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DIREITO TRIBUTÁRIO Natallie Alves de Almeida natalliealmeida@yahoo.com (085) 9.8846.6548 / 9.9793.1290 TAXAS CF Art. 145 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Art. 77 As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. São instituídas pela União, Estados, DF e Municípios por lei ordinária (art. 145, II, CF e Arts. 77 a 79, CTN). São classificadas como tributo vinculado de arrecadação não vinculada (Geraldo Ataliba), cujo fato gerador relaciona-se com uma atuação estatal. A taxa é paga como uma contraprestação a atuação estatal. O Estado pode cobrar taxa em vista da prestação de um serviço público ou em virtude do exercício do poder de polícia. Base Legal: Art. 145, II, CF; Art. 77 ao 80, CTN. Taxas são tributos vinculados e contraprestacionais. Isso significa que o fato gerador dessa espécie tributária está relacionado a uma prestação estatal específica ao contribuinte, seja por meio de serviços públicos ou pelo exercício do poder de polícia. As taxas podem ser instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos. Há diversas atividades fiscalizadoras que podem ensejar a cobrança da taxa de polícia. Como exemplo, temos a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), instituída pela Lei 10.165/2000, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. É necessário ter atenção, pois tanto os serviços efetivamente utilizados pelo contribuinte como aqueles potencialmente utilizados ensejam a cobrança de taxas. Neste ponto, cabe esclarecer que a utilização potencial é aquela em que, em que pese a disponibilização do serviço público, o contribuinte não o utiliza. É o caso da taxa de lixo (POTENCIAL) , que é cobrada independentemente de ser utilizado ou não o serviço de coleta domiciliar de lixo. Quanto à natureza do serviço público, é importante ter em mente que apenas serviços públicos específicos e divisíveis podem ser remunerados por meio de taxas, o que não ocorre, por exemplo, com o serviço de iluminação pública. TAXAS DE POLÍCIA - Tem por objetivo custear o exercício regular do Poder de Polícia. - O Poder de Polícia pode estar relacionado à atividade: ATIVIDADE ADMINISTRATIVA: está relacionado à atividade de fiscalização. E é esse tipo de atividade que está sujeita à incidência de taxa de polícia. - A taxa de Polícia tem por objetivo custear o Poder de Polícia Administrativo, que exerce a atividade de fiscalização. Exercício Regular: para a jurisprudência do STF e do STJ, exercício regular equivale apenas à existir um departamento de fiscalização em funcionamento. Ou seja, independe do número de vezes que o fiscal visita a empresa ou o contribuinte. Ex.: Taxa de Fiscalização de Estabelecimento – TFE. Quando uma empresa resolve abrir, passar a funcionar, deve ver onde ela vai estar domiciliada, porque não é em qualquer canto que ela pode abrir – comércio, indústria. Há regiões que não pode ter indústria, ou que são estritamente residenciais. E as empresas devem seguir várias exigências. E qualquer tipo de empresa está sujeita à uma fiscalização e, por isso, deve pagar a taxa de polícia, independentemente se sofreu a fiscalização efetiva ou não. OBS.: Poder de polícia. A utilização efetiva ou potencial se refere apenas ao serviço, de modo que quanto ao poder de polícia a prestação deve ser efetiva. No entanto, o STF entende que a mera existência de órgão fiscalizador presume a existência de fiscalização, o que autoriza a cobrança. OBS.: É legítima a cobrança de taxa pelo município de taxa de renovação de licença. Cancelamento da súmula 157 do STJ que dizia ser ilegítimo. TAXAS DE SERVIÇO - Tem por objetivo custear a utilização efetiva ou potencial de um serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte OU então colocado a sua disposição. UTILIZAÇÃO: deve ser efetiva – de um serviço prestado; ou potencial – de um serviço colocado à disposição. - Ex.: Pessoa que não produz lixo nenhum, pois o imóvel está fechado. Mas mesmo assim a pessoa está obrigado à pagar a taxa, pois há uma utilização em potencial, uma vez que o serviço foi colado à disposição para o contribuinte. - Pouco importa se utilizou ou não o serviço, se este tiver sido colocado à disposição. - O simples fato de existir o serviço já obriga o pagamento da taxa, se estiver à disposição. Serviço Público – Art. 79, CTN: todo e qualquer serviço público pode ser custeado por taxa? NÃO – serviço público para ser custeado por taxa deve ser: específico E divisível. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas deintervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Serviço Específico: é aquele em que é possível identificar o contribuinte, quando se observa a identidade do contribuinte. Quando é possível determinar quem é o contribuinte que se vale do serviço. PERGUNTA-SE: QUEM? Serviço Divisível: divisível, diz respeito à quantidade do serviço. Ex.: requerer uma certidão, um documento público – paga-se uma taxa – é um serviço público específico e divisível – paga-se de acordo com a quantidade de certidões. PERGUNTA-SE: QUANTO? OBS.: Taxa de serviço. O fato gerador é a utilização, efetiva (uso real do serviço) ou potencial (serviço à disposição), de serviço público específico (possibilidade de identificar o beneficiário) e divisível (possibilidade de mensurar a utilização do serviço). Características da Utilização: efetiva OU potencial. Características do Serviço: específico E divisível. Taxa de Lixo X Taxa de Limpeza Pública Taxa de Lixo: tem por objetivo custear a coleta de lixo. É serviço divisível, logo, foi considerada pelo STF como constitucional. Taxa de Limpeza Pública: tem por objetivo custear a limpeza de logradouros públicos – como varrição das ruas, limpeza de boieiros, monumentos, praças, parques. É serviço indivisível e, portanto, foi considerada pelo STF como inconstitucional. TAXAS X TARIFAS – Diferenças Taxa: é uma cobrança que depende de lei – é vinculada à lei, por ser um tributo. É uma cobrança de natureza obrigatória, com pagamento obrigatório – é compulsória. Ex.: taxa de lixo, mesmo sem usar o serviço, é obrigado a pagar. Tarifa: é uma cobrança que não depende de lei. É uma cobrança de pagamento facultativo – a cobrança não é compulsória. Ex.: passagem do ônibus. Ônibus sempre está disponível, mas não é obrigado a pagar a passagem do ônibus mesmo sem usar – a passagem tem natureza de tarifa, natureza contratual – paga a passagem quando utiliza o ônibus. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Base Legal: Art. 145, III, CF e Artigos 81 e 82, CTN. É a terceira espécie tributária conflagrada na CF e destacada no CTN. Art. 145, III CF e art. 81 e 82 do CTN. Há vários pontos em comum entre contribuição de melhoria e taxa. São eles: lei ordinária; União, Estados, Municípios e DF podem criar (tributo federal, estadual ou municipal); princípios constitucionais tributários; tributo bilateral, contraprestracional ou sinalagmático. - Não é legítima a sua cobrança antes da realização da obra pública. Excepcionalmente, poderá ser cobrada em face de realização de parte da obra, se inequívoca a valorização. - A contribuição de melhoria é um tributo vinculado, cobrado em razão de obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. É um tributo de competência comum, isto é, tanto a União, como os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituí-la. - É interessante destacar que a contribuição de melhoria possui dois limites para sua cobrança: Limite Total Despesa realizada; Limite Individual Acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. O fato gerador da contribuição de melhoria não pode se confundir com o da taxa, o fator da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária - não é qualquer benefício. Tem de haver a valorização imobiliária (se ocorrer desvalorização não haverá o tributo), decorrente de uma obra pública (art. 2º do Dec-Lei nº 195/67 trata do rol de obras que podem ensejar a contribuição de melhoria). Há um nexo de causalidade, a valorização tem que ser decorrente da obra pública. Paga-se apenas um vez o tributo. Não tem relação com o IPTU pago anualmente (a base de cálculo inflou). A base de cálculo não é o valor da obra pública, nem mesmo o custo dela, é o quantum de valorização do imóvel – o valor final do imóvel menos o valor inicial. A base de cálculo está regida por um sistema de cobrança balizado em dois limites no Brasil: o limite individual (partir da valorização individualmente detectada), limite global ou total (respeito ao teto do valor gasto com a obra). Não pode ultrapassar esses dois limites, sob pena de locupletamento estatal. Esses limites não estão na CF e sim na legislação infraconstitucional. Características: I) Diz respeito à obra pública. Mas não basta a obra pública para se exigir a contribuição de melhoria. II) Em razão da obra pública deve haver a valorização imobiliária. A obra pública é importante, mas fundamental para a existência desse tributo, é a valorização imobiliária decorrente dessa obra. Fato Gerador: é a valorização imobiliária. - Pouco importa a obra, pois pode ter melhoria, e não ter a valorização. Quem pode exigir a contribuição de melhoria? Art. 145, III, CF: - A Contribuição de Melhoria faz parte da chamada competência tributária comum – é o tipo de tributo que é comum a todos os entes federados – pode ser exigida pela União, Estados, Municípios, DF – qualquer um deles pode realizar obra pública. Ex.: Obra Pública realizada na divisa de dois Estados, alcançando municípios do Estado A e do Estado B. O ente competente para exigir a contribuição é o ente realizador da obra. - A definição do ente político competente depende da localização da obra? É irrelevante a região onde a obra foi realizada. Pouco importa se alcançou um, dois estados ou vários municípios. Deve-se levar em consideração o ente federado realizador da obra. Se a obra foi federal, quem pode cobrar é a União, se for estadual, dividida entre os dois estados, ambos podem cobrar na proporção que lhe foi outorgada. Quando pode se cobrar a título de contribuição de melhoria? Art. 81, CTN Para cobrar a contribuição de melhoria, é preciso observar dois limites – que devem ser observados concomitantemente: Limite Individual: a contribuição de melhoria não pode ser superior ao montante da valorização do imóvel. Limite Total ou Global: o resultado da somatória das contribuições de melhoria não pode ultrapassar ao custo total da obra. Decreto-Lei 195/1967
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