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HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO by Ueilon Teixeira

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HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
(1) O QUE É “CRESCENTE FÉRTIL”? 
É o nome dado a uma região do Oriente Médio, historicamente habitada por diversos povos e civilizações 
desde os mais primitivos estágios de evolução do homem moderno. Seu nome deriva precisamente do 
fato dessa região, em forma de lua crescente, ser extremamente propícia à agricultura, literalmente 
"rasgando" áreas desérticas completamente inóspitas (sem condições para serem habitadas), impróprias 
para povoamento constante e estável. 
 
(2) CIVILIZAÇÕES DO CRESCENTE FÉRTIL: 
O Crescente abrange as áreas da Mesopotâmia e do Levante (os territórios ou partes dos territórios de 
Palestina, Israel, Jordânia, Líbano, Síria e Chipre), delimitado ao sul pelo deserto da Síria e ao norte o 
Planalto da Anatólia. 
(3) O QUE É IMPORTANTE SABER SOBRE O CRESCENTE FÉRTIL: 
 A região é frequentemente denominada o "berço da civilização", por ser ali o local de nascimento e 
desenvolvimento de vários povos, que atestadamente, antes de quaisquer outros em outras regiões do 
planeta, iniciaram o processo de desenvolvimento civilizatório como até hoje o reconhecemos, como, por 
exemplo, através do estabelecimento em um determinado local em detrimento do nomadismo, o 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
desenvolvimento de cidades, da agricultura, da roda, da escrita, de diversas ferramentas, além do 
desenvolvimento do comércio, isso tudo já existente por volta de 8000 anos atrás naquela mesma área. 
 
(4) O QUE É DIREITO? (COM BASE NA MATÉRIA: HISTÓRIA DO DIREITO) 
Segundo o jurisconsulto romano Ulpiano, o Direito era “a arte do bom e do equitativo, separando o justo 
do injusto, o lícito do ilícito.”. 
(5) ENTENDENDO (RESUMIDAMENTE) O NOMADISMO PARA CHEGAR ÀS SOCIEDADES TRIBAIS: 
De acordo com o historiador Ciro Flamarion S.Cardoso (2006), o nomadismo foi caracterizado como 
sendo o modo de vida dos grupos humanos sem fixação territorial, mas detentores de referências de 
identidade comunitária e de características culturais comuns. Tais grupos, desde a Pré-História, eram 
constituídos por caçador-coletores que vagavam de uma região para outra, em busca de água e de 
melhores condições de alimentação, pois desconheciam, de modo geral, a agricultura. 
Com o passar do tempo, por volta de 10.000 a.C., as necessidades alimentares forçaram as populações 
nômades a buscar alternativas agrícolas para a sua subsistência, resultando num longo processo de 
sedentarização, pois, entre o plantio e a colheita de gêneros, tais grupos foram se fixando nas imediações 
de vales férteis, construindo casas, criando animais. Surgiam os primeiros aglomerados sedentários: os 
povoados, dependentes não mais da caça e da coleta, mas sim da agricultura e da criação de animais para 
corte e obtenção de leite. 
(5) AS SOCIEDADES TRIBAIS: 
Como resultado do processo de sedentarização, as sociedades humanas se tornaram mais complexas. As 
relações sociais se definiam pelo parentesco e pela manutenção da ordem interna da comunidade. Por 
volta de 6.000 a.C. começaram a surgir as primeiras sociedades tribais organizadas em torno de 
referências culturais e de um antepassado comum, seja consanguíneo ou mitológico. 
