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Tecnologia e Desenvolvimento – EAE 0510 - Professor Roberto Vermulm Leitura: Teoria do Desenvolvimento Econômico – Schumpeter, capítulos 1, 2, 4 e 6 Cap. 1 - Fluxo circular A experiência/rotina/repetição mostra ao produtor o que e quanto produzir, e a que preço ofertar. Se houver variação no mercado, o produtor reluta mudar, mas se adapta quando percebe as circunstâncias. Equilíbrio garantido porque a produção ocorrerá de acordo com a demanda conhecida. O produto se esgota na remuneração dos fatores de produção, o que significa que não há lucro. O produtor combina fatores de produção para gerar produtos demandados pelos consumidores produtor não tem papel significativo, reino é do consumidor. Situação normal da economia é o equilíbrio. Cap. 2 – Desenvolvimento Econômico Desenvolvimento Econômico Longo Prazo Conceito atrelado às ideias de: mudança radical, transformação, ruptura. Primeira aproximação sobre o conceito de Desenvolvimento Econômico (DE). Decorre de mudanças radicais descontínuas espontâneas dentro do sistema econômico na esfera da produção Produzir é combinar meios produtivos em determinadas proporções para gerar um produto. Segunda aproximação sobre DE: DE decorre de novas combinações de meios produtivos. DE decorre da Inovação. Invenção: criação de algo novo. Inovação: é introduzir uma nova combinação de meios produtivos no sistema econômico. Difusão: disseminação da inovação. Tipos de inovação 1. Inovação de Produto 2. Inovação de Processo 3. Inovação de Mercado, conseguir um mercado novo (exemplo: exportação) 4. Nova fonte de matéria prima 5. Nova organização industrial Hoje em dia também se fala em inovação de modelo de negócios. Elementos do Desenvolvimento Econômico 1) Nova combinação de meios produtivos As empresas do fluxo circular relutam em inovar dada a incerteza envolvida com a inovação. As empresas do fluxo circular não dispõem de recursos financeiros para inovação. Inovação será realizada por novas empresas. 2) Crédito Crédito oferecido pelos bancos (capitalistas) antecipação (criação) de poder de compra. Crédito antecede a produção. Empreendedor é devedor antes de ser produtor. O empreendedor demanda meios produtivos. Sobe preços de meios produtivos Inflação creditícia Quando ocorre a produção, o empreendedor irá amortizar o empréstimo, inflação creditícia é transitória. O juro cobrado pela concessão do crédito funciona como um freio, imposto, que reduz o DE. 3) Empresário Este é o elemento mais importante. Ser empresário é exercer uma função social (realizar novas combinações). Não é deter meios produtivos. Não é herdado. Indivíduo com características: ousadia, alegria de criar, liderança. Fora do fluxo circular tenho incerteza, não prevalece a racionalidade tradicional, a intuição é importante. Reação contrária do ambiente: i) Antigos empreendedores ii) Falta de cooperação entre elos da cadeia produtiva iii) Conquistar mercados Lucros e ciclos Lucro equivale à contribuição do empresário para a produção. A contribuição do empresário é inovar. Lucro vai além dos custos. Se a inovação for de processo: A inovação de processo objetiva a redução de custos (ganho de produtividade). Mas também contribui para elevação dos preços dos meios produtivos. Haverá lucro se os ganhos de produtividade não forem completamente repassados para os preços dos bens produzidos com a inovação. Conclusões: Lucro decorre da dinâmica capital-capital, concorrência, origem na inovação. Lucro é uma categoria temporária, dura enquanto a economia não absolver os ganhos da inovação (difusão). Inovação cria monopólio, e monopólio não é visto como imperfeição de mercado. Se a Inovação for de produto: O empresário “impõe” o preço do produto. A base/referência do lucro é a própria valorização do produto. Com o lucro de vários empresários tem início o período de prosperidade que começa 1) no mercado de crédito, sobe taxa de juros 2) na construção civil 3) bens de capital, máquinas e equipamento 4) insumos 5) trabalhadores Impactos da inovação são diferentes nos setores (economia neoclássica não considera essa diferença). Lucro empresarial Lucro atrai um enxame de empresários. Prosperidade: sobe poder de compra, sobe preço dos meios de produção, sobe salários, sobe fretes, sobe juros, crescimento do PIB. Mas 1) com o aumento do preço dos meio produção pressão nos custos 2) aumento nos juros pressão nos custos freio à inovação 3) barateamento dos meios de consumo leva a um aumento do salário real 4) preço dos bens finais cai com a difusão Lucro cai (lucro é temporário) Depressão é natural, é um ajuste ao novo patamar do fluxo circular. Leitura: Capitalismo, Socialismo e Democracia – Schumpeter, cap. 7 O Processo de Destruição Criadora Capitalismo é um processo evolutivo. É um método de transformação econômica e não tem caráter estacionário. Caráter evolutivo não se deve a um aumento da população e do capital, ou às variações do sistema monetário. Impulso fundamental procede dos novos bens de consumo, novos métodos de produção, novos mercados e novas formas de organização industrial, ou seja, inovação. É este o processo que revoluciona incessantemente a estrutura econômica a partir de dentro, destruindo o antigo e criando elementos novos: destruição criadora. O que conta de verdade na concorrência não é o preço. Mas a concorrência de novas mercadorias, novas técnicas, novas fontes de suprimento, novo tipo de organização. Concorrência que determina uma superioridade no custo ou na qualidade e que fere não a margem de lucros e a produção das firmas existentes, mas seus alicerces e a própria existência. O homem de negócios sente-se cercado pela concorrência mesmo quando está sozinho no seu campo. Em muitos casos, essa pressão forcará a longo prazo um comportamento semelhante a um sistema de concorrência perfeita. Leitura: Salário, preços e lucros – Marx Valor Mercadoria Tempo de trabalho socialmente necessário à produção da mercadoria (condições médias de produção). 