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DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE DETERMINANTES SOCIAIS E A SAÚDE Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional, observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a maneira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avanço se dá pelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que é sistemáticas e relevantes, porem, evitáveis, injustas e desnecessárias (WHITEHEAD, 2000). DETERMINANTES SOCIAIS E A SAÚDE Segundo Nancy Adler (2006), podemos identificar três gerações de estudos sobre as iniqüidades em saúde: 1ª Gerações: Dedicou a descrever as relações entre pobreza e saúde. 2 ª Geração: Dedicou a descrever os gradientes de saúde de acordo com vários critérios de estratificação socioeconômica. 3ª Geração: Atual geração está dedicada a responder à pergunta como a estratificação econômico-social consegue ―entrar‖ no corpo humano? DETERMINANTES SOCIAIS E A SAÚDE Consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. OBJETIVOS Distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos/ de grupos e populações: Os fatores individuais :são importantes para identificar que indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com outros fatores, principalmente o grau de eqüidade na distribuição de renda.. Exemplo, o Japão é o país com a maior expectativa de vida ao nascer, não porque os japoneses fumam menos ou fazem mais exercícios, mas porque o Japão é um dos países mais igualitários do mundo. Mecanismos através dos quais causam as iniqüidades de saúde segundo os Estudos dos DSS: A primeira delas privilegia os ―aspectos físico-materiais‖ na produção da saúde e da doença, entendendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas. Outro enfoque privilegia os ―fatores psicosociais‖, explorando as relações entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e prejuízos à saúde. Mecanismos através dos quais causam as iniqüidades de saúde segundo os Estudos dos DSS: Os enfoques ―ecossociais‖ e os chamados ―enfoques multiníveis‖ buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica. Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e grupos. Mecanismos através dos quais causam as iniqüidades de saúde segundo os Estudos dos DSS: Esses estudos identificam o desgaste das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos, como um importante mecanismo através do qual as iniqüidades de renda impactam negativamente a situação de saúde. Esses estudos também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social. OBJETIVOS: O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. Determinantes sociais: modelo de Dahlgren e Whitehead AS INTERVENÇÕES SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diedricksen permitem identificar pontos para intervenções de políticas no sentido de minimizar os diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos. O primeiro nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida: Estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam- Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos. Para atuar nesse nível de maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que promovam mudanças de comportamento, através de programas educativos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de relações: Os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Incluem políticas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e participantes ativos das decisões da vida social. O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham: Buscando assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e outros. O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrodeterminantes: Através de políticas macroeconômicas e de mercado de trabalho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidariedade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambiental e seus efeitos sobre a sociedade . A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS): Essa Comissão foi estabelecida em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial, com um mandato de dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on Social Determinants of Health - CSDH) A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS): Objetivo: Promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniqüidades de saúde por eles geradas. A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS): Está integrada por 16 personalidades expressivas denossa vida social, cultural, científica e empresarial. Sua constituição diversificada é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público, construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira. O decreto presidencial que criou a CNDSS constituiu também: Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios relacionados com os DSS. Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems). O trabalho articulado da CNDSS com esse grupo permite que se multipliquem ações integradas entre as diversas esferas da administração pública, e que as já existentes ganhem maior coerência e efetividade. As atividades da CNDSS: Têm como referência o conceito de saúde, tal como a concebe a OMS - ―um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade‖ - e o preceito constitucional de reconhecer a saúde como um ―direito de todos e dever do Estado. Garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação‖ (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988). Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: 1. Compromisso com a ação: Implica apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniqüidades de saúde geradas pelos DSS. 2. Compromisso com a eqüidade: A promoção da eqüidade em saúde é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde. Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: 3. Compromisso com a evidência: As recomendações da Comissão devem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que permitem, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniqüidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência. Os principais objetivos da CNDSS são: I - apoiar e articular a atuação do Poder Público, instituições de pesquisa e da sociedade civil sobre determinantes sociais relacionados à melhoria da saúde e redução das iniqüidades sanitárias; II - promover modelos e práticas efetivas relacionadas aos determinantes sociais da saúde e voltados à inserção da eqüidade em saúde nas políticas de governo; Os principais objetivos da CNDSS são: III - contribuir para a formulação e implementação de políticas, planos e programas de saúde baseados em intervenções sobre os determinantes sociais que condicionam o nível de saúde; IV - organizar e gerar informações e conhecimentos voltados a informar políticas e ações sobre os determinantes sociais da saúde; Os principais objetivos da CNDSS são: V - mobilizar setores de governo e a sociedade civil para atuar na prevenção e solução dos efeitos negativos de determinantes sociais da saúde. CNDSS LINHAS DE ATUAÇÃO: Produção e Disseminação de conhecimentos e informações Apoio, avaliação e coordenação de Políticas e Programas Mobilização Social Comunicação Projeção Internacional CNDSS LINHAS DE ATUAÇÃO: 1.Produção e Disseminação de conhecimentos e informações: Objetivo: Produzir conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniquidades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. . 1.Produção e Disseminação de conhecimentos e informações: Edital de pesquisas o Lançamento – junho 2006 o Avaliação de propostas: critérios de mérito científico e relevância social (pares e ímpares) o Acompanhamento: Rede de intercambio/colaboração e seminários periódicos entre pesquisadores e utilizadores para acompanhar o andamento das pesquisas e analisar resultados preliminares. o Avaliação de resultados: mérito científico e implicações para políticas (pares e ímpares). 1. Produção e Disseminação de conhecimentos e informações: Seminários Metodológicos Seminários periódicos, virtuais ou presenciais, para discussão entre pesquisadores, gestores e outros interessados sobre metodologias de pesquisa e avaliação de políticas e intervenções relacionadas aos determinantes sociais das saúde. 1.Produção e Disseminação de conhecimentos e informações: Participação em Congressos: Promoção de discussões em Congressos e Reuniões que tratem de temas vinculados aos DSS. Publicações Boletim de notícias virtual e em papel, sobre atividades da CNDSS e seus membros e notícias de interesse sobre DSS. Divulgação de resultados finais e parciais de pesquisas e estudos, assim como de reuniões e seminários promovidos pela CNDSS. 2- Políticas e Programas Objetivo: Promoção, apoio, elaboração, coordenação, seguimento e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não- governamentais realizadas em nível local, regional e nacional. 2- Políticas e Programas CNDSS e GT trabalhando em estreita colaboração para promover intercâmbio de informações, coordenação e avaliação das ações governamentais relacionadas aos DSS e para implementação das recomendações da CNDSS. Apoiar a atuação dos membros dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, através de disseminação seletiva de informações sobre DSS e criação de espaço no Portal de DSS com informações e grupos de discussão sobre intervenções em DSS, entre outras iniciativas. 3- Mobilização da Sociedade Civil: Objetivos: Desenvolver ações de promoção junto a diversos setores da sociedade civil sobre a importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde. 3- Mobilização da Sociedade Civil: A CNDSS e cada um de seus membros no respectivo campo de atuação deverão identificar oportunidades para apoiar mobilização em torno dos DSS. Contato regular com diversos meios de comunicação de massa. Aproveitar oportunidade da campanha eleitoral para discussão de políticas relativas aos DSS. 4- Portal de DSS: Divulgar informações sobre as atividades desenvolvidas pela CNDSS, incluindo publicação virtual de boletim de notícias coletar e registrar dados, informações e conhecimentos sobre DSS existentes nos sistemas de informação em saúde e na literatura mundial e nacional estabelecer espaços de interação dedicados a grupos estratégicos como pesquisadores, membros do GT, tomadores de decisão (espaço do gestor), profissionais de comunicação (espaço da mídia), etc. 5- PROJEÇÃO INTERNACIONAL: COOPERAÇÃO COM A COMISSÃO SOBRE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Participar de atividades organizadas pela Comissão sobre Determinantes Sociais da Organização Mundial