Buscar

AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA TERCEIRA ETAPA CORREÇÃO E COMENTÁRIOS

Prévia do material em texto

Nome: 
	Matrícula:
	Curso: 
	Período: 
	Disciplina: FILOSOFIA
	Data: 21/06/2018
	Professor(a): HELDER RODRIGUES PEREIRA
	Valor da Prova: 10,0 pts.
	
	Nota:
	 	 	 	 
 
ATIVIDADE AVALIATIVA – 3ª ETAPA
 
 
Instruções gerais: 
 
Preencha esta folha com o seu nome, matrícula, curso e período. 
Esta prova contêm 8 questões objetivas (1,0 ponto cada) e 1 questão discursiva (2,0 pontos). 
Leia atentamente todas as questões antes de respondê-las. 
Passe todas as suas respostas para FOLHA DE RESPOSTAS, no campo correspondente a cada questão, à caneta. 
A questão dissertativa somente será corrigida se estiver à caneta. 
A questão que contiver rasura será considerada anulada. 
ALUNOS DE DEPENDÊNCIA, ADAPTAÇÃO OU ESTUDOS INDEPENDENTES DEVERÃO INFORMAR ESTA CONDIÇÃO NA FOLHA DE RESPOSTAS. 
Esta atividade é individual e sem consulta a quaisquer materiais ou dispositivos eletrônicos. 
 
BOA SORTE! 
 
 
Questões objetivas 
 	
A Unidade VI da apostila de Filosofia propõe um estudo sobre a Estética, compreendida como Filosofia da Arte. O filósofo estudado foi Hegel, que tem uma concepção específica da arte. Observe a imagem abaixo. Trata-se de uma campanha do Museu d'Orsay, em Paris, com a finalidade de chamar visitantes. Na inscrição em francês, pode-se ler: "Leve seus filhos para ver pessoas nuas".
SUPORTE
FONTE: www.musee-orsay.fr
A imagem acima pode ser associada aos estudos da Estética. Uma associação possível encontra-se, abaixo, designada por uma das alternativas. Assinale-a.
O convite para levar crianças para ver pessoas nuas é contraditório, pois há uma censura na obra de arte, de forma tal que ela não pode admitir uma utilização imoral das produções.
O que é belo julga-se por si mesmo, ao passo que o moral é julgado em função de um propósito, como o de manter a ordem, por exemplo.
Por todos os museus, a arte é mostrada, mas somente é admirada se trouxer em si uma possibilidade de contemplação que não esteja em desacordo com os princípios religiosos.
Rotineiramente, o belo é assimilado pelas pessoas. As crianças não são capazes de uma elaboração estética e, por isto, devem ser afastadas de obras de arte cujo teor pode levá-las ao erro.
Somente a moral é capaz de dar um sentido à obra de arte. Sem a dimensão ética, a estética estaria desprovida de todo valor que julga ter.
COMENTÁRIO: Enquanto no Brasil havia uma comoção com relação a corpos nus em mostras artísticas, em Paris, o Museu d'Orsay convidava os pais a levar as crianças para ver pessoas nuas, retratadas em telas. Este diálogo entre formas de ver a arte abre uma discussão segundo a qual a obra de arte tem um valor em si mesma, não devendo se associar a qualquer conotação moral. Se assim fosse, a arte não seria livre, mas dirigida por moralismos nem sempre condizentes com as expectativas da sociedade. Hitler, por exemplo, chamava de "arte degenerada" as expressões artísticas modernas, que mostravam corpos e rostos que não correspondiam ao ideal estético do arianismo nazista.
A beleza é contemplada pelas pessoas. Elas se tornam melhores à proporção que se permitem contemplar a arte e deixarem-se influenciar. Leia o texto abaixo sobre a contemplação do belo natural e do belo aderente.
Há dois tipos de beleza: a beleza livre e a beleza aderente. A beleza livre pode ser exemplificada por uma flor, por exemplo, que é bela em si mesma e sua beleza não é colocada em discussão. No entanto, quando se trata da beleza humana, há várias conotações sobre ela, há que se estabelecerem conceitos para melhor definir essa beleza - esta é a beleza aderente.
PORTANTO
Entende-se por beleza aderente a um belo não natural somente; a um belo que precisa estar associado a uma série de proposições culturais e suas crenças, definindo o nível estético ao qual ascendeu determinado objeto para ser considerado belo ou feio. A beleza aderente é, pois, mais carente de olhares e sentidos do que a beleza livre.
 
