Buscar

Ação declaratória de inexistência de débito c c indenização por danos morais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais
jusbrasil.com.br
28 de Março de 2018
Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por
danos morais
Juizado Especial Cível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FIMINÓPOLIS/GO.
FULANO, brasileiro, solteiro, portador do RG n.º..., SSP-GO, inscrito no CPF/MF
n.º..., endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua, Qd., Lt., Setor, CEP
76.105-000, Firminópolis/GO, por seu procurador que esta subscreve (m. J.), com
endereço profissional grafado às margens desta, onde recebe as comunicações de
praxe, comparece a digna e respeitável presença de Vossa Excelência, para propor
a presente
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS C/C
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
contra EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF
sob o n.º 00.000.000/0000-00, endereço eletrônico, com sede à Avenida..., Qd.,
Lt., n.º, CEP 74.505-010, Goiânia/GO, pelos motivos fáticos e jurídicos que passa a
expor:
I. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A nossa Carta Magna assegura às pessoas o acesso ao Judiciário, senão vejamos:
“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Neste caminho, os artigos 98 a 102 da Lei 13.105/2015, também garante a
gratuidade da justiça à parte processual. Vejamos o disposto no artigo 98, caput,
in verbis:
PUBLICAR CADASTRE-SE ENTRARPESQUISAR
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 2
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos, com a
declaração de hipossuficiência financeira (anexada), o direito do Requerente ao
benefício da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições para arcar com o
pagamento das custas e despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e
de sua família.
II. DOS FATOS
O Requerente no dia 28 de março de 2016, com o intuito de realizar uma reforma
na sua casa própria, dirigiu-se a uma loja de material de construção na cidade de
Firminópolis /GO. Ao chegar à loja, o Requerente fez a escolha dos materiais,
sendo informado pela vendedora que o valor total dos produtos ficaria em R$
12.000,00 (doze mil reais). Posteriormente, o Autor autorizou o fechamento da
compra.
Contudo, a vendedora ao fazer a abertura do crediário do Sr. Fulano, realizou
consulta do CPF do mesmo junto aos órgãos de proteção ao crédito, constatando
que o nome do Requerente estava incluído no cadastro de maus pagadores, sendo
por este motivo a compra inviabilizada.
O Requerente que estava acompanhado por um amigo, muito envergonhado e
surpreso com a notícia, convicto de não possuir qualquer dívida que justificasse tal
restrição de crédito, retirou um extrato fornecido pelo SPC (anexado), por meio do
qual tomou conhecimento de que a Requerida era a autora do registro de
inadimplência.
A Requerida segundo o que consta no extrato juntado aos autos incluiu o nome do
Requerente no cadastro de maus pagadores pela suposta dívida, vencida desde
20/11/2015, estabelecida sob o n.º do contrato: 000000000000P1, no valor de
87,97 (oitenta e sete reais e noventa e sete centavos).
Todavia, o Requerente alega ter ficado ainda mais surpreso, já que nunca assinou
nenhum tipo de contrato ou efetuou qualquer tipo de compra junto à loja TAL, e
mais, alega nunca ter recebido nenhuma comunicação formal sobre a inclusão do
seu nome no SPC, muito menos qualquer cobrança pela suposta dívida, por isso
jamais podia imaginar que houvesse alguma pendência em seu nome.
Pois bem, é sabido que a abertura de qualquer tipo de cadastro, ficha de dados
pessoais e de consumo deve ser comunicada por escrito ao consumidor, quando
não solicitada por ele. Além disso, esta comunicação deve ser feita de forma eficaz,
oferecendo ao consumidor a possibilidade de exercer seu direito à defesa, em
tempo hábil, para que corrija ou mesmo impeça a inclusão do seu nome nestes
tipos de cadastros.
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 3
Deste modo, a inscrição do nome no cadastro de inadimplente, sem prévia
comunicação é apta a gerar angústias e privações que configuram o pedido de
danos morais. Sendo que, por todo o exposto, a Requerida não respeitou as
formalidade legais que deveriam ter sido adotadas antes de incluir o nome do
Requerente no cadastro de maus pagadores, o que lhe causou prejuízos nas suas
relações negociais e ainda lhe fez passar por uma situação vexatória,
constrangedora, sendo ridicularizado diante do amigo e da própria vendedora.
