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Toxicologia: Estudo de Lesões Tóxicas

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ – UNIDAVI
ANA PAULA BATISTA BORGES
CLAUDIA LETÍCIA GEREMIAS
JOÃO CARLOS RODRIGUES
LEONARDO SIMON RUTZEN
LUIZ CARLOS MÜLLER PIRES DE MORAES
MEDICINA LEGAL:
Aspectos destacáveis no âmbito da “Toxicologia”
RIO DO SUL
NOVEMBRO DE 2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ – UNIDAVI
ANA PAULA BATISTA BORGES
CLAUDIA LETÍCIA GEREMIAS
JOÃO CARLOS RODRIGUES
LEONARDO SIMON RUTZEN
LUIZ CARLOS MÜLLER PIRES DE MORAES
MEDICINA LEGAL:
Aspectos destacáveis no âmbito da “Toxicologia”
Trabalho a ser apresentado ao Curso de Direito da Área de Ciências Socialmente Aplicáveis do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, na disciplina de Medicina Legal, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Professor: Bolívar Bittelbrunn
RIO DO SUL
NOVEMBRO DE 2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	04
1	CONCEITO BÁSICO DE TOXICOLOGIA	05
1.1 Agente Tóxico ou Toxicante	05
1.2 Veneno	05
1.3 Toxicidade	06
1.4 Ação Tóxica	06
1.5 Antídotos	06
2	O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TÓXICOS	07
3	LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E A PROVA PERICIAL	09
4	PRINCIPAIS DROGAS (TÓXICOS)	11
4.1 Maconha	12
4.2 Cocaína	12
4.3 Crack	13
4.4 Álcool	13
4.5 LSD	14
4.6 Ecstasy	14
5	TÉCNICAS DE EXAME TOXICOLÓGICO	15
CONSIDERAÇÕES FINAIS	17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	18
ANEXOS	19
INTRODUÇÃO
O objeto deste trabalho é o estudo da toxicologia como área da disciplina de Medicina Legal. O seu objetivo institucional é a produção de trabalho a ser entregue em 06.11.2014, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito pelo Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI. 
O objetivo geral deste trabalho de curso é investigar questões relevantes da toxicologia. Os objetivos específicos são: a) analisar o que se pode considerar um conceito básico de toxicologia; b) discutir as características gerais dos tóxicos; c) avaliar a legislação aplicável e a prova pericial; d) ponderar acerca das principais drogas; e) apresentar esquematizadamente as técnicas de exame toxicológico; tudo sob os enfoques legal e doutrinário.
O presente trabalho exporá, em arremate, as Considerações Finais da autora, onde os principais pontos estudados, envolvendo a discussão proposta, serão sintetizados naquela que será não “a” conclusão soberana para equacionar o objetivo suscitado, mas “uma” conclusão possível a partir das perspectivas que serão apresentadas.
1	CONCEITO BÁSICO DE TOXICOLOGIA
Segundo informativo didático divulgado eletronicamente pelo Governo do Estado do Paraná, de autoria de Lauro Augusto Caetano Leite, esta é “a ciência que estuda a natureza e o mecanismo das lesões tóxicas nos organismos vivos expostos aos venenos”.
Segundo definição de Casarett apud Leite: “Toxicologia é a ciência que define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se como segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em condições especiais”.
Atinge a toxicologia uma vasta área do conhecimento, onde atuam profissionais de diversas formações: Química Toxicológica, Toxicologia Farmacológica, Clínica, Forense, Ocupacional, Veterinária, Ambiental (Ecotoxicologia), Aplicada a Alimentos, Genética, Analítica, Experimental e outras áreas. Ademais, servimo-nos de outros conceitos utilizados nessa espécie da medicina especial.
1.1 Agente Tóxico ou Toxicante
Agente tóxico ou toxicante é a entidade química capaz de causar dano a um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição.
1.2 Veneno
Veneno é toda substância que incorporada ao organismo vivo, produz por sua natureza, sem atuar mecanicamente, e em determinadas concentrações, alterações da fisico-química celular, transitórias ou definitivas, incompatíveis com a saúde ou a vida. Paracelsus, pseudônimo de Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, aclamado como fundador da Bioquímica e da Toxicologocia, no século XVI já estabelecia o aforismo básico: “Todas as coisas são venenosas, é a dose que transforma algo em veneno”.
