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ANÁLISE AMBIENTAL DA AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA

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PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
PÓLO BARRAS 
 
 
 
 
ARI DO REGO DOS SANTOS 
 
 
 
ANÁLISE AMBIENTAL DA AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA: SÃO 
JOÃO, CABECEIRAS DO PIAUÍ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barras – PI 
08/2013 
ARI DO REGO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE AMBIENTAL DA AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA: SÃO 
JOÃO, CABECEIRAS DO PIAUÍ 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao Instituto de Ensino 
Superior Múltiplo – IESM, Timon/MA, como 
requisito parcial para a conclusão do Curso de 
Educação Ambiental, sob a orientação do 
Professor Orientador: Professor Especialista 
Welson Soares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barras – PI 
08/2013 
ANÁLISE AMBIENTAL DA AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA: SÃO 
JOÃO, CABECEIRAS DO PIAUÍ 
 
 
Ari do Rego dos Santos
 
Licenciado em Geografia – Universidade Estadual do Piauí (UESPI). 
 
 
 
RESUMO: Este trabalho foi conduzido na localidade São João, município de Cabeceiras 
do Piauí. Os dados foram obtidos a partir da pesquisa de campo com aplicação de entrevistas 
a 20 agricultores da localidade, englobando aspectos como: técnicas utilizadas no preparo do 
solo, utilização de agrotóxicos, a finalidade do uso de agrotóxicos dentre outros, com o intuito 
de analisar os aspectos socioambientais da agricultura de subsistência na mesma, utilizando-se 
do método dedutivo e probabilístico para a obtenção dos dados e de acordo com os objetivos 
da pesquisa. Os resultados mostraram que a prática da agricultura de subsistência da forma 
atrasada como ainda é realizada com a utilização de técnicas arcaicas e instrumentos 
rudimentares podem causar eventos degradantes na natureza, comprometendo o 
desenvolvimento futuro desta atividade. Neste contexto, pretende-se com este estudo 
estimular os agricultores a se engajarem mais na busca de uma prática que não perca de vista 
os aspectos ambientais que envolvem a mesma. Além de provocar discussões reflexivas sobre 
esse costume na localidade do estudo em beneficio de todos. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura. Técnicas. Degradações. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 A agricultura é uma das invenções humanas mais significativas em termos de avanços 
na produção de alimentos. A sua introdução permitiu que o homem passasse a produzir as 
culturas de alimentação básica utilizadas na sua dieta alimentar. Isso resultou em um enorme 
ganho para a humanidade porque a partir daí, ela passou a dispor de grandes quantidades de 
alimentos eliminando assim, o risco de sua extinção devido à escassez dos recursos 
alimentícios fornecidos diretamente pela natureza. 
 No Brasil, são praticados vários tipos de agriculturas, indo desde a de subsistência que 
tem como objetivo principal a sobrevivência de quem a pratica passando pela familiar 
comercial voltada tanto para a alimentação da própria família produtora como para a 
comercialização até a empresarial abastecedora dos mercados de itens alimentícios de origem 
agrícola. E a prática de todas elas é pertinente de importância e considerações que devem ser 
abordadas na análise de suas efetivações. 
Este trabalho teve como finalidade conhecer as técnicas de manejos da agricultura de 
subsistência e suas consequências para com o meio ambiente na localidade São João, 
município de Cabeceiras do Piauí. Além de identificar os mecanismos utilizados no preparo 
do solo e no plantio das culturas relacionando os principais impactos resultante destes 
processos, bem como propor a elaboração de planos de manejo que resulte em práticas de 
cultivos sustentáveis. 
 A hipótese que norteou o trabalho é a de que a utilização de técnicas e instrumentos 
rudimentares pelos agricultores locais aliadas à falta de recursos financeiros para investir em 
técnicas agricultáveis modernas, causa o enfraquecimento, desgaste, esgotamento e exaustão 
dos solos, bem como a destruição vegetal e da biodiversidade comprometendo o equilíbrio 
dos sistemas naturais e o desenvolvimento futuro da atividade. 
 O desenvolvimento da pesquisa com enfoque na abordagem da importância da 
conservação ambiental a partir de uma prática agrícola que busque técnicas de manejos menos 
degradantes, além dos impactos negativos decorrente de sua realização, permeará a 
pertinência do levantamento bibliográfico, para embasar as ideias que serão construídas. 
 Na execução desta pesquisa e obtenção de dados foram utilizados procedimentos 
metodológicos tais como: levantamento bibliográfico sobre o tema; elaboração de um roteiro 
de observação da área de estudo, de acordo com os objetivos da pesquisa; registro visual 
através do levantamento fotográfico; entrevistas com os moradores que praticam esse tipo de 
agricultura; visita a órgãos públicos; organização e análise dos dados coletados e elaboração 
do relatório final dos resultados alcançados com a realização da pesquisa, segundo os seus 
objetivos. 
 Espera-se com este estudo, estimular os agricultores que praticam a agricultura de 
subsistência, a se engajarem mais nesta atividade no sentido de aumentar a produção tanto 
com destino a sua alimentação quanto a comerciável a fim de fortalecer as suas rendas. Que 
contribua para as discussões reflexivas sobre esta pratica tanto em termos locais quanto no 
âmbito geral e, que ela seja entendida como uma atividade pertencente ao modo de vida de 
seus praticantes e de caráter permanente de orientação a fim de que o seu desenvolvimento 
ocorra de forma sustentável. 
 E que sirva também, como fonte de informações para o município de Cabeceiras do 
Piauí, comunidade do estudo, acadêmicos e para os futuros pesquisadores do tema. 
 