1) Aumento de produtividade queda no valor mercadoria 2) Diferentes produtividades diferentes distribuições do valor Valor Força Trabalho (v) Valor definido pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produção e reprodução da força de trabalho. Departamento 1 e Departamento 2 D1 produção dos meios de produção D2 produção dos meios de consumo Produtividade no D2 cai valor da força de trabalho Mais-valia (m) equivale ao valor do produto (ou tempo) excedente Valor novo (v+m) Composição do valor(W): W = c + v + m c = valor morto, pretérito, materializado W determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário à produção. (c+v) = capital investido (v+m) = valor novo criado Exemplo: carga de trabalho de 8 horas: Como aumentar m? Aumentar a produtividade em D2 (meios de consumo) Inovação tecnológica diminui a necessidade de horas para gerar v. E isto leva a um aumento de produtividade em D1. Tanto D1 e D2 tem incentivos para conseguir maior produtividade. Ganhos no D2 beneficiam tanto D1 quanto D2. Progresso técnico: -no D1 gera mais m mas é transitório, dura até se difundir. -no D2 o ganho é permanente. Lucro está na esfera do preço, mais-valia está na esfera do valor. A mais-valia equivale ao lucro para Schumpeter, mas para Schumpeter lucro é transitório. Para Marx, a mais-valia é permanente. Fundamentos diferentes para o mesmo fenômeno. O que Marx chama de super-lucro equivale ao lucro de Schumpeter. Marx e Schumpeter não conseguem analisar o capitalismosem passar pelo progresso técnico. Leitura: Giovanni Dosi - Technological Paradigms and Technological Trajectories http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/296 Paradigmas e Trajetórias Tecnológicas O que move a inovação: a) mercado comanda b) determinismo tecnológico a) Mercado (demanda) comanda Motor da inovação: demanda/consumidor Consumidor manifesta/revela preferências Mudança em preço relativo => informa a oferta => produção Críticas: 1. Pode explicar inovações incrementais, mas certamente não explica as inovações radicais. Informação sobre mercados existentes, mas nenhuma informação sobre novos mercados. 2. A tecnologia é reativa. 3. Mercado produção (relação mecânica e automática) 4. Insuficiente para explicar o predomínio de uma tecnologia sobre outra. 5. Menospreza a capacidade de inovar da empresa. b) Determinismo tecnológico Ciência Tecnologia Produção Mercado Críticas: 1. Autonomia absoluta do conhecimento em relação ao mercado 2. Não incorpora a interação C&T e mercado. 3. Não admite determinações econômicas Paradigma Tecnológico Dosi Tecnologia envolve: Conhecimento teórico (porém aplicável, ainda que pela primeira vez) Conhecimento prático Tentativa e erro Conhecimento tácito Equipamento Paradigma tecnológico é um modelo e um padrão de solução de problemas tecnológicos selecionados, baseado em princípios selecionados derivados das ciências naturais e de selecionadas tecnologias dos matérias. Direção da mudança técnica Paradigmas limitam as opções tecnológicas. Trajetória tecnológica Trajetória é o caminho/evolução de um paradigma. Admite-se a existência de mais de uma trajetória de um mesmo paradigma, porém a predominante não é conhecida ex-ante porque há incertezas (técnicas, econômicas, financeiras). Leituras: Baptista, M.A.C. A abordagem Neo-Schumpeteriana: Desdobramentos Normativos e Implicações para a Política Industrial. Tese de doutoramento. Campinas, 1997. Possas, M.L. “Em direção a um Paradigma Microdinâmico”, in E.J. Amadeo (ed.), Ensaios sobre Economia Política Moderna: Teoria e História do Pensamento Econômico, Editora Marco zero, São Paulo, 1989. Teoria evolucionista A empresa permanentemente busca inovação. Motivada seja pelo ambiente competitivo seja por determinação própria. O resultado do processo de busca é não determinístico (sucesso ou fracasso) porque nesse processo existem incertezas. Não vale a racionalidade ilimitada, o processo de maximização de uma função objetivo (pressupõe conhecimento perfeito). As empresas se comportam segundo suas rotinas. Rotinas Rotina é a forma mais importante da empresa armazenar seu conhecimento. Curto prazo: preço, quantidade. Longo prazo: investimento, aquisições, P&D. É programada. É mutável, mas é estável. Envolve conhecimento tácito. Envolve escolhas. Assimetria entre empresas. (Porém há tipologia, há determinados tipos que aparecem com mais regularidade). Com base nas rotinas, empresas definem objetivos + metas. Estratégias das empresas A estratégia tecnológica envolve: -Investimento em P&D -Alianças estratégicas em P&D e instituições de pesquisas independentes. -Aquisição de empresas como instrumento de aquisição de conhecimento. Trajetória tecnológica da empresa O passado da empresa define o presente e o futuro. A trajetória depende de três características do progresso técnico. 