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PRISÕES resumo

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PRISÕES
Conceito: É o cerceamento da liberdade de locomoção, é o encarceramento do indivíduo que praticou um tipo penal.
A prisão é uma exceção, por força do artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal, que preceitua: 
“NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA”
OBS: Trânsito em julgado: ‘Duplo grau de jurisdição’ – Adotado no Brasil
***** PRISÃO CIVIL*****
*Duas modalidades previstas:
1ª) Devedor de alimentos;
2ª) Depositário infiel
OBS: Ver decisão do STF no Recurso Extraordinário 466.343, que decidiu pelo status supra legal dos tratados internacionais sobre Direitos Humanos.
Como as prisões não são auto aplicáveis, ou seja, dependem de leis ordinárias para ser efetivada, a prisão do depositário infiel não é mais possível em nosso ordenamento, uma vez que está prevista no Pacto de São José da Costa Rica.
Com base nesse entendimento, foi editada a súmula vinculante número 25 do STF e a súmula 419 do STJ, ambas proibindo a prisão civil do depositário infiel
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
Súmula 419/STJ - 11/07/2017. Recurso especial repetitivo. Prisão civil. Consumidor. Depositário judicial infiel. Recurso especial representativo da controvérsia. Direitos humanos. Pacto de São José da Costa Rica. Emenda Const. 45/2004. Dignidade da pessoa humana. Novel posicionamento adotado pela STF. CF/88, art. 5º, LXVII e §§ 1º, 2º e 3º. Interpretação à luz do art. 7º, § 7º, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Dec.-lei 911/69, art. 4º. CPC, arts. 666, § 3º e 901. CF/67, art. 153, § 17. CCB, art. 1.265. CCB/2002, art. 652. Dec. 678/92, art. 7º, § 7º (Pacto de São José da Costa Rica). Dec. 592/92, art. 11 (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos).
«Descabe a prisão civil do depositário judicial infiel.»
* O Brasil é signatário do Pacto de São José da Costa Rica, e nesse tratado diz que apenas o devedor de pensão alimentícia poderá ser preso.
Já o Código Civil de 2002, fala que cabe as duas modalidades.
Vejamos a exemplificação:
As Leis Complementares (que nesse caso se configura como o Pacto de São José da Costa Rica) estão acima das Leis Ordinárias (configura como o Código Civil), e abaixo da Constituição Federal, logo se o congresso quiser dar como emenda Constitucional, ou seja, supra legal, poderá ter força constitucional.
*****SUBDIVISÃO DAS PRISÕES*****
1º) Prisão Pena: Aquela decorrente de uma sentença penal condenatória;
2º) Prisão sem pena (Cautelar, Processual ou Provisória): É aquela que ocorre durante a PERSECUÇÃO PENAL. 
Algumas importantes observações acerca da PERSECUÇÃO PENAL: 
1º) A PERSECUÇÃO PENAL engloba a fase de inquérito e processo.
INQUÉRITO POLICIAL (Primeira fase)
 Art. 28 CPP.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
PROCESSUAL (Segunda fase) “Denúncia; juiz recebe; intima-se para acusação”
Art. 41 CPP.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
*** Cautelar: A Prisão Cautelar se subdivide:
Flagrante
Preventiva
Temporária
Decorrente de Pronúncia (REVOGADA)
Decorrente de Sentença Condenatória recorrível (REVOGADA)
OBS: Vide artigo 283 CPP :
Art. 283.  Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
*****CUMPRIMENTO DE PRISÃO*****
** Formalidades:
MANDADO DE PRISÃO
Vide artigo 5º, inciso LXI;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
REQUISITOS:
Lavrado por escrivão e assinado pala autoridade competente (Juiz);
Designará a pessoa que deverá ser preso, por seu nome, alcunha ou sinais característicos;
Mencionará a infração penal que motivou a prisão;
Declarará o valor da fiança, quando afiançável a infração;
Será dirigido a quem tiver qualidade para a execução;
Será passado em duplicata (2 vias), ficando uma via com o preso, devendo ele dar recibo na outra
OBS 1: Caso não saiba, não possa ou se recuse a dar recibo, deverá ser feita uma declaração assinada por duas testemunhas.
Horário de cumprimento de prisão: Não há restrições quanto ao cumprimento de mandado de prisão, podendo ser esse, efetuado durante o dia ou noite.
