10 aulas do curso.
a) Numa análise custo-benefício, a Joana tomou a decisão correta.
b) Os 30€ representam custos afundados e não são relevantes para a escolha de continuar ou
não a frequentar o curso.
c) A Joana tem um benefício adicional com as restantes aulas de zero e um custo adicional de
70€.
d) As alíneas b) e c) estão corretas.
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Exercícios – Escolha múltipla
12. Relativamente à “mão invisível” de Adam Smith e às funções do Estado, podemos afirmar
que:
a) Há circunstâncias que justificam a intervenção do Estado na economia.
b) A “mão invisível” assegura que o mercado fornece sempre a solução mais eficiente possível.
c) Entre outras, são funções do Estado a promoção da concorrência e da equidade.
d) As opções a) e c) estão corretas.
13. O Sr. Mário é o dono de um restaurante. O Sr. Mário investiu 2500€ em remodelações no
restaurante. No entanto, os clientes têm sido poucos e, na verdade, ele estima que as suas
receitas sejam de 5000€ e os seus custos sejam de 7000€. Mas o Sr. Mário prefere continuar
com o restaurante aberto pois custa-lhe “perder” todo o dinheiro que investiu nas
remodelações e que não é passível de recuperação.
a) Os 2500€ relativos às remodelações são custos afundados.
b) Os 2500€ relativos às remodelações não são relevantes para a tomada de decisão.
c) Numa análise custo-benefício, o Sr. Mário deve fechar o restaurante.
d) Todas as alíneas estão corretas.
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Exercícios – Escolha múltipla
14. A Sara e o João conheceram-se quando ambos frequentavam o 10º ano de escolaridade e
namoram desde então. Este ano letivo, a Sara entrou para a faculdade, mas o João optou por
outra via, começando a trabalhar na empresa do Pai. À medida queo semestre ia passando, o
João ia ficando cada vez mais aborrecido com a namorada: ela agora estava sempre ocupada a
estudar as matérias das várias unidades curriculares, em particular Economia, e ele já não
conseguia estar com ela tanto tempo como estava quando andavam ambos no ensino
secundário. A Sara procurava apaziguar o namorado, explicando que a faculdade exigia bastante
mais trabalho do que estavam habituados anteriormente, enfatizando o facto de não existirem
“almoços grátis”. O João não entendia o que ela queria dizer e começava a pensar que ela
gostava cada vez menos dele.
a) A Sara refere que “não há almoços grátis”, o que significa que o João tem de ser mais
compreensivo com ela.
b) O facto de o João concluir que a Sara gosta menos dele do que gostava anteriormente
constitui uma incorreta aplicação da condição Ceteris Paribus.
c) Para a Sara, o João é um custo afundado, uma vez que não lhe permite estudar as várias
unidades curriculares da forma como ela pretende.
d) Nenhuma das opções anteriores está correta.
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Exercícios – Escolha múltipla
15. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) O custo de oportunidade do bem X traduz o número de unidades do bem
X que têm de ser sacrificadas para se poder produzir uma unidade adicional
do outro bem.
b) O custo de oportunidade representa o valor da melhor alternativa
disponível quando um agente económico tem que escolher entre duas
opções mutuamente exclusivas.
c) Se o custo relativo do bem X (em relação ao bem Y) é igual a 2, tal significa
que o bem X tem um custo de produção igual a metade do custo de
produção do bem Y.
d) O custo relativo do bem X (em relação ao bem Y) pode ser calculado
dividindo o custo do bem Y pelo custo do bem X, isto é, Cy /Cx.
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Exercícios – Escolha múltipla
16. Qual das seguintes afirmações é verdadeira?
a) Um produtor tem vantagem comparativa na produção de um bem se
consegue produzir esse bem com um custo absoluto mais baixo que outro
produtor.
b) Se uma empresa tem vantagem comparativa na produção de um bem,
então essa empresa tem vantagem relativa na produção desse bem.
c) Se uma empresa tem vantagem relativa na produção de um bem, então
essa empresa consegue produzir esse bem com um custo de oportunidade
mais alto que outro produtor.
d) Uma empresa com vantagem absoluta na produção do bem X também
tem vantagem relativa na produção de X.
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