1. Oportunidades Tecnológicas (Maturidade do progresso técnico) Novo paradigma muitas oportunidades instabilidade da estrutura de mercado 2. Cumulatividade do Progresso Técnico Inovações incrementais para viabilizar uma trajetória. Empresa deve avançar em um paradigma para transitar para outro paradigma. A inovação em produto ou processo gera a conquista de conhecimento que está na vizinhança da inovação de produto ou processo. Maior cumulatividade menor difusão maior concentração de mercado 3. Apropriabilidade (detenção privada) Maior apropriabilidade menor difusão maior concentração de mercado Maior cumulatividade maior apropriabilidade maior concentração de mercado Mecanismos da Difusão Tecnológica (voltando ao texto do Dosi) 1) P&D mecanismos de aprendizado 2) Mecanismos informais: learning by doing/using. 3) Externalidades intra e inter setorias -Mobilidade de mão-de-obra -Integração inter-setorial (bens de capital) -Serviços técnicos especializados (Tecnologia Industrial Básica + Desenvolvimento) Obs: Setores diferentes tem padrões setoriais de inovação e de difusão. Inovar é um processo coletivo de trabalho (instituições). Leitura: Pavitt, Keith. “Sectoral Patterns of Technical Change: Towards a Taxonomy and a Theory”, in Research Policy, 13 (!984) pp 343-373. Republicado na revista Brasileira de Inovação, nº 2, vol. 2, FINEP, 2003. Padrões Setoriais de Inovação e Difusão (tipologia Pavitt) 1) Setores dominados por fornecedores (receptores de progresso técnico). A origem da inovação está fora destes setores, está nos fornecedores (insumos e bens de capital). Prevalece as inovações de processo. Objetivo das inovações é a redução de custos. Baixa intensidade de P&D ( 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑃&𝐷 𝐹𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ). Principal fator de concorrência: preço. Estruturas de mercado mais abertas. 2) Setores intensivos em escala São os setores: -Bens de consumo duráveis (p. ex.: carro) -Bens intermediários -Bens de baixo valor agregado (produtos homogêneos, commodities). Origem da inovação: -Fornecedores (bens de capital; partes, peças e componentes) -Também intra-muros (P&D interna). Prevalecem inovações de processo e de produto no caso da indústria de montagem. Objetivam redução de custos e diferenciação de produto (indústria de montagem). Um conjunto de conhecimento complexo. Elevado gasto em P&D. Com baixa intensidade de P&D (devido a escala). Economia de escala estáticas (escala de produção) e dinâmicas (conhecimento). Principais fatores de concorrência: preço e produto (nos casos da diferenciação). Estruturas de mercado mais concentradas. Presença de grandes empresas. 3) Setores de ofertantes especializados -Máquinas e equipamentos -Instrumentação Predominam as inovações de produto. Deter conhecimento para projetar/conceber/desenhar produtos é estratégico. Origem da inovação: -P&D interno -Articulação com grandes usuários -Articulação com fornecedores de partes, peças e componentes. Principal fator de concorrência: -Performance de produto -Preços, sobretudo em produtos maduros. 4) Setores intensivos em ciência Para neoschumpterianos, complexo são só atividades com mesma base técnica. Exemplo: Complexo eletrônico: tele equipamento, microeletrônica (componentes), linha marrom (áudio e vídeo), linha cinza (informática), automação industrial, software, instrumentação. De 7% a 10% de intensidade tecnológica. Complexo químico de 11% a 12% de intensidade tecnológica (exemplo: farmácia). Origem da inovação: -P&D intensa intra-muros -Infra-estrutura de C&T (ICTs = Institutos de pesquisa + universidades) Intensivos em conhecimento atuam na fronteira do conhecimento técnico e científico. Estruturas de mercado mais concentradas: -Apropriabilidade alta -Cumulatividade -Muitas oportunidades tecnológicas -Elevado volume de investimento em P&D. Leitura: Freeman, C.e. Soete, L. A economia da Inovação Industrial. Editora da UNICAMP, Campinas, 2008. S/ Estratégias Tecnológicas (cap. 11). Tipologia Freeman – Estratégias Empresariais Empresas inovam tendo como determinação: -Paradigmas e trajetórias tecnológicas -Pavitt: determinação setorial Ainda restamalternativas à decisão empresarial variando estratégia em um mesmo segmento de mercado, porém dentro de limites. Diferentes estratégias para diferentes segmentos de mercado. Metodologia define critérios para tipificar as estratégias. Obs: é preciso levar em consideração o ambiente, não dá para aplicar sem adaptações em qualquer lugar. Estratégia ofensiva Objetiva a liderança técnica e econômica. Se envolve em projetos realmente inovadores (produtos e/ou processos). Se envolve em programas de desenvolvimento longo prazo, podendo chegar até uma década. Capacidade de planejamento de longo prazo. Fontes de conhecimento: -P&D própria -P&D na infra-estrutura de C&T = ICTs (universidades + institutos de pesquisa) Acesso às ICTs é importante Realiza pesquisa básica orientada. Patente é importante garantia da renda monopolística Formação RH para P&D e para formar o mercado. Estratégia defensiva Também tem elevada intensidade de atividade tecnológica, não pretende correr muito risco porém não deseja se distanciar da ofensiva. Aprende com a trajetória da ofensiva. P&D realizada é de natureza diferente daquela efetuada pela ofensiva. Diferenciação produto/processo Acontece com defasagem temporal em relação à ofensiva. Aspectos fundamentais: agilidade de reação, engenharia de desenho, desenvolvimento experimental. Estratégia imitativa Admite a defasagem. Não pretende disputar liderança de mercado/técnica. Fonte de tecnologia é o licenciamento. Compete com base em baixos custos: Decorrente da não P&D4 Vantagens de acesso à matéria-prima Vantagens de mão-de-obra barata Vantagens de baixo custo de capital Mercado cativo Estratégia dependente Estratégia cuja mudança técnica é impulsionada de fora da empresa. É o caso de empresas satélites (girando ao redor de uma grande empresa indultora de mudança tecnológica). Chance de “morte” é grande: baixa capacitação tecnológica. Estratégia tradicional Pouco muda/inova. Mudança na tradicional, geralmente, é imcremental. Estratégia oportunista Nichos de mercado Leitura: Womack, J., Jones, D.T. e Roos, D. A Máquina que Mudou o Mundo. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1992. (cap. 2 e 3) Produção artesanal 1) Força de trabalho -Possui pouco conhecimento de todo processo produtivo. -Tem capacidade para projetar, operar máquinas e instrumentos, ajustes e acabamento. -Baixa divisão do trabalho, baixa produtividade do trabalho. 2) Características de produção -Baixo volume de produção. -Diferenciação de projetos, produtos sob encomenda. -Grandes ajustes, produtos diferentes entre si. -Máquinas não usinavam peças endurecidas (bens de capital insuficientes). 3) Produtos -Não padronizado alto custo -Manutenção cara -Veículo não amigável (difícil de usar) Produto de luxo Produção em massa Aumento da produção, melhoria na qualidade dos produtos, redução de custos. Massificação do consumo Essência da produção em massa: intercambialidade de peças. Pressupõe padronização de peças metrologia Controle de qualidade + normas = TIB (Tecnologia Industrial Básica) Avanços técnicos na indústria de máquinas = possibilidade de usinagem metálica em materiais endurecidos Viabiliza fim dos ajustes Evolução do sistema de plataformas: 1º passo (1907/8): levar as peças até o montador 2º passo (1908): especialização, maior divisão do trabalho 3º passo (1913): plataforma móvel Cresce escala de produção. Em 1920, Ford produz 2 milhões de Ford T. Características da produção em massa 1) Força de trabalho Trabalho muito especializado devido à alta divisão do trabalho pouco qualificado Treinamento é mais rápido e mais barato. Consequências ruins para saúde física e mental ausências no trabalho Novos postos de trabalho: -mecânicos para manutenção de máquinas/ferramentas -faxineiros -controle de qualidade -reparos no produtos montado -supervisor -engenharia de produção, também se torna especializada 2) Organização Industrial Verticalização elevada da produção Internacionalização (Ford em 19 países em 1926) 3) Ferramentas Evolução técnica de bens de capital, possibilitando a usinagem de matérias endurecidos. Máquinas especializadas de alta produtividade. Grande produção a baixo custo. Organização do processo de produção dispõe as máquinas sequencialmente. Várias peças em usinagem ao mesmo tempo. 4) Produto Padronizado Mais barato Mais fácil para reparar e fazer manutenção Mais fácil para dirigir (amigável) Problemas de qualidade retrabalho Limites 1. Excessiva verticalização. 2. Transbordamento para outras áreas de negócio. 3. Grande centralização do processo decisório. 4. Concorrência entre grandes montadores, grande concentração e centralização do capital. 5. Desestímulo da força de tralho (problemas de vício e saúde dos trabalhadores). Produção enxuta – Toyotismo Desenvolvida pela Toyota no início dos anos 50. Tamanho do mercado japonês era limitado. Necessidade de aproveitamento da segmentação de mercado. Diversificação da pauta de produtos necessidade de produção com flexibilidade (economias de escala + economias de escopo) Menor estoque de peças (menor custo). Lotes de produção menores. Os problemas de qualidade aparecem antes da conclusão do produto final (menor custo). Problemas trabalhistas decorrentes da crise do início dos anos 50 levam a: Demissão de 25% da mão de obra empregada Emprego vitalício Remuneração por tempo de serviço Parcela da remuneração por resultado Na produção enxuta o trabalhador se torna mais cooperativo. Possibilidade de introdução de melhoramento ao longo do processo produtivo, identificação de problemas que podem ser solucionados na própria produção. Possibilidade de parar o processo de produção quando o problema é identificado. Montagem de grupos de trabalhadores para resolver problemas e suas motivações. Equipes: -desempenham diferentes funções -coordenador contribui para o processo produtivo -faxina realizada pela equipe -controle de qualidade -reparos às ferramentas e produtos defeituosos Melhoria na qualidade redução de custos Muda a relação com fornecedores. Estrutura piramidal de suprimento, sendo o 1º nível (co-designers, submontagem) que mantem relação direta com os montadores. Fornecem just-in-time Reduzir estoques A montadora é menos verticaliza. Sistema de especialização de plantas para funcionar de forma global precisam de mercado livre. Produtos Maior grau de diferenciação de produtos. Maior proximidade com mercado consumidor. Custos mais baixos. Ganho de qualidade dos produtos. Flexibilidade de produção As montadoras são menos verticalizadas. Leitura: Coutinho, L.G. “A terceira Revolução Industrial e Tecnológica”, in Revista Economia e Sociedade nº1, Campinas, 1992. Tendências da Revolução Industrial e Tecnológica 1) Importância do complexo eletrônico -Microeletrônica (=componenetes) -Informática -Software -Bens eletrônicos de consumo -Tele equipamentos -automação industrial Convergência tecnológica redefinindo os limites da produção industrial Duas dimensões da importância crescente do complexo eletrônico: i) Diversificação e integração da eletrônica com a produção industrial em geral (mudança em produtos e em processo). ii) Integração da eletrônica com a mecânica mecatrônica Também com biotecnologia e nanotecnologia. 