 
2 CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES NATURAIS QUE CONDICIONAM A 
PRÁTICA DA AGRICULTURA 
 
Solo, vegetação, hidrografia, biodiversidade e clima são fatores os quais a agricultura 
depende muito para se efetivar. Fará a seguir, a caracterização de cada um destes fatores 
enfocando a importância deles para a agricultura bem com suas vulnerabilidades em função 
da prática da mesma. 
 
2.1 Solo 
O solo é um fator muito importante para o desenvolvimento da agricultura. “A planta 
precisa do solo para alimentar e fixar-se; nele, através de suas raízes, se prende e se alimenta” 
(GALETI, 1973, p. 69). 
Para que o solo seja um bom reservatório de alimentos, com bastante nutrientes e 
água, tem que ser além de profundo e rico, usado de forma racional objetivando alcançar o 
máximo rendimento de maneira permanente (op.cit., 1973). 
Mas, infelizmente, a situação rotineira em grande parte do território brasileiro é, 
apesar de já existir certo grau de conscientização a respeito da conservação dos solos por parte 
da população agricultora, a exaustão desenfreada dos mesmos por meio de técnicas de 
manejas degradantes que causa enormes prejuízos aos pequenos agricultores por não 
disporem de recursos técnicos e financeiros para recuperar as áreas degradadas. 
 
Quando se percorre o interior do Brasil, verifica-se com certa generalidade o 
problema da destruição de nossos solos. Esta destruição, ora é provocada por erosão, 
proveniente da falta ou a quase falta de medidas práticas de conservação de solos, 
ora ela se manifesta por queimadas indiscriminadas que já é destruição premeditada 
pelo homem, que, por falta de melhores esclarecimentos a realiza, pensando agir 
corretamente. A destruição de nossas terras também se processa ao longo dos anos 
de cultivo, às vezes de maneira quase sem se perceber. Isto se deve ao fato das 
culturas de modo geral, serem esgotantes em matéria orgânica (adubo orgânico), e o 
agricultor via de regra não a repõe no solo, anualmente, comodeveria ser o correto 
(SILVA, 1982, p. 475) 
 
O solo além de ser a base de sustentação do desenvolvimento e reprodução das 
culturas alimentícias consumidas pelo homem e pelo os animais é também o objeto de 
ocorrência da erosão que é o processo de desagregação, transporte e deposição do solo, 
principalmente pelas águas tanto pluviais quanto fluviais e pelo vento. 
 
