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7 clonagem

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24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/13
 
Clonagem
Clone - população de moléculas, células ou organismos provenientes de uma única célula,
idênticas à original. Portanto, a clonagem é uma cópia de células e de organismos feitos a
partir de um que já exista. Na Figura 1, podemos obsevar o esquema de como seria uma
clonagem humana onde uma célula somática diferenciada dá origem a um novo ser,
geneticamente idêntico.
O caso mais famoso de clonagem foi o da ovelha Dolly (Figura 2), quando a clonagem de
um mamífero se tornou possível o que abriu a possibilidade de clonar o ser humano. Desde
então, o médico cientista, Salvatore Antinori assombra o mundo falando em clonar um ser
humano1. Resumidamente, vamos ver quais as etapas de uma clonagem:
a. Isolar uma célula
b. Retirar o núcleo
c. Adicionar uma segunda célula
d. Multiplicar essa célula repetidamente até constituir um novo organismo.
Figura 5: esquema dos processos que seriam utilizados na clonagem humana. Fonte:
http://www.brasilescola.com/biologia/clonagem-de-seres-humanos.htm
No estudo da bioética atual dois tipos de clonagem são considerados:
1. Clonagem reprodutiva – objetivo: gerar cópias de outros seres. Nesse caso, um óvulo
enucleado, (com o núcleo que contém o material genético que se quer clonar), acaba
se comportando como um zigoto, que ao ser inserido no útero (barriga de aluguel),
formará um ser com as mesmas características físicas. Quanto essa técnica é aplicada
a humanos, é condenada por quase unanimidade dos cientistas (Figura 6),
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/13
Figura 6: Esquema de clonagem reprodutiva. Fonte:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/biotecnologia2.php
2. Clonagem terapêutica – objetivo: fabricar tecidos ou órgãos apenas. O processo é
semelhante a clonagem reprodutivas mas, ao invés de inserir a célula no núcleo ela é
colocada em uma placa de vidro para ser cultivada. Essas células acabam se multiplicando
e gerando muitas outras iguais e totipotentes que podem ser implantadas em tecidos e
órgãos para regenerá-los ou mesmo para fazermos um novo tecido ou um novo órgão.
Essa prática não gera tanta rejeição quanto a primeira.
 
Figura 7: Esquema da clonagem que originou a ovelha Dolly
Observação
Células Totipotentes possuem a capacidade de gerar todos os tipos de células e tecidos do
corpo, incluindo tecidos embrionários e extra embrionários (como a placenta, por
exemplo).
 
A clonagem humana está sujeita a todas as observações éticas e jurídicas que a
condenaram amplamente, pois é uma manipulação do ser humano (biológico e pessoal)2.
 
 Últimas notícias sobre clonagem
 Os avanços recentes em clonagem reprodutiva permitem quatro conclusões
importantes:
1. A maioria dos clones morre no início da gestação;
2. Os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente
da célula doadora ou da espécie;
3. Essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do
genoma;
4. A eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora.
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/13
 A clonagem reprodutiva a partir de células embrionárias tem mostrado uma
eficiência 10 a 20 vezes maior, provavelmente porque os genes que são fundamentais no
início da embriogênese estão ainda ativos no genoma da célula doadora.
 Em 15 de maio de 2013 o repórter de Ciência e Saúde da BBC News (Reino
Unido), divulga a criação de um embrião humano via clonagem. Os pesquisadores
americanos dizem terem utilizado técnicas semelhantes às aplicadas para criar a ovelha
Dolly e afirmam terem criado um embrião humano por meio de clonagem. Essa descoberta
foi bastante comemorada na comunidade científica.
O estudo foi publicado em maio de 2013, em uma das revistas mais famosas relacionada a
pesquisas celulares a “Cell”. Criar células-tronco a partir de clonagem é mais fácil, barato e
especialmente menos polêmico do que fazê-lo a partir de um embrião real.
Para isso, os cientistas retiraram o núcleo de óvulo no qual foi transplantado o material
genético de uma célula adulta. Os cientistas induziram os óvulos não fertilizados a se
transformar em células-tronco embrionária e, para isso, foi utilizado um estímulo elétrico.
A fotografia dessa célula pode ser observada na Figura 8.
Ainda segundo os cientistas, as células-tronco são uma das maiores esperanças da
medicina por serem capazes de se transformar em qualquer outra célula. Na prática, elas
podem ser usadas para curar os danos causados por um ataque cardíaco ou recuperar um
trauma em uma medula espinhal.
Figura 8 - Pesquisadores americanos usaram técnicas semelhantes às aplicadas para criar a ovelha
Dolly. Fonte:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130515_celula_tronco_mdb.shtml
 