Assim, indignado com o ocorrido, já que o Requerente sempre prezou agir com
honestidade e dignidade, priorizando rigorosamente o cumprimento de suas
obrigações, recorre a este Ilustre Juízo, com o objetivo de reverter e minimizar os
danos até aqui sofridos, como também, coibir a ocorrência de tais praticas.
III. DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
Como visto, o débito informado pela Requerida é inexistente, tendo em vista que o
Requerente jamais adquiriu qualquer produto ofertado pela loja ao ponto de lhe
dar o direito de restringir seu crédito.
O Requerente mora em cidade diversa de onde as respectivas filiais da loja TAL
existem, sendo por obvio mais cômodo para o mesmo realizar tais compras na sua
própria cidade, onde há várias opções de lojas com o mesmo seguimento da
Requerida, que ofertam preços ainda mais em conta por produtos idênticos dos
oferecidos pela Ré.
Importante enfatizar que o Requerente nunca recebeu nenhuma correspondência
para tomar conhecimento de que seu nome seria como fora protestado, por isso
jamais imaginou ou podia imaginar que seu nome estava inscrito no cadastro de
maus pagadores.
Portanto, a conduta da Requerida em enviar os dados do Requerente para o
cadastro de restrição ao crédito caracterizou grave violação dos seus direitos, pois
não existe razão suficiente para amparar essa conduta, diante dos fatos trazidos à
tona. O Requerente jamais pactuou qualquer tipo de contrato, cujo numero do
documento seja 0001000000P1 com a Requerida, o que “premissa vênia”, acarreta
a própria inexistência jurídica da suposta divida apontada pela Ré, até que exista
prova em contrário, de forma que se mostra indevida e injusta a inclusão dos dados
do Requerente.
IV. DO DIREITO, JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA
4.1 DO DANO MORAL
É notório que a reparação do dano moral, alçada ao plano constitucional, no artigo
5º, incisos V e X, e expressamente no Código Civil Brasileiro, em seus artigos 186
c/c 927, exige que o julgador, valendo-se de seu bom senso prático e adstrito ao
caso concreto, arbitre pautado nos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, um valor justo ao ressarcimento do dano extrapatrimonial.
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 4
O dano moral causado ao Requerente deve ser reparado de forma plena, de
maneira a compensar os valores atingidos pelo evento danoso, servindo também
dedesestímulo à prática de atos ilícitos semelhantes, encontrando amparo no art.
5º, V, X da Constituição Federal, como também, no art. 927, do Código Civil,
verbis:
C. C, “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.”
CF, art. 5º, inciso V – “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem.”
CF, art. 5º, inciso X –“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Conforme narrado, o requerente nunca realizou nenhum tipo de compra junto à
loja TAL, razão pela qual não existe débito, ora, não existe dívida e
consequentemente não deveria ter sido seu nome incluído no rol dos
inadimplentes.
Logo, o objetivo maior desta peça exordial, é a condenação da Requerida a
indenizar o Requerente pela lesão sofrida, visto não ser possível a recomposição do
status quo ante, uma vez que em decorrência da divida inexistente, teve seu nome
inscrito no órgão de proteção ao crédito - SPC, ficando impossibilitado de fazer a
tão sonhada e necessária reforma em sua casa própria por ter sido impedido de
efetuar a compra dos materiais, devido ao erro certo e notório da loja TAL. Enfim o
autor viu-se em uma situação constrangedora e humilhante.
O Código Civil, em seu art. 186, também assegura a devida reparação pelos danos
causados, “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou
imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o
dano”. Verifica-se in casu a negligência da Requerida perante o Requerente, vez
que, ocasionou um enorme abalo em sua imagem.
Ainda, a respeito do vertente caso, o renomado doutrinador Carlos Alberto Bittar,
se posiciona:
“Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de
reparação, como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para a sua
própria existência e o desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente
personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas ou circuito de bens ou de
valores alheios perturbam o fluxo tranquilo das relações sociais, exigindo, em
contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para restauração do
equilíbrio rompido.”
