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Texto Imunologia da mucosa oral

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROFª. DRª ROSIMEIRE PEREIRA DE OLIVEIRA
CURSO DE ODONTOLOGIA 2018.1
ANA KAMILA DE SOUZA SANTANA
LUANA SOUZA CARNEIRO
MATHEUS SOUSA SANTOS
THAÍS RIBEIRO NOGUEIRA ALVES
IMUNOLOGIA DA MUCOSA ORAL
 FEIRA DE SANTANA – BA
28 de junho de 2018
IMUNOLOGIA DA MUCOSA ORAL
Ana Kamila de Souza Santana
Luana Souza Carneiro
Matheus Sousa Santos 
Thaís Ribeiro Nogueira Alves
Trabalho apresentado como 
recurso avaliativo da disciplina 
Imunologia, ministrada pela 
Profª. Drª Rosimeire Pereira de Oliveira.
FEIRA DE SANTANA-BA
28 de junho de 2018
INTRODUÇÃO
	O presente trabalho tem por objetivo apresentar as características da imunologia da mucosa oral, destacando os componentes da mucosa oral, citando os lábios, bochechas, fundo de sulco, palato e periodonto, enfocando as células constituintes, além de mecanismos e processos atrelados a resposta imune que ocorre quando o organismo tem contato com o antígeno específico, e abordar a histologia da mucosa oral, comentando sobre as estruturas dos anticorpos e da resposta dos componentes imunológicos na cavidade oral.
	Outro ponto de abordagem quando trata-se da mucosa oral e a ação do sistema imune sobre locais específicos, é relevante destacar o tecido linfóide da mucosa oral que está ligado a mucosa que reveste a cavidade oral, associando com linfonodos extra-orais e agregados linfóides intra-orais, tendo principal função como componentes do sistema imunológico, a proteção do corpo contra patógenos ou antígenos invasores (bactérias, vírus e parasitas). A base deste mecanismo de defesa, ou resposta imunológica, é a habilidade de distinguir o próprio do não-próprio ao organismo. Enquanto os linfonodos extra-orais compreendem a drenagem da mucosa oral, gengiva e dentes, a função do tecido linfóide intra-oral ainda é pouco entendida.
	Tratando-se de mucosa oral, outro ponto importante é a análise da saliva e do seu fluído salivar, enquanto produto da secreção de glândulas salivares, o seu mecanismo de ação, a presença de células que encontra-se na saliva e secreção de anticorpos por células específicas no momento que são ativadas devido processamento e apresentação de antígenos.
	Sobre a mucosa oral, é essencial dialogar com seus constituintes e mecanismos que as células desencadeiam quando sofrem a ação de um patógeno, que por sua vez, irá gerar doenças no organismo, a partir do momento em que o sistema entra em desequilíbrio e vai gerar mecanismos imunológicos como resposta contra o antígeno. Dentre as doenças mais comuns, são a cárie e a doença periodontal, bem como, do patógeno que causa a enfermidade, o processo imune que ocorre através da opsonização, fagocitose e destruição do patógeno, além de citar a herpes e a candidíase como doenças que também atingem a mucosa oral.
Desenvolvimento da Mucosa Oral
Na terceira semana de vida intra-uterina, pouco antes da ruptura da membrana bucofaríngea, a cavidade oral primitiva é revestida por um epitélio delgado e um ectomesênquima subjacente. O epitélio, que nessa época possui características similares em todas as regiões da boca primitiva, é constituído por dois estratos, um mais profundo, basal, com células cúbicas altas e o outro superficial com células cúbicas baixas ou um pouco achatadas. Após a quarta semana, uma vez estabelecida a comunicação da cavidade oral com o tubo digestivo anterior, enquanto o epitélio permanece sem modificações evidentes, o ectomesênquima passa a apresentar maior número de células indiferenciadas devido à migração de mais células provenientes das cristas neurais. Nos dias que seguem, a única mudança se observa é a formação da banda epitelial primária nas regiões correspondentes aos futuros arcos dentários, com suas duas derivadas, a lâmina vestibular e a lâmina dentária. 
Com a formação do sulco vestibular, ao redor da sétima semana, o epitélio oral fica dividido entre aquele que reveste a região da cavidade oral situada por fora do sulco, isto é, as futuras bochechas e os lábios, e aquele que reveste os arcos dentários, o palato, a porção ventral da língua e o assoalho da boca. O epitélio que reveste o dorso da língua, coincidindo com a época de estabelecimento do sulco vestibular, começa a diferenciar-se, aparecendo, incialmente, as papilas foliadas e valadas na região posterior, por volta da 9ª semana as fungiformes e, ao redor da 11ª semana as filiformes, que predominam na região anterior do dorso lingual. Nesta época, as cristas palatinas acabam sua fusão, estabelecendo, ao formarem o palato, o formato definitivo da cavidade oral. Após a 14ª semana, o epitélio oral torna-se francamente estratificado, o que significa que o processo de proliferação está definitivamente estabelecido. Durante as semanas seguintes, começa também o processo de maturação, aparecendo alguns grânulos de querato-hialina nas áreas onde o epitélio será queratinizado. Após a 20ª semana, essas tornam-se para-queratinizadas. Em geral, da 20ª semana em diante o epitélio oral das diversas regiões da boca mostra características muito semelhantes ao definitivo, apresentando, inclusive, as células de Langerhans e melanócitos. 