O novo procedimento, de utilização de células-tronco a partir de clonagem, também
ganhou elogios dos mais conservadores, que são contra o uso das células-tronco
embrionárias. Os grupos contra a utilização de células-tronco embrionárias levantam a
bandeira de que “todos os embriões, sejam eles criados em laboratórios ou não, têm o
potencial de se transformar em um ser humano e por essa razão, seria imoral realizar
experimentos com eles”.
Essa descoberta demonstra ser bastante promissora, pois as células-tronco, criadas por
essa técnica, são capazes de serem convertidas em diferentes tipos de célula, da mesma
maneira que ocorre com as embrionárias.
O trabalho, até que essas células possam ser utilizadas como tratamento seguro e efetivo,
está apenas no começo, mas ao que parece, o primeiro passo já foi dado3.
 
 Clonagem x Legislação
A regulamentação da clonagem no Brasil se antecipou à existente na maioria dos países do
mundo. No Brasil, talvez pela existência de regulamentação sobre este assunto, o debate
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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parlamentar não tem sido abrangente.
A Instrução Normativa 08/97 do CTNBio relata que a geração de embriões apenas para
servirem de fonte de material biológico para fins terapêuticos é moralmente indefensável.
Já a utilização de outras linhagens celulares é admissível e desejável.
A clonagem reprodutiva humana seja por bipartição ou por substituição nuclear já foi feita.
Por questões técnicas ou éticas o desenvolvimento destes embriões não foi levado até
estágios além dos iniciais.
A própria denominação de clonagem terapêutica, é uma maneira sutil de propor que a
finalidade de salvar um ser humano doente, justificaria a utilização de um embrião como
simples fornecedor de material biológico.
O Prof. Joaquim Clotet, em 1997, referindo-se a questão da proibição da clonagem,
afirmou: "a pesquisa não deve ser banida, apenas deve ser orientada para o bem geral da
humanidade". Afinal esse conhecimento é considerado, perigoso e assim como os demais
procedimentos, possui riscos associados.
A questão da clonagem é um excelente exemplo de aplicação para o Princípio da Precaução
(do Biodireito), atual e pouco discutido na Bioética4.
Exemplo de aplicação
Imagine que você, jovem, brilhante em seu curso e em fase de conclusão, vive em um país
que não permite a utilização de células-tronco embrionárias, com finalidade terapêutica.
Você descobre que possui um distúrbio degenerativo muscular que fatalmente lhe levará à
morte. No país vizinho, com poucas horas de voo e com preço depassagem acessível ao
seu orçamento, você descobre que eles já estão em fase adiantada com as pesquisas para
esse distúrbio e estão buscando pacientes para tentar um tratamento gratuito1. Qual seria
sua posição nessa situação? Será que o que antes era não era considerado ético por você
pode passar a ser?
 
