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Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 83 Cargas e Reforços A diferenciação de cargas e reforços é feita da seguinte forma: Cargas: são aditivos incorporados aos polímeros, cuja principal finalidade é diminuir o custo dos produtos. Podem ou não alterar as propriedades do material, tanto no processo como no produto final. Reforços: são aditivos incorporados aos polímeros, cuja finalidade é melhorar as propriedades mecânicas, físicas e químicas do produto final. Cargas Minerais As cargas minerais reduzem a exotermia e o encolhimento dos laminados, no processo e cura. São essenciais na formulação da base para revestimentos em substratos de aço ou concreto. Nesse caso, as cargas servem à importantíssima função de aproximar o coeficiente de dilatação térmica do revestimento ao do substrato. Para essa finalidade, devem ser usadas cargas inertes, de baixo coeficiente de dilatação térmica, como escamas de vidro, sílica ou grafite. A alumina trihidratada é usada em algumas aplicações, com o objetivo de reduzir a combustão de laminados. As cargas e os reforços são classificados em orgânicos e inorgânicos. Os reforços e as cargas inorgânicos oferecem vantagens em relação aos orgânicos: melhor resistência térmica e elétrica, menor absorção de umidade, melhor estabilidade dimensional e maior resistência química. Alguns aspectos devem ser observados para a escolha de uma carga e/ou reforço: • Baixo custo; • Estabilida de térmica; • não deve ser ácido nem básico; Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 84 • deve ser fácil de manusear; • baixa absorção de umidade/óleo; • fácil incorporação; • não deve dificultar o fluxo normal do polímero. Cargas e reforços e propriedades conferidas: Dióxido de alumínio • Resistência química; • resistência térmica; • estabilidade dimensional. Pó de alumínio • Condutibilidade elétrica; • condutibilidade térmica. Amianto • Resistência química; • resistência térmica; • isolação elétrica; • resistência ao impacto; • estabilidade dimensional; • rigidez; • dureza. Carbonato de cálcio • Resistência térmica; • estabilidade dimensional; • rigidez; • dureza; • lubrificantes. Algodão • Isolação elétrica; • resistência ao impacto; • resistência à tração; • estabilidade dimensional; Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 85 • rigidez/dureza; • lubrificação. Bissulfeto de molibdênio • Rigidez; • dureza; • lubrificação. Talco (Mineral) • Resistência química; • resistência térmica; • isolação elétrica; • estabilidade dimensional; • rigidez/dureza; • lubrificação. Fibra de Carbono • Condutibilidade térmica; • isolação elétrica; • resistência ao impacto; • resistência à tração; • estabilidade dimensional. Grafite • Condutibilidade elétrica; • condutibilidade térmica; • resistência química; • resistência à tração; • estabilidade dimensional; • rigidez/dureza; • lubrificação. Mica • Resistência química; • resistência térmica; • isolação elétrica; • estabilidade dimensional; • rigidez/dureza; • lubrificação. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 86 Sílica • Isolação elétrica. Serragem • Isolação elétrica; • resistência à tração; • estabilidade dimensional. Fibra de vidro • Resistência química; • resistência térmica; • isolação elétrica; • resistência ao impacto; • resistência à tração; • estabilidade dimensional; • rigidez/dureza. Fibra Kevlar • Resistência térmica; • isolação elétrica; • resistência ao impacto; • resistência à tração; • estabilidade dimensional. Negro de fumo • Condicionamento elétrico; • condicionamento térmico; • resistência térmica; • estabilidade dimensional; • absorção de RUV; • rigidez. Fibras As fibras são componentes resistentes em um material reforçado. Com elas define-se a maior parte das características mecânicas do material, como a resistência e a rigidez. As fibras podem ser fabricadas a partir de vários materiais. Podemos citar metais, boro e materiais cerâmicos, como o carbonato de silício (SiC), que possui elevada resistência térmica. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 87 Tanto o boro como o carbonato de silício tornam as fibras caras e, portanto, são empregadas somente em casos especiais. Para os plásticos reforçados utilizam-se somente fibras inorgânicas, como as de carbono e as de vidro, bem como as sintéticas, como as aramidas ou de polietileno, as quais possuem alta resistência e rigidez. Fibras inorgânicas Fibras de vidro A elevada resistência das fibras de vidro deve-se aos enlaces covalentes entre o silício e os radicais de oxigênio, representados esquematicamente abaixo. Os átomos integram uma retícula tridimensional de estrutura amorfa. Por essa razão, as fibras de vidro possuem características isotrópicas e foram as primeiras a terem ampla aplicação como fibras de reforço. As fibras de vidro são constituídas, em sua maior parte, por óxidos de silício, e suas características podem mudar mediante uma mistura com outros óxidos, como por exemplo os de alumínio e de magnésio. As fibras de vidro são produzidas por meio de um processo de fiação por baixa fusão. O conjunto de filamentos obtido se reúne, formando uma fibra. A mais difundida e utilizada na maior parte das aplicações é a fibra de vidro E. A letra maiúscula E, provém de elétrico, posto que essa fibra foi utilizada inicialmente para aplicações elétricas. Hoje é utilizada em muitas outras aplicações, pois oferece a vantagem do custo reduzido. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 88 Maiores resistências oferecem os tipos de vidro R e S. Essas iniciais correspondem à Resistance (termo francês) e Strength (termo inglês) , respectivamente. Outro tipo de vidro é o C, utilizado por apresentar boa resistência química ( daí provém a inicial C, do termo inglês Chemical ). A tabela a seguir mostra a diferença de características mecânicas com o vidro E. As resistências expostas são somente aplicáveis às fibras recém produzidas. Devido ao desprezo sofrido durante os processos de transformação, as resistências podem cair de 2/3 a 1/3 de seus valores primitivos. Fibra de vidro Fibra de carbono Fibra de aramida Característica Unidade E R/S C HT HST IM HM HM Fibra de PE Resistência à tração GPa 3.4- 3.5 4.4- 4.6 3.1 2.7- 3.5 3.9- 7.0 3.4- 5.9 2.0- 3.2 2.8- 3.0 2.8- 3.4 2.6- 3.3 Módulo elástico GPa 72-73 86- 87 71 228- 238 230- 270 280- 400 350- 490 58-80 120- 186 87- 172 Alongamento à ruptura % 3.3- 4.8 4.2- 5.4 3.5 1.2- 1.4 1.7- 2.4 1.1- 1.9 0.4- 0.8 3.3- 4.4 1.9- 2.4 2.7- 3.5 Resistência específica Gpa x cm3/g 1.3- 1.35 1.7- 1.85 1.3 1.5- 2.0 2.2- 3.0 2.0- 3.1 1.1- 1.7 1.9- 2.2 1.9- 2.3 2.7- 3.4 Módulo E específico Gpa x cm3/g 27.7- 28.2 34- 34.9 29 127- 134 127- 150 160- 200 190- 260 40-56 83- 127 90- 177 Diâmetro do filamento µm 3-25 7-8 5-7 5-7 6.5- 8.0 12 12 27- 38 Densidade g/cm3 2.6 2.5- 2.53 2.45 1.75- 1.8 1.78-1.83 1.73- 1.8 1.79- 1.91 1.39- 1.44 1.45- 1.47 0.97 Coeficiente transmissão térmica 10-6/K 5 4 7.2 -0.1 - -0.7 ------ -5 -- 1.3 -2.0 - -6.0 < -9 Histórico sobre as fibras de vidro A partir do vidro foi criada a fibra de vidro, também conhecida como "Fiberglass", no ano de 1936. Provavelmente as primeiras fibras conhecidas pelo homem surgiram por acaso, durante manipulação de uma massa de vidro derretido. Certamente, eram fibras grossas, quebradiças e sem nenhuma utilização prática. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 89 A primeira referência às fibras de vidro foi feita por René de Reumir, em 1713, numa conferência diante da Academia Parisiense de Ciências. Em 1893, Edward Drummond Libey montou uma pequena unidade para produção de fibra de vidro, misturadas com fios de seda para produzir diversos artigos, inclusive vestidos e gravatas. A história registra também que na mesma época, a filha do rei da Espanha, recebeu como presente um vestido feito de fibras de vidro. Embora representassem uma grande inovação, tais vestidos eram inconvenientes, pois eram feitos com fibras grossas, e, portanto, além de serem desconfortáveis, não podiam ser dobrados. Nos Estados Unidos, em 1931, a Owens-llinois Glass Co começou a pesquisar os processos de produção de fibra de vidro, sendo seguida, em 1935, pela Corning Glass Works. Em 1938, essas duas empresas conjugaram seus esforços, fundando a Owens Corning Fiberglas Corporation, e a partir de então, foi a responsável por praticamente todas as inovações e melhorias tecnológicas no desenvolvimento dos processos de produção e dos produtos finais, no campo das fibras de vidro. As aplicações do produto, graças às constantes pesquisas da Owens Corning, evoluíram de apenas um simples filtro para forno, produzido quando a empresa foi criada, para mais de 35.000 produtos. Utilização Atualmente, a fibra de vidro é utilizada nos mais diversos segmentos da economia, como por exemplo, na construção civil, náutica e automotiva, na indústria eletro/eletrônica, em anticorrosão, em plásticos reforçados, em brinquedos infantis (na confecção de parques de diversões), em decoração, em mobiliário, em artesanato e em produtos de consumo. Com a fibra de vidro pode-se produzir , por exemplo, latrinas, banheiras de hidromassagem, caixas d'água, protetores de ar condicionado, fossas sépticas, antenas parabólicas, caixas de correio, portas, janelas, cortinas, produtos para a área de construção civil e decoração, Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 90 placas de circuito impresso, isoladores elétricos, varas de pesca, pranchas de surf, caiaques, barcos, piscinas, escorregadores infantis, carcaças para eletrodomésticos, cadeiras, pára-choques automotivos, equipamentos industriais (como tanques para áreas de alto grau de corrosão). Essa é apenas uma pequena mostra das possibilidades de utilização desse material. Por outro lado, a utilização da fibra de vidro tem crescido significativamente, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Desconhecem-se formas de eliminar a fibra de vidro do meio ambiente, após sua vida útil. A fibra de vidro possui muitas características importantes, como por exemplo, a isolação elétrica e térmica, a resistência ao fogo, a alta resistência mecânica e à oxidação, a resistência à umidade, o baixo custo, e o peso mínimo. Quando formulada com plásticos, originam os "plásticos reforçados com fibra de vidro", também conhecidos como "compósitos". Processo/formulação A fibra de vidro está disponível em quatro formas: "Tecido, manta, roving e chopped strands", as quais podem ser combinadas de modo a se obter o produto final desejado. Manta de vidro - é constituída por fibras cortadas e aglomeradas por uma cola orgânica, que se dissolve com a resina. As mantas têm gramagens nominais de 225 g/m², 350 g/m2 450 g/m² ou 600 g/m². As mantas de 225 g/m² (espessura 0,5 mm por camada) e as de 450 g/m² (1,0 mm por camada) são de uso geral e podem também ser usadas sobre o gelcoat. Na forma de tecido e manta a fibra é fornecida em rolos, e é vendida aos metros, para a laminação manual. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 91 Tecido Roving – esse tecido é feito com uma trama em diagonal, obtendo assim grande resistência nos dois sentidos. A laminação à pistola é feita com fibras contínuas, conhecidas como roving. As fibras do roving devem ser cortadas antes de serem impregnadas com resina poliéster. O roving tem custo mais baixo do que as mantas e os tecidos, e por isso é muito usado nos processos de laminação. Moldes em fibra de vidro - a fibra pode ser aplicada em quase todos os materiais: madeira, metal, gesso, cimento, etc., desde que sejam devidamente preparados e não possuam umidade. O roving é usado para laminação à pistola, e é fornecido em pacotes. Chopped Strands – também chamada de fibra de vidro picada, é largamente utilizada como reforço de resinas termoplásticas, para o processo de injeção. As principais resinas que necessitam do reforço da fibra de vidro são: Poliamidas (PA), PBT, Policarbonato (PC), PP, Poliacetal (POM), Polissulfonas (PSu), PPS, PEEK, PPA, ABS , entre outras. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 92 Abaixo vemos alguns exemplos de peças plásticas injetadas com materiais reforçados com fibra de fidro, substituindo, dessa forma, os metais. PA 66 GF 25 HS (GMB) PA 6 GF 30 HS (VW) Fabricação da fibra de vidro Existem dois tipos de fibras: Curtas: na forma de lã de vidro, para aplicações como isolante térmico, acústico, etc. Longas: com diâmetro de 10 ·, para aplicações em resinas plásticas. As principais características das fibras de vidro, o que as tornam tão atraentes para o reforço de plástico, são: • baixo coeficiente de dilatação térmica; • altas propriedades mecânicas; • retenção e propriedades mecânicas, em altas temperaturas; • alto alongamento na ruptura; • facilidade de processamento; • baixo custo. PA 66 GF 30 (BMW) Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 93 As fibras de vidro são obtidas pela fusão e pela fibrilização de uma mistura de óxidos metálicos (S102, A1203, B203, MgO, GaO, Na20 K20, Fe203, F2, BaO). A natureza e a proporção dos e óxidos metálicos definem o tipo de vidro. Variando a composição da massa vítrea, é possível obter fibras de vidro tipo E, tipo A e outros. O tipo E se distingue do A, pela alta resistência elétrica. O vidro A é usado para fazer garrafas, copos, vidraças e outros produtos similares. Os vidros são materiais amorfos, rígidos e definidos como líquidos super-resfriados. Os vidros no estado fundido, ao serem resfriados, devido a sua alta viscosidade (difícil mobilização interna dos átomos) não têm uma organização regular na estrutura, sendo, portanto, um material amorfo. Os óxidos agem como materiais modificadores, que não reticulam a estrutura e aumentam a resistência mecânica do