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Resumo sobre Defeitos do negócio jurídico.

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Defeitos do negócio jurídico.
Análise a partir da leitura orientada, porém utilizando a seguinte referência para concretização: FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB, 11ª ed. Salvador. Juspudivm. 2013, vol. 1.
Acerca desse tema, é possível compreender que os defeitos do negócio jurídico são vícios que prejudicam a validade dos das manifestações entre dos agentes. Divididos em duas grandes áreas, podem ser compreendidos pelos de consentimento e sociais.
Por se tratarem de hipóteses que a manifestação de vontade do agente não age de acordo com seu real pensamento, os vícios de consentimento são:
Erro;
Dolo;
Coação;
Lesão;
Estado de perigo.
Tratando de uma vontade que parte no intuito de prejudicar terceiros, os vícios sociais se enquadram na:
Simulação e;
Fraude contra credores.
Erro ou Ignorância
Apesar da discussão teórica acerca de que os termos são distintos, o que prevalece nesta modalidade de vício é que se concretiza pela falta de conhecimento das circunstâncias – ou do objeto – que determinado negócio irá produzir.
Dividido em substancial (essencial), erro que em sua essência atinge pontos principais do negócio, sendo por este anulável. Estão separados da seguinte forma:
Error in negotio – Quando a natureza do negócio é diferente da imaginada pelo agente;
Error in substantia – Quando existe a confusão sobre essência do bem negociado;
Error in corpore – Quanto à falta de percepção sobre objeto principal da vontade;
Error in persona – Na hipótese da pessoa envolvida não atender as qualidades ou identidades para o negócio; 
Error in quantitate – Quando a quantidade negociada não corresponde a real, outrora existente.
Divide-se ainda no erro perdoável (escusável) quando o agente deveria ter atuado dentro das cautelas do homem médio, mas por influência relevante da boa-fé acaba incorrendo em erro. 
Dolo
Diferente do item acima descrito, o dolo acontece quando o agente é induzido ao equívoco por estratégias maliciosas seja da parte ou terceiro. Não configura o delito tipificado no âmbito penal.
Passível de anulabilidade quando for relacionado à causa principal do negócio. Sem o dolo, o agente emissor não realizaria o ato, logo é possível dizer que somente devida a atitude ardil é que existiu a celebração.
No caso que o dolo não tenha sido a motivação principal da realização do negócio, deverá este ser entendido como acidental devendo ser apenas restituída o dano sofrido. Acrescente-se ainda a distinção entre dolus bonus – valorização exagerada de um bem alienado – sendo permitida pelo ordenamento jurídico e dolus malus, aquela que macula a vontade do agente.
Para concluir, resta elencar os itens que caracterizam o dolo:
Finalidade de conduzir à prática do ato;
Gravidade dos artifícios utilizados;
Ser a causa determinante da declaração de vontade, viciando-a; 
Ser realizado pela outra parte do negócio ou seu procurador e, se realizado por terceiro, que a parte contrária, a quem o dolo aproveite, tenha ciência dele ou devesse ter.
Coação
Enquanto o erro acontece pelo engano do agente e o dolo por ação malévola, a coação se constitui pela imposição física ou moral para indução a prática do negócio jurídico. 
Divide-se em:
Coação física de vis absoluta – Quando o agente tem seus movimentos tolhidos para executar o ato;
Coação moral de vis compulsiva – Quando há ameaça a pessoa ou contra alguém ligado a ele, viciando sua ação.
Em resumo, tem-se coação quando realizada de acordo com parâmetros circunstanciais subjetivos da vítima. São eles:
Gravidade;
Seriedade;
Iminência ou atualidade;
Nexo causal entre a coação e o ato extorquido;
Que o ato ameaçado seja injusto.
Lesão
Entende-se por lesão a desproporção das prestações impostas nos negócios jurídicos. Por exagerar abusivamente nas vantagens e desvantagem torna-se vício ao ato por prejudicar outrem.
Divide-se em:
Lesão enorme ou lesão propriamente dita– Pelo excesso de vantagens e desvantagens para alcançar fins objetivos do negócio;
Lesão usurária ou usura real – De acordo com a Lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951, esta se debruça sobre o autor da lesão por ferir os bons costumes;
Lesão especial – De acordo com o Código Civil se utiliza tanto da parte objetiva (caracterização) quanto subjetiva (requisitos dos sujeitos) sem perseguir a ocorrência ilícita;
Lesão consumerista – De cunho objetivo analisa dentro do Código de Defesa do Consumidor os casos específicos e jurisprudência para a ocorrência em cada caso.
Estado de perigo
Decorrente do estado de necessidade – tipificado no âmbito Penal – configura-se pela vontade ser motivada diante de emergente auxílio próprio ou a outrem, vinculado afetivamente. O agente constitui uma obrigação pelo risco atual o iminente, conhecido pela outra parte, que o desequilibra.
É típico desta conduta viciosa que o agente assuma o ônus exacerbado para garantir para si ou próximo resguardo perante dano patrimonial ou extrapatrimonial. Para caracterizá-lo é necessária a existência de dois fatores:
De ordem objetiva – quando assume obrigação onerosa para salvar-se ou outrem ligado afetivamente de grave ameaça;
De natureza subjetiva – quando há relações de inferioridade na qual a vítima se encontrava no momento da contratação e ao dolo referente ao estado de perigo (recuperando os parâmetros circunstanciais subjetivos da vítima descritos para o dolo).
Fraude contra credores ou Fraude Pauliana
Vício social – quando é exteriorizado pela conduta do agente – que se configura pela atitude prejudicial do devedor a fim de prejudicar o credor durante a retirada ou perda do patrimônio.
Seus elementos que o caracterizam são: 
A diminuição ou esvaziamento do patrimônio do devedor;
O intuito malicioso do devedor para causar dano.
Acontece nas seguintes hipóteses:
Na transmissão gratuita de bens;
Na remissão
Na celebração de contratos onerosos do devedor com terceiros em casos nos quais a insolvência seja notória, pública;
Na antecipação de pagamentos;
No pagamento da dívida ainda não vencida para colocar alguns dos devedores em posição desfavorável, quebrando a igualdade;
Na outorga de direitos preferenciais a um dos credores, como a instituição de hipoteca ou penhor em favor dos credores.

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