Referencias Bibliográficas
1. Della-Rosa VA Iniciação à Bioética.
www.biologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/simposio/valterdellarosa.pd.
1. http://www.brasilescola.com/biologia/clonagem-de-seres-humanos.htm
2. Pereira, B.A.C et al. O “admirável mundo “novo” da Bioética e do Biodireito. RIDB, nº
12, p. 14063-1408, 2013
3. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130515_celula_tronco_mdb.shtml
4. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130515_celula_tronco_mdb.shtml
Reprodução assistida
Após o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê de proveta, em 1978, na Inglaterra,
o mundo se deparou com um problema ético, até então existente só na ficção científica.
Diversos países procuraram criar comitês para tentar impor limites à técnica de reprodução
assistida (RA) para estabelecer limites éticos e morais para a sua utilização (Figura 9)1. 
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Figura 9 - Esquema Fertilização in vitro.
Fonte: http://integras.blogspot.com.br/2009_02_01_archive.html
No Brasil, a técnica de FIV (Fertilização In Vitro) teve início em 1984, quando nasceu a
primeira criança com transferência embrionária.
Procriar, ou reproduzir a espécie, é gerar um ser semelhante com constituição genética
diferente (“reprodução sexuada”), mas da mesma espécie. No caso da reprodução
assexuada é gerada uma cópia de si mesmo com a constituição genética idêntica.
Há mais de quarenta anos, Bernhard Haering observou que para novos contextos sociais,
ter filhos deixou de ser um ato impensado para se tornar ação responsável, planejado.
Os motivos que deveriam provocar essa mudança foram:
a. Redução da natalidade,
b. Mudança de contexto socioeconômico das famílias,
c. Os idosos não esperam mais dos filhos a sua aposentadoria2.
A parentalidade, ou seja, o estado ou condição de quem é pai ou mãe pode se classificar
dos seguintes modos, de acordo com o projeto que levou ao nascimento dos filhos,
podendo ser:
a. Projeto explícito - os casais, ou pessoas sozinhas, refletem, planejam e decidem ter
ou não filhos num determinado momento.
b. Projeto implícito - os filhos são aguardados e se inserem nas condições mais amplas
do casal e nos projetos de vida das pessoas
c. Projeto pós-fato - os filhos são gerados de modo indesejado e inesperado. Os casais
acolhem, assumem a parentalidade, mas, nesse caso não havia um projeto de
parentalidade prévio.
d. Negação da parentalidade - infelizmente, crianças surgem em condições em que ou
são eliminadas por aborto e infanticídio ou crescem sistematicamente rejeitadas2.
Atualmente a parentalidade pode ocorrer de três modos:
a. Reprodução natural;
b. Reprodução assistida (RA);
c. Adoção.
 
Metaparentalidade, do grego, meta quer dizer “além de”, quer expressar as transformações
que sofre a parentalidade sob o impacto das tecnologias reprodutivas e, portanto envolve a
sociedade onde são destacados três elementos que precisam ser evidenciados no contexto
das novas tecnologias:
a. Mudança de cenário da reprodução - o cenário foi para “além da família”
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b. A reprodução passou a ser viabilizada pela dinâmica tecnocientífica, padronizada por
critérios tecnocientíficos internacionais, indo para “além das culturas locais”
c. A parentalidade passa a fazer parte da economia de mercado2.
Para a bioética, sendo politicamente correta, a autonomia do casal deve ser respeitada, no
entanto quando o processo de RA se inicia, os casais se veem entre a cruz e a espada,
onde existe o desejo puro de se ter filhos x o interesse econômico dos médicos, clínicas e
companhias2.
As técnicas de Reprodução Humana Assistida (TRA) são procedimentos que auxiliam no
processo de reprodução humana e podem ser classificadas como:
a. Técnicas de baixa complexidade e de baixo de custo:
Coito programado
Inseminação intrauterina (IIU),
b. Técnicas de alta complexidade onde o custo é mais elevado:
Fertilização in vitro (FIv),
Injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI)
 