Estrutura da Mucosa Oral
A cavidade bucal, embora suas principais funções sejam revestir e proteger, também é modificada para funcionar como um tecido móvel que permite o movimento dos lábios e músculos das bochechas. Ela é constituída por uma cavidade virtual, o vestíbulo, que circunscreve a gengiva e as arcadas dentárias; E uma cavidade real, chamada de Cavidade Oral Propriamente Dita, região posterior à gengiva e às arcadas dentárias. 
A mucosa bucal é formada por duas camadas de tecidos de origens embriológicas distintas: o epitélio e a lâmina própria. 
O epitélio da mucosa da boca é do tipo estratificado pavimentoso. Por causa da sua função de forramento, ele prolifera constantemente, porém, com velocidade variáveis segundo sua localização, sendo originadas novas células na sua parte mais profunda e descamadas outras na sua superfície. Na região mais profunda do epitélio oral, adjacente à lâmina própria, encontra-se o estrato basal. Esse estrato, que é, na verdade, formado por uma a três camadas de células, constitui o estrato progenitor do epitélio. O estrato que segue ao basal em direção à superfície, é constituído por queratinócitos arredondados ou poliédricos. A principal característica deste estrato é a maior quantidade de desmosomas que se estabelecem entre as células. 
O tecido conjuntivo que forma a lâmina própria é composto por fibras colágenas, fibroblastos, células de defesa, vasos sanguíneos e nervos. Nela podem ser reconhecidas uma camada superficial, subjacente ao epitélio, constituída por tecido conjuntivo frouxo, apresentando as papilas características que se interdigitam com as saliências da superfície basal do epitélio; e a mais profunda, cujo tecido conjuntivo é denso, com fibras colágenas. Apresenta dois componentes, células e matriz extracelular. 
As células mais numerosas da lâmina própria são os fibroblastos, entretanto, macrófagos e mastócitos, além de algumas células sanguíneas e do sistema imunológico também estão presentes. 
Os fibroblastos produzem a matriz extracelular da lâmina própria, quando terminam a síntese, tornam-se relativamente inativos. 
Os macrófagos participam das reações imunológicas como células apresentadoras de antígenos, são difíceis de identificar nos cortes histológicos de rotina. Os mastócitos possuem em sua membrana plasmática receptores para IgE, anticorpo produzido pelos plasmócitos.
A lâmina própria apresenta células sanguíneas em maior ou menor número dependendo da região e da presença ou ausência de alguma patologia. São comuns neutrófilos e os eosinófilos. Outras células do Sistema Imunológico como linfócitos e plasmócitos são também encontradas. A mucosa da cavidade bucal é dividida em mastigatória,de revestimento e especializada.
● Mucosa Mastigatória: 
Estende-se sobre a região do palato duro e gengiva que circunda os dentes inferiores e superiores. O epitélio é do tipo queratinizado e está sobreposto a uma lâmina própria rica em tecido conjuntivo fibroso. Já a porção da gengiva apresenta os três tipos de epitélio: não queratinizado, paraqueratinizado e queratinizado localizado na região do sulco gengival e col interdental; paraqueratinizado e queratinizado revestindo a gengiva marginal e inserida. 
A mucosa gengival não apenas constitui parte da mucosa oral, mas também participa do periodonto de proteção. O epitélio gengival apresenta grande quantidade de desmosomas entre suas células. 
A mucosa do palato duro é a parte da mucosa que recobre a porção anterior do palato, isto é, aquela suportada pelos processos palatinos da maxila e pelas porções horizontais dos ossos palatinos.
● Mucosa de Revestimento:
Composta pela mucosa que reveste internamente os lábios e a bochecha, o ventre da língua o assoalho da cavidade bucal, o palato mole a parte da porção lingual do processo alveolar mandibular. Tem como característica apresentar uma fina camada de tecido epitelial recobrindo uma lâmina própria bastante vascularizada e menos fibrosa quando comparada à lâmina própria da mucosa mastigatória.
● Mucosa Especializada:
Localizada sobre o dorso da língua. Protege a musculatura lingual e, nos 2/3 anteriores da língua, as papilas filiformes e fungiformes, que são recobertos por epitélio queratinizado e não queratinizado, respectivamente. Na porção lateral e no 1/3 posterior da língua reveste as papilas folheadas e valadas.
Linfonodos extra-orais
Os linfonodos extra-orais são constituídos por uma rede de capilares que iniciam superficialmente na mucosa da língua, palatos, bochecha e lábios, bem como na gengiva e polpa dentária. Estes capilares se juntam para formar vasos linfáticos de calibre maior, que se juntam com os vasos linfáticos ordenados que se originam nos músculos da língua e outras estruturas, os quais drenam, os linfonodos submandibulares, cervicais alto e retrofaríngeos, a depender do sítio em questão. 