(6) ATIVIDADES MAIS DESENVOLVIDAS PELAS PRIMEIRAS SOCIEDADES TRIBAIS: 
I. Agricultura; 
II. Pecuária; e 
III. Troca de produtos por produtos (escambo). 
(7) CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES TRIBAIS: 
a) Não há exploração do homem pelo homem; 
b) Não existe divisão de classes sociais nem a ideia de lucrar com o trabalho alheio; 
c) Não há dominação de uns poucos sobre os demais, pois ninguém detém o direito exclusivo de usar 
armas contra outros; 
d) Não há o Estado nem o poder privado do senhor (instituições que dividem a sociedade entre os que 
mandam e os que obedecem); 
e) Cada um detém a força de fazer justiça pelas próprias mãos quando for pessoalmente lesado ou 
tiver algum parente que tenha sido lesado por outrem. Mas esse acerto de contas segue regras 
sociais bem definidas; 
f) Produção de alimentos e de objetos, realizada por todos na base da cooperação familiar extensa; 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
g) Os familiares colaboravam no trabalho e todos recebiam de acordo com suas necessidades; 
h) Ninguém trabalhava mais que o necessário (devido a isso, as sociedades tribais, segundo alguns 
autores, eram “sociedades de abundância” e “sociedades de lazer”); 
i) Dentro da tribo, os grupos de parentesco ou as divisões sociais são considerados equivalentes; 
j) Algumas sociedades tribais são chamadas de duais, pois cada metade teria o mesmo poder e o 
mesmo prestígio; 
k) Algumas sociedades tribais são denominadas segmentares, pois cada segmento é equivalente ao 
outro; 
(8) OBSERVAÇÕES IMPORTANTES (TAMBÉM) SOBRE AS SOCIEDADES TRIBAIS: 
É um engano pensar que as tribos, mesmo as menos diferenciadas como as duais, sejam inteiramente 
consensuais e igualitárias. Existem diferenças mercantes entre os sexos, diferenças entre as classes e os 
grupos de idade, diferenças de prestígio entre pessoas, diferenças de tamanho, local de moradia e de 
riquezas entre os grupos de parentesco. Tudo isso cria possibilidades de que tensões venham a explodir em 
conflitos, aliás, bastante comuns dentro das tribos. 
Mas há uma grande diferença entre como prevenir ou solucionar os conflitos dentro e entre as tribos. 
Dentro das tribos, existem muitos meios de evitar, por meio da comunicação e do acordo, que brigas 
degenerem em conflitos armados e mortes. 
8.1 Entre as tribos, as relações, por definição, são: 
a) De inimizade; 
b) De desconfiança; ou 
c) De cuidado. 
Por isso, muitos afirmam que as sociedades primitivas ou tribais se caracterizam pelo estado de guerra 
entre elas. 
8.2 As tribos, porém, não estão sempre em guerra. Há entre elas mais intercâmbio cultural do que os 
antropólogos imaginavam (Barth, 1986). Até mesmo a presença de cativos de tribos vizinhas, como 
resultado da guerra, favoreceu esse intercâmbio de ideias, símbolos, rituais, e práticas sociais, todos 
aprendidos e transmitidos socialmente. Quanto mais trocas houver entre as tribos, menor a possibilidade 
de guerra. A vida tribal, no entanto, foi muitas vezes caracterizada pela paz precária ou pelo estado de 
guerra permanente (Sahlins, 1970), mas não universal. Isso porque a guerra acontecia contra os que não 
faziam parte da tribo, mas não entre seus membros (Clastres, 1982). Por isso se pode dizer que a 
comunidade tribal cria a exclusão: “quem dela não faz parte está excluído de seus benefícios e de sua 
proteção.”. 
(9) CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS DAS SOCIEDADES TRIBAIS: 
I. Patriarcalismo - Organização social fundamentada na figura do patriarca, o chefe da família, o 
indivíduo mais idoso, detentor de sabedoria acumulada. O patriarca era, ao mesmo tempo, chefe 
militar, juiz e sacerdote de seu clã, com grande projeção no âmbito da vida cotidiana da tribo. A 
reunião de patriarcas no contexto de uma sociedade tribal originava o Conselho de Anciãos, com 
atribuições consultivas e deliberativas. 
II. Oralidade - Considerando o homem como um ser social e naturalmente produtor de cultura, 
podemos ressaltar que nas sociedades tribais as tradições, mitos, lendas e códigos de conduta 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
eram transmitidos, via de regra, pela oralidade, geração após geração. A memória da comunidade 
era transmitida através da língua, sendo fundamento para a configuração de identidades e base 
para o estabelecimento das relações sociais. 
