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AGRICULTURA DE PRECISÃO: CONCEITOS A agricultura de precisão (AP) teve início na década de 80, quando foi gerado na Europa o primeiro mapa de produtividade e, nos Estados Unidos, foi realizada a primeira adubação com doses variadas. Porém, o passo determinante para a implementação da AP foi o surgimento do GPS (Sistema de Posicionamento Global por satélites), que ocorreu em torno de 1990 (MOLIN, 2013). No Brasil, a agricultura de precisão foi introduzida em meados da década de 90, mas os avanços significativos só aconteceram a partir do ano 2000, com o uso de máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade (SENAR, 2013). No entanto, um maior crescimento da AP vem sendo observado nos últimos anos, através da utilização de amostragens georreferenciadas para mapeamento da fertilidade do solo e distribuição de corretivos e fertilizantes em taxa variável (RESENDE et al., 2010). A AP consiste em um conjunto de princípios e tecnologias aplicados no manejo da variabilidade espacial e temporal associada à produção agrícola, objetivando aumentar a produtividade das culturas e a qualidade ambiental (PIERCE; NOWAK, 1999). Segundo RESENDE et al. (2010), em termos práticos, envolve a obtenção e processamento de informações detalhadas e georreferenciadas sobre as áreas de cultivo agrícola, visando definir estratégias de manejo mais eficientes, em especial, o uso racional de insumos. Para que a agricultura de precisão seja implementada com sucesso é necessário que três componentes principais sejam observados: (1) captação de dados em escala e frequência adequada, (2) correta interpretação e análise desses dados e (3) gestão e implementação de uma resposta a uma escala espacial e de tempo adequada (INAMASU, 2013). É importante ressaltar que a aplicação dos conceitos de agricultura de precisão busca otimizar o uso dos recursos e o retorno econômico da atividade agrícola. O custo das tecnologias já não está tão alto como há 5 anos e já apresentam um valor agregado. Além disso, já dispomos de tecnologia nacional, além da representação de equipamentos importados estar muito mais efetiva e facilitada!), segundo autores (BATCHELOR et al., 1997; CAMPO, 2000) a AP promete os seguintes benefícios para os usuários deste sistema: (a) maior produtividade da lavoura, (b) redução da contaminação ambiental pelo menor uso de defensivo, (c) redução dos custos com uso de fertilizantes, (d) fornecimento de informações para tomadas de decisões (e) provimento de registros detalhados da área de lavoura e (f) um melhor planejamento e controle das atividades agrícolas, gerando maior rendimento e otimização de uso dos recursos/insumos. Ainda segundo INAMASU (2013) o aumento de retorno econômico pelo uso da agricultura de precisão pode ser entendido de três maneiras: (1) devido ao aumento direto da produção (maior volume colhido), (2) pelo aumento da qualidade do produto (maior valor agregado) e (3) pelo melhor uso de recursos e insumos (redução dos custos de produção). Na Figura 1, pode-se observar exemplos de mapas de recomendação de aplicação de insumos a taxas variáveis, objetivando a otimização das aplicações e a homogeneização da fertilidade do solo. FIGURA 1: Mapa de aplicação de NPK em taxa variada (Bellé, G. L., 2009) Segundo JUNTOLLI (2013), a agricultura moderna está relacionada à distribuição inadequada de insumos agrícolas (calcário, semente, adubo, herbicida, inseticida) e a uma gestão da unidade produtiva deficiente, o que acarreta zonas de baixa produção dentro da mesma área cultivada. Contudo, com a utilização das ferramentas e tecnologias da Agricultura de Precisão é possível auxiliar o produtor a identificar qual o insumo deve ser aplicado e “como” fazê-lo. A AP permite ainda identificar os locais específicos com diferentes potenciais de produtividade, podendo-se determinar ou não a aplicação, desde que seja econômica e tecnicamente viável. De modo geral, a agricultura é um sistema complexo que inclui produção vegetal e animal, ambiente, energia e sociedade como parte do agronegócio e, portanto, é fundamental que exista capacidade e tecnologia para o planejamento eficaz, gestão e funcionamento de todos seus aspectos (INAMASU, 2013). LITERATURA CONSULTADA BATCHELOR, B.; WHIGHAM, K.; DEWITT, J., et al. Precision agriculture: introduction to precision agriculture. Iowa Cooperative Extension, 1997. 4p. Disponível em: <http://www.extension.iastate.edu/Pages/precisionag/prec ag.pdf>. Acesso em: 27 de novembro de 2013. BELLE, G. L. Agricultura de Precisão: Manejo da Fertilidade com aplicação a taxa variada de fertilizantes e sua relação com a produtividade de culturas. Dissertação de Mestrado. Projeto Aquarius - Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS. Disponível em: http://w3.ufsm.br/projetoaquarius/_d_gustavo_luiz_belle.pdf CAMPO, P. do. Agricultura de precisão. Inovações do campo. Piracicaba. 2000. Disponível em: <http://www1.portaldocampo.com.br/inovacoes/ agric_precisao03.htm >. Disponível em: 27 de novembro de 2013. INAMASU, R. AP em uma página – SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. 2013. Disponível em: <http://www.canaldoprodutor.com.br/agriculturaprecisao/artigosepalestras/artig o -ap-em-uma-pagina/#sthash.U7oeqEvo.dpuf>. Acesso em: 27 de novembro de 2013. JUNTOLLI, F. V. AP no Brasil. In: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agricultura de precisão / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. – Brasília : Mapa/ACS, 2013. 36 p. Fabrício Vieira Juntolli in: BRASIL MOLIN, J. P. Agricultura de Precisão. In: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agricultura de precisão / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. – Brasília : Mapa/ACS, 2013. 36 p. PIERCE, F.J.; NOWAK, P. Aspects of precision agriculture. Advances in Agronomy, v. 67, p.1-85, 1999. RESENDE, A. V.; SHIRATSUCHI, L. S.; COELHO, A. M.; CORAZZA, E. J.; VILELA, M. F.; INAMASU, R. Y.; BERNARDI, A. C. C.; BASSOI, L. H.; NAIME, J. M. Agricultura de Precisão no Brasil: Avanços, Dificuldades e Impactos no Manejo e Conservação do Solo, Segurança Alimentar e Sustentabilidade. Anais: XVIII REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA - Novos Caminhos para Agricultura Conservacionista no Brasil, 2010. 23 p. SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Agricultura de Precisão – Programa Agricultura de Precisão. 2013. Disponível em: <http://www.senar.org.br/programa/agricultura-de-precisao>. Acesso em: 27 de novembro de 2013. AUTOR: Natalia Teixeira Schwab, Engenheira Agrônoma, Mestre em Engenharia Agrícola, Doutoranda em Agronomia.
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