Ao se tratar dos linfonodos extra-orais a respeito do contato com qualquer antígeno, ao penetrar o epitélio intacto e que tenha alcançado a lâmina própria, pode cair diretamente nos linfonodos ou pode ser carregado por fagócitos, a exemplo das células de Langherans, que são células dendríticas abundantes na epiderme, móveis e responsáveis pela imunovigilância cutânea. Têm a função de captar, processar e apresentar os antígenos, via MHC aos linfócitos T. Dessa forma o antígeno será então transportado para os linfonodos anatomicamente relacionados onde irá conduzir uma resposta imune apropriada.
Tecidos linfóides intra-orais
A cavidade oral não possui tecido linfóide bem definido, existindo agregados de tecido linfóide que desempenham papel na defesa imunológica, a exemplo das tonsilas, células linfóides dispersas pela submucosa, tecido linfóide na glândula salivar e tecido linfóide gengival são órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfóide nodular revestidas por epitélio da cavidade oral e da faringe, parcialmente encapsulados. 
As tonsilas são aglomerados de tecido linfóide nodular localizada sob o epitélio da cavidade oral e da faringe, parcialmente encapsulados, compostas por criptas e parênquimas. As criptas são invaginações do epitélio de revestimento das tonsilas, e o parênquima é formado por nódulos linfoides difuso, que possuem centro germinativo e zona do manto. As tonsilas voltadas ao tecido linfóide intra-oral podem ser de 2 tipos:
•	Tonsilas linguais são estruturas pouco proeminentes em cada lado da língua, atrás das papilas circunvaladas, e estão situadas no terço posterior da língua, sendo numerosas e com pequeno diâmetro. São recobertas por epitélio escamoso, que invagina-se para dentro do tecido linfóide, formando uma cripta em cada tonsila. Nessas criptas, alguns ductos de glândulas salivares mucosas se abrem no local das criptas, levando células para fora, o que mantêm as tonsilas linguais livres de sujeiras e infecção.
•	Tonsilas palatinas correspondem a um par de massas linfóides entre a cavidade oral e a faringe, localizadas entre os arcos glossopalatino e faringopalatino. Elas possuem uma forma de amêndoa, com 1,0 a 2,5cm de diâmetro. É constituída por epitélio escamoso de revestimento invagina-se, pelo tecido linfóide, resultando de 10 a 20 criptas. Em região subjacente ao epitélio encontramos células reticulares e linfócitos, podendo haver folículos linfóides com centros germinativos, que são circundados por células linfóides e uma faixa de linfócitos e plasmócitos. 
Devido a especialização e permeabilidade aumentada para corpos estranhos, o epitélio escamoso da cripta da tonsila palatina pode ser atravessado por um antígeno, o qual passará diretamente pelo epitélio e será encontrado posteriormente em macrófagos, devido sua ação fagocítica.
A função principal de tonsila é proteger o organismo contra a entrada de antígenos junto com o ar ou com os alimentos. Como resposta de defesa, há a proliferação dos linfócitos B e a sua diferenciação em plasmócitos, os quais produzem imunoglobulinas. Produzir plasmócitos que secretam IgA-secretora, protegendo a mucosa de MO que fazem parte da microbiota normal ou MO patogênicos. Quando a microbiota normal entra em desequilíbrio tendem a se proliferar MO oportunistas patogênicos, e a IgA-secretória tem a função de manter esse equilíbrio. A amigdalite é a inflamação das tonsilas, que resulta em uma hipertrofia do órgão, as tonsilas são atacadas por vírus ou bactérias, e desencadeiam respostas inflamatórias, aumentando a produção de plasmócitos, linfócitos B.
Agregados linfóides dispersos na Submucosa
As células linfóides dispersas pela submucosa são observados em vários sítios da cavidade oral, como o palato mole, o assoalho da boca, a porção ventral da língua e o ocasionalmente na mucosa jugal e os lábios, são apresentadas como pequenas massas de tecido linfóide com cripta central revestida por epitélio escamoso estratificado.
Na ocasião de um contato entre um antígeno e a superfície da mucosa oral e sua primeira linha de defesa não é suficiente, esse tecido é estimulado e responde com proliferação de células para combater o antígeno.
Tecido linfóide gengival
O tecido linfóide gengival é um agregado de plasmócitos, linfócitos, macrófagos e um povoado de polimorfonucleares neutrófilos quando ocorre o acúmulo de placa bacteriana. A principal função desse tecido é a proteção contra o acúmulo da placa bacteriana, e evitar que se espalhem para outras partes. No caso do desenvolvimento da gengivite, haverá aumento no número de plasmócitos. Primeiramente esses plasmócitos se encontram adjacentes ao epitélio juncional e próximos dos vasos sanguíneos, posteriormente, começam a invadir o tecido conjuntivo da gengiva. Além dessas células, os macrófagos, que estão envolvidos no processamento de bactérias penetram o epitélio juncional, fato que em conjunto com outras células recrutadas, permitirão a estimulação da produção de anticorpos, liberação de endotoxinas de bactérias lisadas, enzimas lisossômicas dos macrófagos e a ativação do sistema complemento para iniciar uma resposta inflamatória grave, que terá como resultado a doença periodontal. 