Nas palavras do Professor Arnoldo Wald, “Dano é a lesão sofrida por uma pessoa
no seu patrimônio ou na sua integridade física, constituindo, pois, uma lesão
causada a um bem jurídico, que pode ser material ou imaterial. O dano moral é o
causado a alguém num dos seus direitos de personalidade, sendo possível à
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 5
cumulação da responsabilidade pelo dano material e pelo dano moral” (Curso de
Direito Civil Brasileiro, Editora Revista dos Tribunais, SP, 1989, p.497). A
reparação que obriga o ofensor a pagar e permite ao ofendido receber é princípio
de justiça, com feição, punição e recompensa.
O Código de Defesa do Consumidor, em consideração ao princípio da
vulnerabilidade, em seu art. 6.º, inciso VI, diz que é direito básico do consumidor a
“reparação de danos patrimoniais e morais”.
Não resta qualquer tipo de dúvida quanto à ocorrência do dano, prevalecendo em
casos como esse o princípio da responsabilidade objetiva, no qual se entende ser da
Requerida, o dever de sanar o prejuízo sofrido pelo Requerente.
Acerca do tema, é dominante o entendimento dos Pretórios Pátrios, no sentido de
que tais condutas são desrespeitosas e abusivas, devendo quem sofreu o dano ser
indenizado, prevalecendo à responsabilidade civil objetiva de quem praticou o ato
ilícito, sendo o dano presumido nos casos de inscrição indevida, conforme segue:
APELAÇAO CÍVEL. AÇAO DE REPARAÇAO DE DANOS POR ABALO DE
CRÉDITO. INDENIZAÇAO POR DANO MORAL. INSCRIÇAO INDEVIDA SPC E
SERASA. ATO ILÍCITO. DANO PRESUMIDO. QUANTUM DEBEATUR.
MANUTENÇAO DA CONDENAÇAO FIXADA PELO MAGISTRADO DE PISO.
APELAÇAO CONHECIDA E IMPROVIDA. 1. O apelante praticou ato ilícito
ao inserir erroneamente o nome do apelante nos órgãos de proteção ao
crédito. Inteligência do art. 186 do CC. 2. O dano moral é presumido nos
casos de inscrição indevida no SPC e SERASA, bastando apenas ser provado a
efetiva inscrição. 3. O valor fixado na sentença à título de condenação por dano
moral atendeu a extensão do dano causado. 4. Recurso conhecido e improvido.
Sentença mantida.
TJ-ES - AC: 23080011101 ES 023080011101, Relator: JOSENIDER VAREJÃO
TAVARES, TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 02/06/2009 (grifo
nosso).
Douto julgador, o dano moral produzido pela Requerida é presumível pelo próprio
fato, não necessitando o autor provar maiores dissabores além dos já existentes,
nesse sentido, o STJ em diversos julgamentos já se posicionou com o
entendimento de que a inscrição indevida em cadastro de inadimplente produz
dano moral in reipsa, pois o próprio fato já gera dano, vejamos:
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. REGISTRO NO CADASTRO DE
DEVEDORES DO SERASA. EXISTÊNCIA DE OUTROS REGISTROS.
INDENIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. A existência de registros de outros débitos do
recorrente em órgãos de restrição de crédito não afasta a presunção de existência
do dano moral, que decorre in reipsa, vale dizer, do próprio registro de fato
inexistente. Precedente. Hipótese em que o próprio recorrido reconheceu o erro
em negativar o nome do recorrente. Recurso a que se dá provimento.
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 6
(STJ - REsp: 718618 RS 2005/0011060-0, Relator: Ministro ANTÔNIO DE
PÁDUA RIBEIRO, Data de Julgamento: 24/05/2005, T3 - TERCEIRA TURMA,
Data de Publicação: DJ 20.06.2005 p. 285LEXSTJ vol. 191 p. 220RSTJ vol. 195 p.
323).