1.3 Toxicidade
Capacidade que uma substância tem de produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo. Fatores que interferem na toxicidade: dose, via de contato, distribuição no tempo, fatores relativos às substâncias (composição química, quantidade e concentração, duração de exposição, solubilidade, estado de dispersão...), e fatores relativos ao organismo (idade, sexo, gravidez, idiossincrasia, hábito, tolerância, etc.)
1.4 Ação Tóxica
Maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas teciduais. - DL 50: (Dose Letal 50%) ou dose letal média de uma substância expressa o grau de toxicidade aguda de substâncias químicas. Correspondem às doses que provavelmente matam 50% dos animais de um lote utilizados para experiência. São valores calculados estatisticamente a partir de dados obtidos experimentalmente. Com base nas DL50 de várias substâncias, são estabelecidas classes toxicológicas de produtos químicos e farmacológicos, no entanto, para se dizer se uma substância é tóxica ou inócua para o ser humano, devemos também optar por critérios que avaliem se uma substância oferece Risco ou Perigo para um determinado sistema biológico, para um determinado indivíduo ou para a saúde pública. 
1.5 Antídotos
Antídotos são medicamentos ou produtos químicos que atuam sobre o veneno ou se opõem aos seus efeitos, através de diferentes mecanismos. Alguns autores utilizam uma definição mais restrita, considerando apenas aqueles antídotos mais específicos e excluindo outros.
2	O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TÓXICOS
O tóxico, em uma simples definição, é substância entorpecente que deve ser controlada ou no mínimo amplamente estudada para estabelecer suas características, a fim de classifica-las para limitar legalmente seu uso ou orientar os usuários de suas consequências.
 As substâncias tóxicas uma vez introduzidas no organismo e por ele assimiladas e metabolizadas podem levar a danos na saúde física ou psíquica, inclusive à morte, dependendo da dosagem utilizada.
Assim, entende-se que a toxidade da droga é a capacidade de produzir danos aos organismos vivos, em condições padronizadas de uso. Uma substância muito tóxica causará dano a um organismo se for administrada em quantidades muito pequenas, enquanto que uma substância de baixa toxicidade somente produzirá efeito quando a quantidade administrada for muito grande.
	O conhecimento da toxicidade das substâncias químicas se obtém através de experimentos em laboratório utilizando animais. Os métodos são empregados com todo rigor científico com a finalidade de fornecer informações relativas aos efeitos tóxicos e principalmente para avaliar riscos que podem ser extrapolados ao homem.
A substância tóxica poderá atuar na esfera psíquica – chamadas de drogas psicotrópicas – que agem sobre o cérebro do indivíduo, modificando suas reações psicológicas e seu comportamento. Ou seja, altera a normalidade mental, prejudicando o sistema nervoso, que desequilibrado poderá até transformar a conduta da personalidade do indivíduo. 
Com essa preocupação de estudar as características do hábito do uso de drogas psicoativas a Toxicomania – ou Toxicofilia – se desenvolveu definindo os estados de intoxicação, quando crônica ou periódica, prejudicial ao organismo e nociva à sociedade, pelo consumo repetido de determinada droga, seja ela natural ou sintética.
Portanto, as drogas, entorpecentes ou psicotrópicos são compostos químicos, naturais ou não, que agindo sobre o cérebro, produzem estados de excitação, depressão ou alterações variadas no psiquismo.
Assim, a toxicomaniaespecializou-se a classificação de alguns efeitos importantes, como a: compulsão, necessidade invencível de consumo do fármaco; tolerância, tendência a aumentar paulatinamente a dosagem para a obtenção dos mesmos efeitos; e a dependência – física ou psíquica –, que levam ao desencadeamento de crises de abstinência ante a privação da droga. 
A dependência, segundo a OMS, pode ser definida como um estado psíquico e às vezes físico causado pela interação entre um organismo vivo e um tóxico. É um verdadeiro estado de sujeição da pessoa à droga, podendo ser de natureza física ou psíquica.
Dependência psíquica é caracterizada pela compulsão em consumir a droga de maneira periódica ou continua, quer para obtenção de prazer, quer para alívio de um mal-estar.
Dependência física é marcada pelo surgimento de transtornos de natureza física ou pela síndrome de abstinência, quando a droga não é consumida.