Tecidos linfóides das glândulas salivares
No tecido linfóide das glândulas salivares são encontradas linfócitos e plasmócitos dispersos nas glândulas salivares maiores e nas glândulas salivares menores, adjacente aos ductos e aos acinos, constituindo assim um grupo de células linfóides. Os plasmócitos secretam IgA em maior quantidade na saliva, oriunda desse tecido, ocorrendo também a produção da IgG e IgM em menor quantidade.
A principal função desse tecido é proteger as glândulas de infecção, entretanto, a IgA protege a mucosa oral e a superfície dos dentes da proliferação descontrolada de bactérias, buscando dar uma homeostasia a cavidade oral.
Saliva 
A açãomuscular da língua, bochechas e lábios, participa como uma parte importante na manutenção da higiene de locais acessíveis da boca. Há um fluxo contínuo de saliva que não necessita de estimulação que é a saliva em repouso correspondente á 19 ml por hora aproximadamente, essa quantidade aumenta em decorrências de estímulos psíquicos, como o ato de pensar em alimentos. A secreção diária é de aproximadamente 500 ml.
Componentes com ação imunológica 
 -lisozima: função antimicrobiana;
- lactoferrina: função bacteriostática e bactericida;
- sistema peroxidase: atividade antimicrobiana e proteção da mucosa bucal contra os efeitos do peróxido de hidrogênio;
- aglutininas: aglutinam bactérias em grandes agregados que são eliminados com mais facilidade através da saliva e pela deglutição.
-Complemento : Promove a quimiotaxia bacteriana ,opsonização e lise,porém esse componente contém pouco na saliva.
-Leucócitos
IgA secretora na saliva :
A IgA secretora(sIgA)não passa do sangue para as glândulas salivares.Estudos demonstram que a IgA é produzida pelos plasmócitos presentes nas glândulas.Estes plasmócitos não produzem somente as cadeias leves e pesadas de IgA mas também a cadeia J ,que ajuda na produção da IgA dimérica. Esse IgA dimérica é então liberado e se liga ao componente secretor(SC) que parece ser secretado pelas células epiteliais secretoras de ácinos das glândulas salivares.Esse conjunto,sIgA, é então transportado para o lúmen do ducto e excretado pela boca.A IgA secretora apresenta duas vantagens :o IgA é preferencialmente transferido da glândula para a superfície da mucosa ,graças do SC , que pode ter receptores especiais nas células epiteliais dos ductos e outra vantagem é que a sIgA é mais resistentes as enzimas proteolíticas ,permitindo uma maior resistência da IgA no ambiente das mucosas.
A origem dos plasmócitos predominantemente de IgA se dá por dois mecanismos: primeiro ,uma via direta de entrada do material antigênico da mucosa oral para os ductos salivares menores, onde os plasmócitos se desenvolvem e secretam anticorpos específicos sIgA .Essa estimulação antigênica direta de anticorpos ,foi demonstrada de maneira convincente em macacos ,denominado de DALT.
O segundo mecanismo alternativo envolve linfócitos B do “tecido linfóide associado ao intestino” (GALT), que é a placa Peyer e que inclui as glândulas salivares e outras glândulas secretoras. O GALT é uma fonte rica para origem de linfócitos B, que podem gerar plasmócitos produtores de IgA .O antígeno do lúmen do intestino sofre pinocitose nas células epiteliais e alcança o folículo linfóide da placa Peyer .Os linfócitos ativos deixam a placa de Peyer por meio dos vasos linfáticos e chegam aos linfonodos mesentéricos ,onde as células sofrem maturação e vão para o ducto torácico,podendo ser reconhecidas como células blásticas com superfície IgA.Estas células entram então para a corrente sanguínea e se abrigam na lâmina própria da mucosa do intestino,glândulas salivares e outras glândulas quando se diferenciam em plasmócitos produtores de IgA.
Placa bacteriana 
Na odontologia, placa bacteriana, também conhecida como biofilme ou placa dental, refere-se à aglomeração de bactérias da microflora oral sobre a superfície dentária, sendo este o fator que determina o aparecimento de cárie e doença periodontal. Posteriormente, este biofilme irá endurecer (mineralizar) e originar o tártaro. Este acúmulo é mais exacerbado em regiões na qual a higiene bucal não é realizada de modo adequado. Para o combate eficaz do biofilme dental, utilizam-se os procedimentos de natureza mecânica (escova e fio dental) que esbarram nas dificuldades apresentadas pelos pacientes. Embora se conheça uma gama de estudos enfocando o controle químico do biofilme dental, com a utilização de várias substâncias, nenhuma delas mostrou-se capaz de substituir a escova e o fio dental.
Cárie 
A cárie é a doença mais comum do homem. Nos tempos modernos ela alcançou proporções epidêmicas, desde que uma dieta pastosa rica em açúcar refinado começou a ser consumida. Streptococcus mutans é uma espécie de bactérias Gram-positivas com morfologia de coco, pertencentes ao gênero Streptococcus, do grupo A de Lancefield. Esta bactéria é vulgar na boca do Homem e é o principal fator do desenvolvimento de cáries devido a sua capacidade acidogênica e acidúrica.O S.mutans é um anaeróbico facultativo, um microorganismo acidogênico não hemolítico.