 
2.1.1 Manejo do solo na localidade São João 
 
Os solos da localidade e regiões próximas, assim como os solos predominantes no 
município de Cabeceiras do Piauí, 
 
Compreendem principalmente plintossolos álicos de textura média, fase complexo 
campo maior. Solos podzólicos vermelho-amarelos, plínticos e não plínticos com 
transições vegetais caatinga/cerrado caducifólio, floresta ciliar de carnaúba e 
caatinga de várzea e, secundariamente, solos arenosos essencialmente quartzosos, 
profundos, drenados, desprovidos de minerais primários, de baixa fertilidade, com 
transições vegetais, fase caatinga hiperxerófila e/ou cerrado sub-caducifólio/floresta 
sub-caducifólia e/ou carrasco (CPRM, 1973 apud AGUIAR, 2004, p. 3). 
 
 
E esta condição, faz com que o preparo do solo para o plantio das lavouras 
empreendido pelos agricultores locais seja degradante e a produção ineficiente para consumo 
dos mesmos durante a entressafra. Os agricultores presos a costumes fundamentados em 
conhecimentos empíricos utilizam-se de técnicas de manejos que resulta na baixa 
produtividade dos produtos cultivados e no enfraquecimento e desgaste do solo. A única 
inovação introduzida na agricultura local é a utilização de agrotóxicos, principalmente, os 
herbicidas usados no controle das ervas daninha. Mas, isto em vez de ser considerado um 
avanço, torna-se um grande problema porque o seu uso é feito de maneira descontrolada tanto 
nas quantidades aplicadas como no destino das embalagens vazias causando prejuízos para o 
meio ambiente. 
Para a introdução das lavouras, os agricultores fazem o roço, a derruba e depois a 
queima da mata, usando nestes processos foice e machado como instrumentos. Depois da 
colheita a área com o solo esgotado e totalmente exausto é abandonada e o processo é 
repetido em outra gleba de terra no ano seguinte. Sendo isso tudo, uma prática não 
compensatória para os agricultores e para a permanência das boas condições físicas, químicas 
e biológicas do solo, pois além de não representar alta produtividade, provoca a perda da 
fertilidade do último. 
Esta situação faz com que a agricultura de subsistência não seja capaz de garantir 
eficiência alimentar aos agricultores. Nem de permitir o seu desenvolvimento sem 
comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais. Por ter sua efetivação encravada na 
primitividade proporciona apenas parte do que necessitam para sobreviver e coloca em risco o 
equilíbrio dos sistemas naturais. 
2.2 Vegetação 
 
A cobertura vegetal é essencial tanto para a reposição de nutrientes na parte superficial 
do solo tornando-o propício para a prática da agricultura quanto para a sua proteção contra a 
erosão, já que, ela apara a chuva evitando o contato direto dos pingos d’água contra o mesmo. 
Mas, a destruição da vegetação que ocorre, principalmente no preparo do solo para a 
introdução da agricultura e por via das queimadas causa grandes desequilíbrios na natureza. 
Pois, 
 
Além de prejudicar a fertilidade do solo, as queimadas, destruindo facilmente 
grandes áreas de vegetação natural, trazem outras desvantagens, como a de retirar 
aos pássaros a possibilidade de construírem seus ninhos. E o desaparecimento dos 
pássaros acarreta o desaparecimento de um importante fator de extermínio de pragas 
de toda espécie (HOLANDA, 1995, p. 68). 
 