da Saúde (CSDH/OMS), de interesse da CNDSS. COOPERAÇÃO COM PAÍSES DA AMÉRICA LATINA E ÁFRICA Participar de atividades de cooperação com os países da América Latina, para promoção do enfoque de DSS em suas políticas de saúde e/ou criação de suas respectivas comissões nacionais. . Condições favoráveis para o trabalho da CNDSS: Comunidade científica nacional com produção de alta qualidade SUS baseado nos princípios de equidade e gestão participativa com estruturas descentralizadas onde são tomadas decisões sobre políticas e programas. Disseminação das novas tecnologias de comunicação e informação. Legitimidade internacional com apoio da OMS. Campanha eleitoral favorece debate público sobre propostas políticas que tratem dos DSS. O conceito de saúde é algo que varia de acordo com a época e contexto social. Antigamente tal definição era tida como algo unicausal, ausência de doença. Com o decorrer dos anos e avanços sociais observou -se que isso era muito limitado; que saúde abrange um campo bem maior, como: bem estar físico, psico e social. Dessa forma, foram integradas as políticas publicas, através de financiamentos do Estado, justamente para organizar a prestação de serviços a toda a população (SUS). Século XIX Marcado pela confirmação da teoria microbiana. Sendo esta uma teoria científica em que microorganismos são a causa de inúmeras doenças. É hoje parte integrante da microbiologia clínica e medicina modernas, estando na origem de inovações importantes como os antibióticos e hábitos de higiene. Século XIX A unicausalidade das doenças: Foi um modelo baseado a existência de apenas uma causa (agente) de um a gravo ou doença. Essa concepção, que permitiu o sucesso na prevenção de diversas doenças, termina por reduzi -lá à ação única de um agente específico. Século XIX Na parte urbana, ocorreu a manifestação de surtos epidemiológicos como febre amarela e varíola disseminadas rapidamente entre cortiços pelo grande crescimento populacional. Já no campo, a preocupação era a penas quando tais epidemias chegavam a afetar a produção (menos trabalha- dores). Vacinas e medicamentos foram as formas iniciais de tratamento, dando um ponta pé nos processos de cura. Século XX Ocorre a evolução do processo de saúde/doença,que deixa de ser algo unicausal para multicausalidade, com um caráter de observação coletivo e comparação em massa entre indivíduos saudáveis ou adoecidos. Com a medicina integral, surge o equilíbrio entre a gente, hospedeiro e meio ambiente. Não se estuda apenas a causa da doença, mas todo o contexto que veio a provoca-la. Século XX Prevalecia o modelo do homem como ser bio -psico-social, em que psicológico, fatores sociais e biológicos, influenciam na atividade humano, se tratando de enfermidade; Assim sendo, a saúde é vista como algo que engloba todas as dimensões cientificas inerentes ao homem. ―O foco neste modelo não é apenas a doença em si e o tratamento delas, mas todos os aspectos que estariam diretamente relacionados ao fenômeno do adoecer, sejam eles fisiológicos, psicológicos, sociais, ambientais, dentre outros, os quais também devem ser considerados para que o tratamento seja eficaz‖ (Silva e t al. 2011). Constituição de 1988 Houve uma mudança de conceito de ―seguro‖ para ―seguridade‖ social. O Seguro Social : protegia o risco social do indivíduo, como invalidez, orfandade, mutilação, entre outros, uma vez que tinha a ocorrência de algum evento resultante em alguma forma de ―dano‖ ao indivíduo - trabalhador com vínculo de emprego. A Seguridade Social : oferece proteção das contingências que venha a passar o indivíduo, independente da existência de qualquer forma de dano. Ou seja, não protege o risco, mas sim a necessidade social do indivíduo. Constituição de 1988 ―Com efeito, a Seguridade Social é uma forma de “avanço” da sociedade, decorrente do Seguro Social, que decorreu do Seguro Privado, que, por sua vez, evolui a partir dos ideais de proteção social por meio de auxilio, caridades, aos necessitados prestados pela comunidade – quando havia recursos para tanto.” – José Afonso da Silva ( Especialista em Direito constitucional). Constituição de 1988 Na Constituição, a Seguridade Social é relacionada à Previdência Social, que é responsável por atender as necessidades dos indivíduos contribuintes relacionadas à saúde, gestação, desemprego involuntário , etc; A Saúde, é direito de todos e dever do Estado, garantido perante políticas sociais e econômicas que visem diminuir o risco de doenças e acesso igualitário aos serviços públicos de saúde; Assistência Social, que é ofertada a todos, independente de ser contribuinte ou não; sendo executada por ações dos Poderes Públicos e da Sociedade e financiada pela sociedade de forma direta e indireta. Conferência de Alma - Ata (1978) Sobre CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE: “Saúde para todos no ano 2000”. Ocorrida no Casaquistão, a Conferência sublinhou a necessidade de ação urgente por parte de todos os governos, de todos os profissionais da saúde e do desenvolvimento, e da comunidade em geral para estabelecer melhorias na saúde de todo o mundo, a fim de diminuir a desigualdade do estado de saúde dos povos. Conferência de Alma- Ata (1978) Nela está assegurada que é direito e dever dos povos participar