2) Novo paradigma da produção industrial Automação Integrada Flexível a) Automação eletrônica (controles computadorizados) i) automação de processo (CLP – Controlador Lógico Programável, SDCD – Sistema Digital de Controle Distribuído) -Otimizaçãode processo -Aperfeiçoamento dos fluxos de produção -Controle sobre a produção (+ flexibilidade) II) Automação da manufatura -Maquinas Ferramentas CNC (Comando Numérico Computadorizado) -Robótica b) Integrada -Integração de máquinas e equipamentos que são comandadas por computadores. -Integração de diferentes áreas da empresa. c) Flexível -Produção customizada (economias de escala + economias de escopo) -Maior integração com fornecedores e clientes. 3) Revolução nos processos de trabalho Decorre da Automação Integrada Flexível Maior participação direta do trabalhador na produção e programação da máquina Trabalhador com mais conhecimento Redução de níveis hierárquicos Maior nível de conhecimento tácito Maior cooperação: muda relação capital-trabalho 4) Transformação nas estruturas e estratégias das empresas a) Estrutura -Os grandes grupos econômicos tem fortes presença nos setores geradores e transmissores de progresso técnico -Participação cruzadas entre elos da cadeia produtiva -Boa relação entre capital industrial e capital financeiro b) Cooperação entre empresas -Redução de estoque, redução de custos, desenvolvimento conjunto c) Cooperação com força de trabalho 5) Novas bases de competitividade Sistemas de competitividade: -Macro -Interação de empresas com ICTs, interação entre público (universidades e institutos de pesquisa) e privado. SNI (Sistema Nacional de Inovação) 6) Globalização -Financeira -Sourcing -Competitiva -P&D 7) Alianças Estratégicas -Joint ventures -Projetos cooperativos -Consórcios -Alianças estratégicas Leituras: Nelson, R.R. As fontes do crescimento econômico, ed. UNICAMP. (cap. 10) Vermulm, R. e Bruginsky de Paula, T. “O Desafio do Futuro: As Políticas para Ciência, Tecnologia e Inovação”, in Marques, R.M. & Bocchi J.H. (coord.). Editora Saraiva, São Paulo, 2007. Vermulm, R. “Tecnologia e Riqueza Nacional”, versão preliminar, 2013. CIÊNCIA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO I. PANORAMA INTERNACIONAL • Campo privilegiado de “intervenção estatal” • Concentração da atividade de P&D a) Entre programas de pesquisa: TICs, nanotecnologia, biotecnologia, materiais, ótica b) Entre países, com destaque para Estados Unidos (41%), Japão (14%), e Alemanha (9%), que foram responsáveis por 64% da P&D da OCDE, em 2009. A China gastou o equivalente a 20% dos gastos da OCDE em 2011. É o segundo país com maior investimento em P&D no mundo. POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA I. PANORAMA INTERNACIONAL Países com menor estágio de desenvolvimento investem menos de 1% do PIB (Brasil 0,9% 2004, 1,11% em 2008 e 1,21% em 2011) A China investiu 1,8% do seu PIB em 2011 Alguns países, tais como Taiwan (2,5%), Cingapura (2,3%), Israel (4,4%), Finlândia (3,9%), têm aumentado muito a sua intensidade de P&D, alcançando padrão dos países mais desenvolvidos c) Entre setores industriais Complexos químico + elétrico eletrônico: na Alemanha (30%), no Japão (42%) e nos USA (35%) Mais automotiva: na Alemanha (63%), no Japão (57%) e nos USA (40%) Mais aeronáutica e aeroespacial: na Alemanha (65%), no Japão (58%) e nos USA (50%) Intensidade (P&D/Valor Adicionado), em % Atividades Industriais Vários Países USA 1999 2000 Indústria Total 5,7 8,5 ____________________________________________________ ALTA TECNOLOGIA Aeroespacial 31,6 20,8 Farmacêutica 25,3 20,2 Máquinas p/ Escrit. e Informática 15,4 30,7 Áudio/Vídeo e Teleequipamentos 25,7 18,6 Instrumentação 11,4 30,2 ____________________________________________________ MÉDIA ALTA TECNOLOGIA Elétrica 4,3 9,6 Automobilística 13,6 15,4 Química menos Farmac. 7,3 8,0 Máquinas e Equipamentos 4,9 5,5 ____________________________________________________ MÉDIA BAIXA TECNOLOGIA Refino Petróleo, Energia Nuclear 4,0 3,1 Borracha e Plástico 2,6 2,9 Metalurgia 1,2 1,6 ____________________________________________________ BAIXA TECNOLOGIA Papel, Celulose e Editorial 0,4 1,6 Alimentos, Bebidas e Fumo 0,9 1,1 Têxtil, Vestuário e Calçados 0,6 0,5 POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA I.PANORAMA INTERNACIONAL P&D / FAT - USA 2008 Indústria Total 3,5% Equipamentos para produção de semicondutores 28,8% Componentes Eletrônicos 20,2% Teleequipamentos 13,3% Indústria Farmacêutica 12,2% Instrumentação Médica 8,1% Indústria Química 6,1% Produtos Plásticos e de Borracha 1,1% Produtos de Madeira 0,7% Indústria Têxtil 0,6% Indústria de Alimentos 0,4% Razões da concentração da atividade de P&D : • elevado custo da P&D • elevada densidade de conhecimento científico • a P&D é concentrada nos setores geradores de progresso técnico SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO - > processo coletivo de trabalho, envolvendo o conjunto das instituições na busca de inovações d) Concentração das patentes • os maiores mercados possuem o maior número de patentes • os países desenvolvidos concentram a propriedade de patentes • nos Estados Unidos, cerca de 49% das patentes pertencem a residentes norte-americanos • entre 1985 e 2010, os países que detinham mais patentes nos Estados Unidos eram o Japão e a Alemanha. Esses três países concentraram em 2010, cerca de 75% das patentes concedidas nos Estados Unidos • entre 1995 e 2010, China multiplicou por 19 o nº de