Imunologia da cárie no homem
Anticorpos salivares: A concentração de IgA secretor na saliva total, é significantemente menor em indivíduos com muita cárie ,quando comparado com os que possuem pouca cárie.O IgA salivar pode funcionar impedindo a aderência de bactérias ao esmalte.
IgA do leite: O leite materno contém IgA,complemento e macrófagos que são capazes de opsonização ,fagocitose e destruição dos microorganismos.
Opsonização,fagocitose e destruição : Os anticorpos séricos são capazes de opsonizar os S.mutans e isto parece ser uma função particular dos anticorpos da classe dos IgGs.Os polimorfos nucleares possuem receptores para a porção FC do IgG e permite que o anticorpo se ligue ao S.mutans para depois se unir á membrana.Este complexo é então interiorizado e formam-se vacúolos denominados de fagossomos que se combinam com os lisossomos do leucócito e formam os fagolisossomos.O microorganismo será ,então , destruído pela ação das enzimas lisossomais.
Resposta imune celular: O S.mutans pode estimular os linfócitos humanos a proliferarem ou liberarem citosinas, como o fator de inibição de migração dos macrófagos. Estas funções são boas evidências da presença de imunidade mediada por células contra a maioria dos microorganismos cariogênicos no homem. Sob estas condições estabeleceu-se uma correlação negativa entre o índice de cárie e o de estimulação dos linfócitos. Consequentemente quanto mais baixo o índice de cárie mais alta a resposta lifoproliferativa e os níveis de anticorpos.As células estimuladas são predominantemente as células T CD4 que estão envolvidas em auxiliar as células B a produzirem anticorpos.
Periodontite e Gengivite
Em Odontologia, periodonto é nome dado a todos os tecidos envolvidos na fixação do dente ao osso alveolar ligado à maxila ou mandíbula.
O conhecimento da arquitetura e da biologia do tecido normal é um pré-requisito para a compreensão do tecido doente. Divergências distintivas das características normais são considerações necessárias ao diagnóstico, e o conhecimento do estado normal é essencial para a definição das metas de tratamento.
O periodonto é dividido em duas partes, inserção e proteção. O periodonto de proteção inclui a mucosa da gengiva e o de inserção o ligamento periodontal, o cemento e o osso alveolar. Os suprimentos vasculares e o nervoso dos tecidos também são vitais ao funcionamento normal dos tecidos periodontais.
A estrutura e função dos tecidos componentes do periodonto são mutuamente dependentes, seus processos de renovação e adaptação biológicos dinâmicos mantêm uma relação harmoniosa sob condições normais.
O epitélio do sulco (sulcular) e o epitélio juncional são extremamente importantes no desenvolvimento da doença periodontal. As principais características do sulcular são:
Interno, voltado para dentro do sulco.
Fica voltado para o dente, sem ficar em contato com a superfície dentária.
Pavimentoso, estratificado, não queratinizado
Espaços intercelulares menores que o epitélio juncional
Age como membrana semipermeável, com passagem de produtos bacterianos prejudiciais e do fluido sulcular (fluido gengival).
E as do epitélio juncional são:
Promove o contato da gengiva com o dente
Abaixo do sulco, até onde começam as fibras inseridas;
Escamoso, estratificado, não queratinizado;
Possui cerca de 0,97mm
Alto índice de renovação que ocorre na camada basal (mitoses na camada basal renovam todos os epitélios, porém o juncional se renova mais);
É dividido em estrato basal e supra basal;
Possui amplos espaços intercelulares que permitem trocas (não está totalmenteaderido ao dente);
Possui um fluido sulcular;
Aderido a superfície dental por uma lâmina basal externa e ao conjuntivo por uma lâmina basal interna (forte adesão tanto ao dente quanto ao conjuntivo);
Ausência de cristas epiteliais;
Mais largo na porção coronária;
Unido firmemente ao dente por hemidesmossomos (que funcionam como um zíper)
Se forma pela fusão do epitélio reduzido do órgão do esmalte (epitélio que se forma ao redor do dente antes da erupção), com o epitélio da mucosa oral;
O epitélio oral e o epitélio do sulco possuem cristas epiteliais (prolongamentos que se inserem no tecido conjuntivo) que são renovados por divisão da camada basal. O epitélio de sulco é mais espesso que o epitélio oral e tem menos células e menos papilas, local de difícil higienização e ausência da camada de queratina (é menos protegido que o epitélio externo. Sendo um local de início de doenças periodontais). 
O epitélio juncional e o epitélio de sulco protegem as estruturas mais profundas da invasão microbiana, através da justaposição. Possuem um fluido do sulco que quando contaminado por bactérias muda na quantidade e composição  e passa a ser chamado de exsudato inflamatório. O fluido gengival, produzido na mucosa gengival, tem o papel de limpeza fisiológica de acúmulo de resíduos de descamação celular, microrganismos e leucócitos, estando aumentado na ocorrência de infecções gengivais.
As diferenças existentes permitem a passagem do conteúdo do tecido conjuntivo para o sulco gengival, da mesma forma, passa o conteúdo do sulco para o conjuntivo, podendo causar a doença periodontal.
O espaço biológico (ept juncional e inserção conjuntiva) é o espaço vital ao redor dos dentes, o qual nunca deve ser invadido, se invadido, teremos problemas inflamatórios e gengivais. 