vidro. Os vidros maciços apresentam deformação plástica baixa, conseqüentemente, têm baixíssima resistência à tração, pois existem imperfeições superficiais (fissuras). Os óxidos inorgânicos (silício, alumínio, boro) são misturados e aquecidos a 1400 °C. A massa vítrea fundida escorre por canais apropriados até as “fieiras" ou bucha de platina. As fieiras possuem orifíciospor onde a massa fundida escorre, originando os filamentos. A velocidade é mantida por dispositivos (puxadores) que, por sua vez, mantêm a uniformidade das dimensões e as propriedades finais das fibras. O vidro maciço possui ótima resistência à compressão, porém baixa resistência à tração (- 40 Kgf/cm2). Na forma de fibras, essa resistência à tração passa a ser de - 35.000 Kgf/cm2. Esse aumento na resistência deve-se à mudança da matéria durante o processo de obtenção das fibras, pois a massa de vidro é submetida a condições extremas, em pouco espaço de tempo: • A massa é acelerada do repouso à velocidade de - 200 Km/h; • o diâmetro da gota de vidro fundido (0,2 mm) é reduzido violentamente a 50 vezes menor (1); • a temperatura abaixo de 1400 a 100 ºC, passa de líquido pastoso a sólido. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 94 • Os diversos filamentos obtidos são unidos em um só, que passa por um tratamento químico especial, para que haja a compatibilização com os materiais orgânicos (polímeros). Sem esse tratamento, as fibras de vidro não teriam utilidade como material de reforço. O tratamento superficial tem várias funções. Em primeiro lugar, serve como aglutinante dos filamentos, mantendo-os em mechas, durante o processamento. Serve também de proteção às fibras, reduzindo seu nível de quebra por abrasão. Outra função é a de favorecer a compatibilidade entre as fibras de vidro e o material plástico. A emulsão aquosa contém os seguintes ingredientes: • Água: veículo não inflamável; • emulsificante: emulsifica em água os outros ingredientes; • filmógeno: polímero formador de fume, que aglutina os filamentos de vidro em uma mecha, e é de fácil processamento. O filmógeno dever ser compatível à resina a ser reforçada. • antielástico: substância condutora para dissipar a eletricidade estática que se acumula nas fibras, em ambientes muitos secos. Após o tratamento, os fios são bobinados. O tratamento químico consiste em uma substancia química bifuncional, que faz com que um dos grupos funcionais se una ao vidro e o outro à resina, formando uma ponte entre os dois. Normalmente são usados os silanos, na forma de complexos químicos (silanos). Na fabricação de mantas, as mesmas são desenroladas e suas mechas cortadas no comprimento de 5 cm. As fibras cortadas são espalhadas aleatoriamente sobre uma esteira transportadora, onde recebem aplicação de um ligante e entram em uma estufa. A estufa funde as partículas do ligante (resinas plásticas), para que ele possa servir de aglutinante das fibras picadas e assim, conferir manuseablidade às mantas. Ao sair da estufa, a manta é compactada, cortada e enrolada em tubos. Características: Para a fabricação da Fibra de vidro é usado um vidro especial, chamado vidro “E”, o qual contém óxidos de Si, Al, BO, Ca. A fibra de vidro possui as seguintes propriedades: • Alta resistência à tração; • perfeita elasticidade; Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 95 • boas propriedades térmicas (são incombustíveis e dissipam o calor); • excelente resistência à umidade; • excelente estabilidade dimensional; • excelente resistência à corrosão; • excelente característica elétrica. Propriedades dos termoplásticos reforçados com fibras contínuas Nos plásticos reforçados, as falhas ocorrem freqüentemente nas extremidades das fibras. Utilizando-se fibras longas têm-se menos extremidades e, conseqüentemente, menos falhas, resultando em melhor resistência ao impacto. Utilizando-se fibras curtas como reforço, já é possível competir com algumas ligas de baixa resistência, mas com a incorporação de fibras contínuas é que são conseguidos resultados surpreendentes, em termos de propriedades mecânicas competitivas com os metais, como por exemplo, o polipropileno com fibra de vidro contínua. Todavia, o módulo de elasticidade dos termoplásticos, mesmo reforçados com fibras de vidro, ainda é muito baixo, em relação aos metais. Essa deficiência pode ser contornada pela utilização de fibras de carbono, substituindo total ou parcialmente as fibras de vidro, de acordo com as necessidades do projeto. Outra solução é alterar o projeto inicial do componente, procurando uma geometria que melhore o seu módulo de rigidez. O desenvolvimento de novas resinas termoplásticas, com elevadas propriedades mecânicas e temperatura de trabalho até 400 °C, tem possibilitado a utilização dos TPRFC em componentes estruturais na indústria aeronáutica, substituindo com vantagens os pré-impregnados à base de resina epóxi. Dentre essas resinas destacam-se o PEEK (poliéster etercetona) e as polisufonas. Vantagens dos termoplásticos reforçados com fibras contínuas Tomando-se como exemplo a indústria automobilística, algumas partes de automóveis , como portas, assoalhos e outros componentes normalmente produzidos em aço poderiam ser substituídos por TPRFC. As vantagens dessa substituição seriam: • Economia em equipamentos, uma vez que a moldagem de termoplásticos exige prensas de menor porte e capacidade; • custo de ferramental bem menor (apenas 15 a 20 % do necessário para estampar chapas de aço); Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 96 • possibilidade de moldagem de peças com geometrias complexas, resultando em menor número de peças e conseqüente economia em ferramental, soldas, juntas em geral e mão de obra; • dispensa os tratamentos anticorrosivos necessários aos metais; • a energia necessária para produzir e moldar 1 Kg de TPRFC é apenas 10 % da necessidade energética utilizada para a produção de automóveis, atualmente (desde a energia necessária para sua produção até a energia representada pelo consumo de combustível, ao longo de 10 anos de utilização). As vantagens econômicas relacionadas são válidas para os laboratórios plásticos com reforços em geral, e compensam o custo relativamente alto dos materiais poliméricos. O fator decisivo para a seleção do termoplástico reforçado com fibras contínuas, na indústria automobilística e em outros setores que exigem grandes volumes de produção, é o rápido ciclo de moldagem dos TPRFC. Conclusão Os plásticos reforçados são uma boa alternativa econômica na substituição de materiais convencionais, tais como aço, alumínio e suas ligas metálicas em geral. Os TPRFC apresentam as seguintes vantagens adicionais: • Alta produtividade; • eliminação do manuseio de resina, reforços, catalisadores e aditivos, por parte do moldador; As propriedades finais do produto praticamente independem de variáveis de processos de moldagem. Para se produzir uma peça, utiliza-se um molde (o negativo do objeto desejado), normalmente fabricado de madeira, alumínio, borracha de silicone ou de fibra de vidro. Para se produzir peças pequenas, moldes de borracha, de silicone ou de fibra de vidro, são os mais econômicos. Para peças grandes, como uma caixa d'água, o molde em fibra de vidro é o mais indicado. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 97 Deve ser feita uma análise econômica de vida útil do molde, considerando seus objetivos, a quantidade e a qualidade das peças a serem produzidas, uma vez que o molde se desgasta com a utilização. Importante ainda considerar os aspectos de desmoldagem da peça a ser produzida. Com o molde pronto, devem ser seguidos os seguintes passos: • Aplicar cera desmoldante ou álcool polivinílico; • se a peça for grande fazer um polimento. Quanto melhor o polimento do molde, melhor será o acabamento; • aplicar com pistola, se a peça for grande e manualmente, se pequena, uma camada de 0,5 mm de "gel" ou "gelcoat",com catalisador; • esperar a secagem até o "tempo de toque" (tempo necessário para se encostar o dedo e não manchá-lo); • aplicar resina de laminação, também com catalisador, com pincel ou rolo de lã; • aplicar manta ou tecido de fibra de vidro, posicionando sobre o molde banhado com resina; • passar um rolete para tirar bolhas de ar; • dependendo da espessura desejada, da peça que está sendo produzida, repetir os passos 5, 6 e 7, nessa seqüência. A espessura final da peça é proporcional à quantidade de camadas que forem aplicadas; • desmoldar a peça, utilizando cunhas e, para peças grandes, talvez seja necessário utilização de ar comprimido, cujas entradas devem ser previstas quando da confecção do molde; • Fazer o acabamento final, lixando, polindo, cortando as rebarbas, etc..., de modo a produzir uma peça com acabamento adequado ao produto proposto. Matéria-prima • manta ou tecido de fibra de vidro; • roving; Obs. São dois os principais fabricantes das mantas, tecidos e roving: Owens corning e Vetrotex/ Div. Sta. Marina Vidraria. • tinner para limpeza das ferramentas, resinas, gel, gelcoat, catalisadores, ceras, álcool, e demais materiais necessários à produção de peças de fibra de vidro, são facilmente encontrados nas lojas dos distribuidores regionais . Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 98 Infra-estrutura (instalações, equipamentos e maquinários). Para trabalhar com fibra de vidro, é necessário um galpão bastante ventilado, por causa do cheiro forte exalado pela resina, que é inflamável. Outras ferramentas também são importantes, como: • lixadeira; • vasilhames para fazer misturas; • dosador para formulação dos produtos e resinas, utilizado conforme indicação do fabricante; • pincéis e rolos de lã; • rolete para tirar bolha de ar; • pistola aplicadora de gel; • picotador de roving; • máscaras de proteção dos olhos e filtro de ar para a respiração; • molde do objeto que se deseja produzir. Aspectos econômicos, comerciais e gerenciais O consumo de peças em fibra de vidro tende a crescer, em função do preço e das facilidades de se trabalhar com esse produto, em relação a outros, obtendo-se resultados, muitas vezes, bastante vantajosos economicamente. Para o pequeno empresário trabalhar com esse material, em vista da enorme quantidade de possibilidades que se apresentam, é importante tentar descobrir um nicho de mercado ainda pouco explorado, para que possa desenvolver-se com mais facilidade. É importante visualizar alguns objetos muito usados em sua região, e que podem ser produzidos em fibra de vidro, a um preço menor ou com um diferencial altamente competitivo e interessante para o consumidor. A fibra de vidro é um produto que permite o desenvolvimento da criatividade do micro e do pequeno empresário. Aspectos legais Para trabalhar com fibra de vidro, além das autorizações comuns, como as da prefeitura, do estado, CGC e outras, é necessário obter a autorização da CETESB (Companhia Tecnológica de Saneamento Ambiental). Podem ainda haver algumas requisições especiais dos bombeiros, uma vez que o produto é inflamável. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 99 Essas requisições dependem basicamente do local e do estado do galpão onde o produto vai ser produzido. Engenharia de sistemas anticorrosivos Nem sempre a estrutura de um revestimento composto de resina e fibra de vidro é a mesma, pois varia de acordo com o tipo de substrato a ser revestido e a temperatura de operação. Nem sempre um revestimento com a mesma estrutura é composto com a mesma resina. Portanto, a escolha do revestimento, da estrutura e do tipo de resina, que irão compor o sistema anticorrosivo, deve acontecer após análise cuidadosa do ambiente químico, com todas as variações possíveis e do substrato a que será aderido. As fibras de vidro reforçam o revestimento e não podem ficar expostas ao ambiente agressivo. É a resina que fornece a resistência química desejada, e deve sempre ser escolhida de acordo com o meio agressivo a que o sistema está sujeito. Tanques e equipamentos são revestidos com resinas termofixas, reforçadas com mantas de fibras de vidro. Em revestimentos de chapas de aço com grau de corrosão muito acentuada e em superfícies de concreto, deve-se acrescentar, além das mantas, tecidos de fibra de vidro, para conferir resistência mecânica ao revestimento. Os revestimentos plásticos com fibra de vidro (PRFV) oferecem boa proteção aos meios corrosivos usuais, até temperaturas de 80 ºC. Acima desse limite é mais prudente considerar os revestimentos com escamas de vidro - FLAKEGLASS - que têm apresentado um bom desempenho, em condições de imersão total, até temperaturas próximas a 100 ºC. Há um consenso entre os especialistas de revestimento, no sentido de manter um limite de 90 ºC para os revestimentos convencionais de PRFV aplicados sobre o aço, e de 80 ºC sobre o concreto, para os meios corrosivos usuais. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 100 Temperaturas Limites Sistema Descrição Método de Aplicação Espes- sura Nominal Resina Básica Substrato Imersão Total Vapores e Respingos Fiberglass Revestimento constituído de resinas de alto desempenho, reforçado com fibras de vidro, sobre uma camada base. Esses revestimentos são especialmente recomendados quando é requerida uma camada de acabamento rica em resina, para máxima resistência química. Espatulado e Laminação Manual 3-5mm Éster-Vinílica, EV-Novolac, Bisfenólica Halogenada Epóxi. Aço ou Concreto 85ºC 70ºC 100ºC 80ºC Devido a suas propriedades físicas e químicas (principalmente a alta resistência mecânica e a grande estabilidade dimensional), a fibra de vidro possui inúmeras variedades de utilização. . Possui também resistência química, excepcionais qualidades de isolamento elétrico, mobilidade, resistência a combustão e boa compatibilidade com resinas de Silicone, Epóxi, Poliéster, Fenólicas, etc. Devido a essas propriedades novos usos são encontrados constantemente. Aplicações: Tecido de fibra de vidro • Reforços plásticos e abrasivos; • materiais esportivos; • indústria naval e aeronáutica; • isolantes elétricos e térmicos; • revestimentos anticorrosivos. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 101 Tecido de fibra de vidro impregnado com resina fenólica, cerâmica, epóxi e acrílica. • Reforços abrasivos; • filtragem de materiais de baixo ponto de fusão; • isolação elétrica; • ancoragem de mármores. Fios texturizados • Tecidos técnicos; • isolação térmica. Fitas de fibra de vidro • Isolantes elétricos; • reforços e proteção de cabos telefônicos de fibra óptica; • revestimento externo de mangueiras. Laminação da fibra de vidro A técnica básica de laminação se resume em utilizar resina suficiente para impregnar as fibras previamente cortadas, pressionando firmemente. As fibras devem ser compactadas com um rolo de lã ou pincel, para forçar a resina a penetrar nas fibras e mover-se através delas. Em certo ponto, a resina dissolverá o ligante químico das fibras que as mantêm em suas posições. Qualquer área que fique branca ao invés de translúcida deve ser compactada novamente, até sua perfeita impregnação. Quando esta estiver completa, o ligante químico dissolverá e as fibras estarão na forma de filamentos individuais, o que tornará mais fácil sua moldagem sobre a fôrma. O laminado agora pode ser compactado com o rolode metal, para remover qualquer bolha de ar que esteja presa. Os rolos devem ser usados molhados em resina, com movimentos de ida e volta na extensão da área de trabalho, à medida que a manta Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 102 seja impregnada. O uso do rolete de ferro sobre a fibra seca resultará em desperdício de tempo e em uma grande quantidade de fibra presa ao rolo. Dependendo do tipo de superfície, os rolos de ferro podem ser de 3/4 de polegada de diâmetro ou menores, podendo chegar até a 1/4 de polegada, em áreas de difícil moldagem. Logo que a resina inicie o estado de gel, o trabalho deve ser interrompido ou o laminado poderá se mexer, possibilitando a criação de espaços vazios. A limpeza das ferramentas deve ser feita antes que a resina gelifique. Se o trabalho for feito por áreas ao longo do molde, deve-se ir até a próxima área, medir a quantidade certa de resina e proceder como antes. Não se pode esquecer de sobrepor as arestas nas junções, em aproximadamente 50 mm. Se a aresta a ser coberta não tiver curado ainda, nenhuma preparação é necessária, mas se já estiver curada, é preciso lixar e remover fibras soltas e eventuais pontas ou rebarbas. Hand lay-up O processo de laminação é feito em molde aberto, amplamente utilizado pela indústria de plásticos reforçados com fibra de vidro, para produzir uma grande variedade de peças, de formas e tamanhos extremamente variáveis, devido à versatilidade no seccionamento dos moldes. Esse é um dos mais simples e antigos processos de fabricação, empregados ainda na atualidade. A laminação manual consiste na sobreposição de mantas e tecidos de fibra de vidro, colocadas no molde e impregnadas com resina, por pincéis e roletes. A resina líquida, geralmente poliéster insaturado, recebe previamente a adição de agentes químicos especiais de cura, que provocam seu endurecimento, sendo então combinada com fibras de vidro (mantas ou tecidos) em molde, dando origem a uma peça final leve e resistente, na qual a resina desempenha a função de substrato e as fibras servem como reforço. De forma didática, esse processo pode ser comparado à combinação de concreto com reforço de barras de aço. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 103 Spray-up Por esse processo, as fibras de vidro (fio contínuo), a resina, os agentes de cura e, em alguns casos, as cargas minerais, são projetadas simultaneamente contra a superfície de um molde, por meio de equipamento apropriado (pistola). Trata-se de um processo de molde aberto, adequado para peças de formas complexas e variadas. Cabe salientar que esse processo combina os materiais de forma automática, em função do ajuste prévio do equipamento e através de pistola aplicadora, a qual picota a fibra de vidro antes de encontrar a resina. O produto final é obtido através da somatória de camadas depositadas pela pistola. O Spray-up (laminação à pistola), assim com o hand-lay-up, requer baixo investimento em moldes, porém, por ser mecanizado, esse processo permite maior produtividade. Resin transfer molding O processo de RTM (Resin Transfer Moulding) é um método "mais limpo" que os de molde abertos. Esse é um processo que utiliza moldes fechados (macho e fêmea), permitindo o encapsulamento de buchas, nervuras, placas metálicas, parafusos, madeira, etc, no momento da moldagem, com posicionamento preciso. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 104 Sua grande vantagem é resultado da rápida introdução da resina já catalisada na cavidade do molde, onde a fibra se encontra previamente alojada. Esse fator possibilita que o moldador trabalhe com ciclos bem mais curtos que os correspondentes ao processo de molde aberto. As vantagens da fibra de vidro Manter um Jeep® em boas condições não é tarefa fácil. Por se tratar de um carro antigo e fora de linha já há muitos anos, seus componentes são encontrados apenas em casas especializadas, existentes hoje em grande número. Se o problema se limitasse aos itens mecânicos, a solução seria bem mais fácil. Mas, e quanto ao visual? Recuperar uma carroceria implica em processos de funilaria lentos e trabalhosos, que muitas vezes não apresentam bom resultado. A aceitação da fibra de vidro tem sido muito grande, tanto que podem ser encontrados cada vez mais modelos com opção para a troca por carroceria de fibra. Além da carroceria propriamente dita, pode-se adquirir, também em fibra, outras peças, como pára-lamas, capôs e portas traseiras desses modelos. Com isso, torna-se possível montar um modelo clássico com peças novas e visualmente idênticas às originais. Medidas, padrões, emblemas e furações são absolutamente os mesmos. Depois de instalada e pintada, só mesmo um grande expert em veículos antigos poderá notar que a carroceria é de fibra e não a original, de chapa de aço. A durabilidade desses produtos vem sendo colocada à prova durante anos, pois existem muitos Jeep® de off-roaders, com carrocerias intactas, mesmo após mais de dez anos de Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 105 utilização. Isso significa que a carroceria de fibra tem plenas condições de suportar trilhas pesadas, e com grandes vantagens. A fibra de vidro não apresenta os problemas mais comuns encontrados no aço, como oxidação (ferrugem), trincas e rachaduras. A manutenção também não exige nenhum cuidado especial, apenas uma boa lavagem com água, sabão neutro