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Direito Civil III

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Transmissão das Obrigações
Na Transmissão das Obrigações, temos 2 tipos: Cessão de Crédito e Assunção de Dívida.
Cessão de Crédito: Temos o credor e o devedor, tendo o devedor obrigações a realizar em benefício do credor, neste momento, credor originário, pois quando ele transmite a obrigação, torna-se cedente. Os personagens são: Cedente, quem transfere a obrigação, Cessionário, quem recebe os direitos transferidos e o Cedido, quem deve cumprir a obrigação (devedor).
Em regra, a cessão de crédito não implica na responsabilidade em relação a insolvência ou inadimplemento do cedido. (Cessão Pro Soluto)
Na Cessão Pro Solvendo, o Cedente tem responsabilidade sobre a insolvência ou inadimplemento do cedido.
Assunção de Dívida: Aqui, não temos a substituição do credor e sim, do devedor. Assunção de crédito é quando um terceiro assume a dívida. É necessário que o credor saiba e aceite este novo devedor, sem essa concordância, não pode haver a transmissão. Se o credor for comunicado e ficar em silêncio, entende-se como negativo. Se o novo devedor for insolvente e o credor não souber, o devedor primitivo continua obrigado. 
Adimplemento
É o cumprimento da obrigação, podendo ser pagamento direto ou indireto.
Pagamento direto – Requisitos:
1. Existência de um vínculo obrigacional
2. “Animus solvendi” intenção de pagar
3. Cumprimento da prestação
4. Existência da pessoa que efetuará o pagamento 
5. Existência da pessoa que receberá o pagamento
Quem deve pagar?
Terceiro interessado. Qualquer interessado, um fiado, por exemplo, pode pagar a dívida e ainda pode se valer dos meios de se exonerar.
 Se o credor se recusar em receber o pagamento do terceiro interessado, ele pode consignar o valor em juízo.
Se o credor receber a prestação, fala-se que o terceiro SUB-ROGOU os direitos do devedor. 
Terceiro não interessado: Ele não tem interesse jurídico, mas tem outro, podendo ser social, econômico, afetivo, etc. Ele pode pagar em seu nome ou no nome do devedor. Quando paga em nome próprio, só tem o direito de ser reembolsado, e nada mais, não sub-roga os direitos do credor.
Quando paga em nome do devedor: Se o credor se recusar, o valor pode ser consignado em juízo, e neste caso não se sub-roga, é considerada uma doação. 
A quem se deve pagar?
Para ser válido, deve ser pago ao credor ou representante do credor, aquele que a lei determina. Por exemplo, pais em relação ao filho menor, judicial (quem o juiz determina) ou convencional (estipulado pelas partes).
Exceções:
1. Quando se paga a um terceiro e o credor confirma o pagamento.
2. Quando o devedor comprova que o valor foi repassado de um terceiro ao credor, mesmo que este não confirme.
3. Quando se paga a um credor putativo, ou seja, imaginário. Não é o credor de fato, porém tem aparência jurídica de credor. O devedor deve estar de boa-fé. Por exemplo, o devedor deve a um casal, e eles morrem, o devedor paga ao herdeiro, mas depois descobre que ele é filho indigno, pois ele mesmo matou os pais. 
Objeto de pagamento
É a prestação. O credor tem o direito de receber exatamente o que foi pactuado, ainda que seja mais valiosa. (Art. 313) 
Se nada foi pactuado, o devedor ou credor não podem receber ou pagar parceladamente (Art. 314)
Quando por motivos imprevisíveis, o valor de uma prestação aumenta significativamente, o juiz poderá corrigir, dento do possível.
Dívida em dinheiro: Deverão ser pagou no vencimento, em moeda corrente e no valor nominal. 
Obs: São NULAS as obrigações pagas em ouro ou moeda estrangeira. 
O devedor que paga tem direito ao instrumento de quitação, uma garantia. Se não lhe for dado esta garantia, ele pode reter o pagamento. (Art. 319)
Lugar do Pagamento
Em regra, se nada estiver estipulado pelas partes, o pagamento deverá ser feito no domicílio do devedor.
Se for pagamento de imóvel, um aluguel, por exemplo, o pagamento deverá ser feito no lugar do bem, no imóvel. (Art. 328)
O pagamento feito em outro local, faz presumir a renúncia do credor em relação ao que foi previsto em contrato.