2.3 Hidrografia 
 
A agricultura tem sua origem intimamente ligada à presença dos recursos hídricos. No 
passado, ela era praticada nas áreas drenadas pelos grandes vales fluviais. Uma vez por ano, 
ou mais, estes vales, transbordavam alagando extensas áreas de terras e nelas depositando 
toneladas de nutrientes tornando-as muito fértil. E era neste solo que, sem outro adubo além 
da terra aluvial, se produzia ricas colheitas. 
A retirada da vegetação que é uma das técnicas utilizadas no preparo do solo para a 
prática da agricultura pode causar danos incalculáveis para a hidrografia próxima ao local de 
ocorrência deste evento. Segundo Adam (2001) a devastação das matas ciliares e da 
vegetação nativa, além de contribuir para a contaminação da água, contribui também para o 
assoreamento do leito dos rios e bacias hidrográficas. 
 
2.4 Biodiversidade 
 
A importância da biodiversidade para a agricultura recai no papel que as plantas, os 
animais, os microorganismos e os ecossistemas desempenham na natureza em processos 
evolutivos. As inter-relações existentes entre ambos cria as condições para que o homem 
possa cultivar suas culturas. 
No ecossistema os animais e os vegetais são uma grande cadeia e interligados entre si 
por peças que quando danificadas precisam ser substituídos por outras novas para a 
permanência desta relação. 
 
O ecossistema é um sistema funcional, delimitado arbitrariamente, onde se dão 
relações complementares entre os organismos vivos e seu ambiente. É constituído de 
organismos vivos, que interagem no ambiente de fatores bióticos, e de componentes 
físicos e químicos não-vivos do ambiente como solo, luz, umidade, temperatura, etc; 
que constituem os fatores abióticos. As relações entre ambos formam a estrutura do 
sistema, e os processos dinâmicos de que participam constituem a função do sistema 
(AQUINO; ASSIS, 2005, p. 55). 
 
A prática da agricultura por meio de ações irracionais tem causado grandes impactos 
nos biomas brasileiros. Pois além da utilização de técnicas de agricultagem arcaicas, os 
praticantes desta atividade incluem a premissa de que os recursos naturais são inesgotáveis e 
que, portanto nunca vão acabar. 
 O ecossistema em seu estado natural tem uma grande capacidade de auto-regulação 
que se mantêm em contínuo e perfeito funcionamento, conservando o fluxo normal de energia 
e matéria, independentemente das variações ambientais (ADAM, 2001). Mas, o avanço 
tecnológico responsável pela modernização da produção tem resultado na aceleração da 
destruição do relacionamento entre as partes que compõem o universo natural. 
 
2.5 Clima 
 
O clima é um dos fatores que mais interfere no processo prático da agricultura. Ele 
tem grande influência sobre as plantas através de seus elementos. “Dentre eles, para efeito de 
agricultura, pode-se destacar: temperatura, umidade (precipitação) e luminosidade” (GALETI, 
1973, p. 274). 
Esses elementos exercem essa ampla influência nesta atividade porque as suas 
alterações podem alterar a produtividade e o manejo das culturas por influírem de maneira 
decisiva na vida vegetal. A falta ou a irregularidade de um deles causa enormes desequilíbrios 
nos rendimentos esperados das lavouras cultivadas. 
Para um melhor rendimento na atividade agrícola e ao mesmo tempo amenizar os 
impactos causados pela sua realização, é preciso que o homem se adapte e respeite as 
peculiaridades e imposições do clima. 
Na localidade do estudo, assim como no município de Cabeceiras como todo, 
 
As condições climáticas apresentam temperaturas mínimas de 22 0C e máximas de 
35 0C, com clima quente tropical. A precipitação pluviométrica média anual é 
definida no Regime Equatorial Marítimo, com isoietas anuais entre 800 a 1.600 mm, 
cerca de 5 a 6 meses como os mais chuvosos, e período restante do ano de estação 
seca. Os meses de fevereiro, março e abril correspondem ao trimestre mais úmido da 
região (IBGE; CEPRO, 1998 apud AGUIAR, 2004,p. 3). 
 
