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1 Processos de Aprendizagem 
CADERNO DE ATIVIDADES 
PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO 
Prof. Ms. Antonio de Queiroz Pereira Calças 
 
2. PROCESSOS DE APRENDIZAGEM 
(Pontos principais do Cap. 3 de: DAVIDOFF, Linda. Introdução à psicologia. 
Trad. Lenke Perz. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 2001) 
 
APRENDIZAGEM POR CONDICIONAMENTO, APRENDIZAGEM POR 
OBSERVAÇÃO 
 
A aprendizagem pode ser dividida em duas categorias: cognitivo-perceptual e 
comportamental. 
A aprendizagem cognitivo-comportamental inclui uma variedade de processos 
de aprendizagem que dependem das operações mentais. Você observa uma 
flor e forma alguma imagem dela. Memoriza um poema. Enfrenta um problema 
difícil e resolve. Adquire informações sobre história. 
A aprendizagem comportamental se refere a mudanças relativamente 
duradouras no comportamento resultantes de experiências. 
Este texto trata apenas da aprendizagem comportamental. 
 
Aprendizagem Comportamental 
 As mudanças comportamentais resultantes das experiências ocorrem 
em função da aquisição de novas associações, informações, insights, 
habilidades e hábitos. Esse tipo de aprendizagem é o elemento central de 
todos os ramos da psicologia. 
 Todos os animais, dos mais simples aos mais complexos, passam 
grande parte do tempo aprendendo. Quanto mais complexo o animal, mas 
expressivamente a aprendizagem contribui para sua modelagem. 
 As mudanças de comportamento não ocorrem só em função da 
aprendizagem. Fadiga, drogas, motivos, patologias, emoções e maturação 
também são responsáveis por modificações importantes. 
 
Aprendizagem por Condicionamento Respondente ou Reflexo 
 Todos os animais são munidos, por sua herança genética, de 
respostas automáticas, as quais chamamos de comportamentos respondentes 
 Respondentes são reações do organismo desencadeadas 
por eventos(estímulos) que imediatamente os precedem. O evento 
desencadeador da reação é denominado estímulo eliciador. Temperatura do 
ambiente elevada produz sudorese. O estouro de uma bomba produz uma 
reação de estremecimento. A luz forte faz as pupilas contraírem. Temperatura 
elevada, estouro (som) e luz forte são estímulos 
eliciadores. Sudorese, estremecimentoe contração da pupila são 
denominados respostas ou respondentes. 
 Os respondentes incluem os reflexos da musculatura esquelética 
(estremecer, retirar a mão de uma superfície quente), as reações emocionais 
imediatas (raiva, medo, alegria) e outras respostas controladas pelo sistema 
nervoso autônomo (enjoo, salivação). Todos os respondentes apresentam as 
seguintes características: 
1. Surgem involuntariamente. Órgãos e glândulas estão tipicamente 
envolvidos. A maioria das pessoas não consegue estremecer, sentir 
náuseas, salivar, assustar-se ou sentir enjoo voluntariamente. 
2. São controlados por eventos que os precedem, os estímulos eliciadores. 
3. Não são aprendidos e universais. Todos os animais de uma espécie que 
atingiram um determinado estágio de desenvolvimento exibem, 
automaticamente, os mesmos respondentes quando confrontados com 
os estímulos eliciadores apropriados. Muitos respondentes parecem 
estar programados dentro do corpo para proteção e sobrevivência. 
 