Tempo de Pagamento
Se nada foi estipulado, pode ser cobrado imediatamente. (Art. 331)
Se houver uma data anteriormente determinada, deve ser cumprida. (Art. 332)
A data de pagamento poderá ser antecipada em caso de falência do devedor e dos demais previstos, isso porque há um risco de insolvência. 
Inadimplemento
É o não cumprimento da obrigação ou cumprimento defeituoso da mesma. Precisa ser agido com culpa. Existem 2 espécies:
Inadimplemento Absoluto: Quando não há mais intenção de que o devedor cumpra a obrigação. Por exemplo, você contrata um cantor para o casamento, e este não comparece. Houve o inadimplemento, e você não precisa mais do serviços dele.
Mora: Quando há o inadimplemento, mas o credor ainda tem o interesse de receber a obrigação. Por exemplo, Fulano deve 10 mil reais à Orlandino, e ele deveria pagar até o dia 5. Mas Fulano não paga, houve um atraso no pagamento. Mas Orlandino ainda quer receber o dinheiro de Fulano.
Mora do devedor:
Mora “exre”: É a regra. O descumprimento do prazo já incide o devedor em mora.
Mora “ex persona”: O devedor é notificado judicialmente ou extrajudicialmente, estabelecendo o prazo e se o prazo não for cumprido, ele incidirá em mora.
Efeitos: O devedor que está em mora responde por todos os prejuízos que causar + juros + atualização monetária + honorários advocatícios. Responderá também por todos os prejuízos que causar, ainda que ocorra o caso fortuito ou força maior, salvo se comprovar que o dano se daria da mesma forma caso tivesse cumprido a obrigação.
Mora do credor: 
O credor também pode incidir em mora. Por exemplo, se ele combinar datas com o devedor e não comparecer, recusar o recebimento injustificadamente.
Efeitos:
Isenta o devedor da responsabilidade da conservação da coisa, salvo se este agir com dolo. Obriga o credor a ressarcir ao devedor todas as despesas empregadas para conservação da coisa. 
Mora simultânea: Tanto o credor quanto o devedor estão em mora. Neste caso, casa um arcará com seu prejuízo, caso ocorra. 
Arras e Sinais
Prefixação convencional, parecida com a Cláusula Penal. As duas têm como função a prefixação convencional da indenização. Devem estar estabelecidas no momento em que foi pactuada aquela relação, no momento do contrato, ou também pode estar em um documento apenso. O que importa é que deve estar estabelecida antes do inadimplemento. Arras ou sinal é a obrigação acessória, onde o devedor efetuará o início do pagamento através de um valor ou entrega de um bem como garantia de cumprir a obrigação. Esse bem não poderá ter o mesmo valor do negócio jurídico que se pretende realizar, pois desta maneiras seria considerado um contrato de permuta ou troca. Assim como, o valor do sinal ou arras não pode ser igual ou além ao valor da obrigação principal, pois desta maneira se daria um contrato de compra e venda. 
Podem ser:
Confirmatórias: De acordo com o CC, se nada foi estipulado no contrato, é configurado arras confirmatórias. Se a parte DEU o sinal e desiste no negócio jurídico, ela perde o sinal. E se o devedor conseguir provar que os gastos que ele teve foram maiores que o próprio sinal, pode-se falar em perdas e danos.
Se aquele que RECEBEU p sinal, desiste do negócio jurídico, ele devolve o valor e ainda deve pagar o equivalente ao valor do sinal. Se o credor comprovar ainda que os gastos que ele teve foram maiores, também pode exigir perdas e danos. Por exemplo, A dá um sinal a B de R$10.000,00. S e A desiste, ele devolve o valor e ainda deve pagar equivalente os R$10.000,00 + R$10.000,00 que irão sair do próprio bolso dele. Aqui, não admite-se arrependimento, mas admite-se indenização suplementar.
Penitenciais: Devem estar expressas no contrato. Nesta modalidade, admite-se cláusula de arrependimento e devido a isso não há de se falar em perdas e danos. Se aquele que Deu desiste do negócio jurídico, ele perde o sinal. Se aquele que RECEBEU desiste do negócio jurídico, ele devolve o valor e deve pagarequivalente ao valor do sinal. Aqui, admite-se arrependimento, mas não indenização suplementar.

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