patentes concedidas nos Estados Unidos, a Índia por 29 e Coréia do Sul multiplicou por 10. O Brasil multiplicou por 3. Número de Patentes Concedidas nos Estados Unidos, por ano de concessão Países 1985 1995 2000 2005 2010 Total de patentes concedidas 71.661 101.417 157.489 143.805 219.642 Patentes de Residentes (nº) 39.556 55.600 84.721 74.264 107.154 Patentes de Residentes (%) 55,2 54,8 53,8 51,6 48,8 Patentes de não Residentes 32.105 45.817 72.768 69.541 112.488 Principais Países detentores de patentes nos Estados Unidos Países 1985 1995 2000 2005 2010 Japão 12.746 21.795 31.338 30.361 44.905 Alemanha 6.718 6.608 10.255 9.038 12.380 Coréia do Sul 41 1.166 3.331 4.364 11.655 Taiwan 174 1.624 4.704 5.114 8.233 Canadá 1.342 2.098 3.399 2.917 4.854 França 2.400 2.819 3.838 2.903 4.478 Reino Unido 2.494 2.501 3.685 3.153 4.383 Itália 919 1.092 1.702 1.315 1.840 China 168 326 744 3.213 Suécia 857 803 1.583 1.131 1.433 Índia 10 40 141 401 1.143 Brasil 30 63 102 75 181 México 32 45 79 82 101 Patentes Concedidas por Países Países 1985 1990 1996 2000 Japão 50.100 59.401 215.100 125.880 % não residentes 15,5 15,2 12,7 10,8 Alemanha 33.377 42.860 55.444 41.585 % não residentes 60,4 61,2 64,3 59,4 França 37.530 35.149 49.245 36.404 % não residentes 73,8 74,6 75,7 71,7 Reino Unido 34.480 32.179 44.335 33.756 % não residentes 82,3 86,4 90,3 87,6 Canadá 18.697 14.187 7.145 12.125 % não residentes 92,8 92,2 90,1 90,8 Coréia do Sul 2.268 7.762 16.516 34.956 % não residentes 84,6 67,1 49,6 34,4 Itália 47.924 17.794 37.935 24.937 % não residentes 79,0 98,7 78,2 81,0Índia * 1.814 1.611 1.020 2.160 % não residentes 76,2 81,0 64,8 70,7 Brasil 3.934 3.355 1.487 6.235 % não residentes 84,6 86,5 87,3 89,4 México 1.374 1.752 3.186 5.527 % não residentes 93,4 92,0 96,4 98,0 * Em 2000 dados ñ disponíveis; considerado ano de 1999 FORMAS DE “INTERVENÇÃO DO ESTADO” 1. Execução da P&D Despesas com P&D, por Executor 2003( %) Países Empresas Governo Educação Superior OCDE 70 11 17 EUA 73 11 13 Japão (2007) 78 8 13 Alemanha 70 14 16 França 63 20 16 Reino Unido 64 8 25 Canadá 54 10 35 Itália (2007) 51 13 33 Coréia do Sul (2007) 76 12 11 China (2007) 72 19 9 Espanha (2007) 55 18 27 Portugal (2007) 50 8 34 México (2007) 47 25 26 Brasil 44 28 28 FORMAS DE “INTERVENÇÃO DO ESTADO” 1. Financiamento à Atividade de P&D Despesas com P&D, por Fonte de Financiamento 2010( %) Países Empresas Governo Outras Fontes EUA 61 33 6 Japão 76 17 7 Alemanha 66 30 4 França 54 37 9 Reino Unido 44 32 24 Canadá 46 36 18 Itália 45 42 13 Coréia do Sul 72 27 1 China 72 24 4 Espanha 43 47 10 Portugal 44 45 11 México 36 61 3 Brasil 45 53 2 OUTROS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA 3. Incentivos fiscais => redução de custos 4. Direitos de propriedade, internos e internacionais 5. Financiamento a outros gastos relacionados àinovação 6. Convergência entre políticas implícitas e explícitas dedesenvolvimento tecnológico 7. Uso do poder de compra estatal, principalmente paraos setores geradores de progresso técnico 8. Medidas de restrição comercial OUTROS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA 9. Lei de capital estrangeiro, principalmente nos setoresde ponta 10. Transferência de tecnologias do governo para o setorprivado 11. Financiamento em condições especiais para aexportação de bens de alta intensidade tecnológica 12. Implantação e manutenção de institutos de pesquisa 13. Implantação da infra-estrutura de C&T 14. Formação de recursos humanos qualificados 15. Programas de extensão tecnológica II. A TECNOLOGIA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO • Transferência de tecnologias maduras • Nos países em desenvolvimento, as atividades de P&D são de adaptação de produtos e processos => engenharia de detalhe e engenharia de fabricação • Geralmente, os aperfeiçoamentos pertencem ao licenciador (quem transfere a tecnologia) • A importação de tecnologia implica em restrições comerciais A IMPORTAÇÃO DE TECNOLOGIA NÃO É O PROBLEMA EM SI, MAS SIM O BAIXO INVESTIMENTO LOCAL EM P&D O custo da importação de tecnologia • percentual sobre o valor das vendas • soma fixa • aquisição de insumos • aquisição de equipamentos • representa remessa de lucros • quanto menos capacitada for a empresa licenciada menor será o seu poder de barganha As vantagens da importação de tecnologia • menor grau de incerteza • mais rápido • mais barato • se agregada à P&D local, potencializa a capacitação empresarial • negociação de mercados internos e externos RAZÕES DO PREDOMÍNIO DA IMPORTAÇÃO DE TECNOLOGIA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 1. Atraso relativo dos setores geradores e transmissores de progresso técnico: eletrônica, química e BK 2. Atraso relativo do sistema científico e tecnológico 3. Mercado interno limitado vis a vis os elevados gastos em P&D, porém é de tamanho suficiente para a importação de tecnologia 4. Não especialização produtiva em alguns setores estratégicos RAZÕES DO PREDOMÍNIO DA IMPORTAÇÃO DE TECNOLOGIA NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO 5. Insuficiente escala de faturamento das empresas 6. Grande importância de empresas multinacionais na estrutura produtiva 7. Ausência de políticas explícitas para C,T&I 8. Dificuldades de natureza macroeconômica => PROCESSO LIMITADO PARA INOVAR E ENFRENTAR AS MUDANÇAS MAIS RADICAIS DO PROGRESSO TÉCNICO III. TRAJETÓRIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO • o Brasil teve sua indústria constituída ao longo do processo de substituição de importação • nesse processo a variável