III. Ênfase nos costumes e no âmbito coletivo - Nas sociedades tribais as regras de convivência tinham 
no costume o seu elemento definidor. A noção de indivíduo, tal como a conhecemos na atualidade,ainda não havia sido formulada, pois a ênfase era na coletividade, na promoção da ordem interna 
da tribo. 
(10) RELIGIOSIDADE: 
Eis um ponto essencial nos fundamentos do Direito das sociedades da Antiguidade, ágrafas (sem escrita) 
ou detentoras de um código escrito: a religiosidade impregnando as tradições e as decisões de cunho 
jurídico. O sistema de crenças de tais sociedades influenciava decisivamente a aplicação da justiça. O 
recurso à divindade era constantemente utilizado. Regra religiosa e regra jurídica não tinham distinção. 
Os deuses julgavam. Os deuses condenavam. Os deuses absolviam. Tais sociedades originaram, mais tarde, 
estados teocráticos. 
(11) A QUESTÃO DA VINGANÇA, NAS SOCIEDADES TRIBAIS: 
Dentre os costumes mais antigos, existentes no âmbito da administração da justiça, no contexto das 
sociedades tribais e/ ou da Antiguidade, podemos destacar a vingança como sendo um dos principais. 
Trata-se do princípio elementar do direito de retaliação, de revidar, na mesma proporção, a ofensa 
recebida, a lesão sofrida, a humilhação imposta por terceiros. A rigor, existiam três modalidades de 
vingança entre os povos antigos, a saber: 
I. A VINGANÇA PRIVADA: constituía uma reação natural e instintiva da vítima, de seus parentes ou 
até mesmo de toda a tribo, contra uma pessoa ou grupo, pelo crime cometido, revidando a 
agressão. A vingança privada era uma prática socialmente aceita, não sendo uma instituição 
jurídica, ocorrendo sem limites previamente estabelecidos, resultando em violência 
descontrolada. “Olho por olho, dente por dente.” Tal forma de vingança, com o passar do tempo, 
já durante o desenvolvimento das civilizações na Mesopotâmia e no Egito, por volta de 3.500 a 
4.000 a.C, sofreu dois tipos de regulamentação, a saber: 
 
a) A pena de talião: Tradição fundamentada no direito à retaliação por um ato lesivo, 
individual ou coletivo, no qual a pena para o delito é equivalente ao dano causado, 
devendo ser aplicada na mesma proporção, sem excessos. “Quem com o ferro fere, com 
o ferro será ferido”. Por este princípio, o criminoso deveria sofrer da mesma forma que a 
vítima sofreu. O Código de Hammurabi ( 1792 a.C. - 1750 a.C ) incorporou a pena de talião 
em sua compilação legal. 
b) A composição: Tradição pela qual o criminoso entrava em acordo com a parte lesada e 
comprava a sua liberdade, através da transferência de parte de seu patrimônio para a 
vítima, como forma de compensação. Tal prática originou, posteriormente, as multas 
penais e as indenizações cíveis. 
 
II. A VINGANÇA DIVINA: era uma prática comum, visto que a religiosidade estava presente na 
estrutura da aplicação da justiça. O infrator cometia um crime não apenas contra uma pessoa ou 
grupo, mas também ofendia aos deuses. Os sacerdotes, com o objetivo de aplacar a cólera 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
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divina, atuavam como juízes e aplicavam penas severas. As sanções penais eram cruéis 
(esfolamento, lapidação, mutilação, açoites, afogamento, etc.) sendo a pena de morte aplicada 
com muita frequência. Preceitos religiosos eram convertidos em leis, não havendo distinção 
entre o sagrado e o profano. 
 
III. A VINGANÇA PÚBLICA: com a maior complexidade das organizações tribais, ocorreu o 
desenvolvimento do poder político, encarnado na figura do patriarca ou da assembleia cidadãos. 
