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a educação da antiguidade até os dias atuais

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INTRODUÇÃO
Nesse trabalho a intenção é mostrar de forma compacta, as mudanças ocorridas nos paradigmas educacionais, desde o pensamento grego que se preocupava com a formação integral do caráter humano e o seu favorecimento para a convivência em sociedade, até o advento da modernidade com seu individualismo e pragmatismo que passa a priorizar formação técnica, posições sócias e econômicas. 
A busca do homem pelo conhecimento e o caminho que ele percorre até chegar aos dias atuais. E a importância da educação no contexto histórico e social desde a antiguidade.
DESENVOLVIMENTO
O índice de formação escolar vem aumentando a cada dia, mas isso não parece influenciar positivamente nos problemas éticos e sociais, afinal não é difícil encontrar pessoas com ética reprovável apesar de muitas vezes possuírem formação acadêmica. Mais importante que o caráter nos dias atuais é o status social, e financeiro que o desempenho em uma função lhe trará, independente do que sua ação acarretará ao coletivo. Se isso é positivo ou negativo não é fácil responder, mas cabe desde já uma reflexão entre o futuro da educação e o que vem acontecendo nos dias atuais. Afinal a educação é parte importante do crescimento de uma sociedade, é por meio dela que a humanidade pela vontade consciente e pela razão, transmite e conserva suas particularidades, seus valores e suas tradições.
Os gregos foram os primeiros a possuir um ideal de tradições e cultura como formação, para eles a educação era um processo de construção consciente. O conceito de Paidéia, através do qual a criança ia tornar-se um cidadão, possuía como objetivo formação do caráter com forte conteúdo de valores éticos, priorizando a formação de um homem digno e principalmente honrado.
Na idade moderna o homem divide-se entre o oficio, obter conhecimento, e os prazeres da vida. Como resultado houve uma divisão entre os conteúdos da educação, o método relacionado à mente e os conteúdos relacionados ao mundo passaram a possuir objetivos distintos. 
O isolamento da mente apartada do mundo e as teorias filosóficas que diziam não existir mundo além da mente individual faz com que o homem moderno lute por maior liberdade de pensamento, passando assim a receber as crenças herdadas com critica, não que as rejeitasse por completo, mas ele deseja a partir daquele momento formar suas próprias crenças, todos esses elementos culminaram na idade moderna numa revolução da crença de mundo.
A ênfase dada pelas teorias filosóficas à individualidade da mente foi o que permitiu que o individualismo intelectual gerasse o individualismo moral e social.
A separação entre as diversas áreas da vida, o isolamento da mente em detrimento do coletivo, instituem o individualismo moral, tornando então o homem, dono de uma mente egoísta, ficando difícil que ele pense no coletivo.
Vive-se a era do individualismo, promove-se a cultura do efêmero, do simulacro, o sucesso acadêmico se mede através do êxito que se tem social e financeiramente, os valores éticos antes tidos como fundamentais nas sociedades antigas para formação do homem – cidadão vem sendo deixados em segundo plano ou até esquecidos e substituídos por outros que se encaixem na pressa contemporânea, na busca de resultados cada vez mais autocentrados. O filosofo Gilles Lipovetsky (2004) chamou de processo de personalização esse fenômeno que vem cada vez mais diminuindo a interação principalmente social entre as pessoas. 
A educação então fica entre a dualidade, educa-se para a vida ou para o trabalho? Afinal não se pode esquecer que é ela a construtora da ética no nosso mundo já que é o meio que leva a reflexão sobre está mesma ética. O educador espanhol Antoni Zabala (1998) é defensor incondicional de uma educação que privilegie a formação para a vida, em sua concepção a escola é lugar de utopias.
O que não se pode ignorar é que o cidadão do mundo atual, precisa estar preparado para o mercado de trabalho tão exigente e competitivo. Deve-se então formar para vida, porém levando em conta a realidade do mundo que muda constantemente, basta olhar o caminho percorrido pela educação desde sua origem na antiguidade até os dias atuais.
Vários povos se desenvolveram na antiguidade, muitos deles não possuíam uma reflexão voltada para a educação, entretanto os gregos e os romanos se destacaram no que se referia à educação. Mas é na Grécia que nasce o conceito de Paidéia. Platão define Paidéia da seguinte forma: 
...a essência de toda a verdadeira educação, ou Paideia, é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento (JAEGER apud CAMBI, 1999, p.147).
Na Grécia o principal objetivo da educação era a formação do homem individual e de sua convivência na pólis, além de formar o homem formava-se o cidadão. O conceito de Paidéia não se designava apenas a educar o menino para se preparar para vida adulta, mas por toda vida, desenvolvendo todas as suas potencialidades, para que o homem se realiza como ser individual e único, como membro de um grupo, com fortes valores éticos e morais. Observe-se homem individual e não individualista.