O tecido conjuntivo adjacente (Lâmina própria) é o componente tecidual predominante da gengiva. Dentre os Principais constituintes, temos:
Fibras gengivais Colágenas (60%) nomeadas de acordo com o sentido das fibras
Fibroblastos (5%)
Vasos e Nervos (35%)
Células de Defesa
Matriz – Substância Fundamental 
Fibroblastos – Predominante, 65%. Relacionado com a produção dos vários tipos de fibras. Participa da síntese da matriz.
Mastócitos – Célula responsável pela produção de determinados componentes da matriz. Produz substâncias vasoativas que podem afetar a função do sistema microvascular e controlar o fluxo de sangue através do tecido. Tem vesículas com enzimas proteolíticas, histamina e heparina.
Macrófagos – Desempenha  várias funções de fagocitose e síntese no tecido. São particularmente numerosos no tecido inflamado. São derivados dos monócitos do sangue que migram para o tecido.
Células Inflamatórias – Granulócitos, neutrófilos, linfócitos, plasmócitos.
Periodontite ou doença periodontal se refere a uma inflamação dos tecidos gengivais em associação a alguma perda de inserção do ligamento periodontal e do suporte ósseo. Com a perda progressiva da inserção ao longo tempo, podem ocorrer destruições significativas no ligamento periodontal e no osso alveolar adjacente, acarretando o desenvolvimento de mobilidade e a perda eventual dos dentes. A migração apical do epitélio sulcular ao longo da superfície radicular resulta na formação de bolsas periodontais. 
Por mais de um século, a presença da doença tem sido correlacionada com o acúmulo de placa dental no dente e sob a gengiva. A despeito disso, evidências atuais sugerem que a placa dental faz parte da microflora natural humana. Em alguns pacientes com grande quantidade de placa dental, lesões destrutivas do periodonto não se desenvolvem. Muitos pesquisadores acreditam agora que a periodontite não ocorre meramente pela presença da placa dental, mas como resultado de mudanças nas proporções das espécies bacterianas na placa, possivelmente relacionadas às mudanças no meio ambiente dentogengival (p. ex., dieta pastosa ou dieta com alto conteúdo de carboidratos fermentáveis). 
Existem diferenças no conteúdo da placa dental de áreas saudáveis e com periodonto doente. Sítios saudáveis são colonizados primariamente por micro-organismos gram-positivos facultativos, como actinomicetos e estreptococos; placa de áreas com periodontite ativa contém flora anaeróbica e microaerófila gram-negativa. Dos mais de 500 tipos de bactérias que podem residir na cavidade oral, apenas algumas foram associadas à periodontite e tipos específicos frequentemente correlacionam-se com os padrões clínicos de periodontite. A periodontite crônica está fortemente associada a Actinobacillus actinomycetemcomitans, Tannerella forsythensis (anteriormente Bacterioides forsythus) e Porphyromonas gingivalis. Outros micro-organismos em geral considerados como envolvidos incluem Prevotella intermedia, Campylobacter rectus, Treponema denticola e Fusobacterium nucleatum. Embora controverso, alguns pesquisadores têm também sugerido que o citomegalovírus humano e outros vírus herpes possam desempenhar um papel na doença.
O envolvimento do sistema imunológico vai depender da severidade e progressão da DP e pode ter a participação tanto da resposta imune inata ou natural quanto da adquirida ou adaptativa.
A resposta imune inata corresponde à primeira linha de defesa do organismo, em que os mecanismos efetores são ativados de forma rápida. A imunidade adquirida, por sua vez,é uma resposta mais demorada, por isso mais específica, sendo dividida em celular e humoral. Essa imunidade confere uma memória imunológica às células do seu sistema (linfócitos T e B) e permite a adaptação do corpo a determinados microrganismos. Os linfócitos T são os efetores da resposta mediada por células, enquanto que os anticorpos (imunoglobulinas) são os responsáveis pela resposta humoral.
Nas DP, tanto a resposta inata quanto a adaptativa dispõem de células de defesa que respondem à agressão tecidual. Na imunidade inata, temos: células epiteliais; células de Langerhans (dendríticas – CD83+) da mucosa oral; macrófagos teciduais; neutrófilos; células dendríticas da lâmina própria gengival ou periodontal, como células do ligamento periodontal e células mesenquimais.