O condicionamento respondente 
 Um respondente pode ser transferido de uma situação para outra por 
um procedimento chamado condicionamento respondente ou condicionamento 
reflexo. 
 O estremecimento, uma resposta comumente dada ao ruído de um 
trovão, é facilmente transferido para a visão que em geral precede o trovão – o 
relâmpago. A sensação de enjoo, outro respondente, é facilmente transferida 
de uma experiência de intoxicação alimentar ou de uma virose para alguma 
experiência paralela – digamos, a visão de um prato de salada de caranguejo. 
Quando dizemos “transferido”, queremos dizer que um novo estímulo adquire a 
capacidade de evocar o respondente. O estímulo eliciador permanece eficaz. 
 Quatro elementos estão envolvidos: 
1. O estímulo incondicionado(Sinc) é um estímulo eliciador que produz um 
respondente automaticamente. O alimento na boca é um estímulo 
incondicionado para a resposta de salivação. 
2. A resposta incondicionada(Rinc) é o respondente produzido 
automaticamente pelo estímulo incondicionado. A salivação produzida 
pelo alimento na boca. 
3. Um estímulo neutro(SN) é qualquer evento, objeto ou experiência que 
não elicia (produz) a resposta incondicionada até que o condicionamento 
seja iniciado. O estímulo neutro tem que ser emparelhado (associado) 
ao estímulo incondicionado para que ocorra o condicionamento. A 
aproximação das mãos de uma pessoa em direção à barriga da outra, 
inicialmente não produz nenhuma reação. A aproximação das mãos é 
um SN porque não evoca, inicialmente, a reação de cócegas. 
4. Depois que o estímulo neutro é associado ao estímulo incondicionado 
(SN + Sinc) – aproximação das mãos + fazer “cócegas” – ele 
desencadeia uma reação similar à resposta incondicionada, que é 
chamada de resposta condicionada( Rcond). A resposta condicionada é 
menos intensa e menos completa do que a resposta incondicionada. 
Assim que o estímulo neutro tiver começado a produzir a resposta 
condicionada, seu nome muda para estímulo condicionado(Scond). 
 
 
 
 
 
Antes do condicionamento, o estímulo neutro não evoca uma resposta 
(incondicionada ou condicionada). O estímulo incondicionado evoca uma 
resposta incondicionada. Durante o condicionamento, o estímulo neutro é 
seguido de um estímulo incondicionado, o qual evoca a resposta 
incondicionada. Os estímulos neutros e incondicionados em geral ocorrem 
repetidamente emparelhados. Após o condicionamento, o estímulo que era 
neutro (agora é denominado condicionado) evoca uma resposta condicionada, 
bastante similar à resposta incondicionada. 
 Um exemplo de condicionamento: 
Crianças recém-nascidas são provavelmente condicionadas de forma 
respondente a ter sentimentos positivos pelos pais (ou cuidadores). O ato de 
acariciar pelos pais(Sinc) gera alegria e bem estar na criança(Rinc).O carinho 
(Sinc) é pareado com a visão/presença dos pais (SN), que, de início, não 
provoca alegria. Depois que os pais são repetidamente associados com 
carinho, apenas o “ver os pais” já evoca uma resposta emocional de alegria. 
 
 Atribui-se a Ivan Petrovich Pavlov, fisiologista russo, a descoberta do 
condicionamento respondente. Já tinha recebido o Prêmio Nobel de fisiologia 
quando iniciou sua pesquisa sobre condicionamento. 
 Quando estudava as secreções digestivas em cães, Pavlov notou 
que os animais salivavam diante de outros estímulos além do alimento. 
Salivavam quando viam a pessoa que os alimentava e quando ouviam os 
passos dessa pessoa. No princípio, essas inexplicáveis salivações eram 
inoportunas; mas, progressivamente, foram chamando a atenção de Pavlov. 
Posteriormente, ele e seus assistentes estabeleceram uma versão simplificada 
da situação que produzira as peculiares salivações. 
(veja esse experimento nos slides apresentados em aula) 
 
Princípios e aplicações do condicionamento respondente 
o Aquisição - o emparelhamento do estímulo neutro com o estímulo 
incondicionado (em geral, repetidamente) até que apareça uma resposta 
condicionada, é chamado de aquisição, ou treinamento de aquisição. 
Qualquer evento que aumente a probabilidade de uma resposta específica 
ocorrer sob circunstâncias similares é chamado 
de reforçamento ou reforçador. O emparelhamento dos estímulos neutro e 
incondicionado reforça a resposta condicionada no condicionamento 
respondente. 
 