No mesmo sentido são as jurisprudências do Egrégio Tribunal de Justiça de Goiás:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. 1. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO
CONFIGURADO. A instrução probatória carreada aos autos foi esteio para a
formação do livre convencimento do Juízo a quo, princípio a ele adstrito, e
incontestável pela Apelante. 2. INSCRIÇÃO NO ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO INDEVIDA. Não se pode elidir da constatação de correlação do boleto
bancário e o registro no órgão de proteção ao crédito - SPC, perfazendo em
desproporcionalidade na conduta da Apelante, comerciante, ao promover a
inscrição dos dados cadastrais do Apelado no SPC, em razão da mora de 01 (um)
dia do Apelado. O atraso não caracteriza tamanho descompromisso do Apelado em
quitar o débito, capaz de ensejar a sua negativação no órgão creditício. 3.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. A inclusão indevida em rol de
inadimplentes gera ao constrangido dano moral in reipsa, o que
dispensa a prova do efetivo prejuízo. Precedentes do STJ. INVERSÃO DO
ÔNUS SUCUMBENCIAL. Por não ter sido alterada a sentença monocrática e
por ter o autor/apelante não obtido êxito em seu intento, restando sucumbente,
deve, pois, arcar com o pagamento dos ônus da sucumbência, mantendo-se o valor
dos honorários advocatícios, nos exatos termos da sentença. Apelação conhecida e
desprovida. Sentença mantida.
TJGO, APELACAO CIVEL 231428-05.2014.8.09.0097, Rel. DES. OLAVO
JUNQUEIRA DE ANDRADE, 5A CÂMARA CIVEL, julgado em 11/02/2016, DJe
1972 de 19/02/2016 (grifo nosso).
E mais:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO NÃO SOLICITADO.FRAUDE. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM
ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM
ARBITRADO MANTIDO. JUROS DE MORA MODIFICADOS DE OFÍCIO.
SENTENÇA REFORMADA EM PARTE. 1- Não prospera a alegação da instituição
financeira para esquivar-se da indenização, quando não demonstra, por ônus que
lhe compete, tenha a consumidora anuído na contratação de financiamento
bancário. 2- A restrição indevida do nome da consumidora no órgão
restritivo (SPC), trata-se de dano moral in re ipsa, advindo, daí, a
obrigação de indenizar. Precedentes do STJ. 3- O quantum indenizatório
deve orientar-se pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
revelando-se consentâneo ao caso, o valor fixado na sentença recorrida, devendo
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 7
ele ser mantido. 4- Os juros de mora, devem fluir desde a data do evento danoso
(Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça), por tratar-se de responsabilidade
extracontratual. APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
TJGO, APELACAO CIVEL 206358-60.2013.8.09.0019, Rel. DES. FRANCISCO
VILDON JOSE VALENTE, 5A CÂMARA CIVEL, julgado em 08/10/2015, DJe 1891
de 16/10/2015 (grifei).
E neste mesmo seguimento:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SERVIÇO NÃO CONTRATADO PELO
AUTOR. INSCRIÇÃO NOS CADASTROS DE INADIMPLENTES. ILICITUDE.
CULPA DE TERCEIRO. DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. MANUTENÇÃO. 1. É da
Empresa o dever de confirmar as informações que lhe são repassadas, bem como
se a pessoa que efetua o contrato é quem realmente diz ser, não havendo meios de
imputar-se a terceiros desconhecidos o cometimento de qualquer fraude. 2. A
inscrição indevida do nome da parte nos cadastros de inadimplentes
(SPC e SERASA) configura dano moral, que independe de prova do
prejuízo, pois decorre do próprio evento danoso, sendo o dano
considerado in re ipsa. 3. A fixação do quantum indenizatório, a título de
danos morais, deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade,
sopesando a conduta do infrator e o dano sofrido pelo ofendido, devendo ser
mantido, caso não tenha sido arbitrado em valor irrisório, ou exorbitante.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA.
TJGO, APELACAO CIVEL 399949-58.2013.8.09.0157, Rel. DES. FRANCISCO
VILDON JOSE VALENTE, 5A CÂMARA CIVEL, julgado em 24/09/2015, DJe 1882
de 02/10/2015 (grifei).