Sobre a conexão entre as afirmativas acima, pode-se considerar que
A conexão está incorreta, pois não há uma relação conclusiva entre a segunda e a primeira.
A segunda afirmativa conecta-se à primeira e há uma relação verdadeira entre elas.
As afirmativas estão associadas pela conjunção, mas seus conteúdos não guardam uma relação apropriada.
O conteúdo da primeira é verdadeiro, mas não pode ser conectado ao conteúdo da segunda, que apresenta uma afirmativa falsa sobre o valor da obra de arte.
O conteúdo da segunda afirmativa não guarda qualquer relação com o da primeira e, por isto, a conexão é imprópria.
COMENTÁRIO: O belo natural traz em si uma beleza que é contemplada e aceita por todos como imagem de algo perfeito e simétrico. Por isto, o belo natural agrada aos olhos e aquieta o espírito. A beleza aderente, no entanto, está relacionada a concepções culturais que envolvem a contemplação. A beleza aderente é carente de olhares, ou seja, de consentimentos culturais para assim ser reconhecida. A beleza humana é aderente pois, dadas as várias culturas, ela se modifica de acordo com o tempo e o espaço. Algo de si mesmas vai sendo projetado nos outros, como Narciso, para que a pessoa contemplada seja considerada bela e agradável ao olhar.
A narrativa mítica de Narciso, não obstante tratar-se de uma construção fantasiosa, tem algo a revelar sobre a relação do homem com a beleza, que é mediada pelo próprio corpo. Nem sempre as pessoas guardam uma boa relação consigo mesmas e, por vezes, há um certo estranhamento com a beleza própria. Esse estranhamento segue padrões estéticos culturais. As pessoas, via de regra, farão todos os esforços possíveis para terem uma beleza compatível com as expectativas sociais. No caso de Narciso, ele deixou de depender do olhar do outro e contentou-se com a própria imagem, estabelecendo-a como padrão para todas as outras. Leia o texto abaixo para uma compreensão estética do narcisismo.
"Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos Mutantes
E foste um difícil começo
Afasta o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa"
(VELOSO, Caetano. SAMPA. https://:www.letras.mus.br)
O autor faz uma crítica estética à cidade de São Paulo, enfatizando seu lado sombrio, classificando-a como o avesso. Associando o mito de Narciso ao texto da canção Sampa, pode-se considerar que
A cidade real é dura, mas ela é capaz de refletir a imagem de quem a contempla, pois no ser humano não há apenas a beleza.
A poesia é utilizada para metaforizar o que há de feio no homem, de forma que ele pode fazer elogios a outrem, utilizando as palavras que, pelo seu efeito, pode dizer coisas boas das pessoas contempladas.
No início, foi difícil encontrar a beleza em São Paulo, mas ela é encontrada na filas, nas vilas e nas favelas, lugares onde o autor se via refletido e devidamente representado.
O capitalismo de São Paulo é responsável por destruir coisas belas, ao mesmotempo em que traz a imagem onde o autor se vê e se reconhece.
São Paulo era considerada uma cidade feia, pois o autor não se via refletido nas práticas, nos costumes e na forma de a cidade se organizar.
COMENTÁRIO: A letra da canção "Sampa", de Caetano Veloso, relata as impressões do artista quando chegou a São Paulo e considerou-a feia. Em princípio, ele não se via refletido na cidade. Considerava-a palco do capitalismo selvagem, poluída, agressiva. No entanto, à proporção que a ela ia se aderindo, foi capaz de visualizar coisas belas. Ao dizer que "Narciso acha feio o que não é espelho", o artista destitui São Paulo de qualquer qualidade estética.
Observe a imagem:
De acordo com a Estética de Hegel, esta imagem representa
Um exemplo de arte inferior, pois não apresenta a perfeição de simetria, ordem e limite.
Imperfeita, pois não retrata as formas perfeitas da natureza.
Um exemplo de arte superior, pois é produto do espírito humano.
Degenerada, pois as formas são confusas e grotescas.
Um exemplo da arte que imita a natureza.
COMENTÁRIO: A imagem é uma reprodução de Guernica, de Pablo Picasso. O artista expõe na tela suas impressões sobre o bombardeio havido na cidade de Guernica. Ele teria ficada profundamente abalado com a estupidez humana e expressou seus sentimentos na arte, mostrando os corpos mortos, sofridos e a cidade em chamas. É uma tela que mostra o rude espírito humano e não o esplendor da natureza. Portanto, esta obra de arte demonstra coisas não visíveis e requer o esforço da razão para ser compreendida e admirada.
O pensamento de Karl Marx se caracteriza por ser um pensamento ateu. Conforme ele considera, a religião
Seria o único sentimento capaz de libertar o homem da escravidão imposta pela lógica capitalista.
Seria sustentável apenas com o advento da sociedade comunista, que iria realizar o sonho de dividir todas as coisas para todas as pessoas.
Seria o alívio que o homem encontra para tentar compensar as dificuldades impostas pelo capitalismo.
Seria um instrumento útil para as transformações sociais.
Seria uma promessa verdadeira para que as pessoas voltassem a acreditar na bondade que está presente no interior de cada um.
COMENTÁRIO: Segundo Karl Marx, a religião é o suspiro da criatura oprimida. Não sendo mais capaz de suportar as dores impostas pelo capitalismo, o homem se refugia na religião e passa a acreditar em uma possibilidade de felicidade em uma vida após a morte, já que não consegue visualizar, na sociedade regida pelo capital, uma possibilidade, por pequena que seja, de realizar sua própria felicidade.