o Aquisição de um medo em Albert 
Bebês humanos recém-nascidos supostamente nascem com medo de 
estímulosintensos, novos ou súbitos. Provavelmente são programados 
geneticamente nos seres humanos para nos ajudar a sobreviver. Os gritos de 
um bebê aterrorizado em geral chamam a atenção de uma pessoa para 
eliminar os perigos potenciais. 
 John Watson e Rosalie Rayner realizaram um controvertido 
experimento. Escolheram Albert, um menino de 9 meses, filho de uma ama-de-
leite de um hospital. A escolha ocorreu porque aparentava ser uma criança 
muita calma. Ao ser testado, demonstrou não sentir medo de ratos, coelhos, 
cães, macacos, máscaras, algodão cru e jornais queimando. A única coisa que 
o aterrorizava era o som inesperado de um martelo batendo em uma barra de 
aço atrás de suas costas. O condicionamento teve início dois meses depois, 
quando Albert tinha 11 meses. 
 Foi apresentado um rato branco ao menino sobre um colchão no 
laboratório. Assim que Albert pegou o animal, um dos investigadores bateu na 
barra de aço com o martelo atrás da cabeça do menino. Albert “pulou 
violentamente e caiu para frente, enterrando o rosto no colchão”. Quando 
tentou pegar o rato novamente, a barra de aço foi novamente atingida pelo 
martelo. Desta vez, Albert “pulou violentamente, caiu para frente e começou a 
choramingar”. Não houve mais ensaios naquela semana; porém uma semana 
depois, Albert voltou e recomeçaram os ensaios. Foram necessários mais cinco 
ensaios (totalizando sete) para estabelecer um medo de ratos brancos. 
Quando, cinco dias depois, Albert foi testado, ele passara a ter medo – além do 
rato branco – de um coelho branco, de um casaco de pele de foca, de algodão 
cru, do cabelo de Watson (branco), de um cão e uma máscara de Papai Noel. 
O medo condicionado do rato branco foi generalizado para outros estímulos, 
também anteriormente neutros. 
 A generalização de estímulos ocorre quando a resposta condicionada 
difunde-se por objetos similares ao estímulo condicionado ou por aspectos da 
situação na qual a resposta foi inicialmente condicionada. 
 
o Condicionamento vicariante do medo 
As pessoas não precisam ter experiências assustadoras com estímulos neutros 
para passar a ter medo delas. Como somos seres dotados de cognição, 
frequentemente nos assustamos com aquilo que vemos e imaginamos. 
 Suponha que a visão de uma piscina (um estímulo inicialmente 
neutro) forme repetidamente um emparelhamento com avisos de alerta, 
histórias aterrorizantes de um afogamento e o estado de apreensão de sua 
mãe. Qualquer desses incidentes pode funcionar e estabelecer uma resposta 
condicionada de medo de piscinas. Muitos medos humanos parecem ter sido 
aprendidos de forma vicariante (indiretamente, por meio de participação 
imaginária). 
 
o Extinção e recuperação espontânea 
Uma vez adquirida uma resposta condicionada, pode-se esperar que persista 
enquanto o estímulo condicionado estiver associado em pelo menos parte do 
tempo com o estímulo incondicionado. Se o estímulo condicionado for 
apresentado sistematicamente sozinho, sem o reforçamento (emparelhamento 
com o estímulo incondicionado), a resposta condicionada tende a declinar em 
frequência (enfraquece) até que volte à situação inicial (antes do 
condicionamento). Esse fenômeno chama-se de extinção respondente. 
Na vida, respostas emocionais condicionadas frequentemente se extinguem. 
Na ausência de experiências assustadoras com animais de pelo, a resposta de 
medo do menino Albert pode ter-se extinguido naturalmente. 
Embora as respostas condicionadas desapareçam com o tempo, se não forem 
reforçadas, elas não são “apagadas” por completo. Pavlov descobriu esse 
princípio – recuperação espontânea – quando cães eram levados ao 
laboratório após a extinção e um período de descanso. Quando os animais 
voltavam a se confrontar com o estímulo condicionado frequentemente 
voltavam a dar uma resposta condicionada. 
 
o Generalização e discriminação de estímulo 
A generalização de estímulo ocorre, como dito anteriormente, quando a 
resposta condicionada difunde-se para objetos similares ao estímulo 
condicionado ou por aspectos da situação na qual a resposta foi inicialmente 
condicionada. Experiências agradáveis ou desagradáveis podem ser 
associadas a outras semelhantes. 
Ser atacado por um cachorro pode estabelecer um medo condicionado. Passar 
a ter medo de cachorros de tamanhos e raças diferentes é um exemplo de 
generalização de estímulos. 
A discriminação de estímulo é o oposto da generalização de estímulo. Embora 
os animais respondam a um ou mais estímulos similares àqueles presentes 
durante o condicionamento (generalização de estímulos), eles não respondem 
a todos os estímulos similares. A falta de resposta a alguns estímulos similares 
é denominada discriminação de estímulo. Em qualquer das situações, você 
verificará tanto discriminação como generalização. 
Ao dirigir um automóvel em pista molhada, este derrapa e sai da pista. Passar 
a sentir medo de dirigir em dias chuvosos é um exemplo de generalização de 
estímulo. Não sentir medo de dirigir com o tempo seco é um exemplo 
de discriminação de estímulo. 
 