OBS 2: Não confundir o cumprimento de mandado de prisão com a inviolabilidade domiciliar, caso o desfavorecido esteja dentro de sua residência, os executores do mandado deverão respeitar as regras constitucionais de proteção ao domicílio, sob pena de incorrerem em abuso de autoridade. (Solicitar ao juiz, o mando de busca e apreensão, pois o mandado de prisão não supri as exigências Constitucionais)
** Perseguição:
Caso haja perseguição do desfavorecido, o executor pode efetuar sua prisão, mesmo que em outro território, devendo apresentar o preso a autoridade local.
Vide artigo 290 CPP;
Art. 290.  Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
§ 2o  Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
O próprio artigo 290 do CPP, traz duas modalidades de perseguição:
Perseguição Real: O executor avista e persegue o desfavorecido, sem interrupção, mesmo perdendo-o de vista anteriormente. (parágrafo primeiro)
Perseguição Ficta: O executor fica sabendo por informações fidedignas que o desfavorecido passou a pouco tempo em tal e qual direção. (parágrafo segundo)
Perseguição em outra jurisdição:
O juiz irá deprecar a prisão, constando na carta precatória, o inteiro teor do mandado de prisão.
Vide artigo 289 CPP;
Art. 289.  Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o  Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o  A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o  O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivaçãoda medida.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 289-A.  O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o  Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o  Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o  A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o  O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 5o  Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art. 290 deste Código.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 6o  O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
*****PRISÃO ESPECIAL*****
Algumas pessoas gozam do direito de ficarem presas em uma cela especial, durante a prisão processual, ou seja, separada dos outros presos até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
A lista das autoridades que gozam desse privilégio, estão descritas no rol dos artigos 295 e 296 do CPP, além de legislação extravagante.
Art. 295.  Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;          (Redação dada pela Lei nº 3.181, de 11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;           (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.           (Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum.           (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento.           (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.           (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum.           (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.           (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296.  Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
OBS: Súmula 717
Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
*****USO DE ALGEMAS*****
Deve-se atender os requisitos da Súmula Vinculante número 11.
Súmula Vinculante 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
*****PRISÃO EM FLAGRANTE*****
Artigo 301 CPP
 Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Conceito: É uma medida restritiva da liberdade, em que qualquer pessoa PODE, e as autoridades DEVEM executá-la, quando estiver ocorrendo um delito.
FLAGRANTE vem do latim “Flagare”, que quer dizer “queimar”, ou seja, é o delito que queima, que está ocorrendo, que está acontecendo naquele momento.
OBS: Não há consenso na doutrina sobre a natureza jurídica da prisão em flagrante , existindo três correntes:
1ª) É um ato administrativo, pois independe de ordem judicial para seu cumprimento. (Walter Nunes da Silva Júnior)
2ª) É uma medida acauteladora, pois o magistrado, assim como ocorre na prisão preventiva, deve-se manifestar sobre a mesma. (Afrânio Silva Jardim)
3ª) Trata-se de um ato complexo, misto, composto por duas fases. Uma primeira fase pré-processual, de cunho administrativo (Prisão Captura).
E outra judicial, que se dá com a comunicação do flagrante ao juiz, que decidirá sobre a manutenção da prisão, observando a existência de pelo menos um dos requisitos da prisão preventiva. (Fernando da Costa Tourinho Filho, Aury Lopes Júnior, Rosmar Rodrigues Alencar e Nestor Távora)
*** Espécies de Flagrante:
Artigo 302 CPP
 Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
        I - está cometendo a infração penal;
        II - acaba de cometê-la;
        III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
        IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
1) FLAGRANTE PRÓPRIO ( Real, Verdadeiro, Propriamente Dito):
Acontece quando o autor é preso no momento em que cometido a infração penal ou acabou de cometê-la. Não pode haver intervalo juridicamente relevante.
2) FLAGRANTE IMPRÓPRIO ( Irreal, Quase Flagrante):
Quando o autor é perseguido logo após ter cometido a infração penal. Não existe limite temporal para a perseguição, estando o sujeito em flagrante de delito enquanto este perdurar, mesmo sendo dias.
Vide artigo 290 CPP:
Art. 290.  Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenhapassado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
§ 2o  Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
3) FLAGRANTE PRESUMIDO ( Ficto ou assimilado):
O autor é preso logo depois de cometer a infração penal, com instrumento, armas, objetos, papeis que presumem ser ele o autor do crime.
OBS: O “Logo depois” é um conceito aberto, ficando a cargo do interprete, que deverá analisar o caso concreto e determinar o que seria esse lapso temporal. A doutrina como um todo, não enfrenta esse assunto. A jurisprudência é divergente, mas tem em comum buscar um fato de continuidade entre um momento em que as forças policiais tomam conhecimento do fato e iniciam as buscas pelos autores da infração.