 
Sendo dessa forma um empecilho a uma maior produtividade das lavouras cultivadas 
na mesma. 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
A metodologia contemplada percorreu as seguintes etapas: no primeiro momento foi 
realizado o levantamento bibliográfico a partir da literatura sobre o tema proposto. No 
segundo momento foi elaborado um roteiro de observação da área de estudo, de acordo com 
os objetivos da pesquisa. Utilizou-se também do registro visual por entre o levantamento 
fotográfico que serviu para mostrar detalhes sobre o local da realização da mesma. Logo após, 
realizou-se a pesquisa de campo. 
Optou-se por uma pesquisa exploratória e descritiva através do método dedutivo em 
que se buscou conhecer a produção, comercialização e consumo dos produtos cultivados na 
agricultura de subsistência na localidade São João, município de Cabeceiras do Piauí. 
A pesquisa caracterizou-se como quanti-qualitativa, onde foi utilizada dentro do 
universo de agricultores da localidade uma amostragem de 20(vinte) indivíduos que 
corresponde a aproximadamente 40,82% da população residente na mesma. 
A investigação ocorreu através de entrevistas aos agricultores. Elas contavam com 
perguntas fechadas e abertas, como forma de obtenção dos dados e foram feitas 
individualmente a cada um deles. Como complemento houve o acompanhamento por meio do 
contato direto com o plantio e a colheita dessas culturas com uma das famílias residentes na 
localidade, na safra 2010/2011. Além da visita ao escritório do IBGE regional para maiores 
informações a respeito da área pesquisada. 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
Durante os trabalhos de campo realizados na localidade São João, encontrou-se uma 
prática agrícola ainda centrada em técnicas de produção arcaicas que a cada safra, além de 
não fornecer a quantidade de alimentos suficientes à alimentação dos agricultores com suas 
famílias, provocam degradações ambientais. 
 As informações obtidas, bem como, a análise dos dados, a formulação de algumas 
considerações a seguir. 
 
Quadro 01: Técnicas utilizadas no preparo do solo 
TÉCNICAS Nº. AGRICULTORES PORCENTAGEM 
Técnicas rudimentares 18 90% 
Aragem 02 10% 
TOTAL 20 100% 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
 
Gráfico 01: Técnicas utilizadas no preparo do solo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
 Diante dos dados apresentados no quadro e gráfico acima, confirmou-se a hipótese de 
que a utilização de técnicas rudimentares é um dos fatores que contribui para o baixo índice 
de produtividade na atividade agrícola da localidade, pois, 90% de seus agricultores utilizam 
técnicas rudimentares como o roço, a derruba e a queima e instrumentos como a foice e o 
machado no preparo do solo para o cultivo de suas lavouras. 
 
Quadro 02: Se a produção é suficiente para a alimentação durante o período compreendido 
entre uma safra e outra 
PRODUÇÃO Nº AGRICULTORES PORCENTAGEM 
Não é suficiente 17 85% 
É suficiente 03 15% 
TOTAL 20 100% 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011 
 
Gráfico 02: Se a produção é suficiente para a alimentação durante o período 
 compreendido entre uma safra e outra 
 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
Indagados se a produção é suficiente para a alimentação deles com suas famílias 
durante o período compreendido entre uma safra e outra, 85% responderam que não é 
suficiente e logo que 15% disseram ser suficiente. 
Com estes dados notou-se que a agricultura praticada pelos moradores da localidade 
pesquisada não tem significado meio de sobrevivência eficiente para os mesmos. A produção 
conseguida durante a colheita é na grande maioria insuficiente para alimentá-los na 
entressafra. Neste contexto, fica evidente que não é compensatório a prática da agricultura de 
subsistência, na mesma, da forma atrasada como ainda é conduzida. 
Quadro 03: Utilização de agrotóxicos 
UTILIZAÇÃO Nº AGRICULTORES PORCENTAGEM 
Utiliza 11 55% 
Não utiliza 09 45% 
TOTAL 20 100% 
Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
Gráfico 03: Utilização de agrotóxicos 
 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
Quando questionados se utilizam agrotóxicos, 55% falaram que sim e 45% disseram 
que não usam. 
Observou-se diante deste resultado, que a maioria dos agricultores da localidade 
introduziu o uso de agrotóxicos como método de manejo em sua prática. 
 
