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PLANOS ECONÔMICOS Pronto


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CRUZADO
BRESSER
VERÃO
PLANOS ECONÔMICOS
DÉCADA DE 70 E 80
Ditadura Militar: regime autoritário reduz a inflação próxima de 100% para 23% ao ano;
1974: inflação volta a crescer, chegando a quase 300% em fevereiro de 1986;
Na década de 80, o crescimento da economia estagnou;
Dois choques econômicos: Crise do petróleo em 1979 e a maxidesvalorização do cruzeiro em 1983;
1985: Tancredo Neves é eleito presidente do Brasil, mas morre antes da posse. O vice, José Sarney, assume. É o fim do Ditadura Militar.
CENÁRIO POLÍTICO
José Sarney careceu de legitimidade e apoio político para implantar um regime de austeridade necessário para combater a inflação;
Inicialmente o novo governo optou pelo desenvolvimento econômico em detrimento do controle da inflação;
Em 1986, com os índices inflacionários extremamente altos, surge a necessidade de planos econômicos para interromper o crescimento da inflação.
PLANO CRUZADO
Em resumo, o que foi?
Plano de estabilização econômica anunciado em 28 de fevereiro de 1986, no governo do presidente José Sarney (1985-1990). Inicialmente bem-sucedido, pois os índices inflacionários caíram consideravelmente, mas um novo crescimento da inflação levou o plano ao fracasso no final de 1986.
Concepção do Plano
Governo responsável: José Sarney
Data de implementação: 28 de fevereiro de 1986
Função: combate à inflação. 
Ficou conhecido como Plano Cruzado em razão do nome da nova moeda brasileira que substituiu o cruzeiro. 
Quais as razões do fracasso do Plano Cruzado?
Alguns analistas atribuem a erros de administração do próprio plano a principal razão para o seu fracasso. Outros economistas identificam na sua concepção a única causa para o seu malogro. 
Cenário Econômico
Trajetória ascendente da inflação, que atingiu uma taxa anual de 517% nos meses de janeiro e fevereiro de 1986 de acordo com o índice geral de preços da FGV.
Nove meses depois de concebido, o Plano Cruzado fracassou, pois a inflação voltou, e no primeiro bimestre de 1987 a taxa anual de inflação já estava em 337%.
Implementação do Plano Cruzado
As principais medidas do Plano Cruzado foram editadas através dos decretos-leis nº 2.283 e nº 2.284, respectivamente de 28 de fevereiro de 1986 e 10 de março de 1986. 
O segundo decreto-lei corrigiu apenas alguns erros do primeiro. 
Implementação do Plano Cruzado
Principais Medidas
a) introdução de nova moeda — a unidade do sistema monetário brasileiro passou a ser o cruzado, em substituição ao cruzeiro. A conversão de valores expressos foi fixada à razão de mil cruzeiros para cada cruzado; Cr$1.000,00 = Cz$1,00
b) regra de conversão de obrigações contratuais — critérios distintos foram aplicados para as obrigações contratadas com cláusulas de indexação e aquelas que não previam tal cláusula; 
c) congelamento de preços — todos os preços foram congelados, nomeando-se como agente fiscalizador qualquer pessoa do povo. O congelamento poderia ser suspenso por ato do Poder Executivo;
Implementação do Plano Cruzado
Principais Medidas
d) desindexação — a Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN), que era corrigida mensalmente pela taxa de inflação, foi extinta. Em seu lugar foi criada a Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), cujo valor foi congelado até o dia 3 de março de 1987. A correção monetária para a caderneta de poupança e para os fundos de poupança forçada (FGTS e PIS/PASEP) foi mantida;
e) conversão dos salários para cruzados — os salários foram convertidos para cruzados pelos seus valores reais médios, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE. Ao valor real médio foi acrescido um abono de 8%. O valor fixado para o salário mínimo incorporou um abono de 16%;
Implementação do Plano Cruzado
Principais Medidas
f) indexação dos salários — os salários foram indexados de acordo com uma escala móvel, que reajustaria automaticamente o salário toda vez que a inflação acumulada alcançasse 20%. Nas datas-bases do reajuste de cada categoria profissional, os salários teriam um reajuste de, no mínimo, 60% da variação acumulada de 60% da inflação, medida pelo índice de preços ao consumidor do IBGE;
g) conversão dos aluguéis, prestações do Sistema Financeiro de Habitação e mensalidades escolares — estes preços foram convertidos para cruzados de acordo com o princípio do valor real médio;
h) política cambial — a taxa de câmbio foi utilizada como âncora do sistema e o seu valor foi fixado em 13 cruzados e 80 centavos por dólar. Mas este valor não foi congelado, pois o Banco Central do Brasil poderia alterá-lo a qualquer momento.