A diversa gama de células participantes da resposta imune inata tem a capacidade de interagir com os componentes dos patógenos microbianos, e, além da sinalização de citocinas e quimiocinas, também existe sinalização dos chamados peptídeos antimicrobianos. Esses peptídeos são produzidos em diferentes localidades do corpo: na cavidade oral, nas vias aéreas, ao longo do trato digestivo, e, devido a características próprias desses ambientes, sugere-se um envolvimento mais complexo do sistema imune inato.  Os peptídeos identificados na cavidade oral são as β-defensinas, expressas pelo epitélio, α-defensinas, pelos neutrófilos e o fragmento LL-37 (catelicidina), expresso tanto pelo epitélio quanto pelos neutrófilos, que, juntamente com a saliva, mantêm a saúde bucal. Elas atuam basicamente de duas formas: limitando o dano causado pelos produtos bacterianos durante a infecção e por meio da atração de células da imunidade para o local da infecção
Em geral, a imunidade mediada por células tem início quando o antígeno da placa subgengival penetra no tecido conjuntivo através do epitélio juncional. As células que apresentam o antígeno, como, por exemplo, as células de Langerhans no epitélio, processam o antígeno, alterando-o para uma forma que é reconhecível pelo sistema imune, isto é, um peptídeo antigênico une-se ao complexo principal de histocompatibilidade classe II (MHC). A célula Thelper (CD4+) reconhece esta associação do antígeno estranho com o próprio MHC, fica estimulada, prolifera e libera citocinas. As citocinas, por sua vez, agem sobre outras células linfóides (macrófagos, células B e outras células T), de modo a causar dano ao tecido, inflamação e reabsorção óssea. Os linfócitos encontram-se agora sensibilizados e, diante da reexposição aos antígenos da placa, respondem com a proliferação e sintetização das citocinas. Eles podem também produzir citocinas quando estimulados pelassubstâncias mitogênicas liberadas pela microbiota subgengival ou por outras células na reação inflamatória.
Na imunidade humoral, existe a participação das imunoglobulinas. Verifica-se um aumento na produção de imunoglobulinas da classe G (IgG), que está relacionado com a presença de antígenos bacterianos. Outras imunoglobulinas, como IgA e IgM, não mostraram níveis muito elevados, como a IgG. A resposta imune humoral primariamente é protetora, em que a imunidade mediada por células B não causa danos teciduais ao periodonto, mas essa resposta humoral interage com as células CD4+ Th da imunidade mediada por células, que, por sua vez, leva à produção de NF-κB, e outras citocinas responsáveis pela modulação de osteoclastos e seus precursores, resultando na destruição óssea. 
Os microrganismos produzem uma grande variedade de enzimas solúveis que digerem as proteínas e outras moléculas do hospedeiro, desse modo produzindo nutrientes para o crescimento. Eles também liberam muitos produtos metabólicos, como amônia, indol, sulfeto de hidrogênio e ácido butírico. Dentre as enzimas liberadas pelas bactérias, encontram-se as proteases capazes de digerir colágeno, elastina, fibronectina, fibrina e diversos outros componentes da matriz intercelular do tecidos epitelial e conjuntivo. 
Apesar da capacidade dos microrganismos de produzir uma multiplicidade de proteases, a principal atividade da protease no sulco gengival é, provavelmente, aquela que se origina do hospedeiro sendo, portanto, valioso mencionar as proteases do hospedeiro no contexto das proteases microbianas. As metaloproteinases da matriz (MMP), provenientes de células semelhantes aos neutrófilos e fibroblastos, são ativas no sulco gengival. Os fragmentos de colágeno predominantes no sulco são aqueles resultantes da ação da protease do hospedeiro e não a microbiana, enfatizando a sobreposição da contribuição do hospedeiro para a atividade da protease no sulco. O efeito de muitos produtos estruturais, enzimáticos e residuais consiste em estimular, provavelmente de maneira nociva, a produção de citocina celular do hospedeiro. As citocinas assim produzidas são predominantemente pró-inflamatórias e possuem múltiplos efeitos, servindo para intensificar a resposta inflamatória. Os lipopolissacarídeos - LPS (endotoxinas) dos microrganismos Gram-negativos são capazes de suscitar tanto uma resposta inflamatória quanto uma resposta imune, quando da sua interação com as células do hospedeiro. Numerosas são as propriedades atribuídas ao LPS e aos ácidos lipoteicos (LTA) dos microrganismos Gram-positivos. LPS, LTA e proteínas ou polissacarídeos específicos produzidos e liberados pelos microrganismos subgengivais, ativam os mediadores químicos da inflamação, causando aumento da permeabilidade vascular e estimulando, através de ações quimiotáticas, o deslocamento das células inflamatórias para os tecidos. Fazem ainda que as células de defesa liberem agentes e citocinas pró-inflamatórias. As respostas imunes aos microrganismos são direcionadas, principalmente, contra as proteínas e os polissacarídeos da membrana externa, e contra as enzimas e toxinas liberadas fora da célula. Essas reações imunes liberam citocinas e mediadores pró-inflamatórios adicionais, o que, por sua vez, causa o aumento da inflamação, com maiores danos ao hospedeiro.
Diversos estudos apontam as citocinas como importantes mediadores associados à patogênese da periodontite. Produtos bacterianos induzem a síntese de citocinas pró-inflamatórias, como interleucina-1 beta (IL-1β), interleucina-6 (IL-6), interleucina-8 (IL-8) e fator de necrose tumoral (TNF) principalmente por macrófagos. Dentre as várias citocinas, destacam-se o TNF e a IL-1, mediadores que podem potencialmente participar nesse processo. Tais citocinas estimulam a reabsorção óssea diretamente por induzir a proliferação de progenitores de osteoclastos, e indiretamente por estimular a atividade de reabsorção dos osteoclastos maduros e por aumentar a síntese de colagenases. 