Essa área da ciência mobiliza o interesse da indústria farmacêutica e, os aspectos éticos
desses procedimentos constantemente, são analisados.
Em 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM), baixou uma nova Resolução sobre esse
assunto (Res. 2.013/13), visto que a infertilidade atinge de 15 a 20% dos casais em fase
reprodutiva3.
Portanto de acordo com essa nova resolução:
a. Artigo 1 - “Embriões supranumerários”, ou seja, aqueles produzidos “in vitro” e que
não serão implantados para fins de inseminação poderão ter os seguintes destinos:
Ser utilizados para pesquisa e terapia com utilização de células-tronco
embrionárias, desde que satisfeitas determinadas condições (Lei 11.105/05)4,
Poderão ser “criopreservadas”, ou seja, poderão ser congelados (Resolução
CFM1358/92)5.
b. Artigo 2 – proíbe:
Criar seres humanos geneticamente modificados;
Criar embriões para investigação;
Criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos
ou quimeras.
a. As técnicas de Reprodução Assistida (RA) podem ser utilizadas desde que exista
probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a
paciente ou o possível descendente. Idade máxima das candidatas à gestação de RA é
de 50 anos,
b. O número máximo de embriões a serem transferidos transferidos:
Mulheres com até 35 anos - até 2 embriões;
Mulheres entre 36 e 39 anos - até 3 embriões;
Mulheres entre 40 e 50 anos – até 4 embriões
Em situações de doação de óvulos e embriões, considera-se a idade da doadora
no momento da coleta dos óvulos.
c. A idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos para o
homem.
d. Embriões criopreservados com mais de 5 (cinco) anos poderão ser descartados se
esta for a vontade dos pacientes3.
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Na Inglaterra, anualmente cerca de 50 gestações de RA são interrompidas a pedido da
mãe, esse dado foi revelado em junho de 2011. Existem vários motivos que podem levar a
esse pedido, como por exemplo:
Separação do casal,
Medo da maternidade,
Malformações fetais,
Síndrome de Down
 A partir dessa decisão podemos pensar em diversas questões éticas como:
O respeito a autonomia das pessoas que passa, necessariamente, pelo
reconhecimento da possibilidade de reconsiderarem suas decisões, pelo direito de
arrependimento. No entanto essa decisão está associada a morte de um feto, já seus
direitos existem, apesar de não poder exercê-los
Custo gerado, dentro de um sistema de saúde público, de um procedimento que foi
solicitado por uma pessoa ou casal que após solicita a sua reversão (no caso da
Inglaterra)6.
1. Doação de gametas ou embriões
Deve ser sem caráter lucrativo ou comercial. 
Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa (o
sigilo deve ser mantido).
A idade limite para a doação de gametas é de 35 anos para a mulher e 50 anos
para o homem.
As clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter um
registro de dados clínicos de caráter geral,
Na região de localização da unidade, o registro dos nascimentos evitará que
um(a) doador(a) tenha produzido mais que duas gestações de crianças de sexosdiferentes, numa área de um milhão de habitantes.
A escolha dos doadores é de responsabilidade da unidade e deve garantir, dentro
do possível, que o doador tenha a maior semelhança fenotípica e imunológica e a
máxima possibilidade de compatibilidade com a receptora.
É permitida a doação voluntária de gametas
2. Criopreservação de gametas ou embriões
As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozoides, óvulos e
embriões e tecidos gonádicos,
O número total de embriões produzidos em laboratório será comunicado aos
pacientes, para que decidam quantos embriões serão transferidos a fresco,
devendo os excedentes, viáveis, serem criopreservados,
No momento da criopreservação os pacientes devem expressar sua vontade, por
escrito, quanto ao destino que será dado aos embriões criopreservados, quer em
caso de divórcio, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e
quando desejam doá-los.
Os embriões criopreservados com mais de 5 (cinco) anos poderão ser
descartados se esta for a vontade dos pacientes, e não apenas para pesquisas de
células-tronco, conforme previsto na Lei de Biossegurança. 
3. Reprodução assistida post-mortem
É possível desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o
uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente.
Apesar do tema estudado, nessa etapa, ser RA(Reprodução assistida), não podemos deixar
de mencionar o aborto, prática diretamente relacionada a princípios Bioéticos
fundamentais, como: autonomia que a mulher tem sobre o seu corpo e desejos lembrando
é claro, que assim como ocorre no caso de descarte de embriões, para que esse direito
possa ser exercido é necessário que um ser vivo morra.
O Aborto é, dentre a totalidade das situações analisadas pela Bioética, a de que mais se
tem escrito e debatido. A maior problemática para essa questão é discernir quais são os
argumentos filosóficos, religiosos e científicos.
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Apesar disso, essa questão ainda suscita muitas divergências dentro do debate ético. O
tema aborto não pode e não deve ser discutido como simplesmente sim ou não; é
necessário que cada caso seja discutido do ponto de vista médico, legal e também
considerando a autonomia reprodutiva do casal ou da mulher.
Hoje, no Brasil, o aborto é tratado como um problema criminal (Código Penal Brasileiro de
1940), exceto em duas situações:
a. Estupro
b. Risco de vida materna.
Muitos sustentam a tese de que o feto é pessoa humana, desde o momento da fecundação,
transferindo, para o mesmo os direitos e as conquistas sociais. Outros defendem a tese de
que o feto é pessoa humana em potencial, assim representaria a possibilidade de uma
pessoa humana e portanto, não pode ser eliminado1.
Independente do que se acredita o fato é que todas essas situações sejam de RA ou de
aborto precisam ser contextualizadas. Se o princípio da autonomia está sendo infringido
em muitas das situações que foram destacadas acima e, se para ter autonomia é essencial
que tenhamos informação, que pode ser considerado educação, podemos perceber que
precisamos antes mesmo de discutir o que é ou não ética, educar, informar as pessoas
para que elas mesmas possam argumentar, discutir e escolher o que é melhor para cada
uma delas. Afinal as situações são únicas e intransferíveis e devem ser tratadas como tal.
 