ou xampu para carros. Para quem sempre sonhou com um modelo clássico na garagem, mas tinha receio de não conseguir manter o visual original, essa é uma ótima notícia. Fibras de carbono Para muitas aplicações em que as fibras de vidro apresentam uma rigidez insuficiente, é necessário substituí-las por fibras de carbono. A matéria-prima mais comum para fabricação da fibra de carbono é a fibra de poliacrilonitrila (PAN). Nas várias etaps de transformação da PAN, átomos de nitrogênio e Hidrogênio são eliminados por pirólese, no final do processo, o conteúdo de carbono é superior à 92%. O processo a ser descrito é através de PAN. O início do processo consiste na oxidação à reticulação da fibra acrílica. Para provocar a reticulação, a fibra é aquecida até 200 - 2400C, temperatura ligeiramente abaixo do seu ponto de fusão. A finalidade da reticulação é a de bloquear as cadeias do polímero de PAN, orientando-as paralelamente ao eixo da fibra, por tensionamento mecânico. Após a oxidação é dado um tratamento térmico ao material (carbonização), para que a fibra adquira uma estrutura bem definida. A carbonização ocorre a 10000C, em atmosfera inerte. A fibra recebe a denominação de fibra do tipo A (alta resistência). A etapa final de industrialização da fibra de carbono é a de grafitização. O material é aquecido a 2500 0C – 3000 0C (atm inerte); a grafitização dá à fibra uma formação final, completando a orientação dos mosaicos hexagonais da grafita (tipo B). Tanto as fibras de alta resistência como as grafitizadas são encontradas em várias formas, as mais comuns são em bobinas, em mechas, em filamentos e em tecidos. Para diminuir o custo, são usadas misturas de fibra de vidro com fibra de carbono e fibra de carbono com Kevlar. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 106 Outra matéria-prima de interesse é o breu, que pode se obtido do petróleo ou da hulla. Com essa matéria- prima se obtém um custo de fabricação de fibra mais favorável, devido ao rendimento mais elevado do carbono e ao preço do breu, que é altamentemais vantajoso que o do PAN. Segundo o processo de fabricação, obtém-se propriedades muito diversas. Os vários tipos de fibras de carbono classificam-se em distintos grupos. As primeiras fibras de carbono a aparecer no mercado foram as fibras HT (higth Tenacity / alta resistência). Suas qualidades mecânicas superam as dos demais materiais ( ainda que por debaixo de outras fibras de carbono). Sua vantagem é o preço mais econômico e a adequação a um amplo campo de aplicações. A partir das fibras HT, outras são fabricadas e tendem a possuir melhores características. As demandas de elevada rigidez das técnicas aeronáuticas e espaciais levaram à fabricação das fibras HM (High Modulus) que possuem o mais alto módulo de elasticidade. Os inconvenientes dessas fibras são o alto preço e baixo alongamento à ruptura. Na figura a seguir mostra-se uma fibra que tem alongamento de 1,5% à ruptura imposta, como fronteira de uns elementos construtivos vários fatores de baixa capacidade de extensão. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 107 A fragilidade é um inconveniente adicional de baixo alongamento, que deixa as fibras sensíveis às cargas de impacto. A tolerância ao impacto requer materiais melhorados, que possuam uma alta capacidade de trabalho, o que significa ter o máximo de alongamento possível com uma alta tenacidade. Esses requisitos são próprios da fibra HST (high strain and tenacity) que possui um alongamento superior a 2%. Existe uma terceira possibilidade de produção para melhorar tanto a resistência como a rigidez. Esse grupo de fibras IM (intermediary modulus) constitui um intermediário entre as fibras HT e HM. Entre todos os tipos de fibras de carbono é possível encontrar soluções às necessidades de alta resistência e rigidez. Sua eficiência como material de aplicação nos campos aeronáuticos e espaciais, abriu também espaço à aplicação em materiais esportivos, na indústria automobilística e na construção de maquinários As fibras de carbono possuem uma característica muito interessante, que é o coeficiente de dilatação negativo na direção da fibra. Tendo materiais de um coeficiente positivo é possível obter, mediante uma combinação adequada de materiais e estrutura das fibras, um composto que não tem deformação, em um amplo campo de temperaturas. Para algumas aplicações é interessante sua boa condutividade elétrica, sua resistência a altas temperaturas e sua elevada resistência química entre ácidos, álcalis e solventes. A fibra de carbono, também denominada em inglês como carbon fiber ou carbon composite, no passado eram de uso exclusivo da aeronáutica. Hoje essa tecnologia está à disposição de todos os motociclistas, seja na moto ou nos equipamentos de segurança. Os termoplásticos reforçados com fibra de carbono possuem rigidez elevada, resistem à deformação por flexão em longos períodos, apresentam duplicada condutividade elétrica, aumento da condutividade térmica, redução do coeficiente de fricção, redução do desgaste e boa Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 108 compacidade de mistura. As fibras de carbono também têm excelente estabilidade dimensional. As fibras de carbono e PA aromáticas trazem aos compósitos uma série de qualidades: maior resistência mecânica, menor peso, maior resistência à fadiga, menor expansão térmica, maior condutividade térmica e elétrica. Como inconvenientes, apresentam alto custo e limitações de cores. Dependendo do tipo de tratamento da fibra básica, que inclui carbonização, grafitização e oxidação, é possível fabricar fibras de carbono em diversas configurações de resistência e algumas delas podem chegar a ser várias vezes mais resistentes que o aço. A sua cor natural é preta. A resistência à tração é superior às fibras de vidro "R" e "S", e é superior a qualquer outro tipo de fibra no quesito rigidez, ou seja, no módulo de tração e flexão. Fibras de carbono têm também excelente resistência à fadiga e à vibração. Entretanto, elas são muito quebradiças e desenvolvem a sua resistência com uma elongação muito pequena, por isso, muitas vezes são utilizadas em conjunto com outros tipos de fibra, como o vidro "R" e Kevlar, a fim de aumentar sua resistência ao impacto, que é realmente muito baixa. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 109 A grande vantagem em utilizar a fibra de carbono para a confecção de motos é sua leveza e resistência, proporcionando melhor performance e segurança. Atualmente a fibra de carbono é empregada na fabricação de carenagens, ponteiras de escapamento, tanques de combustível, quadros e capacetes, além de reforçar a confecção de luvas, botas e macacões para motociclistas, proporcionando assim uma segurança muito maior em casos de acidente, pois são resistentes às altas temperaturas, têm grande resistência e leveza, proporcionam rigidez e ao mesmo tempo permitem uma leve flexibilidade controlada. Aliado a essas vantagens está o baixo custo. Fibras de aramida Utilizam-se também como reforço fibras sintéticas de polímeros, ainda que possuam um elevado alongamento e baixa rigidez ( como as fibras têxteis, de poliéster, por exemplo). São mais interessantes os materiais com alta tenacidade e módulo, como a aramida. A aramida é constituída por grupos amidas (CONH) e anéis aromáticos, que conferem à fibra uma elevada estabilidade térmica. A fibra é obtida a partir de uma solução de amida aromática em um ácido (ácido sulfúrico), fiando-a e estirando-a. As cadeias moleculares se orientam na direção da fibra e constituem estruturas cristalinas, as quais conferem às fibras suas boas características mecânicas. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 110 As características singulares dessa fibra orgânica são boa resistência ao impacto e alta capacidade de absorção de energia, o que a torna adequada a blindagens ( como os coletes à prova de balas) e à fabricação de peças que devem suportar impactos. Em contraste com as fibras de vidro e as de carbono, a fibra aramida é sensível a esforços de compressão e possui limitações à umidade. Sua temperatura de degradação é superior a 420 0C. A fibra aramida é resistente à chama, é auto-extinguível e resistente a muitos agentes químicos. Possui um coeficiente de dilatação negativo maior que o da fibra de carbono, em relação à massa. A fibra alameda é especialmente adequada por sua resistência ao impacto, unida a sua leveza, para elementos construtivos que necessitem ser muito leves e resistentes ao impacto ( já que a redução da massa diminui as forças de desaceleração e sua dureza lhe permite suportar as acelerações extremas , devido ao impacto). Aramidas são uma família de polímeros derivada do poliamida, incluindo Nomex ® e Kevlar®. Kevlar® é usado para fazer artefatos, como coletes à prova de balas e pneus de bicicleta à prova de furos. Pode-se fazer até mesmo pneu de bicicleta à prova de balas, usando Kevlar, caso haja essa necessidade. Blendas de Nome® e Kevlar® são usadas para fazer roupas à prova de fogo, as quais protegem os bombeiros ou qualquer outro profissional que lide com esse risco. . Graças ao Nomex®, uma importante parte da cultura americana, que são os shows de Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 111 caminhões-monstro, pode ser praticada com segurança (polímeros, na forma de elastômeros, são usados comomaterial para a constituição dos pneus gigantes). Kevlar® é uma poliamida, na qual todos os grupos amida são separados por grupos para-fenileno, ou seja, os grupos de amida se ligam aos anéis de fenil opostos uns aos outros, nos carbonos 1 e 4. Na figura a seguir há uma demonstração da molécula do Kevlar® . O Nomex®, por sua vez, possui grupos meta-fenileno, ou seja, os grupos de amida estão ligados ao anel fenila, nas posições 1 e 3. O Kevlar® é um polímero muito cristalino. Levou muito tempo para que alguém conseguisse fazer algo útil com esse produto, porque ele não se dissolve em substância alguma. Logo, processá-lo na forma de soluções estava fora de questão. Ele também não se funde abaixo de 500 oC; logo, sua fusão também foi descartada. Então, uma cientista chamada Stephanie Kwolek propôs um plano brilhante: usar as aramidas na forma de fibras, visto que elas geram fibras melhores que poliamidas não- aromáticas, como náilon 6,6. Isso tem relação com uma característica das amidas: elas têm a capacidade de adotar duas formas diferentes, ou duas conformações. Esse aspecto é observado na figura abaixo, que representa uma amida de baixo peso molecular. As duas figuras são o mesmo composto, mas em duas conformações diferentes. A figura à esquerda é chamada conformação trans, e a que está à direita é a conformação cis. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 112 Em Latin, trans significa "do outro lado". Ou seja, quando os grupos hidrocarboneto da amida estão em lados opostos ao da ligação peptídeo (a ligação entre o oxigênio da carbonila e a do nitrogênio da amida), a amida é chamada de trans-amida. Da mesma forma, cis em Latin significa "do mesmo lado", e quando ambos os grupos hidrocarbonetos estão do mesmo lado da ligação peptídeo, nós a chamamos de cis- amida. A mesma molécula de amida pode se torcer para frente e para trás, entre as conformações cis- e trans, desde que lhe seja fornecida um pouco de energia. As mesmas conformações cis- e trans- também existem em poliamidas. Quando todos os grupos numa poliamida, como o náilon 6.6, por exemplo, assumem conformação trans, o polímero é totalmente estirado numa linha reta. Isso é exatamente o que queremos de uma fibra, uma vez que cadeias longas, retas e plenamente estiradas, compactam-se mais perfeitamente na forma cristalina que constitui a fibra. Mas, infelizmente, sempre há algumas ligações amidas na conformação cis. Logo, as cadeias de nylon 6,6 nunca ficarão completamente estiradas. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 113 Mas com o Kevlar® é diferente. Quando ele tenta se torcer para ficar na configuração cis, os átomos de hidrogênio dos grandes grupos aromáticos ficam no caminho. A configuração cis coloca os átomos de hidrogênio um pouco mais próximos uns dos outros do que eles querem estar. Desse modo, o Kevlar® acaba ficando totalmente na conformação trans. É por isso que as moléculas de Kevlar® podem se estender totalmente, formando ótimas fibras. Quando o Kevlar® tenta formar a conformação cis, não há espaço suficiente para os heterogêneos da fenila. Desse modo, apenas a conformação trans é normalmente encontrada. Também os anéis fenila de cadeias adjacentes empilham-se uns nos topos dos outros, de forma muito fácil e simples, o que torna o polímero ainda mais cristalino e por isso, constitui fibras ainda mais fortes. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 114 As fibras aramidas são da cor amarelo ouro. Duas formas principais de fibras aramidas são produzidas: o Kevlar® 29, usado em cabos e coletes à prova de bala, e o Kevlar® 49, utilizado como reforço em plástico reforçado. O maior uso das fibras aramidas tipo Kevlar® 49 é na área aeroespacial e na automibilística, em motos e carros de corrida. Nos últimos anos, as fibras aramidas têm se tornado um material muito utilizado na confecção de trajes de motociclistas, quando é necessário maior rigidez e leveza com maleabilidade. Quando comparada a outros materiais, as fibras aramidas mostram uma resistência específica (resistência/densidade) muito grande, acima de qualquer outro tipo de fibra disponível no mercado. É cinco vezes mais resistente que o aço e duas vezes mais resistente que o vidro e possibilita produzir peças de fibra aramida com uma fração do peso das de fibra de vidro. A resistência ao impacto é também um dos pontos altos das fibras aramidas, especialmente em sua habilidade em resistir a choques cíclicos. Sua alta resistência ao impacto impede também a propagação de trincas e micro fissuras, o que não ocorre em um laminado de fibra de vidro. Quanto à resistência à compressão , os laminados com fibras aramidas não mostram uma grande vantagem sobre outros tipos de fibra, sendo até bem inferiores. As fibras aramidas não trabalham como outras fibras, elas assemelham-se aos metais, sendo elástico em baixas deformações e quase perfeitamente plástico em altas deformações. Isso significa que deve ser evitado o uso de Kevlar em áreas em que se necessite grande resistência à compressão. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 115 Os tecidos de fibra aramida estão disponíveis em uma variedade de tipos de tramas, com a vantagem de que o processo de tecelagem não danifica as fibras (os tipos de acabamento superficial são necessários para aumentar a adesão entre as fibras e a resina). Um dos itens mais importantes ao selecionar um tecido de fibra aramida é determinar exatamente qual o tipo de acabamento superficial que o fabricante pode oferecer. Diferenças de preços podem ser computadas às diferentes formas de acabamento dos tecidos. O tipo de acabamento nesse tecido vale mais que a própria fibra. O custo final de um tecido bem tramado, com um tratamento adequado, pode custar até 30% mais caro que um tecido feito em um tear simples. Um dos tipos mais efetivos de reforço em fibra aramida são os híbridos, produzidos em trama biaxial com fibra de vidro. Atualmente as fibras aramidas ou kevlar estão sendo usadas para a confecção de luvas, botas e macacões para motociclistas, proporcionando uma segurança muito maior em caso de acidente, pois são resistentes às altas temperaturas, têm grande resistência ao atrito e à "rasgabilidade" , e ainda proporcionam rigidez e ao mesmo tempo flexibilidade controlada ( liberdade para os movimentos naturais do corpo ). Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 116 Características: Peso Molecular: 70.000; densidade: 1,35-1,45 g/cm3 tm: 400-550 0C; tg: 250-400 0C; cristalinidade alta, termoplástico, amarelado, opaco. Propriedades marcantes: Alta resistência ao calor (550 0C), retardante de chama, alta resistência à tração, usada como fibra, sensível a radiações ultravioleta, excelentes propriedades dielétricas. Aplicações típicas: Como fibra de reforço em compósitos, materiais esportivos, vasos de alta pressão, coletes e capacetes à prova de balas, produtos da indústria aeroespacial e isolamento elétrico de motores. É um polímero altamente resistente à chama e pode ser usado sob temperaturas de (–196 0C a 250 0C), suportando por tempo limitado, contato contínuo até 5500C. O polímero é solubilizado em um solvente. A massa soluta é extrudada e o solvente é retirado por aquecimento. Essa fibra é muito usada em composiçõescom epóxi; na indústria aeroespacial, para produção de carcaças de motores para foguetes, e na confecção de coletes à prova de balas. Pode ser usado também em conjunto com a resina poliéster, desde que haja proteção aos raios ultravioletas, já que essa fibra também é degradada por essa ação, como a maioria dos polímeros. É muito resistente aos produtos químicos em geral. Fibras de polietileno Uma fibra sintética que tende a crescer é a de PE (polietileno) de alta tenacidade. É produzida por um processo de fiação em um gel, em que se dissolve o UHMWPE (Ultra High Molecular Weigth PolyEthilene) à alta temperatura, depois é fiado e resfriado embaixo d’água. A fibra de material em estado de gel se estira cerca de 100 vezes seu comprimento inicial e ao mesmo tempoem que se elimina o dissolvente residual , mediante novo aquecimento. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 117 O baixo peso dessas fibras se deve à sua sensível estrutura química simples. Possui um baixo ponto de fusão, cerca de 150 0C. Existe, devido às ligações, uma tendência à deformação, o que restringe suas possibilidades de substituição perante as outras fibras. A capacidade de trabalho admissível é superior à aramida e oferece a possibilidade de aplicações em blindagens, em conjuntos com outras fibras. Por possuir uma densidade menor que a da água e uma boa resistência química, é também um material adequado para aplicações marítimas. Materiais híbridos de reforço Os PRF que contêm duas ou mais fibras como material de reforço, assim como na construção de um sanduíche, constituem os compostos híbridos. Os compostos híbridos são adequados sempre que: • Apresentarem um aspecto mais amplo de propriedades físicas e mecânicas com a mistura de várias fibras, do que com apenas uma; • Substituirem as fibras caras, como as de carbono ou de boro, por fibras mais econômicas, como as sintéticas ou as de vidro; • Apresentarem relações variáveis de elasticidade, resistência e alongamento, ou também um aumento de resistência ao impacto (combinando com fibras de polietileno ou aramida) e uma melhora de suas características de amortecimento de vibrações. A hibridação constitui uma tecnologia ainda experimental, porque oferece perspectivas de máximo interesse para as aplicações estruturais dos compostos. A importância econômica em aplicações estruturais dos materiais é óbvia. É precisamente nas qualidades estruturais dos compostos e na sua diferença, se comparado aos plásticos e aos metais que reside seu maior potencial , que é o de novas áreas de aplicação. É necessário aprofundar o conhecimento dos fatores que influenciam nas hibridações, para obter rendimentos adequados. É possível chegar a sinergias positivas, superando os valores teóricos obtidos segundo a lei de mesclas, mas também podem ser negativas. Escola SENAI Mario Amato - Aditivos e Compostos I NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 118 Um primeiro exemplo pode ser a melhora das características de impacto dos compostos com fibra de carbono. Quando misturadas a fibras de maior alongamento, como as fibras de vidro, evita-se, em primeiro lugar, a ruptura total; ou quando a totalidade de fibras de carbono encontra -se partindo, as fibras de vidro podem manter uma estabilidade parcial da peça. Geralmente todas as fibras de um estratificado estão rigorosamente retas e suportam igual tensão, portanto, a fibra é produzida na direção de solicitação, para melhor resistência à ruptura. Se essas fibras são elásticas, a energia liberada na ruptura é absorvida por elas e não transmitida para as fibras rígidas adjacentes. Os valores de carga de ruptura superam os que se poderiam obter com a mesma quantidade de fibra de carbono sem hibridação. Também a rigidez do estratificado, até um certo nível de esforço e para determinadas proporções de hibridação, é superior ao que se poderia obter, segundo a lei das misturas, o que oferece uma sinergia positiva.
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