Implementação do Plano Cruzado
Políticas
O instrumento utilizado pelo Banco Central para conduzir a política monetária, no dia-a-dia de suas operações, consistia na fixação da taxa de juros do overnight, a taxa pela qual os bancos comerciais trocam reservas bancárias entre si. 
Contudo, a monetização da economia não era compatível com a meta de inflação zero, em virtude do descompasso entre o que o público desejava e o que o Banco Central injetava de moeda na economia.
Os autores do Plano Cruzado não tiveram nenhuma preocupação com a política fiscal, pois (para eles) o déficit público e seu financiamento nada tinha a ver com o processo inflacionário.
Implementação do Plano Cruzado
Políticas
A Política fiscal do Plano Cruzado: foi expansionista porque houve um aumento dos salários reais do setor público, em virtude dos abonos concedidos na conversão dos mesmos para cruzados.
A combinação de políticas monetária e fiscal expansionistas, congelamento de preços e taxa de câmbio fixa fez com que as exportações diminuíssem e as importações aumentassem. 
O saldo da balança comercial que tinha um superávit mensal de mais de um bilhão de dólares, tornou-se negativo em outubro de 1986, quando as importações superaram as exportações em 79 milhões de dólares. 
As reservas internacionais do Brasil, que estavam próximas de 10 bilhões de dólares em fevereiro de 1986, diminuíram para menos de 5 bilhões de dólares em fevereiro de 1987.
Implementação do Plano Cruzado
O Congelamento de Preços
Provocou inúmeras distorções no sistema de preços – por exemplo, o preço de um automóvel Monza com um ano de uso era maior do que o mesmo carro zero quilômetro;
As empresas estatais de petróleo, eletricidade e telecomunicações tornaram-se vítimas do Plano Cruzado – pois não tinham mecanismos para contornar o congelamento de preços;
A Falta de mercadorias nos supermercados – como não podiam reajustar os preços, muitos empresários e fazendeiros resolveram não colocar seus produtos a venda. O resultado foi o desabastecimento no país.
O Cruzado II
Em meados de 1986 a equipe econômica responsável pelo Plano Cruzado reconhecia que havia um excesso de demanda generalizado na economia e consistiu-se na adoção de políticas monetária e fiscal contracionistas. Então, o Banco Central do Brasil começou a aumentar a taxa de juros básica da economia, a taxa overnight, mas este aumento foi tímido em relação ao que era necessário fazer naquele momento. 
Um novo pacote econômico foi anunciado, denominado Plano de Metas, que na época ficou conhecido como CRUZADINHO. Este pacote criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) e instituiu um empréstimo compulsório, que incidia sobre o consumo de gasolina e álcool, e sobre a compra de automóveis e utilitários. O resultado deste pacote foi praticamente nenhum, pois a economia continuou aquecida e a inflação engessada pelo congelamento.
O Cruzado II
O tiro de misericórdia do Plano Cruzado foi dado pelo pacote econômico de novembro de 1986, anunciado logo após as eleições de 15 de novembro, pelo partido político PMDB.
Este pacote ficou conhecido como Plano Cruzado II. Na divulgação do pacote, o Ministério da Fazenda classificou as medidas em seis categorias: 
a) medidas de estímulo à poupança; 
b) medidas fiscais com correção de preços; 
c) outras medidas fiscais; 
d) medidas de estímulo à exportação;
e) medidas de desindexação; 
f) medidas de redução da participação do Estado na economia. 
As Novas Medidas
Aumento dos impostos indiretos;
Reajuste de preços de bens e serviços que estavam completamente defasados;
Concessão de alguns subsídios para as exportações;
Expurgou-se o índice da inflação as variações de preços de produtos considerados supérfluos, como cigarros e bebidas. 
O fracasso desta última tentativa de salvar o Plano Cruzado deveu-se única e exclusivamente ao fato de que as origens do processo inflacionário brasileiro não foram atacadas, isto é, o financiamento do déficit público pela emissão de moeda não foi estancado e o regime monetário-fiscal-cambial não foi alterado.
As razões para o insucesso do 
Plano Cruzado
O fracasso do Plano Cruzado deve-se única e exclusivamente ao fato de que ele não atacou a causa básica da inflação no Brasil, o financiamento do déficit público através de emissão de moeda pelo Banco Central, mas tão-somente procurou estancar a inflação congelando os preços. 