A concepção grega de educação envolvia um alto grau de envolvimento ético, e elevação espiritual do ser humano, construção consciente permitindo ao homem “ser constituído de modo correto e sem falhas, nas mãos, nos pés e no espirito” (JAEGER, 1986.p 9).
Com o advento da modernidade e o Renascentismo Humanista, a educação sofre grandes mudanças, com o enriquecimento da classe burguesa ela passa a assumir padrões aristocráticos, almejar uma educação que forme o homem para os negócios, com tempo para o lazer, numa sociedade civilizada, padronizada.
A educação procura bases naturais, não religiosas, deixa para trás a disciplina rígida e autoritária da idade média, deixa espaço ao pensamento livre e critico ao mesmo tempo em que passa a moldar o individuo eliminando hábitos e costumes que não se enquadrem no novo conceito de sociedade burguesa, o argumento calculista, se estende a toda vida social, esse controle se oficializa também, pela criação de instituições para esse fim.
...classificação dos indivíduos e dos comportamentos, à criação de tipologias sociais diferenciadas (os loucos, os criminosos, os doentes, os pobres, os órfãos) que são estudadas e dirigidas em vista ou de integração produtiva na sociedade, ou de uma separação desta, para torna-la inofensivas. (CAMBI, 1999, p 200.201)
 Profundas alterações no contexto social e educacional passam a ocorrer, e muito embora o Renascimento procure trazer de volta a pedagogia essencialista, o individualismo crescente vestido de liberdade e o pragmatismo trazendo a ideia de que bom só é o que leva ao êxito, darão forma ao que hoje chamaríamos de existencialismo, a recusa aos valores e dogmas sociais e religiosos tradicionais.
Mesmo com as profundas mudanças causadas pelo individualismo persistente, há um processo que não muda: ninguém se educa sozinho. A educação é dialética e dialógica. Não existe processo de troca sem dialogo, e esse por sua vez não tem como acontecer sozinho.
”dialética e dialogo são-não podemos esquecer-irmãos gêmeos: ambas as palavras provém do prefixo dia (que indica reciprocidade...). a dialética, por conseguinte, nasceu incorporando através do dialogo, as razões do outro” (KONDER, no Prefácio de Dialética hoje, 1991.p.8).
A visão de mundo do homem é um processo dialético, onde ele sofre influencia, mas também influencia é sujeito em meio às relações dialéticas e históricas é um ser social e tudo que tem de humano nele é resultado da vida em sociedade afinal nem sempre o conhecimento é construído no ineditismo e para ensinar é preciso ter aprendido, a educação é peça chave da estrutura dialética o caminho para dare receber conhecimento, da mesma forma que tem o poder de unir posições contraria e administrar contradições, abandonar ou recuperar velhas formula mudar paradigmas, solidificar a visão do homem quanto à natureza, a coletividade, influenciar diretamente em sua visão de mundo.
CONCLUSÃO 
Concluímos que a educação passa de tempos em tempos por mudanças em seu paradigma, assim o mundo tem dado pistas do que espera os nossos jovens, a perca de valores, o individualismo social tem construído essa sociedade do consumismo. Mas a educação essa mola propulsora do conhecimento ainda pode abrir espaço para um mundo mais humano. É preciso que não se permaneça passivo, mas que se aceite o desafio de construir o novo, com valores éticos que possa abranger o bem estar coletivo. É da educação e da ética que vira o sentido da ação criadora desse novo Mundo, isto só será possível se os que herdarem esse futuro forem temperados com o conhecimento agrupado aos valores do bem.
O caminho a ser percorrido deve ser longo, mas o seu início precisa do agora, do presente, para que não venhamos a ser surpreendidos pelo futuro, que a cada século chega mais rápido.
REFERÊNCIAS
MARROU, Henri-Irénéé. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE. 4° Edição. Cidade: SÃO PAULO Editora E.P. V, 1975. 
MARQUES, Mario Osório. Conhecimento e Educação. Cidade: IJUI Editora Unijui, 1988.
GILLES, Lipovetsky. Os tempos hipermodernos. Cidade: S.I, Editora, Barcarolla, 2004.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Cidade: Lisboa, Editora Livros Horizonte, 1978 pág. 273.
CAMBI, Franco. História da pedagogia. Cidade: São Paulo, editora, UNESP, 1999.
JAEGER, Werner. Paidéia. Trad. Arthur M. cidade: São Paulo, editora Herde 19? 
ZABALLA, Antoni. A prática educativa como ensinar. Cidade: Barcelona, editora s.i Atlas, 20?
STRANG, Bernadete de Lourdes Streisky. ALMEIDA, Marcia Bastos. Fundamentos do processo Educativo no contexto Histórico-Filosófico. Cidade: Londrina: UNOPAR, 2014. Pág.200.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
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Trabalho de Elisangela Fantinati da Silva apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de pedagogia. 
Orientador: Professor José Adir Lins 
Machado.
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