Nota-se que as características dos tóxicos e seus efeitos são essenciais ao estudo geral da toxicologia, que por seus efeitos e consequências pro corpo humano, compreende uma ciência que abrange uma vasta área de conhecimento para prevenir, diagnosticar e tratar as consequências e limites do uso de drogas. Diante disso, deve relacionar-se com diversas outras ciências, pois sem os conhecimentos interrelacionados, dificilmente poderá atingir seus objetivos.
Dessa forma, o estudo da toxicologia é desenvolvido por especialistas com diferentes formações, da área da saúde e humanas – médicos, biólogos, psicólogos etc. – oferecendo cada profissional contribuições específicas em uma ou mais áreas de atividade permitindo assim, o aperfeiçoamento dos conhecimentos e o desenvolvimento das áreas de atuação.
A doutrina apresenta as áreas de atuação da toxicologia. Nessas áreas, destacam-se, segundo Woelfert (2003):
 
Toxicologia ambiental, que estuda os efeitos nocivos produzidos pela interação dos contaminantes químicos ambientais com os organismos humanos; 
Toxicologia ocupacional: que pesquisa os efeitos nocivos produzidos pela interação dos contaminantes do ambiente de trabalho, com o indivíduo exposto e o impacto sobre sua saúde; 
Toxicologia de alimentos: que examinam os efeitos adversos produzidos por agentes químicos presentes nos alimentos, sejam estes contaminantes ou de origem natural. Estabelece, também, as condições nas quais os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos à saúde; 
Toxicologia de medicamentos: que analisa os efeitos nocivos produzidos pela interação dos medicamentos com o organismo decorrente do uso inadequado ou da suscetibilidade individual; e
Toxicologia social: que estuda os efeitos nocivos dos agentes químicos usados pelo homem em sua vida de sociedade, seja sob o aspecto individual, social (de relação) ou legal.
Tais áreas são classificadas, ainda segundo o doutrinador mencionado, de acordo com a natureza do agente ou a maneira como este alcança o organismo.
3	LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E A PROVA PERICIAL
No âmbito legal, algumas considerações são importantes. Em um histórico legislativo, pode-se dizer que a Lei n. 6.368/76 apresentava quatro situações possíveis em relação à dependência: a de um usuário ou experimentador ocasional, a de um usuário dependente, a do traficante e a do traficante dependente.
A “nova” lei de tóxicos, datada de 2006, não mais faz referência à dependência no tipo legal. Tal lei distingue o usuário do traficante, pouco importando a condição de ser o usuário ou traficante dependente ou não. Esta lição pode ser compreendida da simples leitura dos artigos 28 a 39 da Lei n. 11.343/06, já estudada na disciplina de Direito Penal – Legislação Esparsa.
Eduardo Roberto Alcântara Del’Campo (2008, p. 297) refere:
O exame de avaliação de dependência de drogas, assim denominado pelo art. 56, §2º, da Lei n. 11.343/06, objetiva inicialmente distinguir aquele que é dependente de droga (seja usuário, traficante ou assemelhado) e, portanto, não tem possibilidade, sem ajuda especializada, de furtar-se ao uso do fármaco, daquele que consome eventualmente (usuário ocasional) ou aufere vantagem econômica no comércio irregular dos entorpecentes (traficante ou assemelhado) sem deles se utilizar.
O referido autor segue mencionando que não basta a mera constatação de dependência, mas que esta dependência seja capaz de gerar a inimputabilidade. Neste particular, faz distinção de oito situações possíveis, todas dentro do ordenamento na Lei de Drogas (a já citada Lei n. 11.343/06):
A primeira situação diz respeito ao agente dependente que é inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. A segunda situação diz respeito ao agente dependente que era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato. A terceira situação é a do agente que, sob efeito da droga, em caso fortuito ou força maior, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. A quarta é a do agente sob o efeito da droga que era inteiramente incapaz de determinar-se de acordo com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato. A quinta se refere ao agente que, pela dependência, era incapaz parcialmente de entender o caráter ilícito do fato. A sexta é a do agente que, em razão da dependência, era parcialmente incapaz de determinar-se de acordo com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato. A sétima, do agente que sob o efeito da droga, por caso fortuito ou força maior, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. A oitava e última, do agente que sob efeito da droga, por caso fortuito ou força maior, era parcialmente incapaz de determinar-se de acordo com o entendimento sobre o caráter ilícito do fato.
O nível de dependência, assim, pela legislação aplicável, determinará o grau de imputabilidade (aplica-se a pena), semi-imputabilidade (pena reduzida) ou inimputabilidade (isenta de pena).