Confundiu-se inércia inflacionária com inflação inercial. Apesar da causa básica da inflação no caso brasileiro ser o financiamento do déficit público através de emissão de moeda, a propagação da inflação não é instantânea em virtude de rigidez no sistema de preços. 
A principal lição que se pode extrair do Plano Cruzado está consagrado no ditado popular: o que começa errado não pode dar certo.
O legado do Plano Cruzado
Entre fevereiro e novembro de 1986 o congelamento de preços instituído pelo plano reduziu a 1% a taxa mensal de inflação. 
Medidas provisórias (congelamento dos preços) duraram mais tempo do que o esperado. 
Seguidas concessões do governo tornaram as políticas monetária e fiscal francamente expansionistas;
O congelamento da taxa nominal de câmbio e o aumento da renda provocaram a eliminação do superávit comercial. 
O legado do Plano Cruzado
A volta da inflação acionou a Escala Móvel de Salários, instrumento que concedia aos salários nominais correções automáticas toda vez que a inflação acumulada atingia 20%. Restabeleceu-se, desta forma, e com maior intensidade, a indexação generalizada cuja eliminação fora a motivação básica do Plano Cruzado. 
Em fevereiro de 1987, diante do iminente esgotamento das reservas cambiais, o governo Sarney optou por declarar uma moratória unilateral dos compromissos externos do país, por temer o desgaste político de um acordo com o FMI, estigmatizado como responsável pela recessão de 1983.
PLANO BRESSER
Em resumo, o que foi?
Nome pelo qual ficou conhecido o conjunto de medidas econômicas lançado pelo ministro da Fazenda Luís Carlos Bresser Pereira em 12 de junho de 1987 com o objetivo de conter a inflação.
Bresser Assume
A conjugação de inflação em alta, aumento do desemprego e crise cambial provocou a substituição do ministro Funaro por Bresser Pereira em 3 de maio de 1987.
Bresser desvalorizou a taxa de câmbio em 8,5% no dia seguinte à posse e ainda acelerou as desvalorizações diárias, sinalizando um retorno à ortodoxia. Mas a implantação de um novo plano consistente de combate à inflação esbarrava em imensas restrições políticas. 
O Cenário Econômico
O elevado poder de compra dos salários verificado durante o apogeu do Plano Cruzado deveu-se à conjugação de três fatores agora insustentáveis: valorização real da taxa de câmbio, compressão de tarifas públicas e aquecimento da atividade econômica sob regime de congelamento de preços. 
O esgotamento das reservas cambiais impedia a continuidade da política de valorização cambial; o déficit público, agravado pela defasagem das tarifas públicas, acabaria por provocar expansão monetária; a disposição das empresas de manter o nível de emprego sob regime de preços congelados estava chegando ao fim.
O Cenário Econômico Ideal
O descongelamento da taxa de câmbio, tarifas públicas e preços após a eleição de novembro de 1986 poderia ter gerado apenas uma brusca elevação de preços, sem trazer de volta o processo inflacionário, caracterizado pela elevação sucessiva de preços e salários.
Mas isto teria exigido que o descongelamento fosse efetuado sob uma política monetária apertada e que não houvesse um mecanismo automático de correção de salários nominais como a escala móvel. Assim se reduziriam os salários reais pelas forças de mercado, mantendo-se a inflação sob controle. 
O Cenário Econômico Real
Mas a fragilidade política do governo Sarney impedia a implantação de uma política monetária de forte contenção e a eliminação da escala móvel. Sem as condições necessárias, esta tornou-se o mecanismo que forçou a queda dos salários reais ao nível em vigor antes do Plano Cruzado. 
O Plano Bresser pode ser visto como uma tentativa frustrada de conciliar a inexorável redução dos salários reais com a queda da inflação.
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O Cenário Econômico Real
O plano foi lançado em meados de junho sob condições muito adversas: sem reservas internacionais e em estado de moratória, não podia contar com a valorização cambial para conter preços; a meteórica elevação da taxa de inflação sinalizava que os preços relativos estavam muito desalinhados; a população, já escaldada pelo fracasso do plano anterior, diante de um eventual novo congelamento não hesitaria em acumular estoques preventivos; a implantação da Assembleia Constituinte minava a capacidade do governo Sarney de obter apoio político para implantar medidas econômicas austeras
Implementação do Plano Bresser
Principais Medidas
 O congelamento de preços e salários por 90 dias. O congelamento de preços adotado foi menos rígido do que o do Plano Cruzado. A opção por um congelamento flexível era um sintoma de que Bresser não tinha a pretensão de eliminar a inflação, mas apenas de criar uma trégua para que se implantassem gradualmente reformas destinadas a permitir seu controle efetivo;
 O estabelecimento de um fator de conversão de créditos aplicável a obrigações e títulos emitidos antes do lançamento do plano com valores nominais prefixados;
 Substituiu a Escala Móvel de Salários por um mecanismo baseado na Unidade de Referência de Preços (URP) que definia a taxa de reajuste mensal dos salários como sendo a média geométrica da inflação observada nos três meses anteriores ao mês de reajuste;
Implementação do Plano Bresser
Principais Medidas
d) Desvalorizou a taxa de câmbio em 10,6%; 
e) Reajustaram-se as tarifas públicas (eletricidade: 45%, telefone: 34%, aço: 32%, combustíveis: 13%). Estes reajustes elevaram a inflação de junho à inédita taxa de 26,1%, que foi expurgada do cômputo da URP daquele mês. 