As células T-helper (TH1 e TH2) são linfócitos no interior dos tecidos que regulam as respostas imunes celular e humoral através das citocinas. A resposta imune humoral é promovida pela TH2, que produz citocinas características, denominadas IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13. Os linfócitos TH1 liberam IL-2 e interferon (IFN)-IFNγ, o que intensifica as respostas mediadas pela célula. Estas citocinas proporcionam um mecanismo preciso para o controle da resposta imune, de modo que uma resposta suficiente é produzida para enfrentar o patógeno invasor. As citocinas podem influenciar a resposta imune determinando a classe da imunoglobulina produzida, o que pode ter efeitos profundos sobre a função do anticorpo. Por exemplo, as moléculas IgM são mais efetivas na bacteriólise e as moléculas IgG na opsonização. Os anticorpos IgG dividem-se em quatro subclasses distintas (IgG 1-4), de acordo com as diferenças na porção Fc destas moléculas. A subclasse do anticorpo tem influência na sua função, IgG2 sendo menos potente na aderência ao antígeno do que a IgG1. Diversos pesquisadores constataram ser a IgG2 elevada em relação à IgG1, em pacientes que apresentavam periodontite grave, e propuseram que os níveis das subclasses da IgG são fatores importantes na suscetibilidade à periodontite. As células TH2 intensificam a resposta imune humoral em vez das respostas mediadas pela célula e isto reforça o conceito de que estas lesões são dominadas por plasmócitos e de que, na periodontite crônica, a resposta imune humoral é mais evidente do que a resposta mediada por células.
As prostaglandinas são derivadas do ácido aracdônico e são mediadores importantes da inflamação. Não surpreende, portanto, que tenham sido implicadas na patogênese da doença periodontal. As citocinas pró-inflamatórias são capazes de estimular os macrófagos e outras células para produzirem quantidades abundantes de prostaglandinas, particularmente as PGE2, que são potentes vasodilatadores e indutores da produção de citocinas, por várias células. A PGE2 age sobre os fibroblastos e osteoclastos, juntamente com as citocinas, induzindo a produção de metaloproteinases da matriz, que é relevante para o processo de destruição periodontal.
A presença de antígenos e dos respectivos anticorpos pode levar à formação de imunocomplexos, que ativarão a via clássica do sistema complemento de C142 e C3 para liberar C3a, C3b, C5a. A via alternada do complemento também pode ser ativada na ausência de anticorpos, pela presença de placa ou de alguns constituintes: LPS das G- ou dextrano da S.mutans. Essas substâncias interagem com fator D, B e properdina para gerar C3bB que reage com C3 para liberar C3a, C3b e C5a.
C3a e C5a provocam permeabilidade vascular, um passo essencial para a passagem de proteínas de lato peso molecular (incluindo-se Ig) e leucócitos dos capilares para a lâmina própria. Os mesmos fragmentos de C3a e C5a induzem a liberação de fatores quimiotáticos dos neutrófilos e monócitos, e assim o gradiente quimiotático estabelecido determina a migração de células da lâmina própria em direção ao sítio crevicular. Um outro fragmento, o C3b, é considerado na ligação do antígeno ao receptor C3b dos neutrófilos, quando se inicia a ingestão do antígeno. Enquanto estas atividades biológicas do SC têm funções claramente defensivas, a destruição do tecido adjacente também pode ocorrer pela ativação do C3 que promove a liberação de outros componentes do processo, C5b6789, que promoverão a lise celular. Além disso, com a ativação dos fagócitos (neutrófilos e monócitos) ocorre a liberação de enzimas lisossomais que causam grande estrago na área e potenciam a resposta inflamatória. 
Na doença periodontal, quando ocorre a degradação das fibras principais inseridas no cemento, o epitélio juncional migra em sentido apical ou até encontrar fibras intactas, tentando proteger do contato com o conjuntivo.
CONCLUSÃO
	A cavidade bucal é revestida por uma membrana mucosa que consiste de duas camadas, uma epitelial e outra de tecido conjuntivo,conhecida como lamina própria. Em termos funcionais consiste de duas partes, voltada para cavidade bucal, que é a mucosa mastigatória e a que está voltada para o dente, implicada na adesão da gengiva ao dente, formando também parte do periodonto. 
	 A saliva é um fluido complexo que banha quase que continuamente as partes do dente expostas no interior da cavidade bucal. Consequentemente, representa o meio ambiente íntimo do dente. Sua produção é realizada por três pares de glândulas salivares maiores, a parótida, submandibular e sublingual e por várias glândulas salivares menores dispersas pela cavidade bucal. A saliva tem várias funções: mantém a boca úmida, facilita a fala, lubrifica o alimento, entre outras.
A cavidade oral não possui tecido linfóide bem definido, existindo agregados de tecido linfóide que desempenham papel na defesa imunológica, função exercida pelas tonsilas e tecidos linfoides presentes na submucosa, gengiva e em glândulas salivares, desta forma este tecido exerce papel importante no controle a homeostasia do meio bucal, bem como, no controle da placa bacteriana e tentativa de evitar desenvolvimento da cárie dental e posterior doença periodontal, desta forma, células específicas e a liberação de interleucinas efetuam ações que em conjunto com células T e fagócitos para eliminar o patógeno. Desta forma o organismo através de diversos mecanismos ativa e transmite uma resposta imune ao antígeno ou agente agressor. 
REFERÊNCIAS
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