4) FLAGRANTE FACULTATIVO:
É aquele em que qualquer do povo pode efetuar a prisão, ou seja, ele não tem a obrigação.
5) FLAGRANTE COMPULSÓRIO O OBRIGATÓRIO:
Os integrantes das forças policiais (Civil, Militar, Federal, Rodoviário Federal, Ferroviária e do Corpo de Bombeiros Militar) são obrigados a efetuar a prisão quando se deparam com uma situação de flagrante de delito, sob pena de incorrerem no cometimento de crime. (Prevaricação “Servidor deixar de praticar um ato de ofício”)
OBS: Obrigatoriedade do cumprimento do flagrante quando os policiais estiverem de folga, licença ou férias.
EXISTEM DUAS POSIÇÕES:
1ª) O policial é obrigado a cumprir sua função, mesmo estando fora de serviço , pois ele é policial 24 horas por dia . (Guilherme Nucci) Inclusive citando decisão do TJSP
2ª) O policial somente é obrigado a cumprir com seu dever quando estiver em serviço, passando a ter mera faculdade de efetuar a prisão em flagrante no momento em que estiver de folga, pois está na qualidade de um cidadão comum. (Nestor Távora)
A primeira posição é majoritária.
OBS: As guardas civis e metropolitanas não tem a obrigação de efetuarem a prisão em flagrante de delito, pois essa função não está inserida no rol constitucional de suas atribuições.
Vide artigo 144, § 8º da Constituição Federal
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
6) FLAGRANTE ESPERADO:
É o flagrante que o executor da medida (policial ou militar) aguarda o momento oportuno de efetuar a prisão do autor, no instante em que ele efetuou algum ato executório.
Na verdade, o flagrante esperado se converte em flagrante próprio, sendo uma criação doutrinária para explicar as condutas investigatórias da polícia judiciária. É amplamente aceito pela jurisprudência.
7) FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO (Delito de ensaio, Delito de experiência, Delito putativo por ordem do agente provocador):
O autor é induzido ou instigado a cometer o crime, que foi meticulosamente preparado por um agente provocador (policial ou terceiro), sendo preso em flagrante de delito.
OBS 1: Súmula 145 STF
Súmula 145
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
 Considera-se que a figura se amolda no chamado crime impossível, uma vez que existe um conjunto de circunstâncias previamente preparadas que impossibilitam a ocorrência do resultado.
OBS 2: Nas palavras do professor Damásio de Jesus “Ocorre crime putativo por obra do agente provocador quando , alguém de forma insidiosa provoca o agente a prática de um crime, ao mesmo tempo em que toma providências para que o mesmo não se consume”.
OBS 3: Eugênio Pacelli, com base nos fundamentos da Súmula 145 do STF, não vislumbra diferença entre Flagrante Esperado e Flagrante Preparado, uma vez que em ambos, sobre o prisma eficiente atuação policial, o crime seria impossível já que seria evitado. Contudo, prevalece que o Flagrante Esperado é valido, uma vez que a vontade do autor não está viciada pela existência do agente provocador.
OBS 4: Em relação ao crime permanente, existem entendimentos que, mesmo sendo o flagrante preparado, o autor já vinha cometendo o crime anteriormente, pois sua consumação se prolonga no tempo.
Trata-se do exemplo do policial que solicita drogas, se passando por um usuário e prende em flagrante o autor no momento em que este lhe entrega os entorpecentes. Como o autor já trazia consigo droga, ou a tinha em depósito, ele já estava cometendo a infração penal, cabendo a sua prisão em flagrante.
8) FLAGRANTE PRORROGADO (Retardado, Postergado, Diferido, Estratégico ou de Ação Controlada):
Ocorre quando o agente policial retarda a sua intervenção, mesmo diante da ocorrência de um crime, esperando o momento mais eficaz de agir, visando reunir um maior conjunto probatório ou efetuar a prisão de mais envolvidos. Somente pode ocorrer em ação de organização criminosa. Está previsto no artigo 3º , inciso III da Lei 12.850/13. (Lei de Organização Criminosa)
A ação deverá ser previamente comunicada ao juiz.
OBS: A Lei 11.343/06 (Tóxicos), em seu artigo 53, inciso II, e a Lei 9.613/98 em seu artigo 4ª, alínea b (Lavagem de Dinheiro), também autorizam a realização do flagrante prorrogado, devendo-se, contudo, ter prévia autorização do juiz, após prévia oitiva do Ministério Público.