Referencias Bibliográficas
 
1. Della-Rosa VA Iniciação à Bioética.
www.biologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/simposio/valterdellarosa.pd.
 
2. Sanches, M.A. Reprodução assistida: da parentalidade à metaparentalidade. In:
Porto, D.; Garrafa, V.(Orgs). Bioeticas, poderes e injusticas: 10 anos depois. Brasilia:
CFM/Catedra Unesco de Bioetica/SBB; 2012.p. 396
3. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução CFM Nº 2.013/13. Adota as
normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida, anexas à presente
resolução, como dispositivo deontológico a ser seguido pelos médicos e revoga a
Resolução CFM nº 1.957/10. 
4. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº
11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225
da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de
atividades que envolvam organismos geneticamente modificados [...] e dá outras
providências.
5. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resolução nº 1.358/1992 Publicada no
D.O.U., 19 de novembro de 1992, Secao I, p.16053) Revogada pela Resolução CFM nº
1957/2010) Adota normas éticas para utilização das técnicas de reprodução assistida;
1992.
6. http://www.bioetica.ufrgs.br/textos.htm#reprodução.
 
 2.4 Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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No Brasil, existem muitas leis e resoluções sobre os alimentos transgênicos ou
geneticamente modificados. Na Figura 10, podemos observar o esquema de obtenção de
um alimento transgênico e, na Figura 11, alguns exemplos desses alimentos. Nessa
temática específica, a Bioética pode contribuir na compreensão das polêmicas que surgem
na sociedade sobre esse tema1.
Figura 10: Fig. 6 - Modificação do DNA da planta para torná-la resistente ao herbicida.
Fonte: http://ruisoares65.pbworks.com/w/page/24271904/Transgénicoï»%B
 
