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Direito a imagem no Código Penal

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Direito a imagem no Código Penal 
Cada vez mais as pessoas encontram espaço principalmente na internet para expor suas opiniões e difundir os fatos sendo eles verdadeiros ou falsos, que podem vir a denegrir a imagem de outrem.
No direito penal esses atos são considerados como crime contra a honra de um individuo, sendo que a honra é considerado um bem constitucional inviolável de acordo com a Constituição de 1988. 
Sabemos que a honra é um conceito que se constrói durante uma vida toda e que pode ser destruída por uma única acusação leviana. Os crimes contra a mesma diz respeito sobre o que as pessoas pensam do individuo, tendo como objeto jurídico a serem tituladas as qualidades intelectuais, físicas e morais, ou seja, é a imagem dela perante a sociedade e também a si mesma.
A honra se subdivide em duas modalidades sendo elas a honra objetiva e a honra subjetiva. A honra objetiva diz respeito à reputação do individuo perante o meio em que ele vive
Já a honra subjetiva cuida do conceito que a pessoa tem de si mesma e dos valores que a ela se autoatribui.
É importante salientar que as formas pelas quais se podem cometer o delito contra a honra são mediante linguagem falada, escrita, mímica, símbolos ou figuras, pois dependendo do meio utilizado pelo agente pode ser eliminada a possibilidade de tentativa do mesmo.
Os códigos penais tendo observado a importância que esse bem merece, criou figuras típicas que correspondem aos crimes contra a honra, sendo eles calúnia (art.138), difamação (art.139) e injúria (art.140).
1. Calúnia pode ser considerada a infração mais grave dos crimes contra a honra, pois imputa a alguém fato definido como crime, sabendo que a situação é falsa e não ocorreu, agindo, portanto com o único objetivo de denegrir a imagem da vítima. O crime se consuma quando o fato chega ao conhecimento de terceiros, independente se a honra da vitima foi ou não afetada, pois a mera imputação da conduta ilícita falsa, com a intenção de ferir a honra da vitima diante terceiros, já consuma o ato. Incorre nas mesmas penas da calunia quem sabendo que a acusação é falsa, mesmo assim propala e divulga o fato.
Segundo Damásio há uma distinção entre propala e divulgar: 
“Propalar é relatar verbalmente. Divulgar é relatar por qualquer outro meio. 
Nesses subtipos de calúnia é necessário que o sujeito pratique o fato com dolo direto de dano. O dolo eventual não é suficiente. [...] quando o sujeito tem dúvida sobre a imputação, nos subtipos é imprescindível que tenha vontade direta de causar dano à honra alheia, conhecendo perfeitamente a falsidade da imputação.”.
2. Difamação é quando imputado a alguém fato desabonador, pouco importando se o fato é verdadeiro ou não, basta à intenção de ferir a reputação do agente. Distingue-se da calúnia porque nesta o fato é previsto como crime. O ato se consuma quando chegar ao conhecimento de terceiros, independente se a honra da vítima seja ou não afetada.
Nesse sentido preleciona Hungria (1955), citado por Rogério Greco (2010, p. 424):
“Consiste na imputação de fato que, embora sem revestir caráter criminoso, incide na reprovação ético-social e é, portanto, ofensivo à reputação da pessoa a quem se atribui. Segundo já foi acentuado, é estreita a sua afinidade com a Calúnia [...] Há, porém, diferenças essenciais entre uma e outra dessas modalidades de crime conta a honra: na Calúnia, o fato imputado é definido como crime e a imputação deve apresentar-se objetiva e subjetivamente falsa; enquanto na difamação o fato imputado incorre apenas na reprovação moral, e pouco importa que a imputação seja falsa ou verdadeira.”
3. Injuria é qualquer ofensa à dignidade de alguém se imputa ao ofendido uma conduta que não viole sua imagem perante a sociedade, mas que lhe ofende a própria honra subjetiva. De todas as infrações penais tipificadas no Código Penal que visam proteger a honra, a injúria, na sua modalidade fundamental, é considerada a menos grave.
A injúria de acordo com o CP se subdivide em três espécies:
a) injúria simples: consiste na palavra ou gesto ultrajante com que o agente ofende o sentimento de dignidade da vítima (previsto no caput do art.140).
b) injúria real: ocorre quando a injúria consiste em violências ou vias de fato, que, por si mesmo ou meio empregado, são consideradas aviltantes (humilhantes), consignada no § 2˚ do art.140. 
c) injúria preconceituosa: acontece quando a ofensa à dignidade ou a honra utilizar elementos referentes à raça, etnia, cor, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, tipificada no § 3˚ do art. 140.
Consuma- se o delito quando a vitima toma conhecimento do insulto, ou seja, quando ouve, vê ou lê a ofensa, em sua recepção.
A honra, independentemente do conceito que se lhe atribua, tem sido através dos tempos um direito ou interesse penalmente protegido.
Referências:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direto Penal 2: parte especial: dos crime contra a pessoa. 11. ed. São Paulo: Saraiva 2011.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial: dos crimes contra a pessoa. 7 ed. Niterói, RJ: Impetus, 2010, v. 2 
HUNGRIA, Nélson. Comentários ao Código Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1955. v. V.
JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal: parte especial: dos
crimes contra a pessoa e dos crimes contra o patrimônio. 20. ed. São Paulo:
Editora Saraiva 1998, v. 2.
MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. Manual de Direito Penal: parte especial, arts. 121 a 234-B do CP. 31. ed. rev. e atual. até 31 de dezembro de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. v. 2.

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