9) FLAGRANTE FORJADO (Fabricado, Urdido, Armado, Maquiado):
 
Ocorre quando o agente policial, ou terceira pessoa, implanta provas para acusar uma pessoa do cometimento de um crime (não é valido), respondendo a agente que forjou o flagrante por denúncia caluniosa, abuso de autoridade, caso seja servidor público, ou até crimes mais graves.
*****ALGUMAS ESPÉCIES DE CRIMES E A SUA RELAÇÃO COM A PRISÃO EM FLAGRANTE*****
*** CRIME PERMANENTE:
Como a consumação se prolonga no tempo, cabe prisão em flagrante a todo o momento que durar a permanência.
Exemplo: Crime de tráfico de Drogas no verbo TER EM DEPÓSITO, CÁRCERE PRIVADO.
*** CRIME HABITUAL:
Prevalece que não cabe a prisão em flagrante, uma vez que no momento da prisão, o autor estaria cometendo apenas um fato isolado, que é um indiferente penal, uma vez que deverá ser demonstrada a habitualidade.
Exemplo: Exercício irregular da medicina (282 CP). Em sentido contrário, admitindo a prisão em flagrante nos crimes habituais, encontra-se MIRABETTE, afirmando que, no momento da prisão, forem arrecadadas provas da habitualidade, caberá a prisão em flagrante.
*** CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA E PÚBLICA CONDICIONADA:
Cabe a prisão em flagrante devendo a vítima manifestar o interesse em dar prosseguimento do feito para que se possa lavrar o auto.
***CRIME CONTINUADO
Cabe o flagrante, uma vez que cada ato da continuidade constitui um crime de forma isolada, possibilitando a ocorrência da prisão.
**OBS: Também é conhecido como flagrante fracionado.
***INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO:
Cabe a prisão e a condução até a DEPOL, onde será lavrado o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) , caso o autor seja imediatamente conduzido até ao juizado especial criminal, ou assine o termo de compromisso de comparecimento. Em se recusando a assinar o termo de comparecimento, será lavrado o auto de prisão em flagrante.
**OBS: Na lei de drogas, mesmo o autor se recusando em assinar o termo de comparecimento, não caberá sua prisão em flagrante, devendo ser colocado em liberdade provisória incondicionada.
**OBS2: Já em relação aos crimes praticados com base na Lei Marinha da Penha, por força do artigo 41, será lavrado o auto de prisão em flagrante, mesmo sendo um crime de menor potencial ofensivo. Há a quem defenda que este artigo inconstitucional, por força do art. 98, inciso I da CF.
***FASES OU MOMENTO DO FLAGRANTE
Classificação do professor LFG, que afirma que o flagrante possui 4 momentos distintos.
a) Capturar o autor
b) Sua Condução coercitiva até a delegacia
c) Lavratura do APFD
d) Recolhimento ao cárcere
***EXCEÇÕES A PRISÃO EMFLAGRANTE
a) Presidente da República ( art. 86 parg.3°).Somente pode ser preso por sentença penal condenatória.
b) Diplomatas estrangeiros a depender de tratados e convenções internacionais, não poderão ser presos em flagrante delito.
c) Membros do Congresso Nacional ( art.53 parg.2° da CF ). Somente por crime inafiançável devendo a respectiva casa, receber os autos em 24h, e deliberar sobre manutenção da prisão como voto da maioria dos membros.
**OBS: Os deputados estaduais por força do artg.27 parg. 1°, combinado com c/c art.53 parg.1° ambos da CF, também só podem ser presos em flagrante pelo cometimento de crime inafiançável. Os vereadores não possui essa imunidade
d) Magistrados somente podem ser presos em flagrante por crime inafiançável devendo a autoridade competente informar imediatamente o presidente do tribunal.
e) Membros do MP, também só podem ser presos pelo cometimento de crime inafiançável. O ato deverá ser comunicado em 24h, ao procurador geral.
f) Advogados em razão do exercício profissional, somente pode ser preso em flagrante por crime inafiançável, devendo um representante da OAB acompanhar o ato.
g) Menores de 18 anos por força do artg. 106 do ECA
h) Motoristas que se envolverem em algum acidente de transito e prestou pronto e integral socorro para a vítima não deixando o local do acidente 9503/97.
***PRISÃO PREVENTIVA
CONCEITO: ‘’ Prisão processual de natureza cautelar decretada pelo juiz em qualquer fase da investigação policial ou do processo criminal, antes do transito em julgado da sentença, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores.’’ ( Fernando Capez )
***PRESSUPOSTOS

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