Figura 11 - Representação de um alimento transgênico.
Fonte:http://envolverde.com.br/saude/alimentacao/saiba-o-que-sao-os- alimentos-
transgenicos-e-quais-os-seus-riscos/
As primeiras regulamentações brasileiras datam de 1995 e foram criadas pelo Conselho
Nacional de Biossegurança (CNBS). A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio) é uma instância colegiada multidisciplinar, integrante do Ministério da Ciência e
Tecnologia e, é essa a comissão responsável pela elaboração das diretrizes relacionada a
esse assunto e também pela liberação do cultivo de plantas transgênicas.
A primeira liberação para comercialização de uma planta transgênica no Brasil, ocorreu em
1998, mas pouco depois, por meio de uma liminar, impetrada pelo Instituto brasileira de
defesa do consumidor (Idec) e o Greenpeace, essa liberação precisou ser retirada.
Depois disso o governo não chegou a um consenso sobre as decisões de deveriam ser
tomadas ocorrendo inclusive, diferentes posturas entre os Ministérios. Como resultado, no
mundo, 557 cultivos de alimentos transgênicos estão disponíveis, sendo que no Brasil,
temos apenas 362.
A posição dúbia do governo prejudica em primeiro lugar, a pesquisa agrícola brasileira,
majoritariamente desenvolvida nas instituições públicas, desfavorecendo a busca por
autonomia de produção de alimentos1.
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/13
Os desafios para a segurança alimentar podem ser resumidos em:
a. Aumento gradual da produção global de alimento,
b. Otimização do acesso às tecnologias e biotecnologias agrícolas, que permitam
aumento de produtividade entre todos os agricultores,
c. Redução do desperdício,
d. Conservação dos recursos naturais,
e. Melhora dos hábitos alimentares1.
Existe uma rede mundial que busca encontrar como ensinar os caminhos, para que os
resultados das pesquisas agrícolas sejam seguros. O fórum mundial sobre pesquisa
agrícola, Global Forum on Agricultural Research (GFAR), tem como objetivo a mobilização
de parceiros, da ciência, do governo e da sociedade, visando os avanços dos sistemas de
pesquisa e extensão em todo o mundo.
Antes de continuarmos identificando como a Bioética pode contribuirnesse setor, vamos a
algumas definições de conceitos.
a. Perigo - caracterizado pelo agente nocivo, físico, químico ou biológico, capaz de
causar efeitos adversos.
b. Risco - função da probabilidade de ocorrência daquele perigo1.
A análise de risco da produção de alimentos geneticamente modificados é composta pela:
a. Avaliação do risco,
b. Manejo do risco
c. Comunicação de risco - troca de informação e opinião sobre fatores relacionados com
o risco e a percepção do risco entre todos os envolvidos4.
A Food and Agriculture Organization (FAO), recomenda que a comunicação esteja presente
em todas as fases da análise de risco. A Bioética entra nessa questão, afinal funciona como
uma ponte entre ciência e vida, e tenta conseguir estimular a responsabilidade da
participação dos envolvidos: sociedade, indústrias e governo1.
Segundo os pesquisadores Costa-Font et al.5 (2008) é primordial que se conheça o
processo como um todo, para que estratégias e regulações eficientes possam ser adotadas
e para que o princípio de Autonomia, nesse caso, na opção de escolher ou não, um
alimento transgênico, deve ser respeitado e para isso a informação é essencial5. 
Já o princípio do beneficio/risco, nesse caso acaba sendo bastante subjetivo, visto que
mesmo as evidências científicas não conseguem chegar a uma unanimidade. No entanto, o
governo precisa estimular a formação da cultura científica, que contribui para maior
autonomia na tomada de decisão.
Foi realizada uma pesquisa online sobre os temas: “planta transgênica”, “OGM”(Organismo
Geneticamente Modificados), “Biotecnologia” e “Engenharia Genética”. Os resultados
obtidos, mostraram uma percepção negativa para os dois primeiros termos e para os
outros dois, positiva, o que reforça o fato de que sem informação não é possível fazer
escolhas adequadamente e, esse deve ser o processo da escolha e da tomada de decisão
consciente1.
 Os avanços da ciência são cada vez maiores a seguir citaremos alguns dos mais
famosos projetos que existiram e/ou que existem e que contribuem para discussões e
consequente crescimento da Bioética.
 
 Projeto Genoma Humano (PGH)
 Na história da civilização ocidental, os avanços tecnológicos frequentemente
trazem como consequência verdadeiras revoluções sociais e econômicas.
24/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 11/13
 O genoma humano consiste de 3 bilhões de pares de base de DNA distribuídos
em 23 pares de cromossomos com cerca de 70.000 a 100.000 genes. Cada cromossomo é
constituído por uma única molécula de DNA, O DNA é composto por sequencias de
unidades chamadas nucleotídeos ou bases. Quatro bases diferentes, A (Ademina), T
(Timina), G (Guamina) e C (Citosina), determinam o gene.
 O Projeto Genoma Humano (PGH), surgiu em 1990 com a finalidade de identificar
cada um dos 100 mil genes humanos por meio de mapeamento genético humano.
 O mapeamento registra os genes do cromossomo, determinando a ordem e
função dos nucleotídeos. A ideia era de que com esse mapeamento a cura e a causa de
muitas doenças poderiam ser identificadas visto que, o genoma nos fornece o potencial
para desvendar o mecanismo básico das doenças, o que poderá permitir o
desenvolvimento de tratamentos mais direcionados (Figura 12).
Figura 12: Ilustração das principais descobertas do PGH. Fonte:
http://afilosofia.no.sapo.pt/CGENOMA.htm
 