#### 
 
Aprendizagem por Condicionamento Operante ou Instrumental 
 Um segundo processo de aprendizagem comportamental é chamado 
de condicionamento operante ou instrumental. 
 
Operantes são comportamentos ou ações voluntárias que os animais iniciam, 
sem a necessidade de um estímulo eliciador. Andar, dançar, sorrir, beijar, 
escrever, beber água, assistir à televisão, fofocar, jogar videogame são 
operantes humanos comuns. Enquanto o sistema nervoso autônomo (SNA) 
medeia os respondentes, o sistema nervoso central (SNC), que exerce controle 
sobre os movimentos dos músculos esqueléticos, medeia os operantes. 
Embora os operantes pareçam espontâneos e sob pleno controle do animal, 
são altamente influenciados por seus efeitos. Em alguns casos, são também 
controlados por eventos precedentes. 
 
O condicionamento operante 
 O condicionamento operante ocorre sempre que os efeitos que se 
seguem a um operante aumentam ou diminuem a probabilidade de o operante 
voltar a ser desempenhado em uma situação similar. Em outras palavras, a 
frequência relativa ou intensidade de uma ação é modificada durante o 
condicionamento operante. 
 O princípio básico do condicionamento operante é simples. Se um 
comportamento operante é repetidamente seguido de resultados agradáveis ao 
aprendiz, o ato tende a ser desempenhado com maior frequência em situações 
similares. Se, entretanto, o comportamento for geralmente seguido de 
consequências desagradáveis, tende a ser repetido com menor frequência sob 
circunstâncias semelhantes. Em qualquer dos casos, a probabilidade de 
ocorrer um determinado operante em uma situação específica foi modificada 
por seus efeitos.(Lei do Efeito de Thorndike) 
 
o Aprendizagem por ensaio-erro-e-acerto de Thorndike 
Edward Thorndike, psicólogo americano, observava gatos famintos para 
descobrir como eles resolviam problemas. Gatos e privados de alimentos eram 
colocados em caixas-problema, gaiolas das quais os animais podiam escapar 
mediante atos simples como manipular um cordão, apertar uma alavanca ou 
subir numa plataforma. Como incentivo para resolver o problema, um prato de 
alimento era colocado do lado de fora da gaiola, onde podia ser visto e 
farejado. Em resumo, os gatos agiam assim: 
Quando colocado em uma caixa, o gato exibe sinais evidentes de desconforto 
e um impulso para fugir ao confinamento. Ele tenta espremer-se para 
atravessar qualquer abertura; arranha e morde as barras ou o arame; estende 
as patas para fora através de qualquer abertura e arranha o que estiver a seu 
alcance; continua esforçando-se quando atinge alguma coisa solta ou 
oscilante; pode atacar com as garras qualquer coisa dentroda caixa. Não 
presta muita atenção à comida do lado de fora, mas parece simplesmente lutar 
de forma instintiva para fugir ao confinamento. Por oito ou dez minutos, arranha 
e morde e vai se espremer incessantemente. O gato ataca a caixa inteira e, em 
certo momento, arranhará o cordão ou a argola ou o botão que abrirá a porta. E 
gradativamente todos os outros impulsos malsucedidos serão eliminados e o 
impulso específico que leva à ação bem-sucedida ficará instalado pelo prazer 
resultante (de escapar e da comida disponível), até que, após muitos ensaios, 
o gato, quando posto na caixa, vai imediatamente bater a pata na argola ou o 
botão de uma forma definida. 
 
 Thorndike acreditava que todos os animais – inclusive o homem – 
resolviam problemas por tentativa e erro. No princípio, o animal tenta várias 
respostas “instintivas”. Os comportamentos bem-sucedidos tornam-se mais 
frequentes, “instalados”, presumivelmente pelo prazer do sucesso. Ao mesmo 
tempo, os atos malsucedidos são “eliminados” por não produzirem o resultado 
desejado. O prazer das consequências, em outras palavras, é uma influência 
fundamental na aprendizagem, uma ideia conhecida como lei do efeito. 
 
o Skinner e a tecnologia operante 
No final da terceira década do século XX Skinner começou a investigar o 
comportamento operante, estudando grupos de pombos e ratos. Ele supunha 
que essa era a tática mais eficiente para descobrir as leis básicas do 
aprendizado operante. A pesquisa de Skinner conduziu a uma sofisticada 
tecnologia de ensino conhecida como modificação de comportamento, utilizada 
mundialmente. 
 