individual e coletivamente do planejamento e execução de seus cuidados de saúde e também que os Cuidados de Saúde Primários refletem (e evoluem) as condições econômicas e as características socioculturais e políticas do país e suas comunidade. Na aplicação de resultados: pesquisa social, biomédica, serviços de saúde e da experiência em saúde pública. Carta de Ottawa – 1986 Promoção de Saúde nos Países Industrializados: A Carta estão as orientações para a tingir a saúde para todos no ano 2000. Centralizadas nas necessidades dos países industrializados, porém considerando os demais. Baseado nos progressos decorrentes da Alma-Ata,o documento da OMS “As metas da saúde para todos” e um debate na Assembleia Mundial de Saúde sobre a ação intersetorial para a saúde. Promoção da Saúde ―Para a tingir um estado de completo bem – estar físico, mental e social, o indivíduo ou o grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou adaptar -se ao meio. Solidariedade, prestação de cuidados, abordagem holística e ecologia, são temas essenciais no desenvolvimento de estratégias para a promoção da saúde. Pré-requisitos para a Saúde Paz, abrigo, educação, alimentação, recursos econômicos, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. • Advogar: Os fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos, podem ser favoráveis ou nocivos à saúde por meio da advocacia da saúde(participação social voltado à defesa do direito universal à saúde). • Capacitar: Reduzir as desigualdades existentes nos níveis de saúde das populações e assegurar a igualdade de oportunidades e recursos. • Mediar: Adaptar à s necessidades locais e às possibilidades de cada país e região, considerados os diferentes sistemas sociais, culturais e econômicos. Intervenção em Promoção de Saúde Construir Políticas Saudáveis: Promoção da saúde combinada, incluindo a legislação, as medidas fiscais, os impostos e as mudanças organizacionais. o A ação coordenada que leva à saúde, ao rendimento e às políticas sociais, cria maior equidade. Criar ambientes favoráveis: Necessidade de encorajar os cuidados mútuos – cuidar uns dos outros, das comunidades e do ambiente natural. Intervenção em Promoção de Saúde Reforçar a ação comunitária: Promover acesso pleno e contínuo à informação, oportunidades de aprendizagem sobre saúde, para além de suporte financeiro. Desenvolver competências pessoais: Apoiar os indivíduos e as comunidades na satisfação das suas necessidades para uma vida saudável e abrir canais de comunicação entre o setor da saúde e os setores social, político, econômico e ambiental. Intervenção em Promoção de Saúde Ao final, ―se as pessoas de todos os meios – as organizações não governamentais e de voluntariado, os governos, a Organização Mundial de Saúde e todas as outras instâncias a quem tal diz respeito — se unirem e apresentarem estratégias para a promoção da saúde, em conformidade com os valores morais e sociais que compõem a presente Carta, a Saúde Para Todos no Ano 2000 será uma realidade‖ Políticas públicas: Um conjunto de ações do poder público, constituídas por regras e procedimentos que auxiliam nas relações entre poder público e sociedade, visando solucionar problemas da coletividade. O objetivo: Analisar as políticas públicas voltadas para os serviços públicos de saúde bucal no Brasil. Ao longo da história a saúde pública brasileira, dentre esses, os problemas relacionados aos serviços de assistência à saúde odontológica. O acesso à saúde bucal sempre se mostrou extremamente difícil e limitado. O setor saúde foi parte inerente e sofreu as influências de todo o contexto político-social pelo qual o Brasil passou ao longo dos anos. O reflexo desse período repercutiram no serviço público odontológico focado nos municípios, em ações voltadas para a faixa etária escolar de 6 a 12 anos e em gestantes. Serviços de Pronto atendimento (URGÊNCIAS) - Os adultos e os idosos – mutiladores. Na saúde bucal não existe uma porcentagem de verba que é específica do todo da parte da saúde. Discussões, envolvendo o Congresso como a Conferência Nacional de Saúde, almejou-se ter um repasse fixo para a saúde bucal. Expandir o atendimento público odontológico- para além do tradicional grupo materno-infantil . METAS PRIORITÁRIAS: Foram criadas as UBS ( Unidades Básicas de Saúde): Para o atendimento de caráter de Urgência para crianças e gestantes. Implementação da equipe de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família (PSF), em 2000, e o estabelecimento dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), em 2004, representaram novos impulsos para a ampliação da oferta de atendimento odontológico público. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: Caracterizava-se por ações de baixa complexidade, na sua maioria curativas e mutiladoras com acesso restrito. Tal constatação caracterizava a Odontologia como uma das áreas da saúde com extrema exclusão social. Segundo o Levantamento Nacional de Saúde Bucal , concluído pelo Ministério da Saúde, 13% dos adolescentes nunca havia ido ao dentista, 20% da população brasileira já tinha perdido todos os dentes e 45% dos brasileiros não possuíam acesso regular a escova de dente. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: Para amplificação dos atendimentos no setor público, adotaram-se medidas estabelecendo atendimento dentário na PSF e implantaram-se os CEO, o que possibilitou o estabelecimento de uma postura mais ativa de atenção primária em saúde bucal. Os CEOs ampliaram a oferta de atendimentos com maior complexidade, dentre eles: procedimentos protéticos, endodônticos e radiológico. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: O serviço público odontológico tende a ter caráter mais holístico e não se limita ao atendimento clínico; Inclui a atuação na comunidade, através de levantamentos epidemiológicos; Ações preventivas e de educação em saúde; Atuar promovendo a prestação de serviços para grupos com necessidades diferenciadas, o que pode ser entendido como promoção de saúde bucal. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: Para implantar o atendimento público odontológico de caráter imediato e universal, foram direcionados recursos: - tratamento de crianças e gestantes e a atenção especializada em prótese dentária, endodontia e radiologia odontológica. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: A assistência odontológica pública no Brasil tem-se limitado em grande parte aos serviços básicos. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os serviços odontológicos especializados correspondem a não mais do que 3,5% do total de procedimentos clínicos odontológicos. A baixa capacidade de oferta dos serviços de atenção secundária e terciária comprometendo, em consequência, o estabelecimento de adequados sistemas de referência e contra referência em saúde bucal na quase totalidade dos sistemas loco-regionais de saúde. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico São estratégia das ações municipais de saúde integrando os diferentes pontos que compõe e definindo um novo modelo de atenção à saúde. Princípios Ordenadores: Acessibilidade, Longitudinalidade, Integralidade, Responsabilização, Coordenação e Resolubilidade. SISTEMAS LOCO-REGIONAIS DE SAÚDE Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: A atenção básica tem importância extremada, necessitando aumento da oferta na diversidade de procedimentos a serem oferecidos à população,como também, fazem necessários investimentos que propiciem aumentar o acesso aos níveis secundário e terciário de atenção em saúde. A história reporta inúmeras crises econômicas, envolvendo um enorme contingente de pessoas desprovidas de recursos financeiros, por outro lado, a oferta de alguns serviços é maior do que a procura. Esse quadro marcou a atividade odontológica, quando coexistia grande número de clínicas e unidades odontológicas e uma fraca demanda pelos serviços prestados pelos profissionais da área. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: Para diminuir a ociosidade das unidades odontológicas, foram propostos os planos de sistemas de pagamento por terceiros. objetivo: Financiamento não é diminuir o valor dos honorários profissionais, mas financiá-los, promovendo a melhor distribuição dos serviços voltados à manutenção da saúde bucal. Políticas Públicas no Serviço Público Odontológico A prestação de serviços públicos de saúde bucal no Brasil, historicamente: A verba disponibilizada para saúde bucal é gasta em grande parte com custeio de material de consumo. O orçamento específico dos programas da saúde da família é composto por verbas escassas porque tem que ser gastas com materiais. A área odontológica parece não dar prejuízo, porque principalmente atende a procedimentos de cunho preventivo e coletivos, que são muito bem pagos para os cofres municipais. Em se tratando de prevenção, não existe onerosidade para se efetivar a abordagem clínica, comparado a outros procedimentos mais complexos clinicamente. Política Nacional de Saúde Odontológica Política Nacional de Saúde Odontológica Nas duas últimas décadas não houve política nacional odontológica efetiva, apenas algumas experiências isoladas no setor de saúde bucal ampliavam o acesso e desenvolviam ações de promoção e prevenção, além de atividades curativas mais complexas. Em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), com o Programa Brasil Sorridente (PBS). O PBS foi constituído por uma série de medidas que visaram garantir ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, com intuito de aprimorar a qualidade de vida da população. Política Nacional de Saúde Odontológica A implementação da PNSB, intitulada Brasil Sorridente, significou um marco na mudança do foco da atenção em saúde bucal, visando avançar na melhoria da organização do sistema de saúde como um todo, propondo um modelo que desse conta da universalidade, integralidade e equidade, princípios básicos do SUS. As diretrizes da PNSB visavam o acesso universal e a integralidade da atenção à saúde bucal. Política Nacional de Saúde Odontológica Nas últimas décadas, duas importantes intervenções em saúde bucal: 1. Expandidas em todo o país- O princípio constitucional da universalização das ações e serviços de saúde no âmbito da saúde bucal. 2. A fluoretação da água de abastecimento público e o atendimento odontológico na rede pública do SUS, condutas que superaram a restrição histórica dessa modalidade assistencial ao grupo materno-infantil, notadamente aos escolares.
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