As penalidades vão perdendo sua aura (fama) de sacralidade (sagrada) e passam a ser impostas 
por uma autoridade constituída, em nome da coletividade, com o objetivo de preservar os 
interesses da comunidade. A vítima perdia o seu direito à vingança, os sacerdotes deixam de 
serem agentes responsáveis pela aplicação das penas e o rei, em nome dos deuses, passava a 
exercer sua autoridade, impondo penas de morte, confisco de bens e multas, muitas vezes 
extensivas aos familiares do infrator. Numa palavra, crimes contra uma pessoa eram crimes 
contra a sociedade como um todo e o Estado, guardião da ordem, era um vingador implacável. 
(12) O CÓDIGO DE HAMURABI 
12.1 Origem: 
O Código de Hamurabi é visto como a mais fiel origem do Direito. É a legislação mais antiga de que se tem 
conhecimento, e o seu trecho mais conhecido é a chamada lei de talião. 
Khammu-rabi, rei da Babilônia no 18º século A.C., estendeu grandemente o seu império e governou uma 
confederação de cidades-estados. Construiu, no final do seu reinado, uma enorme "estela" em diorito, na 
qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça do rei Marduk. Abaixo mandou 
escreverem 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código de Hamurabi (embora 
abrangesse também antigas leis). 
12.2 Classes sociais à quais se referem muitas das provisões (leis) do Código de Hamurabi: 
I. Awelum (“filho do homem”): a classe mais alta, dos homens livres, que era merecedora de 
maiores compensações por injúrias - retaliações -, mas que por outro lado arcava com as multas 
mais pesadas por ofensas; 
II. Mushkenum: cidadão livre, mas de menor status e obrigações mais leves; e 
III. Wardum: escravo marcado que, no entanto, podia ter propriedade. 
12.3 Outros pontos aos quais se referia o Código de Hamurabi: 
a) Ao Comércio: o caixeiro viajante ocupava lugar importante; 
b) À Família: inclusive o divórcio, o pátrio poder, a adoção, o adultério, o incesto (relação sexual 
entre parentes); 
c) Ao trabalho: precursor do salário mínimo, das categorias profissionais, das leis trabalhistas; 
d) À propriedade. 
12.4 Quanto às leis criminais: 
Vigorava a "Lex Talionis" (lei de talião): a pena de morte era largamente aplicada, seja na fogueira, na 
forca, seja por afogamento ou empalação. A mutilação era infligida de acordo com a natureza da ofensa. 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
A noção de "uma vida por uma vida" atingia aos filhos dos causadores de danos aos filhos dos ofendidos. 
As penalidades infligidas sob o Código de Hamurabi ficavam entre os brutais excessos das punições 
corporais das leis mesopotâmicas Assírias e das mais suaves, dos hititas. A codificação propunha-se à 
implantação da justiça na terra, à destruição do mal, à prevenção da opressão do fraco pelo forte, a 
propiciar o bem estar do povo e iluminar o mundo. Essa legislação estendeu-se pela Assíria, pela Judeia e 
pela Grécia. 
(13) A OPOSIÇÃO ENTRE O CAMPO E A CIDADE 
A cidade opõe-se ao campo. Dela vêm as novidades que alteram a vida dos camponeses, tais como o ferro 
e os instrumentos de ferro e aço. Estes instrumentos podem ser de guerra ou de paz. Quando quer 
anunciar o futuro da felicidade, o segundo Isaías promete que os povos “converterão suas lanças em 
podadeiras e suas espadas em foices”. Da cidade vem tanto à opressão quanto a liberdade: liberdade de 
ameaças maiores, liberdade de um trabalho de baixa eficiência. 
I. A cidade é o centro do controle que detém a escrita (memória escrita), os livros, faz o censo e 
cobra os tributos, isto é, a forma de apropriação externa à comunidade tribal. A cidade antiga 
torna-se um reservatório de riqueza a que poucos têm acesso – em torno do rei, os sacerdotes e 
os escribas, os conselheiros e os generais. 
Impérios (centros de federações de cidades submetidas) precisam de redes de administração: 
satrapias e governadores. 
a) Função das redes de administração: arrecadar os tributos e manter a indispensável paz interna e 
externa. 