estratégica era o investimento na constituição de capacidade produtiva para atender ao mercado interno • no processo de substituição de importações o Brasil apresentou grande dinamismo na instalação de novos setores produtivos (grandes inovações), mas constituiu uma economia pouco dinâmica sob o ponto de vista da inovação • prevaleceu a importação de tecnologia, sem grande esforço local de desenvolvimento tecnológico • Compra externa de bens de capital • Projetos e serviços de engenharia no ext. • Licenciamento de tecnologias no exterior • Assistência técnica • o Brasil capacitou-se em tecnologia de fabricação • quando se move a fronteira tecnológica, o Brasil é obrigado a recorrer à importação de tecnologias => CAPACIDADE DE REPRODUZIR TECNOLOGIAS MADURAS • esta trajetória é reforçada com a implementação de programas de qualidade e de produtividade nos anos 90. A crise da economia brasileira induziu a significativas mudanças que objetivaram melhorar a eficiência produtiva IV. ALGUNS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO • O Brasil era responsável, em 1990, por 0,62% dos artigos publicados em periódicos internacionais. • Em 2006 esse percentual foi de 1,92%. Em 2009 foi de 2,69%. • Em Ciências Agrárias esse percentual foi de 9,9% • Em Farmacologia foi 4,0% • Em Microbiologia foi 3,3%. - Capacitação técnica em áreas diversificadas do conhecimento BRASIL - Publicação de Artigos em Periódicos Internacionais Anos Número de Artigos % no Mundo 1988 2.844 0,52 1989 3.163 0,55 1990 3.640 0,62 1991 4.009 0,66 1992 4.737 0,74 1993 4.669 0,72 1994 5.210 0,76 1995 6.038 0,84 1996 6.626 0,91 1997 7.331 1,00 1998 8.858 1,16 1999 10.073 1,29 2000 10.521 1,35 2001 11.581 1,45 2002 12.929 1,62 2003 14.288 1,63 2004 14.995 1,75 2005 17.714 1,80 2006 19.294 1,96 2007 19.510 1,99 2008 30.422 2,63 2009 32.100 2,69 PUBLICAÇÃO INTERNACIONAL NAS PRINCIPAIS ÁREAS DO CONHECIMENTO (%) BRASIL Áreas 2003 2006 2009 Ciências Agrárias 3,69 4,00 9,89 Ciências dos Animais/Plantas 2,87 4,36 7,04 Farmacologia 2,16 2,44 3,96 Microbiologia 3,10 3,67 3,32 Ecologia/Meio Ambiente 2,31 3,26 3,01 Biologia e Bioquímica 1,70 2,06 2,82 Física 2,14 2,33 2,03 Química 1,63 1,84 1,95 Ciências Espaciais 1,82 2,24 1,89 Matemática 1,82 1,81 1,81 PUBLICAÇÃO INTERNACIONAL POR PAÍS PAÍS 1981 2009 2009/1981 Estados Unidos 183.104 341.038 86,3 Reino Unido 39.991 92.628 131,6 Alemanha 35.152 89.545 154,7 Japão 27.950 78.930 182,4 China 1.204 118.108 9.709,6 França 23.610 65.301 176,6 Itália 9.639 51.606 435,4 Espanha 3.290 44.324 1.247,2 Coréia 241 38.651 15.937,8 Brasil 1.949 32.100 1.547,0 Taiwan 531 24.442 4.503,0 Suécia 7.011 19.611 179,7 Turquia 337 22.307 6.439,2 Polônia 4.825 19.513 INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO Informações da PESQUISA INDUSTRIAL DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA2000 – IBGE • INOVAÇÃO = novo produto ou novo processo ou produtos e processos significativamente modificados • a INOVAÇÃO pode ser em relação: à EMPRESA ao MERCADO NACIONAL ATIVIDADES INOVATIVAS • Atividades internas de P&D • Aquisição externa de P&D • Aquisição de outros conhecimentos externos • Aquisição de máquinas e equipamentos • Treinamento • Introdução das inovações no mercado • Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição Unidade de Pesquisa: Empresas do Setor Industrial Empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas Universo de Empresas 2003 84.262 2005 91.054 2008 100.496 Empresas Inovadoras 2001/2003 28.036 2003/2005 30.378 2006/2008 38.299 Taxa de Inovação 2001/2003 33,3% 2003/2005 33,4% 2006/2008 38,1% Gráfico 3.1 - Taxa de inovação para a indústria em países selecionados Taxa de Inovação de Produto 2001/2003 20,3% 2003/2005 19,5% 2006/2008 22,8% Taxa de Inovação de Processo 2001/2003 26,9% 2003/2005 26,9% 2006/2008 32,1% Inovação de Produto para o Mercado Interno 2001/2003 2,70% 2003/2005 3,25% 2006/2008 4,10% Inovação de Processo para o Setor no Brasil 2001/2003 1,20% 2003/2005 1,66% 2006/2008 2,32% Setores Industriais com Taxa de Inovação Superior a 50% 1. Produção de automóveis, camionetas, utilitários, caminhões e ônibus - 71,1% 2. Fabricação de máquinas de escritório e equipamentos de informática - 69,2% 3. Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equipamentos para automação industrial, cronômetros e relógios - 68,0% 4. Refino de petróleo - 62,4% 5. Fabricação de material eletrônico básico - 58,7% 6. Produção de aparelhos e equipamentos de comunicação - 55,2% 7. Fabricação de produtos farmacêuticos - 52,4% 8. Produção de celulose e outras pastas - 51,7% 9. Metalurgia de metais não-ferrosos e fundição - 50,2% Taxa de Inovação, segundo o tamanho da empresa Faixas de Pessoal Ocupado 2006/2008 De 10 a 49 36,5% De 50 a 99 40,1% De 100 a 249 43,0% De 250 a 499 48,8% Com 500 e mais 71,9% TOTAL 38,1% PINTEC 2003-2005 Número de Empresas Taxa de Inovação Nacionais 89.218 98% 32,7% 10 - 99 po 81.579 92% 30,2% 100 - 499 po 6.500 7% 56,9% 500 e + po 1.140 1% 75,9% Estrangeiras 1.836 2% 64,8% 10 - 99 po 758 41% 49,3% 100 – 499 po 682 37% 68,1% 500 e + po 397 22% 88,6% Empresas Inovadoras com Gastos em Atividades Inovativas 2001/2003 73,5% 2003/2005 65,7% 2006/2008 80,0% Empresas Inovadoras que Atribuíram Alta Importância à P&D Interna 2001/2003 17,2% 2003/2005 16,6% 2006/2008 7,9% Número de Empresas Inovadoras com P&D Interna 2001/2003 4.941 2003/2005 5.046 2006/2008 4.268 Gastos com P&D Interna (em R$ bilhões de 2008) 2001/2003 7,0 2003/2005 8,3 2006/2008 10,7 Gastos Médios com P&D Interna (em R$ milhões de 2008) 2001/2003 1,41 2003/2005 1,68 2006/2008 2,51 Intensidade Tecnológica 2001/2003 0,53% 2003/2005 0,57% 2006/2008 0,62% ATIVIDADES INTERNAS DE P&D NA INDÚSTRIA BRASILEIRA - 2005 Indústrias % Ind. Transf. P&D/RLVendas % Alimentos e Bebidas 4,17 0,13 Têxtil 0,79 0,22 Vestuário 0,49 0,22 Couro e Calçados 0,95 0,34 Celulose e Papel 1,21 0,23 Móveis e Ind. Diversas 1,24 0,48 Refino de Petróleo 13,50 0,77 Química 9,72 0,51 Farmacêutica 2,57 0,72 Siderurgia 2,26 0,22 Máquinas e Equip. 