Princípios e aplicações do condicionamento operante 
 Embora poucas pessoas usem deliberadamente os princípios do 
condicionamento operante, as suas leis atuam constantemente no nosso 
cotidiano. 
 
o Reforçamento 
Tanto no condicionamento respondente quanto no operante, o reforçamento 
fortalece o comportamento. Porém, há diferenças. No condicionamento 
respondente, o reforçamento precede a resposta. No condicionamento 
operante, o reforçamento sucede a ação fortalecida. Também a natureza do 
procedimento de reforçamento difere nos dois tipos de aprendizagem. Os 
respondentes são reforçados pelo par formado pelos estímulos (SN+SINC). Os 
operantes são reforçados pelas consequências agradáveis para o aprendiz. Há 
dois tipos de reforçamento operante: reforçamento positivo e reforçamento 
negativo. 
 
o Reforçamento Positivo 
Quando um comportamento operante é fortalecido pela apresentação de um 
evento (estímulo) posterior, o processo (de fortalecer) é denominado 
de reforçamento positivo e a consequência (evento) é chamada de reforçador 
positivo. 
O jargão de condicionamento é difícil para os estudantes porque seus termos 
entram em conflito com o uso comum. O adjetivo “positivo” refere-se ao fato de 
que uma consequência foi apresentada, em vez de removida. O substantivo 
“reforçamento” significa que o comportamento condicionado foi fortalecido, em 
vez de enfraquecido. 
 Exemplo: 
o O aluno que faz piadas e “palhaçadas” em aula são seguidas por 
atenção e gargalhadas dos colegas e aumentam de frequência. 
 
Fazer piadas e palhaçadas é um comportamento operante (voluntário). A 
atenção e gargalhadas dos colegas são as consequências do comportamento. 
Quando as consequências tornam o comportamento mais frequente, diz-se que 
são reforçadores. A atenção e gargalhadas surgem (aparecem) em função do 
comportamento do aluno, por isso o reforçador é qualificado de positivo – 
evento acrescentado, adicionado, somado (símbolo matemático). 
O reforçamento é definido em termos de seus efeitos. A consequência só será 
denominada reforçadora se aumentar a frequência do comportamento 
responsável por ela. 
 
o Reforçamento Negativo 
 Quando o operante é fortalecido pela remoção ou enfraquecimento de algum 
evento que já estava presente na situação, o processo é denominado 
de reforçamento negativo e a consequência de reforço negativo. A 
consequência não é a “coisa” removida, mas a própria remoção. O evento 
removido é chamado de estímulo punitivo. Portanto, os reforçadores negativos 
fortalecem a conduta pela remoção dos estímulos punitivos (ou aversivos). 
“Negativo” refere-se ao fato de que a consequência foi removida. Não significa 
que foi uma “má” resposta. 
O reforçamento negativo fortalece os comportamentos que livram os indivíduos 
de irritações ou incômodos, portanto um resultado agradável. 
Há dois tipos de reforçamento negativo: condicionamento de 
fuga e condicionamento de esquiva. 
 
Condicionamento de Fuga: durante o condicionamento de fuga, os 
comportamentos operantes são fortalecidos porque fazem cessar algum evento 
que o organismo considera desagradável. 
 Exemplos: 
o Tapar os ouvidos durante tempestades com trovões. Os trovões são 
estímulos aversivos, irritantes, amedrontadores. O comportamento de 
“tapar os ouvidos” faz cessar ou diminui a intensidade do estímulo 
aversivo. Isto é, a consequência do comportamento é a “remoção” do 
estímulo aversivo. 
 