Gráfico 04: Os agrotóxicos utilizados 
 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
Pesquisa feita com 11 agricultores que corresponde aos 55% que utilizam agrotóxicos. 
Dentre estes 90,90% utilizam o Roundup, 81,80% o Gramoxone 200 e 18,20% outros. 
Conforme os dados acima apresentados, notou-se que tanto o Gramoxone 200, quanto 
o Roundup são amplamente utilizados na localidade pelos adeptos dos herbicidas. O que é 
muito prejudicial para o futuro da atividade agrícola nesta. Pois o primeiro é de classe 
toxicológica I, sendo extremamente perigoso ao meio ambiente e o segundo de classe 
toxicológica III, o que significa ser medianamente perigoso ao mesmo. 
O uso descontrolado destes pode causar à contaminação, de animais, vegetação, e das 
áreas de mananciais. Isso compromete a fertilidade do solo e por isso corre o risco de se 
tornar pouco produtivo para a agricultura local. 
 
Quadro 05: A finalidade do uso de agrotóxicos 
FINALIDADE Nº AGRICULTORES PORCENTAGEM 
Controle de ervas 
daninha 
08 72,70% 
Controle de pragas 01 9,10% 
Controle de ervas 
daninhas e de pragas 
02 18,20% 
TOTAL 11 100% 
Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
 
 
Gráfico 05: A finalidade do uso de agrotóxicos 
 
 Fonte: Pesquisa direta, 2011. 
 
De acordo com os dados apresentados no quadro e gráfico acima, constatou-se que 
para os 90,90% dos 11 agricultores que utilizam agrotóxicos, a eliminação das ervas daninhas 
por meio da capina foi substituída pelo uso de herbicidas. 
 
5 PROPOSTAS PARA UMA PRÁTICA AGRÍCOLA MAIS EFICIENTE NA 
LOCALIDADE SÃO JOÃO 
 
Diante da realidade encontrada na localidade São João por ocasião deste estudo, onde 
a prática da agricultura de subsistência ainda é realizada de forma atrasada com a utilização de 
técnicas arcaicas e instrumentos rudimentares causando eventos degradantes na natureza, é 
oportuno sugerir técnicas de manejos que melhore as práticas da agricultura de subsistência na 
localidade, tais como rotações de culturas e plantio direto, caracterizadas a seguir. 
 Porque o futuro desta atividade depende de práticas mais conscientes. É preciso que 
os agricultores locais repensem melhor os seus hábitos agrícolas no sentido de produzir mais 
conservando os agroecossistemas para garantir as condições que a mesma precisa, por muitas 
décadas. 
 
5.1 Rotações de culturas 
 
Prática que consiste na alternância de culturas no mesmo terreno por várias safras. É 
conhecida desde a antiguidade, e usada por agricultores de quase todas as partes do mundo. É 
uma prática simples, que não acarreta outros gastos senão os comuns, trazendo grandes 
benefícios ao agricultor e sua terra. Os quais são: controle de doenças e pragas, pois quando 
se faz a rotação plantando uma cultura diferente daquela que esteve na gleba, as pragas e 
doenças desaparecem, porque não encontram as plantas sobre as quais se desenvolveram; 
controle de ervas daninhas, pelo fato de que quando se altera o tipo de cultivo ou tipo de 
exploração, é possível extinguir determinadas ervas; melhor aproveitamento das riquezas 
minerais do solo porque cada planta tem exigência particular em nutrientes e melhor 
aproveitamento do solo em suas várias profundidades, já que as plantas também tem sistemas 
radiculares diferentes (GALETI, 1973). 
 