5,27 0,55 Informática 2,18 1,48 Material Elétrico 5,61 1,29 Eletrônica 5,85 1,10 Automotiva 24,06 1,25 Outros Equip. Transp. 11,00 3,22 EMPRESAS QUE REALIZARAM ATIVIDADES INTERNAS DE P&D NA INDÚSTRIA BRASILEIRA – PESSOAS OCUPADAS EM P&D - 2005 Indústrias Pós/empresa Pós/Nível Sup. Alimentos e Bebidas 0,54 13,9 Têxtil 0,18 10,9 Vestuário 0,25 10,2 Couro e Calçados 0,11 5,6 Celulose e Papel 1,04 15,7 Móveis e Ind. Diversas 0,25 10,1 Refino de Petróleo 19,40 52,7 Química 0,80 21,3 Farmacêutica 1,47 18,1 Siderurgia 4,33 17,9 Máquinas e Equip. 0,36 10,3 Informática 1,38 8,2 Material Elétrico 0,85 18,7 Eletrônica 1,28 12,1 Automotiva 2,05 9,1 Outros Equip. Transp. 3,92 12,5 V. PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO – BRASIL 1. Financiamento Não reembolsável a) Fundos Setoriais/FNDCT Os recursos dos fundos setoriais são destinados a projetos de desenvolvimento científico e tecnológico de instituições sem fins lucrativos. À exceção do FUNTTEL todos os fundos setoriais pertencem ao FNDCT/MCT que possui a FINEP como agência operacional. Fundos Setoriais existentes: 1. CT Petro – 1997 2. CT ENERG – 2000 3. FUNTTEL – 2000 4. CT HIDRO – 2000 5. CT TRANSPORTE – 2000 6. CT MINERAL – 2000 7. CT ESPACIAL – 2000 8. CT INFO – 2001 9. CT AGRO - 2001 10. CT BIOTEC – 2001 11. CT SAÚDE – 2001 12. CT AERO – 2001 13. VERDE - AMARELO – 2001 14. CT INFRA - 2001 15. CT AMAZÔNIA – 2002 16. CT AQUAVIÁRIO – 2004 Os fundos são operados através de chamadas públicas. O orçamento aproximado para 2013 é de R$ 2,1 bilhões. b) FUNTEC – BNDES Recursos não reembolsáveis são destinados a projetos de instituições científicas e tecnológicas desde que tenham interveniência de empresas. O BNDES define grandes áreas prioritárias e realiza 3 chamadas públicas por ano. 2. Financiamento reembolsável com juros reduzidos Programa Inova Empresa – FINEP e BNDES Destinado ao financiamento de atividades de médias e grandes empresas, com custo financeiro total variando de 3% a 5,5% ao ano. A FINEP detém recursos do Fundo Verde Amarelo para fazer a equalização de juros. A FINEP e o BNDES dispõem de recursos subsidiados pelo Tesouro Nacional, responsável pela equalização de juros. Tentativa de integrar instrumentos de apoio à inovação (crédito reembolsável, recursos não reembolsáveis e subvenção). A estimativa para 2013 é de um total de desembolso da ordem de R$ 10 bilhões nos contratos do BNDES e da FINEP. 3. Subvenção econômica São recursos doados a empresas, portanto recursos não reembolsáveis, para a realização de projetos de pesquisa e desenvolvimento em áreas/temas selecionados e publicados em edital. Desde o ano de 2006 tem sido realizada uma chamada pública por ano e os projetos têm duração de 2 a 3 anos. Em 2009 foram recebidas 2.558 propostas e 261 foram aprovadas. Os recursos são provenientes do Fundo VerdeAmarelo e são operacionalizados pela FINEP. As micro e pequenas empresas foram responsáveis por cercade 70% do número de projetos aprovados e dos valores concedidos em 2008. O orçamento anual para subvenção econômica tem sido da ordem de R$ 300 milhões. 4. Incentivos fiscais Os incentivos fiscais foram inicialmente instituídos em 1993 e as empresas deveriam submeter projetos para aprovação anterior do governo. O incentivo fiscal estava limitado a 8% do imposto de renda devido. Em 1997 esses incentivos tornaram-se inócuos com a redução do limite do incentivo para 4% do imposto de renda devido. Em 2005/2006 a Lei do Bem definiu novos incentivos fiscais abrangendo deduções com gastos em pesquisa, desenvolvimento e inovação das empresas que se encontram no regime fiscal do lucro real. São diversos incentivos fiscais, mas o mais importante é a dedução da base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido das empresas. 4. Incentivos fiscais Os principais itens dessa parte dos incentivos fiscais são os seguintes: a) Dedução de 160% dos gastos realizados com pesquisa, desenvolvimento e inovação b) Dedução de mais 20% se as empresas ampliarem o número de pesquisadores contratados em 5% em relação ao ano anterior. Se o crescimento for inferior a 5% a dedução adicional estará limitada a 10% dos gastos realizados com PD&I c) Dedução de mais 20% se os gastos tiverem gerado patentes concedidas. O incentivo recebido pode corresponder até a 30% do investimento realizado em P&D Em 2006 foram beneficiadas 130 empresas; em 2009 foram 542 empresas; e, em 2011 foram beneficiadas 767 empresas 5. Programa RHAE Pesquisador na Empresa – CNPq São concedidas bolsas para pesquisadores sem vínculo empregatício com empresas. Esse benefício é destinado a micro e pequenas empresas. 6. Fundos de Capital de Risco A FINEP e o BNDES atuam junto às empresas de base tecnológica apoiando fundos de capital de risco que aplicam em empresas selecionadas. Geralmente são empresas de pequeno porte, com risco mas também com rentabilidade potencial muito elevada. Um problema no Brasil é que esses fundos ainda investem procurando retorno elevado em curto espaço de tempo.
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