 
II. As comunidades do campo têm a sua própria justiça, em geral presidida por um Conselho de 
Anciãos ou alguém escolhido pelos mais respeitados: 
 Justiça do cadi oriental (ou justiça da aldeia): trata das regras cotidianas de relações 
comunitárias, em oposição à justiça pessoal e burocrática. 
A interferência da cidade na vida das comunidades tribais em geral é apenas paraextrair os tributos e, 
em caso de conflitos que possam degenerar em rompimento do equilíbrio do império, impor militarmente 
a paz. Impor militarmente E NÃO “JURIDICAMENTE”, pois se trata em geral de um problema de guerra 
potencial. 
Na “federação” de cidades, a superioridade militar determinará os termos da relação: a guerra termina: 
a) Em aliança; 
b) Em extermínio; 
c) Impondo um preço determinado pela liberdade, que será pago de uma vez (um resgate); 
ou 
d) Impondo prestações periódicas numa espécie de vassalagem (absoluta fidelidade; súdito de um 
soberano). 
(14-A) Períodos da Grécia Antiga: 
a) Obscuro (1150-800 a.C.): chegada dos aqueus, dórios, eólios e jônios; formação dos génos; 
ausência da escrita. 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
b) Arcaico (800-500 a.C.): formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, 
da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho do 
comércio, da indústria e processo de urbanização. 
c) Clássico (500-338 a.C.): o período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas 
cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso, outras 
cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa. 
d) Helenístico (338-146 a.C.): crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural 
helenística, a civilização grega se espalha pelo mediterrâneo e substituí e se funde a outras 
culturas. 
(14) A VIDA MATERIAL NA GRÉCIA ANTIGA 
14.1 Atenas, por volta de 490 a.C: 
a) 30.000 (trinta mil) cidadãos (homens adultos livres); 
b) 90.000 (noventa mil) mulheres e crianças; 
c) Bem menos residentes estrangeiros e escravos. 
Total aproximado de 150.000 (cento e cinquenta mil) habitantes. 
14.2 Atenas, em 430 a.C = aproximadamente 50 anos depois: 
a) 40.000 (quarenta mil) cidadãos (homens adultos livres) = 10 mil a mais do que em 490 a.C; 
b) 120.000 (cento e vinte mil) mulheres e crianças = 30 mil a mais do que em 490 a.C; 
c) 20.000 (vinte mil) estrangeiros residentes; 
d) 60.000 (sessenta mil) escravos; 
Total aproximado de 250.000 (duzentos e cinquenta mil) habitantes = aproximadamente 100.000 (cem mil) 
a mais do que em 490 a.C. 
14.3 Atenas, após a submissão a Felipe e Alexandre da Macedônia, por volta de 321 a.C: 
a) 21.000 cidadãos; 
b) 60.000 mulheres e crianças; 
c) 10.000 estrangeiros; 
Total aproximado entre 100.000 e 150.000 habitantes; 
14.4 Corinto, no auge de sua expansão: 
 90.000 habitantes; 
14.5 Tebas, no auge de sua expansão: 
 50.000 habitantes; 
14.6 Mortalidade em Atenas, a cada 100 adultos com 20 anos: 
a) 70% (70 adultos) viviam até os 30 anos; 
b) 25% (25 adultos) viviam até os 60 anos; 
c) 7% (7 adultos) viviam até os 80 anos; 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
14.7 Por que as pessoas morriam relativamente cedo? 
a) Pelas condições de vida; 
ou 
b) Por causa das guerras. 
*OBS: A MORTALIDADE FEMININA ERA AGRAVADA PELO PARTO, QUE AINDA REPRESENTAVA RISCO DE 
MORTE EM MUITAS OCASIÕES; 
14.8 O casamento ocorria na média: 
a) Entre os 30 e 40 anos para os homens; 
b) Aos 20 anos para as mulheres. 