Entretanto, o uso indevido dos dados resultantes do projeto pode fazer com que as
pessoas percam sua individualidade tornando-as vulneráveis e propícias, por exemplo,
quando as empresas passarem a exigir para contratação, um exame de DNA que pode
detectar futuros problemas médicos, que diminuiriam ou excluiriam a chance de
contratação.
 Muitos profissionais da área de saúde preocupam-se com o fato de que milhões
de pessoas possam vir a ser rotuladas por toda vida com os estigmas de doentes, pelo
simples fato de poder apresentar futuramente uma doença.
 Portanto, o PGH está cercado de inúmeras incertezas Éticas, Legais e Sociais
(ELSI), que levou aos investidores dedicarem 10% de seu orçamento à discussões como:
a. Privacidade da informação genética,
b. Segurança e eficácia da medicina genética,
c. Justiça no uso da informação genética6.
 Compete, aos bioeticistas e aos cientistas moralmente motivados, trazerem estas
reflexões éticas para a sociedade.
 O Comitê de Bioética tem estado preocupado em normatizar a participação de
indivíduos e populações em estudos genômicos, especialmente com a questão do
consentimento informado e enunciou quatro princípios que devem nortear toda a pesquisa
sobre o genoma humano7.
1. O genoma humano é parte do patrimônio da humanidade;
2. Deve possuir aderência a normas internacionais de direitos humanos;
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3. Respeito pelos “valores, tradições, cultura e integridade” dos participantes nos
estudos;
4. Saiba mais 
Para saber mais sobre como o mapeamento genético poderia prejudicar as pessoas
assista o filme GATACCA. Sinopse: Num futuro no qual os seres humanos são criados
geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são
consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue
um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um
misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado", 1997.
 
 A UNESCO tem tido um papel importante na coordenação internacional do PGH. O
Comitê Internacional de Bioética da UNESCO aprovou uma importante “Declaração
Universal do Genoma Humano”, visando definir os direitos, deveres e direcionamento
das questões advindas dessa temática8. 
 Para o pesquisador Wilke (1994), tamanha ênfase na constituição genética da
humanidade pode nos levar a esquecer de que a vida é mais do que a mera expressão
de um programa genético escrito na química do DNA9.
 
Referencia Bibliográficas: 
1. Arantes, O. M.N. A bioética e a segurança alimentar: alimentos geneticamente
modificados. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, n. 14, p.14-20, 2012 
2. Silveira JM. Novas questões, velhas questões: produtividade e inovação
tecnológica. In: Reunião anual –ILSE, Produção, Consumo e Segurança Alimentar;
2012;Campinas/SP. [citado 2012 dez 1]. Disponível em:
URL:http://www.ilsi.org/Brasil/Documents/Pré congresso e Reunião Anual
2012/Congresso/2 JOSÃ? MARIA.pdf. 
3. Comissão do Codex Alimentarius. Report of the twentysixth session. Roma.
Appendix IV. Working principles for risk analysis for application in the framework of
the codex alimentarius. Joint FAO/WHO Food standards programme, Food and
Agriculture Organization; 2003.[citado 2012 dez 1]. Disponível em: URL:
http://www.fao.org/docrep/006/y4800e/y4800e0o.htm#bm24 
4. Agostini, N. Bioética delimitações protetoras da vida. Communio, n. 87, p. 137-158,
2003 
5. Dallari, D. A. Bioética e Direitos Humanos. In : Costa S.I. F. et al. Iniciação à
bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1998. 302 p 
6. Pena, S. D. J. e Azevêdo, E. S. O Projeto Genoma Humano e a Medicina Preditiva:
Avanços Técnicos e Dilemas Éticos. In : Costa S.I. F. et al. Iniciação à bioética.
Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1998. 302 p 
7. Loch J. A. Princípio da Bioética. In: Kipper DJ. Uma Introdução à Bioética. Temas de
Pediatria Nestlé, n.73, 2002. p. 12-19 
8. Costa S.I. F. et al. Iniciação à bioética. Brasília: Conselho Federal de Medicina,
1998. 302 p 
9. Knoppers BM, Chadwick R. The human genome project: under an international
ethical microscope. Science, n.265, p. 2035-6.
Aceitação e defesa da dignidade humanae da liberdade.
 
 
 
 
 
 
 
 
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