Condicionamento de Esquiva: durante o condicionamento de esquiva, os 
operantes são fortalecidos porque adiam ou evitam algo que o 
organismo antecipacomo desagradável. 
Exemplos: 
o Os estudantes estudam para evitar notas vermelhas. 
o Crianças obedecem aos pais para não serem castigadas. 
o Muitas pessoas cumprem as leis para não serem multadas ou presas. 
 
o Modelagem 
É uma estratégia de reforçamento positivo para ensinar novas ações. O 
reforçamento está associado às aproximações cada vez maiores (mais 
parecidas) ao comportamento desejado, até que o objetivo seja alcançado. No 
início o treinador reforça um ato (comportamento) que o organismo é capaz de 
desempenhar, mas é apenas vagamente semelhante ao comportamento 
desejado. À medida que esse comportamento é fortalecido, o treinador torna-
se mais seletivo, mais exigente. O processo prossegue desta forma até que o 
objetivo seja atingido. 
 Exemplo: 
o Ler e escrever. 
o Jogar boliche. 
o Falar uma língua. 
 
o Extinção Operante 
Quando o reforçamento para um comportamento é retirado (não é mais 
apresentado), este comportamento declina gradativamente. A diminuição da 
frequência do comportamento em função da suspensão do reforço é 
chamada extinção operante. 
 Exemplos: 
o O fumante que tenta acender o cigarro com um isqueiro sem gás. 
o Telefonar e não ser atendido. 
Quando o comportamento é emitido e não é reforçado, tende a não ocorrer 
novamente. 
 
o Generalização e discriminação de estímulos 
Generalização: o comportamento condicionado em uma situação pode passar 
a ser emitido em outras situações similares (não iguais), desde que seja 
seguido de reforço. 
 Exemplo: 
o O professor ler as respostas de provas escritas por diversos alunos (com 
letras diferentes) 
 
Discriminação: o comportamento condicionado em uma situação não é emitido 
em situações similares, por não ser seguido de reforço. 
 Exemplo: 
o O adolescente que fala palavrões na presença dos amigos, mas não o 
faz na presença dos pais. 
 
o Reforçadores 
o Intrínsecos 
O próprio comportamento é uma fonte de sentimentos agradáveis, sendo 
automaticamente reforçado toda vez em que ocorre. 
Comportamentos intrinsecamente reforçadores incluem aqueles que satisfazem 
motivos de base fisiológica, como a fome ou desejo sexual. Atividades que 
fornecem estimulação sensorial agradável – dançar, tocar instrumentos 
musicais, ler, explorar – também são intrinsecamente reforçadores. Atividades 
intrinsecamente reforçadoras nem sempre assim o são desde o início. É 
necessário atingir a proficiênciaantes que jogar xadrez, jogar tênis, ou tocar 
violão tornem-se inerentemente reforçadores. 
Durante o reforçamento negativo, comportamentos que permitem à pessoa 
evitar ou escapar do perigo ou da dor – desde fugir do inimigo até desinfetar 
um arranhão – são intrinsecamente reforçadores. 
 
o Extrínsecos 
São consequências externas ao indivíduo que fortalecem os comportamentos 
que as produzem. As recompensas não fazem parte do comportamento em si. 
Podem ser divididos em três categorias: reforçadores primários ou não 
aprendidos, reforçadores sociais e reforçadores secundários ou condicionados. 
 Reforçadores primários: não precisam de qualquer treinamento 
anterior. São poderosos em fortalecer o comportamento desejado. Alimento, 
água, doces, objetos que estimulam sensorialmente, sexo, entre outros. 
 Reforçadores sociais: reforçadores que dependem de outras 
pessoas. Incluem afeto, atenção, aprovação, reconhecimento, sorriso, respeito. 
A retirada da rejeição, da raiva, da desaprovação são também reforçadores 
sociais comuns no reforçamento negativo. O comportamento de pedir perdão 
pode ser reforçado negativamente com a diminuição da raiva ou da 
desaprovação em relação a quem pede o perdão. O sexo pode ser 
considerado um reforçador primário ou social (já que depende da participação 
de outra pessoa). 
 Reforçadores secundários: são eventos que inicialmente não 
reforçam, mas adquirem o poder de reforçar por serem associados (pareados) 
com reforçadores primários. O dinheiro não é reforçador por si mesmo. Torna-
se reforçador por estar associado a aquisição de alimento, estimulação e 
confortos de toda a espécie. Medalhas, pontos e notas de boletim adquirem 
propriedades reforçadoras quando ligadas à conquista e aprovação. 
 
o Punição 
Processo de condicionamento operante que ocorre quando um comportamento 
é seguido por uma consequência que reduz sua frequência em situações 
similares. Isto é, um comportamento é enfraquecido pela consequência que o 
sucede. 
 