14.9 Características da vida material na Grécia Antiga: 
a) Os escravos nunca foram usados extensivamente na agricultura; 
b) Os escravos, quando usados na agricultura, trabalhavam ao lado de homens livres; 
c) Os escravos eram aproveitados nos serviços domésticos; 
d) Os escravos eram aproveitados nos serviços públicos braçais ou subalternos; 
e) Os escravos eram aproveitados nos serviços públicos burocráticos; 
f) Domésticos e servidores burocráticos recebiam tratamento quase familiar; 
g) Os escravos não se distinguiam dos livres pelo traje ou pelos modos; 
h) Com exceção do trabalho de minas, os demais (trabalhos) poderiam ser feitos por livres ou 
escravos; 
i) Os escravos eram apenas proibidos de participar na vida política e lutar pela cidade; 
j) Tornavam-se escravos os prisioneiros de guerra e de pirataria; 
k) Mercadores estrangeiros vendiam os bárbaros que já haviam sido reduzidos à escravidão; 
l) A escravidão não era natural (inelutável), mas um fato da vida, um acaso; 
m) Nas relações de família, conhecia-se o divórcio recíproco, com iguais direitos para homens e 
mulheres; 
n) Nas relações de família, conhecia-se o abandono de crianças recém-nascidas: era uma prática 
legal, porém não se sabe quanto era comum; 
o) As roupas tendiam a ser uniformes para todas as classes; 
p) Percebia-se a diferença entre mais rico e mais pobre, mas não entre senhor e livre; 
q) O roubo de roupas no ginásio (símbolo da helenização e da Grécia) era crime especificamente 
previsto; 
(15) A VIDA JURÍDICA GREGA 
O direito grego só conseguiu ser soberano quando o povo atentou para a necessidade de escrever as 
normas que estavam respeitando. 
15.1 Características: 
a) Não existe classe de juristas; 
b) Não existe um treinamento jurídico; 
c) Não existem escolas de juristas; 
d) Não existe ensino do direito, como técnica especial; 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
e) Existem escolas de retórica, dialética e filosofia. 
f) Nas escolas de retórica, dialética e filosofia, se aprende a argumentação dialética (arte de debater, 
persuadir ou raciocinar), que vai ter uso forense ou semiforense; 
g) Havia o costume de aprender de cor (recitando em forma poética) alguns textos jurídicos; 
h) As leis de Sólon eram ensinadas como poemas; 
i) Todo ateniense bem educado conhecia a tradição político-jurídica comum das leis de Sólon; 
j) A literatura jurídica era fonte de instrução e prazer; 
k) As técnicas propriamente jurídicas eram próprias do logógrafo; 
l) O logógrafo era o redator de discursos forenses: pedidos, defesas etc.; 
m) O direito devia ser aprendido vivenciando-o; 
n) As leis deveriam fazer parte da educação do cidadão; 
o) As discussões sobre a justiça são discussões sobre a justiça na cidade, entre cidadãos iguais; 
p) As leis menores não importavam para discussão pública; 
q) Os cargos públicos não eram especializados (não havia propriamente uma burocracia); 
r) Havendo vida pública, não havia carreira; 
s) Os julgadores eram leigos (como num tribunal de júri); 
t) É a partir dos sofistas que a filosofia vai refletir controladamente sobre a lei; 
u) Os sofistas ensinavam as regras do bem viver em sociedade e participar das assembleias 
expressando o seu ponto de vista; 
v) A positivação do direito e sua disponibilidade exigem dos gregos uma primeira reflexão clássica 
sobre a natureza da lei e da justiça; 
w) A solidariedade cívica exige regras universais, que valham para todos os casos; 
x) Para os gregos, a cidade não pode depender da justiça do cadi, da aldeia, do simples respeito 
pessoal que se tem para com os mais velhos ou mais experientes, embora a experiência em 
assuntos de justiça e de política continue a importar; 
y) Não encontramos os diplomas gregos reunidos como temos acesso à legislação romana. 