A religião é o ópio do povo. Qual das explicações abaixo melhor se adequa às ideias de Karl Marx sobre o sentimento religioso expresso nesta consideração?
A religião engana o povo, pois promete uma vida melhor apenas além-túmulo.
Como o capitalismo precisa de pessoas dóceis para o trabalho, a religião amansa os corpos e os espíritos e, desta forma, passam a ser obedientes às ordens capitalistas.
O protesto religioso é totalmente infrutífero, pois não é capas de modificar a ordem social imposta pelo capitalismo.
Como o capitalismo impõe um grande sofrimento às pessoas, a religião participa como alívio para as dores, fazendo com que as pessoas acreditem que são irmãos.
As promessas religiosas estão alicerçadas na concepção de uma sociedade justa e igualitária – diferentemente das propostas capitalistas.
COMENTÁRIO: A religião é o ópio do povo. Compreendendo ópio como aquilo que causa torpor, entorpecimento. Nos estados patológicos do torpor, a pessoa, ainda que consciente, não consegue reagir aos estímulos externos. Esta falta de ação e de reação é provocada pela religião. Ou seja, sentindo-se incapazes de atuar na realidade da sociedade capitalista, marcada pela competitividade e pelo empreendedorismo, a pessoa permanece imóvel e se alivia nas práticas religiosas. A superação do capitalismo seria também a superação da religião.
Em um dado momento de seu manifesto comunista, Karl Marx afirma que, com a superação do capitalismo, a religião seria igualmente superada, pois
A religião se adequa às propostas comunistas.
A religião é o ópio do povo.
A religião é um dos produtos da sociedade capitalista, sua ideologia.
A religião faz com que o homem acredite na vida eterna.
A religião é uma projeção do homem.
COMENTÁRIO: Para se manter como prática inquestionável, o capitalismo se vale de ideologias, que repetem seus valores nos mais diversos segmentos da sociedade, construindo seus subprodutos. A religião seria mais um dos subprodutos do capitalismo, haja vista que oferece alívio ao oprimido. Se não fosse tão duramente reduzido a coisa, decerto que o homem não necessitaria de práticas religiosas para compensar suas misérias.
Uma das propostas marxistas sobre a religião é de que ela se configura como a inversão da política. Das afirmativas abaixo, qual a que melhor explica essa inversão?
A religião está perfeitamente articulada à sociedade capitalista, pois ela é um dos produtos do capital. Quando a sociedade superar o capitalismo, a religião será desnecessária, pois ela opera nos mecanismos de trocas e de compensações – presentes no ideário capitalista.
A religião não é capaz de transformar a sociedade, pois suas promessas não propõem uma transformação do mundo, mas a possibilidade de melhores condições para a felicidade, que virá apenas após a morte.
A religião deve promover o bem-estar do homem e não sua obediência cega às ordens do capital.
A religião propõe a crença em um Deus bondoso para compensar a realidade de patrões exploradores; propõe um céu harmônico para compensar uma sociedade em desarmonia; propõe uma crença na fraternidade para compensar uma realidade de competidores.
A religião é o único alicerce verdadeiro para o trabalhador que sofre com o capitalismo, pois as promessas religiosas podem inclusive transformar a sociedade.
COMENTÁRIO: Karl Marx afirma que a religião é a política invertida. Neste sentido é que ele argumenta que o homem necessita acreditar em um Deus que é Pai porque ele vive, em sociedade, diante de líderes autoritários e desumanos. Da mesma forma, é preciso acreditar, na religião, que todos são irmãos a fim de compensar a dura realidade de competidores promovida pelo capital. Assim também, necessita o homem acreditar na felicidade possível apenas no pós-morte, pois a sociedade capitalista não lhe permite ser feliz.
Questão dissertativa:
Sobre as discussões éticas, podemos afirmas que elas estão associadas às escolhas que são feitas. Essas escolhas, por vezes, se associam às noções de premiação e de castigo. Se fazemos o bem aspirando a premiações e deixamos de praticar o mal por receio dos castigos, nossa conduta não está pautada na ética, mas na coerção moral e, por isto, deve ser repensada. Isto redunda em dizer que, se precisamos ser constantemente vigiados por câmeras de segurança em nossas cidades e instituições, provavelmente agimos coagidos pelo temos e não necessariamente por nossas convicções éticas.
Comente o texto acima, estabelecendo as relações entre ética e moral.
Nesta questão, o que se espera do aluno é que ele seja capaz de fazer uma crítica acerca das ações humanas que são boas ou más, dependendo de estar sendo vigiado ou não. Em uma sociedade paranoica, onde proliferam as câmeras de vigilância, as pessoas tendem a deixar de praticar o mal por medo do castigo e não por convicção ética. Anteriormente, acreditava-se no olhar penetrante e poderoso de Deus, que vigiava todas as ações humanas. Era a pedagogia cristã pautada no castigo ao pecador. No mundo moderno, é o olho do poder quem mantém a vigilância, mas a pedagogia é a mesma: premiar os bons e castigar os maus. A postura ética deve pautar-se na convicção do bem e não no temor do mal.
Obs.: Não copie as alternativas das questões objetivas em sua resposta. Elas podem ser falsas ou incompletas. Elabore com suas próprias palavras.
	Núcleo de Estudos On-line / Barbacena

Continue navegando