f) Manteve-se uma política monetária apertada no intuito de conter a formação de estoques especulativos. 
O Fim do Plano Bresser
Após a elevada inflação corretiva de junho, o mês de julho foi promissor: a taxa de inflação caiu para 3,1% e o balanço comercial alcançou superávit de 1,4 bilhão de dólares. Anunciou-se o Plano de Controle Macroeconômico, cuja meta era elevar a poupança pública de modo a criar condições para a retomada do crescimento econômico sem pressões inflacionárias. Mas em agosto, a inflação voltou a subir para 6,4%. 
O descompasso entre a inflação em ascensão e os reajustes salariais passou a gerar forte queda dos salários reais, levando o governo a ceder a pressões por antecipações de futuros reajustes salariais. 
O Fim do Plano Bresser
Os mecanismos de indexação como a URV embutidos no próprio Plano Bresser por concessão política e a incapacidade do governo para implantar a austeridade monetária e fiscal, acabaram por deixar a cargo da inflação o papel de reduzir os salários reais ao nível compatível com a eliminação do déficit comercial, a contenção do déficit público e a manutenção do emprego. A inflação de dezembro atingiu 14%. 
Bresser, incapaz de implantar suas propostas na área fiscal, pediu demissão em 18 de dezembro.
PLANO VERÃO
Em resumo, o que foi?
Foi um plano de estabilização da economia brasileira, anunciado em janeiro de 1989 por Maílson Ferreira
da Nóbrega, último ministro da Fazenda de Sarney, também com o objetivo de conter a inflação.
Concepção do Plano
Governo Responsável: José Sarney 
Data de implementação: 15 de janeiro de 1989
Função: estabilização da economia.
Foi o terceiro choque econômico e a segunda reforma monetária do Governo Sarney. 
 O Plano Verão foi de curta duração e teve a mesma concepção dos pacotes anti-inflacionários aplicados anteriormente no Brasil e em outros países, diferenciado destes apenas na extinção da correção monetária.
Cenário Econômico
O governo não realizou nenhum ajuste fiscal, o que mantinha elevados e crescentes os déficits públicos. Essa dificuldade foi maior devido às eleições no final de 1989, o que levava à não-aceitação de qualquer medida impopular naquele ano.
O descontrole fiscal levava ao descontrole monetário e esses aspectos, juntamente com as incertezas do último ano do governo Sarney e um profundo imobilismo da política econômica, levaram a inflação a acelerar-se rapidamente, gerando grandes desajustes às cadernetas de poupança (cujas perdas chegaram à 20,37%) e fazendo com que se caminhasse a largos passos para a hiperinflação.
Principais Medidas
Aumento dos juros;
Redução dos gastos públicos;
Congelamento dos preços, serviços e tarifas públicas por prazo indeterminado;
Aumento dos preços administrados pelo governo;
Reforma monetária, introdução de nova moeda: cruzado novo, correspondente a mil cruzados;
Extinção da unidade de referência de preços (URP) e da Obrigação do Tesouro Nacional (OTN) ;
Subindexação dos contratos financeiros para reduzir o valor real da dívida pública.
Outras Providências
A desvalorização do câmbio em 16.3805%, ficando congelado;
O dólar americano passou a valer, então, um cruzado novo;
Houve a suspensão do processo de indexação da economia por três meses até 15 de abril;
Criou-se também a Caderneta de Poupança Reajustada (única);
Implementou-se uma política monetária restritiva;
O não realinhamento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica.
O fim do Governo Sarney
Nenhum dos três planos econômicos atingiu o seu objetivo principal: conter a inflação.
Em 1988 a inflação anual atingiu 1000% e em 1989 chegou a mais de 1764%.
Economicamente falando, o governo foi um completo fracasso.
O governo Sarney tem fim no dia 15 de março de 1990, quando é sucedido por Fernando Collor de Melo.

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