15.1 Formas de resolução de controvérsias: 
a) Grandes Tribunais de dezenas ou centenas de membros: julgam os casos de crimes públicos; 
b) O Areópago (conselho de supervisão) era eleito pela Assembleia de todos os cidadãos; 
c) Todos os cidadãos podiam participar da assembleia, porém as magistraturas eram ocupadas com 
base nas classes de renda; 
d) O Areópago julgava os acusados de subverter (arruinar, perturbar, destruir) a Constituição; 
e) O Conselho de 400 (Boulé) exercia o governo; 
f) O julgamento de casos menos importantes era feito por um magistrado ou juiz singular; PODERIA 
HAVER APELO PARA A ASSEMBLEIA JUDICIAL, que funcionava em grupos; 
g) A assembleia judicial era chamada de HELIASTAS e os gruposde DICASTÉRIA; 
h) Nos tribunais, era preciso provar o direito (a lei, o costume) além dos fatos. 
i) Qualquer cidadão poderia se apresentar perante os tribunais, juízes e árbitros para defender seus 
interesses ou pontos de vista. 
j) Nos tribunais (como no júri), a resposta era sempre sim ou não, culpado ou inocente. 
k) Era obrigatório o recurso aos árbitros em matéria “cível” e “comercial” sempre que envolvesse 
mais de 10 dracmas; 
l) Havia árbitros públicos e privados; 
m) Se a decisão não fosse aceita, podia-se apelar para os HELIASTAS (assembleia judicial); 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
n) As provas nos tribunais populares poderiam ser feitas por escrito; nos arbitrais, eram informais; 
o) Os juízes podiam testemunhar sobre os próprios fatos, quando deles tivessem conhecimento; 
p) A decisão do juiz não precisava confinar-se às provas trazidas pelas partes; 
q) O juiz julgava segundo sua consciência (também); 
r) As testemunhas ou partes poderiam depor por escrito ou pessoalmente; 
s) Os depoimentos de escravos deveriam ser precedidos de tortura; 
15.2 Classificação das provas: 
a) Naturais (evidências empíricas): prova da existência da lei; testemunhas; contratos; juramentos; 
b) Artificiais: fornecidas pela invenção e descoberta; procedem do raciocínio: são indícios e 
presunções pelos quais passamos daquilo que sabemos (ou provavelmente sabemos) para aquilo 
que não sabemos. São fornecidas pela ELOQUÊNCIA. 
15.3 Outras características da vida jurídica grega: 
a) Distinguia-se o público do privado (próprio); 
b) Distinguia-se a associação voluntária (contratos) da associação involuntária (delitos); 
c) Distinguem-se regras de justiça corretiva (comutativa) dos deveres para com a polis e para com 
todos (regras de justiça distributiva); 
d) Os crimes dependiam de ação privada; 
e) Os crimes públicos eram denunciáveis por qualquer um; 
f) Não existia órgão público de acusação; 
g) O ideal era de que todo cidadão se sentisse indignado com qualquer ilícito, mesmo sem ser vítima; 
h) A denúncia era uma petição, o início de um processo; 
i) Se o denunciante não obtivesse pelo menos 1/5 dos votos do tribunal, sujeitava-se a uma multa, e 
estava proibido de abandonar a acusação no meio do processo; 
j) SICOFANTAS eram aqueles que denunciavam falsamente alguém, como meio de obter vantagem 
ilícita; 
15.4 Em geral, as penas eram: 
a) Castigos; 
b) Multas; 
c) Feridas; 
d) Mutilações; 
e) Morte: era aplicada com várias formas, dependendo do delito; 
e 
f) Exílio; 
O ostracismo (bania por 10 anos qualquer cidadão suspeito) dependia de julgamento por um tribunal 
popular e era aplicado ao demagogo (líder do partido democrático); 
 
REFERÊNCIAS 
 http://www.infoescola.com/geografia/crescente-fertil/ 
HISTÓRIA DO DIREITO - RESUMÃO 
Por: 
 
 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAexxcAC/aula-01-direito-entre-os-povos-agrafos-
sociedades-tribais 
 http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm 
 LOPES, José Reinaldo de Lima. História do Direito. 3ª edição; 
 http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/grecia_antiga.htm

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