Nota-se, que é patente o direito do Requerente, quer seja no tocante a postura
desrespeitosa e abusava da Requerida, uma vez que infringe direitos básicos do
consumidor como mencionado, quer seja em virtude da clarividente lesão de
ordem moral configurada, em razão dos transtornos, constrangimentos e
aborrecimentos vivenciados pelo mesmo.
Por fim, comprovado o nexo de causalidade entre a conduta da Ré e os danos que
são presumíveis, requer-se a condenação da Requerida ao pagamento de
indenização por danos morais no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais), a fim de
reparar o Requerente e desestimular práticas semelhantes, conforme preconizam
as leis.
4.2 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O Código de Defesa do Consumidor, representando uma atualização do direito
vigente e procurando amenizar a diferença de forças existentes entre pólos
processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnerável e
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 8
noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que são muitas vezes
buscados pelo primeiro, e às quais este não possui acesso, adotou teoria moderna
onde se admite a inversão do ônus da prova justamente em face desta
problemática.
Havendo uma relação onde está caracterizada a vulnerabilidade entre as partes,
como de fato há, este deve ser agraciado com as normas atinentes na Lei no. 8.078-
90, principalmente no que tange aos direitos básicos do consumidor, e a letra da
Lei é clara.
Ressalte-se que se considera relação de consumo a relação jurídica havida entre
fornecedor (artigo 3ºda LF 8.078-90), tendo por objeto produto ou serviço, sendo
que nesta esfera cabe a inversão do ônus da prova quando:
“ O CDC permite a inversão do ônus da prova em favor do consumidor, sempre que
foi hipossuficiente ou verossímil sua alegação. Trata-se de aplicação do princípio
constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente
mais fraca e vulnerável na relação de consumo (CDC 4º, I), tem de ser tratado de
forma diferente, a fim de que seja alcançada a igualdade real entre os participes da
relação de consumo. O inciso comentado amolda-se perfeitamente ao princípio
constitucional da isonomia, na medida em que trata desigualmente os desiguais,
desigualdade essa reconhecida pela própria Lei.” (Código de Processo Civil
Comentado, Nelson Nery Júnior et al, Ed. Revista dos Tribunais, 4ªed.1999, pág.
1805, nota 13).
O Código de Defesa do Consumidor também dispõe no seu artigo 6º, inc. VIII:
“a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação
ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.”
Saliente-se que no caso em foco, o Requerente, é a parte hipossuficiente e diante
da veracidade das alegações (prova documental que segue em anexo), então detém
os requisitos para que o Douto Julgador se digne a conceder a inversão do ônus da
prova.
Assim, com fundamento acima pautados, requer o autor a inversão do ônus da
prova, incumbindo a Requerida à demonstração de todas as provas referente ao
pedido desta peça.
V. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência o recebimento, processamento da
presente peça e, ainda:
a) O deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita, na forma legal;
28/03/2018 Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
https://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-indenizacao-por-danos-morais 9
b) A citação da requerida, na pessoa de seu representante legal, no endereço
preambular, para querendo contestar a presente ação na forma e modo legal, sob
pena de revelia;
c) A inversão do ônus da prova, nos termos do Código de Defesa do Consumidor;
d) Condenação da Requerida a indenizar o Requerente por danos morais no valor
de R$ 12.000,00 (doze mil reais);
e) A condenação da Requerida ao pagamento de honorários sucumbências a serem
fixados na proporção de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa;
f) Ao final, a total procedência da presente ação.
De resto, protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito
admitidas, especialmente pela documentação acostada, juntada de novos
documentos se necessário e demais provas.
Dá-se à causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ 12.0000,00 (doze mil
reais).
Nestes termos
Pede deferimento.
Firminópolis, 05 de abril de 2016.
ADVOGADO
OAB/GO XXXXX
Disponível em: http://kallitaoliveira.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/347836311/acao-declaratoria-de-inexistencia-de-debito-c-c-
indenizacao-por-danos-morais

Continue navegando