O critério da imputabilidade, como se sabe, é biopsicológico. Para haver inimputabilidade, portanto, é necessário “conjunção” de três fatores: causa biológica (era dependente ou agiu sob o efeito da droga), consequência psicológica (capacidade de entender ou determinar-se) e elemento temporal (instante da prática do ato).
É nesta seara que se percebe a relevância da prova pericial, que poderá apenas, na maioria dos casos, verificar a dependência e o comprometimento psíquico do autor do fato. A questão do momento exato do cometimento do crime é remetida a outros meios de prova.
Para Del’Campo (2008, p. 300), as condutas do art. 28 da Lei de Tóxicos (usuário) seguem o procedimento do juizado especial, com realização em 45 dias; e nas condutas dos arts. 33 a 39, o rito será comum, estabelecido pelos arts. 149 e 154 do CPP (incidente de insanidade), com realização em 90 dias.
São quesitos usuais na perícia que averigua a insanidade mental por dependência ou uso de tóxico (rol exemplificativo), ainda segundo Del’Campo (2008, p. 302):
“1) era o examinado, ao tempo da ação ou omis​ são, dependente de droga(s)? De qual(is) droga(s)? 2) em caso de resposta afirmativa ao quesito an​terior, a dependência era física ou psíquica? 3) era o examinado, ao tempo da ação ou omis​são, em razão da dependência de droga{s), inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se segun​do esse entendimento? 4) era o examinado, ao tempo da ação ou omis​são, em razão da dependência de droga(s), parcialmente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se segun​do esse entendimento? 5) era o examinado, ao tempo da ação ou omissão, em razão de estar sob o efeito de droga(s), inteiramente incapaz de enten​der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se segundo esse entendimento? 6) era o examinado, ao tempo da ação ou omissão, em razão de estar sob o efeito de droga(s), parcialmente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se segundo esse entendimento? 7) necessita o examinado de tratamento? Qual o indicado? 8) em caso de resposta afirmativa aoquesito anterior, é necessária a internação hospitalar do examinado para tratamento? Por quê?”
A depender das respostas do expert, o magistrado que conduz o caso irá reconhecer a imputabilidade, inimputabilidade ou semi-imputabilidade, com base nos critérios já referidos.
4	PRINCIPAIS DROGAS (TÓXICOS)
Conforme já exposto e como todos bem sabem, drogas são substâncias estupefacientes naturais ou sintéticas que agem tanto no funcionamento da mente (alterando o estado de consciência) quanto do corpo (potencializando as atividades físicas) quando introduzidas no organismo.
Hodiernamente, existem no mundo diversos tipos de drogas e no decorrer dos anos são descobertos novos tipos dessas substâncias, porém, algumas são mais conhecidas e consumidas. No Brasil, as substâncias estupefacientes mais conhecidas e consumidas são: Maconha, Cocaína, Crack, Álcool, LSD e Ecstasy; São as drogas mais usadas de forma “recreativa”. Nesse sentido são os posicionamentos do endereço eletrônico “Brasil Escola” e do doutrinador Eduardo Roberto Alcântara Del’Campo.
4.1 Maconha
A maconha (cannabis sativa), é um estupefaciente de origem natural, originária da Ásia Central e Meridional, que tem como princípio ativo o THC (Tetra-hidrocanabinol). Marijuana, hashish, charas, ghanja, bhang, kef, orla e dagga são algumas das maneiras que a cannabis pode ser consumida, mas a forma mais comum é através do fumo.
Os principais efeitos físicos que apresentam os usuários da cannabis são: memória prejudicada, sentidos aguçados, aumento dos batimentos cardíacos, percepção distorcida de tempo, ansiedade, olhos avermelhados por causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares e boca seca.
Malgrado todas as discussões entre defensores e contrários ao consumo da cannabis sativa, há séculos a planta vem sendo utilizada em muitos países com fins medicinais para tratamento de doenças como: câncer e AIDS (combate as náuseas e estimula o apetite), glaucoma (alivia a pressão ocular), epilepsia (evita as convulsões) e esclerose múltipla (diminui espasmos musculares).
4.2 Cocaína
A cocaína, benzoilmetilecgonina ou éster do ácido benzoico, é um alcaloide usado como droga derivada da planta Erythroxylon coca, originária da América Central e América do Sul. 