5.2 Plantio diretoPlantio feito diretamente em solo que contêm os restos das culturas cultivadas 
anteriormente. E consiste em uma prática bastante lucrativa tanto para os agricultores quanto 
para a natureza. A devolução dos nutrientes retirados do solo pelas lavouras antes cultivadas é 
uma das vantagens, já que depois de mortas e mantidas no solo elas constituem matéria 
orgânica para o mesmo. 
Nas propriedades que adotam o plantio direto, a manutenção da cobertura morta 
contribui para a conservação da estrutura dos solos, reduzindo a erosão em até 90% e 
ampliando os níveis de fertilidade, devido ao maior acúmulo de matéria orgânica e de certos 
nutrientes (SHIKI, 1984 apud BEZERRA; VEIGA, 2000, p. 78). 
Mas, além das vantagens agronômicas, há também as econômicas. Com este sistema 
há uma maior produtividade e redução de custos no manejo do solo, significando menos 
gastos e mais rentabilidade econômica na produção de alimentos agrícolas para os pequenos 
produtores. 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A pesquisa realizada na localidade São João mostrou que a agricultura de subsistência 
tem importância inestimável para os agricultores nela residentes. Além de ser um hábito 
pertencente aos seus modos de vida. 
 Entretanto, essa forma de agricultura não tem significado um meio de sobrevivência 
eficiente por que a produção é pequena chegando a ser, na maioria dos casos, insuficiente para 
a alimentação dos mesmos na entressafra. O uso de técnicas arcaicas e a utilização de 
instrumentos rudimentares é a principal causa da baixa produtividade e consequentemente 
dessa insuficiência. Os relatos dos agricultores entrevistados deixaram bastante evidentes que 
o processo produtivo empreendido atualmente nunca foi significativo em termos de boas 
colheitas. 
 Constatou-se que a única novidade introduzida no modo de produzir deles é o uso de 
herbicidas no controle das ervas daninhas e em algumas vezes a utilização de inseticidas, 
principalmente, no combate aos insetos invasores, na cultura do feijão. 
 Porém, esta é uma situação que pode ser revertida. A partir do momento em que os 
agricultores começarem a pensar um plano de desenvolvimento local partindo da inovação 
tecnológica, recebendo o apoio financeiro e técnico dos órgãos públicos voltados para a 
agricultura, e utilizando-se de técnicas de manejos e práticas conservacionistas como rotações 
de culturas, adubação orgânica, plantio direto, uso de biofertilizantes, dentre outras, será 
possível tornar a agricultura de subsistência em uma atividade que possibilitará uma melhor 
gestão dos recursos naturais. 
 Espera-se com este estudo, estimular os agricultores a se engajarem mais na busca de 
uma prática que não perca de vista os aspectos ambientais que envolvem a mesma. 
 E que sirva também, como fonte de informações para o município de Cabeceiras do 
Piauí, comunidade do estudo, acadêmicos e para os futuros pesquisadores do tema. 
 
ENVIRONMENTAL ANALYSIS OF SUBSISTENCE AGRICULTURE: SAINT JOHN, 
HEADENDS PIAUI 
 
 
 
 
ABSTRACT: This study was conducted in the locality Saint John, city of Headwaters of 
Piauí. Data were obtained from field research with application of interviews to 20 farmers of 
the locality, covering aspects such as techniques used in soil preparation, use of pesticides, the 
purpose of the use of pesticides among others, in order to analyze the environmental aspects 
of subsistence farming in the same, using the deductive method and probabilistic obtaining 
the data and in accordance with the research objectives. The results showed that the practice 
of subsistence agriculture in delayed fashion as is still done with the use of archaic techniques 
and rudimentary tools can cause degrading events in nature, compromising the future 
development of this activity. In this context, the aim of this study was to encourage farmers to 
engage more in search of a practice that does not lose sight of the environmental aspects that 
involve the same. In addition to causing reflective discussions about this custom in the 
locality of the study for the benefit of all. 
 
 
KEYWORDS: Agriculture. Techniques. Degradations. 
 
7 REFERÊNCIAS 
 
ADAM, R. S. Princípios do ecoedifício: interação entre ecologia, consciência e edifício. São 
Paulo: Aquariano, 2001. 
 
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