o Punição Positiva 
Ocorre quando um comportamento é enfraquecido pela apresentação de um 
evento que o sucede. O evento é avaliado como desagradável pela pessoa e é 
denominado estímulo punitivo ou aversivo. É denominada positiva porque após 
o comportamento ser emitido ocorre a apresentação (a adição) ou 
aparecimento do evento (estímulo) que o enfraquece. 
As palmadas recebidas pela criança (evento consequente) por ter tido um 
comportamento considerado errado pelos pais. Andar descalço na areia quente 
da praia queima os pés. Queimar os pés (evento aversivo que ocorre devido ao 
comportamento de andar descalço) enfraquece esse comportamento e a 
pessoa passa a usar chinelos para caminhar na areia da praia. Por andar 
descalço (comportamento) a pessoa teve como consequência queimar os pés 
(punição positiva). 
 
o Punição Negativa 
Ocorre quando um comportamento é enfraquecido pela retirada de um 
evento que o sucede. O evento é avaliado como agradável pela pessoa. É a 
retirada do reforço positivo. É denominada negativa porque após o 
comportamento ser emitido ocorre a retirada (a supressão) ou 
desaparecimento do evento (estímulo) que o enfraquece. 
A punição negativa também é chamada custo de resposta. 
O adolescente que chega tarde em casa tem a mesada cortada. O 
comportamento (chegar tarde) teve como consequência a perda (retirada) da 
mesada (punição negativa). 
A pessoa que comete um crime (comportamento) tem como consequência o 
pagamento de multa (perda de dinheiro) ou reclusão (perda da liberdade). 
 
##### 
 
Aprendizagem por Observação 
A aprendizagem por observação também é conhecida 
por modelação, imitação ou aprendizagem social. 
Organismos simples e complexos aprendem pela observação. Até mesmo os 
recém-nascidos imitam, sugerindo uma propensão inata. 
Qualquer coisa que possa ser aprendida diretamente pode também ser 
aprendida pela observação, segundo Albert Bandura, pesquisador pioneiro da 
aprendizagem por observação. 
A observação de outros “abrevia” a aprendizagem. Bandura alega que se 
tivesse de se basear exclusivamente nas próprias ações para aprender, a 
maioria de nós não sobreviveria ao processo de aprendizagem. 
O âmbito da aprendizagem por observação vai além da mímica perfeita ou 
imitação. Em muitos casos, as pessoas extraem ideias gerais, o que lhes 
permite ir muito além daquilo que veem e ouvem. Embora você provavelmente 
não use as expressões exatas usadas por seus pais, é muito provável que 
tenha adquirido alguns padrões sociais deles, talvez um estilo de lidar com a 
raiva, de resolver problemas, de interagir com membros do sexo oposto ou de 
comportamento maternal ou paternal. 
Os modelos têm vários outros efeitos notáveis. Diminuindo as inibições, eles 
nos tornam mais propensos a fazer coisas que já sabemos como fazer, mas 
jamais fizemos antes. Além disso, ver repetidas vezes as ações de um modelo 
é “dessensibilizante”. Condutas que de início nos sobressaltam, estimulam ou 
perturbam – a crueldade, por exemplo – podem perder o impacto mediante 
exposição. 
 
o Fases da aprendizagem por observação: 
1. Aquisição – o aprendiz observa o modelo e reconhece as características 
distintivas de sua conduta. 
2. Retenção – as respostas do modelo são ativamente armazenadas na 
memória. 
3. Desempenho – se o aprendiz aceita o comportamento do modelo como 
apropriado e passível de levar a consequências (reforços) por ele 
valorizadas, o aprendiz o reproduz. 
4. Consequências – a conduta do aprendiz resulta em consequências que 
virão fortalecê-la ou enfraquecê-la. Em outras palavras, ocorre o 
condicionamento operante. 
 
A aprendizagem por observação é mais complicada do que os 
condicionamentos operante e respondente. Ela sempre envolve algum tipo de 
atividade cognitiva e costuma ser também muito mais demorada. 
 
o Características do modelo 
o Imitamos pessoas que parecem bem-sucedidas,”glamourosas”, 
poderosas ou que tenham alto status. 
o Imitamos também indivíduos com os quais nos identificamos, aqueles do 
mesmo sexo e de faixa etária, nível socioeconômico, temperamento, 
nível de instrução e valores semelhantes. 
o Somos mais propensos, principalmente as crianças, a imitar vários 
modelos com comportamentos semelhantes do que um único modelo.

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