A cocaína atua no Sistema Nervoso Central e provoca no usuário: euforia, bem estar, sociabilidade e, em dosagens muito frequentes e excessivas, provoca alucinações táteis, visuais e auditivas, ansiedade, delírios, agressividade e paranoia; causando na grande maioria dos casos dependência física e química.
Existem várias formas de se consumir a cocaína, ela pode ser aspirada, injetada (quando dissolvida em água), fumada em cachimbos (forma de pasta, mais conhecida como crack), e a merla (em forma de base) cujos usuários fumam ela pura ou misturada com a maconha.
4.3 Crack
O crack, também conhecido como “pedra”, nada mais é do que a cocaína solidificada em cristais, porém, cinco vezes mais potente que e muito mais barato que a cocaína. Inicialmente utilizado por pessoas de baixo poder aquisitivo, hoje ele está presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país. Acredita-se que atualmente que no Brasil, aproximadamente seiscentas mil pessoas sejam dependentes desta droga.
O crack faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer, euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo, sendo que a dopamina provoca sintomas paranoicos quando usada em altas concentrações. Assim, os neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são nitidamente prejudicados.
4.4 Álcool
O álcool tem como principal agente o Etanol (Álcool Etílico), e é muito consumido na forma de bebidas com cerveja, vinho, whisky etc. Apesar de lícito, o álcool é considerado uma droga depressora do Sistema Nervoso Central, capaz de causar no usuário a dependência química. 
Quando consumido em altas doses, pode ser prejudicial à saúde, vindo a causar estupor (Estado mórbido em que o doente, imóvel, não reage a estímulos externos) e até o coma. Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos, um que estimula e outro que deprime, no primeiro pode ocorrer euforia e desinibição e no segundo o descontrole, falta de coordenação motora e sono.
O principal efeito do álcool e também causador da velha e conhecida frase “Eu nunca mais vou beber!”, é a Ressaca, que nada mais é o mal estar do dia seguinte à ingestão exagerada de álcool, devido a intoxicação que provoca inflamação no sistema digestivo e afeta, principalmente, o fígado.
4.5 LSD
O LSD (Lysergsäurediethylamid), palavra alemã que significa acrônimo de Dietilamida Ácido Lisérgico), também muito conhecido por doce, ácido e/ou microponto. É uma droga que ganhou popularidade na década de 60, quando não era considerada prejudicial à saúde. Essa droga, é um composto cristalino que ocorre naturalmente, resultado das reações metabólicas do fungo Claviceps purpúrea.
Essa droga psicoativa, consumido na grande maioria por adolescentes e jovens, atua no Sistema Nervoso Central psíquicos, como alucinações, delírios e ilusões, tendo como efeitos físicos a dilatação das pupilas, sudorese, aumento da frequência cardíaca e etc. Os sintomas psíquicos são alucinações auditivas e visuais, sensibilidade sensorial, confusão, pensamento desordenado, perda do controle emocional, euforia alternada com angústia e dificuldade de concentração, podendo ocorrer “flashbacks”.
4.6 Ecstasy
O Ecstasy (3,4-metilenodioximetanfetamina – Sigla: MDMA), também conhecida como a droga do amor, é uma droga psicoativa produzida pela indústria farmacêutica em 1914, com a finalidade de ser um redutor de apetite. Apesar disso, nunca foi utilizado para tal fim, sendo, a partir dos anos 60, utilizado para fins de tratamento psicoterápicos e nos anos 70 consumido recreativamente. Embora utilizado normalmente pela via oral em forma de comprimido, ele também pode ser injetado.
O MDMA, tem como efeitos o aumento do estado de alerta, aumentar o apetite sexual, sensação de bem-estar, aumento da capacidade física e mental, euforia e aumento da sociabilização e extroversão. Contudo, apesar das “boas sensações”, ocorrem alguns efeitos como aumento da tensão muscular e da atividade motora, aumento da temperatura corporal, dores de cabeça, náuseas, perda do apetite, visão borrada, boca seca, insônia, alucinações, agitação, ansiedade, crise de pânico e episódios de psicose e também causar lesões no fígado, bem como problemas cardíacos.
Assim como o LSD, não existem estudos que apontem se o Ecstasy pode causar ou não dependência física e química.
5 TÉCNICAS DE EXAME TOXICOLÓGICO
São duas as principais técnicas de exame toxicológico. Exame toxicológico instantâneo e exame toxicológico laboratorial.
Exame toxicológico instantâneo - Parecidos com testes caseiros, são baratos e rápidos, porém muito pouco confiáveis e com janela de detecção curta. Usam como base de teste fluídos corporais, como urina e suor.
Exame toxicológico laboratorial - É realizado em laboratórios a partir de amostras biológicas como cabelo, sangue, urina ou saliva. Caso o laboratório possua boas práticas técnicas o exame é confiável, mas há de se considerar, no entanto, as limitações de cada tecnologia e refletir a respeito do uso do exame toxicológico
Para identificarmos se o indivíduo consumiu recentemente a droga, é usado o teste laboratorial em fluídos corporais (urina, suor, saliva e sangue). O resultado não se expressa em quantidades, ou seja, não analisa o quanto de droga foi consumido. Existe um termo muito utilizado nessa prática médica, chamado de “janela de detecção”, isso que dizer o período pelo qual o exame é capaz de detectar o consumo de drogas. Vejamos:
Em até sete dias pode-se detectar a maconha; Em menos de três dias pode-se detectar outras drogas (cocaína, crack, ecstasy e anfetaminas).
No exame por amostras de queratinas (cabelos ou pêlos), temos uma coletamais fácil e um período de detecção maior. É mais utilizado quando se quer saber da quantidade de droga consumida pelo usuário.
As tabelas anexas ressaltam melhor a janela de detecção de cada tipo de droga.
Por fim, ressalta-se que O exame toxicológico ganhou seu espaço, hoje consiste também em meios para a polícia de reconhecer usuários e desvendar alguns crimes. Sua importância está no ato de reconhecer e auxiliar em respostas necessárias para o tratamento e preservação da vida de usuários, como também, no reconhecimento de pistas investigativas do meio policial. Quanto a lei instituída pelo Código Brasileiro de Trânsito, citada anteriormente, sua importância é válida no reconhecimento da queda nos índices de acidentes de trânsito provenientes do consumo indevido do álcool por motoristas. O teste de detecção de drogas só pode ser realizado mediante autorização do indivíduo por escrito ou no caso de urgências clínicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das lições depreendidas da pesquisa doutrinária realizada é a de que.
O título do presente estudo foi claro ao propor uma investigação.
Se o texto legal é instrumento, como instrumento tem de ser manejado. Não se olvida que as vicissitudes, dificuldades e valores do plano material são transportados ao plano processual . Contudo,.
Pode-se afirmar a comprovação total da hipótese básica apresentada na introdução. A afirmativa, pelas considerações expostas, por óbvio não significa que o dispositivo estudado rompe com a cultura da desobediência e é suficiente para combatê-la, mas que o inciso V do artigo 14 da legislação adjetiva civil brasileira pode ser considerado um instrumento para romper com tal cultura e assegurar a efetividade do processo, especialmente se observada a possibilidade de aplicação da penalidade de multa prevista no parágrafo único do mesmo dispositivo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Lédio Rosa de. Violência: psicanálise, direito e cultura. Campinas: Millenium Editora, 2007.
BRASIL. Ministério da Justiça. Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas – OBID. Informações sobre drogas – exames toxicológicos. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11252&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS/Exames+toxicol%C3%B3gicos>, acesso em 03 nov. 2014.
BRASIL ESCOLA. Drogas. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/drogas/>, acesso em: 30 out. 2014.
DEL’CAMPO, Eduardo Roberto Alcântara. Medicina Legal. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
GOMES, Hélio. Medicina Legal. 33.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2004.
LEITE, Lauro Augusto Caetano Leite. Fundamentos de toxicologia. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/Conceitos_Basicos_de_Toxicologia.pdf>, acesso em: 29 out. 2014.
MARANHÃO, Odon Ramos. Curso básico de medicina legal. 5.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1992.
PSYCHEMEDICS. Exame toxicológico. Disponível em: <http://www.psychemedics.com.br/exame-toxicologico/>, acesso em: 02 nov. 2014.
WOELFERT, Alberto Jorge Teixeira. Introdução à Medicina Legal. 1.ed. Canoas: Ulbra, 2003.
ANEXOS
TABELA 1: Utilidade Comparativa da Urina, Saliva, Suor e Cabelo como Matrizes Biológicas para Detecção de Drogas. Fonte: OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Lowinson e col., 1997.
TABELA 2: Extensão do tempo de detecção de diversas drogas por meio do exame de Urina. Fonte: OBID - Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas apud Kaplan e col., 1997.

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